PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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sexta-feira, junho 06, 2008

XÔ! ESTRESSE [In:] "VARIG, VARIG, VARIG!!!"












OUTRAS ''ÉPOCAS''

Sargentos homossexuais são transferidos para Brasília




Os sargentos do Exército Laci Marinho de Araújo e Fernando de Alcântara de Figueiredo, que assumiram, publicamente, o relacionamento homossexual, foram transferidos nesta quinta-feira, contra a vontade, de São Paulo para Brasília. Araújo está detido na Base Aérea da capital federal, sob acusação de deserção. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que negocia com o Ministério da Defesa e a Força uma solução para o caso, esteve com ele nesta quinta. Figueiredo foi ao Senado para aguardar notícias do companheiro. Figueiredo denunciou ao Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) ter sido forçado a embarcar num avião Bandeirante rumo à capital. Segundo o advogado do Condepe, Lúcio França, ele relatou que os dois foram retirados do Hospital Militar do Cambuci, na capital paulista, num helicóptero militar. A dupla de militares assumiu a relação gay, em entrevista à revista Época. Logo depois de a publicação chegar às bancas, no fim de semana, eles passaram a receber ameaças de morte e tiveram o apartamento funcional em Brasília depredado. Os episódios foram relatados por Figueiredo ao Condepe. Para França, o caso expõe a homofobia no Exército. "É evidente que é uma questão homofóbica", disse. "Eles tiveram a coragem de se expor. Desde então, têm passado por graves violações aos seus direitos humanos e de expressão." A reportagem tentou contato por telefone o Exército, mas obteve retorno. Araújo rebateu a acusação de deserção e afirmou ter se afastado do trabalho por questões psiquiátricas. Os laudos do Exército, no entanto, negam a doença. Para pôr fim à duvida, o Condepe enviou nesta quinta ao hospital militar um médico psiquiatra independente, representante do Conselho Regional de Medicina (CRM) de São Paulo. O médico Paulo César Sampaio diagnosticou que o sargento sofre de "psicose orgânica, estresse traumático e depressão". Mesmo assim, os militares mantiveram o sargento preso e o transferiram para Brasília.
Agência Estado. Foto Beto Barata/AE.

PAULINHO/FORÇA/BNDES: EU TENHO A BOCA

Paulinho: ‘Se eu falar cai a República de São Paulo’




Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, encontra-se sitiado pela suspeição. Foi investigado pela Polícia Federal. O Ministério Público acionou-o no STF. Responde também a processo na Câmara por quebra do decoro parlamentar. A despeito dos indícios que saltam dos grampos telefônicos e dos documentos colecionados ao longo da investigação, Paulinho se diz vítima de “perseguição.” O presidente da Força Sindical vinha se esquivando, porém, de dar nome aos bois que supostamente o perseguem. Nesta quinta-feira (5), em entrevista ao repórter Leandro Colon (só para assinantes do Correio Braziliense), Paulinho pôs na roda dois nomes. Nomes de peso: José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM), respectivamente governo do Estado e prefeito da cidade de São Paulo. Paulinho afirma que sofreu uma investigação clandestina da Polícia Civil paulista em 2007, logo depois de receber em casa o prefeito Kassab para tratar de aliança política. O deputado insinua que tem munição contra a dupla. Mas esquiva-se de levar todas as cartas ao pano verde. “Não estou querendo falar agora. Se eu falar, cai a República de São Paulo”, limita-se a declarar. De resto, diz ter sido vítima de uma investigação clandestina da Polícia Civil paulista, submetida ao governador. E diz ter recebido visitas do prefeito Kassab. “Esteve na minha casa duas vezes [...]. Eu disse que nossa tendência era ter candidato. Depois disso, teve a perseguição.”
Vão abaixo os principais trechos das declarações de Paulinho:

- Envolvimento nos desvios do BNDES: O que tem nisso tudo? Uma ligação de uma pessoa, João Pedro [ex-assessor do deputado], para o Marcos Mantovani [dono da Progus, empresa ligada ao esquema]. Essa é a única verdade na história. Ele fala com outra pessoa e cita meu nome. O próprio João Pedro e o Mantovani disseram que usaram meu nome indevidamente.

- Sabia que João Pedro usava cartão de visitas de seu gabinete? Claro que não. Ele inventou o cartão. Falsificou um cartão meu para se apresentar como um assessor.

- Quem o estaria perseguindo? Passei a ser o deputado que articula as centrais sindicais. Isso incomoda empresários e políticos.

- Os políticos são do governo ou da oposição? Tem alguns da base, mas é a oposição. Eles me consideram um traidor.

- Era ligado ao PSDB de São Paulo. Quem o persegue é o tucanato paulista? Acho que sim. Mas vou dizer mais. Eu cometi uma falha [de não ter denunciado antes à imprensa] nesse processo todo. Começou com uma investigação sobre mim em São Paulo, em setembro no ano passado. Achei que era uma tentativa de seqüestro da minha filha. Ela me ligou e disse ‘pai, estou sendo seguida’. E eu falei para ela ir a uma delegacia [...]. Pensei que fosse seqüestro. Eu pedi para o coronel da Polícia Militar Wilson Consani Júnior verificar. Passaram uns dias, e ele me procurou. Disse: ‘Nós constatamos que é a Polícia Civil’. A polícia tinha uma casa alugada ali perto da sede do PDT, na Vila Mariana. Os caras se identificaram e disseram que quem os mandou foi o alto comando da Polícia Civil. Para me prevenir, fui ao Ministério Público e dei um depoimento no dia 18 de outubro. E procurei o Lupi [ministro do Trabalho, Carlos Lupi, então presidente do PDT]. Ele pediu para eu não denunciar. Não tinha como não falar que era o Serra, a Polícia Civil.

- Por que o PSDB teria feito isso? Nos mantivemos uma independência do PDT em São Paulo. Não compusemos com o Serra para governador, fui candidato a prefeito. Agora eles faziam questão de contar com nosso partido.

- Acusa o governo estadual? Alguém do governo está nisso. Tentaram o tempo todo controlar o nosso partido. Por isso, enfrentei para retirá-lo da base do Kassab. O Kassab esteve na minha casa duas vezes para dizer que não era candidato, mas queria manter uma boa relação conosco. Eu disse que nossa tendência era ter candidato. Depois disso, teve a perseguição em São Paulo.

Qual a relação disso tudo com as denúncias do caso BNDES? Se eu tivesse denunciado [a suposta perseguição de Kassab e Serra], eu falaria tudo o que aconteceu. E não estou querendo falar agora. Se eu falar, cai a República de São Paulo. Mas, se eu tivesse denunciado, tinha me prevenido dos supostos envolvimentos nessas coisas. As acusações de Paulinho contra Serra e Kassab padecem, por ora, de um vício de origem: têm a vagueza própria das cortinas de fumaça. Para ser levado a sério, o deputado teria de dizer algo mais. De resto, teria de demonstrar que o governador Serra e o prefeito tucano têm, juntos, um poder insuspeitado. A dar-se crédito a Paulinho, a dupla controlaria a PF de Lula. Teria força também para se sobrepor à independência do Ministério Público. De resto, Serra e Kassab alugariam a consciência do procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza, que remeteu ao STF o pedido de abertura de inquérito contra o deputado. Serra reagiu assim: "Acho que o Paulinho deveria enfrentar os problemas dele de verdade. Porque ele está bastante ameaçado de cassação. Então faz isso para distrair a atenção." Para Kassab, a acusação de Paulinho é "totalmente fantasiosa."

Escrito por Josias de Souza - Folha Online, 0606. Foto Marcelo Justo, Folha.

ONU [In:] CRISE ALIMENTAR

Cúpula da fome nada propõe contra "situação dramática"


Jacques Diouf, o diretor-geral da FAO, braço da ONU para Alimentação e Agricultura, havia dito, ao inaugurar na terça-feira a Cúpula sobre Segurança Alimentar, que havia passado o tempo das palavras e era hora da ação.
Dois dias depois, a cúpula termina sem ação alguma e quase sem palavras, porque o comunicado final foi sucessivamente adiado, para sair só no início da noite romana, em termos tão aguados que o chanceler italiano, Franco Frattini, reconheceu que o texto "é decepcionante". Emendou Frattini: "Se os líderes mundiais não conseguem pôr-se de acordo ao menos para evitar os danos de uma situação dramática de emergência alimentar, isso me preocupa". A emergência já havia sido quantificada por Diouf no discurso inaugural, ao lembrar que há 832 milhões de pessoas passando fome. Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial, ampliou a dimensão da emergência ao dizer que a disparada dos preços da alimentação colocava 2 bilhões de pessoas em "perigo imediato". Muitos países já enfrentam protestos populares por causa da alta dos alimentos. Três dias de debates e de discursos, com a participação de cerca de 40 governantes, nada produziram, a não ser anúncios de verbas de emergência até agora no valor de US$ 3 bilhões, quando Diouf havia dito que seriam necessários US$ 30 bilhões por ano para criar uma situação de segurança alimentar. O pior é que os delegados se envolveram em discussões absolutamente bizantinas, em torno de um documento que já nasceu aguado por causa das divergências de todos os tipos. Das divergências, passou-se à fofocas sem sentido, que retardaram a divulgação do texto por mais de quatro horas. Uma das fofocas envolveu o Brasil. Delegados europeus disseram aos jornalistas que o Brasil vetava trecho da declaração que considerava crítico aos biocombustíveis, a principal bandeira internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Qual era a suposta crítica? Dizer que "é essencial enfrentar os desafios e oportunidades colocados pelos biocombustíveis em vista das necessidades mundiais de energia, segurança alimentar e ambiental". Ao falar em "segurança alimentar", o trecho insinuaria que os biocombustíveis são deletérios para ela, no pressuposto de que os plantios para obtê-los invadiriam áreas destinados à culturas para a alimentação. A acusação é falsa pela simples e boa razão de que nenhum governo pode se dizer contra a segurança alimentar e ambiental e recusar-se a assinar um documento que as defenda. No caso do Brasil, Lula, em seu discurso na cúpula, deu todas as informações necessárias para demonstrar que o etanol da cana-de-açúcar não interfere no plantio de alimentos -e tampouco na devastação ambiental da Amazônia. O texto final da cúpula, tal como a Folha já havia adiantado desde o princípio dela, não toma partido sobre biocombustíveis. Joga qualquer definição mais concreta para "estudos em profundidade" e um "diálogo internacional". Uma segunda polêmica era igualmente sem sentido. O rascunho pedia aos países-membros que se abstivessem de medidas unilaterais e contrárias às leis internacionais. Os EUA, pela versão que chegou aos jornalistas, entenderam que se tratava de condenar o bloqueio à Cuba, que já dura mais de meio século. De novo, nenhum país pode defender medidas contrárias às leis internacionais, mesmo quando eventualmente as apliquem.
Tudo somado, ficou de concreto o óbvio: um pedido para "ação coordenada e urgente para combater os impactos negativos dos crescentes preços de alimentos sobre os países e populações mais vulneráveis" e a cobrança de mais investimentos na agricultura, além da ajuda imediata para os famintos. Muito menos do que prometia o longo título do encontro: "Conferência de Alto Nível sobre Segurança Alimentar Mundial - os Desafios da Mudança Climática e da Bioenergia".

CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A ROMA - Folha Online, 0606.

LULA/DILMA/VARIG/ANAC: FOGO CERRADO

Lula vê ‘fogo amigo’ em nova denúncia contra Dilma

Vai começar tudo de novo. Sai a denúncia do dossiê anti-FHC. Entra o caso da venda da Varig.
As cúpulas do PSDB e do DEM enxergaram na acusação pólvora suficiente para disparar contra o próprio Lula.
Farejando a movimentação inimiga, o presidente deu de ombros: “Vão quebrar a cara de novo”, disse a um auxiliar, na tarde desta quinta-feira (5). Na mesma conversa, Lula declarou-se “intrigado” com a origem dos ataques à ministra Dilma Rousseff. Acha “curioso” que partam, invariavelmente, de pessoas ligadas ao PT. No caso do dossiê, descobriu-se que o “espião com crachá” era o petista José Aparecido, levado à Casa Civil pelo ex-ministro José Dirceu. Na encrenca da Varig, quem fornece munição ao inimigo é Denise Abreu, personagem que também fizera escala na Casa Civil antes de chegar à Anac. De novo, sob Dirceu. Lula enxerga na sucessão de problemas indícios de fogo amigo. Associa a sucessão de más notícias à contrariedade de setores do PT com a superexposição obtida pela ministra-presidenciável. Em diálogos privados, lideranças tucanas e ‘demos’ decidiram adotar uma estratégia apelidada por um deles de “escada”. Pretende-se subir um degrau por vez. Vê-se como primeiro estágio a inquirição, na comissão de Infra-Estrutura do Senado, de 11 personagens ligados ao caso Varig. Confirmando-se as denúncias feitas por Denise Abreu, a ex-diretora da Anac, o “degrau” seguinte será o advogado Roberto Teixeira. Compadre de Lula, Teixeira foi definido como um “abridor de portas” por um dos sócios brasileiros do fundo norte-americano Matlin Patterson, que abiscoitou a Varig, supostamente beneficiado pela interferência da Casa Civil. Padrinho de um dos filhos do presidente, o advogado Teixeira integra o rol de “convidados” a dar explicações à comissão do Senado. Se a versão do tráfico de influência sobreviver às oitivas, a oposição vai ao “degrau” seguinte: Dilma Rousseff. A idéia é arrastar a ministra novamente para a comissão de Infra-Estrutura. O mesmo foro em que foi questionada por mais de oito horas sobre o episódio do dossiê. Em maioria na comissão, o bloco parlamentar de Lula prepara-se para resistir. No caso do dossiê, a convocação da ministra foi obtida graças a um cochilo dos governistas. Agora, como diria Stanley Kubrick, o líder de Lula no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), está "de olhos bem abertos". A oposição já ensaia o discurso: a eventual recusa a um novo comparecimento de Dilma no Senado será explorada como tentativa do governo de acobertar malfeitos. Vai-se, então, ao último ao topo da “escada”: Lula. Um “degrau” que vem se mostrando impermeável a ataques. O que há, por ora, são acusações que chegam desacompanhadas de documentos. Vocalizadas por Denise Abreu, foram, porém, corroboradas por outros personagens. Há, de resto, uma evidência incômoda: embora a lei limite em 20% a participação de estrangeiros em companhias aéreas brasileiras, o fundo Matlin Patterson, dos EUA, exerce controle absoluto sobre a Varig. Tanto assim que a Anac, agora sob nova direção, fixou, nesta quinta-feira (5) um prazo de 30 dias para que lhe seja apresentada uma nova composição societária da companhia.

Escrito por Josias de Souza - Folha Online, 0606.

CONFERÊNCIA GLBT [In:] ''NUNCA ANTES NA HISTÓRIA..."


Lula participa de Conferência GLBT em Brasília
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A uma platéia formada por homossexuais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez na noite desta quinta-feira uma confidência rara de suas viagens oficiais pelo mundo. "Conheço figuras importantes que não têm coragem de assumir o homossexualismo", relatou ao abrir a 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuiais, Travestis (GLBT). "O mundo seria mais alegre se fôssemos menos rígidos com os tabus colocados no caminho ao longo da história."
Antes de fazer um discurso considerado "emotivo" pelos participantes do encontro, o presidente não escondeu o desconforto de colocar na cabeça um boné do movimento gay, oferecido pelo travesti Fernando Bevenute. Lula ficou pouco tempo com o boné. Em seguida, posou com uma pequena bandeira do movimento. Só depois ele ficou mais descontraído. Lula abriu o discurso reconhecendo a dificuldade de participar de um evento voltado para gays. "Não é fácil para um presidente da República no Brasil ou em outro país do mundo participar de um evento que envolve um segmento tão grande, heterogêneo e com pessoas que sofrem preconceitos, não é fácil", disse. "Quando o Toni [Reis] disse que nunca antes na história deste planeta foi realizado um evento como este, eu fico orgulhoso." O presidente propôs o dia do combate à hipocrisia. "Quando se trata de preconceito, eu conheço nas minhas entranhas", disse. "Talvez seja a doença mais perversa impregnada na cabeça do ser humano", completou. "Nós precisamos gostar de nós do jeito que somos." Luiz Mott, do movimento gay da Bahia, avaliou que o presidente, num primeiro momento, "resistiu" em colocar o boné. "Senti um pouco uma certa dificuldade, mas em seguida ele foi completamente dominado pela emoção", afirmou. Mott lembrou que Fernando Henrique Cardoso, em 2002, foi o primeiro presidente a posar com bandeira do movimento gay. "E ele estava mais tímido que o presidente Lula."

Leonencio Nossa - O Estado de S. Paulo - 0606. Foto Duda-AE.

''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''

JORNAL DO BRASIL

Brasileiro é predador do meio ambiente


- Em matéria de educação ambiental, o brasileiro só é aprovado quando sente no bolso, revela pesquisa da organização WWF Brasil. Os números informam que, se o mundo inteiro adotasse o comportamento de 45% da população brasileira, seriam necessários três planetas para recompor os recursos naturais. O uso racional de alimentos e transportes se deva mais a questões econômicas do que à conscientização. "O consumo já é insustentável entre as classes A e B", sugere a secretária executiva da ONG, Denise Hamá. (págs. 1 e A3)

FOLHA DE SÃO PAULO

Reunião da ONU sobre a fome acaba em fracasso


- A Cúpula sobre Segurança Alimentar da FAO, braço das Nações Unidas para alimentação e agricultura, terminou sem ação alguma e quase sem palavras, contrariando o discurso do diretor-geral Jacques Diouf, que dissera ser hora de agir. O comunicado final do encontro, sucessivamente adiado, saiu no início da noite romana. No documento, considerado decepcionante, o que ficou foi um pedido de "ação coordenada e urgente" contra o impacto da alta dos alimentos e a cobrança de mais investimento na agricultura. O texto não toma partido sobre os biocombustíveis. Após três dias de debate e discursos, foram anunciadas verbas de US$ 3 bilhões para a emergência contra a fome, um décimo do que a FAO considera necessário. (págs. 1 e B1)

http://www.radiobras.gov.br/sinopses.htm

METRÔ/SP: METRÔ (PSDB) OU ''BO[N]DE'' (PT) ?

METRÔ:
"MARTA NÃO BOTOU UM TOSTÃO FURADO", AFIRMA SERRA
O governador José Serra (PSDB-SP) afirmou que "o PT é contra o Metrô". Ao comentar a acusação da bancada petista na Assembléia de irregularidade num contrato de 1994 com a Alstom, disse que é "ciumeira". Frisando que se refere ao PT de SP, afirmou que "o que puderem jogar no quanto pior, melhor, jogam fanaticamente". Sobre a compra de trens, disse que "não tem nada errado. Foram bons negócios".

ALSTOM/METRÔ/SP: ''TREM BALA''

Propina de US$ 1 mi paga pela Alstom passou por doleiros

A filial suíça da Alstom usou empresas sediadas em paraísos fiscais e contas de doleiros brasileiros para movimentar US$ 1 milhão que foi usado para pagar propinas a políticos brasileiros, segundo investigação em curso na Suíça e na França.
A rota do dinheiro, de Zurique, na Suíça, a Nova York, nos EUA, está registrada em um documento do Ministério Público suíço obtido pela Folha. Das contas dos doleiros brasileiros em Nova York o dinheiro pode ter tido dois destinos: ou foi creditado para alguém no Brasil, por meio de dólar-cabo, ou foi transferido para contas de brasileiros no exterior. Dólar-cabo é o sistema pelo qual um doleiro recebe dinheiro numa conta no exterior e disponibiliza o mesmo valor no Brasil, em troca de uma comissão, sem que haja movimentação física de valores. O documento lista quatro depósitos que a Alstom ordenou entre dezembro de 1998 e fevereiro de 2002. Dois desses depósitos saíram do Union Bancaire Privée, de Zurique, e outros dois, do Bank Audi. Todos foram parar em conta da "offshore" MCA Uruguay Ltd., nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal localizado no Caribe. A MCA é controlada pelo brasileiro Romeu Pinto Jr., apontado pelos investigadores brasileiros como um operador ligado aos tucanos. Os valores dos depósitos ordenados pela Alstom são: US$ 207.659,57 (outubro de 1998), US$ 298.856,45 (dezembro de 1998), US$ 245 mil (dezembro de 2001) e US$ 255 mil (fevereiro de 2002).
O valor total (US$ 1.006.516) corresponde a R$ 1,8 milhão, quando se corrige as transferências seguindo as datas em que elas foram feitas. Os nomes dos doleiros brasileiros que receberam esses valores em Nova York estão sendo mantidos sob sigilo. A razão do sigilo, segundo a Folha apurou, é que um dos doleiros está negociando uma delação premiada em São Paulo. Ele tenta obter uma redução de pena em troca de informações sobre quem foram os beneficiários das transferências feitas pela MCA para as contas de Nova York. A colaboração dos doleiros é fundamental para se descobrir quem foi o beneficiário das transferências de US$ 1 milhão. É que doleiros não emitem qualquer documento sobre os valores que pagam. O dinheiro que a MCA recebeu de bancos suíços não é o total de propina que a Alstom teria pagado a políticos brasileiros, de acordo com documentos que o Ministério Público da Suíça remeteu na última semana para o Brasil. Segundo o resumo dos promotores, revelado pelo jornal "O Estado de S. Paulo", a Alstom pagou 34 milhões de francos franceses, correspondentes hoje a R$ 13,5 milhões. O documento suíço diz que as propinas foram pagas entre 1998 e 2001 e cita a Eletropaulo.
O jornal "Wall Street Journal", que revelou o caso, diz que a Alstom pagou US$ 6,8 milhões para obter um negócio de US$ 45 milhões do Metrô.
A Alstom não quis se pronunciar sobre os doleiros. A Folha não conseguiu falar com Pinto Jr. em seu escritório.

MARIO CESAR CARVALHO
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL - Folha Online, 0606.

ANAC/DILMA ROUSSEFF: "VOANDO" BAIXINHO

''Você não tem que se meter nisso'', disse Dilma
Frase foi dita em 2006 ao presidente da Infraero, que reclamou da Anac

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, operou para silenciar resistências no governo à venda da VarigLog para o fundo americano Matlin Patterson e três sócios brasileiros, há dois anos. Acusada pela ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu de pressionar o órgão a tomar decisões favoráveis ao negócio, Dilma também agiu em outros setores da administração federal, segundo pessoas que acompanharam o processo de transferência de ações. Na manhã de 25 de junho de 2006, dois dias depois de a Anac aprovar a transferência do controle acionário da VarigLog para a Volo do Brasil, em sociedade com o fundo americano, a ministra-chefe da Casa Civil telefonou para o então presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, reclamando de declarações contra o posicionamento "impatriótico" da agência, termo usado por ele em entrevistas publicadas naquele dia. "Você não tem que se meter nisso, você exorbitou na sua função", disse Dilma Rousseff ao brigadeiro, em tom exaltado, relataram fontes do governo. "A Infraero não deve se envolver nas questões da Anac." Dilma Rousseff reclamava especialmente de uma entrevista dada por José Carlos Pereira em Brasília, em que ele avaliou que a transferência de ações da VarigLog para a Volo do Brasil desrespeitava o Código Brasileiro de Aeronáutica, que limita a 20% o capital estrangeiro nas companhias aéreas. "É um risco para a aviação civil colocar capital estrangeiro desse jeito; vai permitir a competição predatória", disse o então presidente da Infraero. A assessoria de imprensa da Casa Civil foi procurada na tarde de ontem para comentar o assunto. A ministra Dilma Rousseff, segundo assessores, mantém a linha de não comentar questões que, na avaliação dela, não dizem respeito à Casa Civil. Em entrevista coletiva anteontem no Palácio do Planalto, Dilma Rousseff disse que a responsabilidade pela venda da VarigLog foi da Anac e da Justiça. Procurado ontem pela reportagem, José Carlos Pereira confirmou ter recebido, à época, o telefonema da ministra-chefe da Casa Civil. Ele, porém, não quis dar detalhes da conversa. Em entrevistas na ocasião, o brigadeiro falou de "forte pressão" sofrida pela Anac para permitir a venda da empresa aérea. "O Código Brasileiro de Aeronáutica é muito claro, e a lei vale para todo mundo. Como cidadão, me preocupo", disse na época. Na época da negociação, havia suspeita de que os sócios brasileiros da empresa que comprava a Variglog eram "laranjas". A Anac permitiu a venda da empresa após um parecer do então procurador-geral do órgão, João Ilídio Lima Filho, que considerou desnecessária uma análise da declaração do Imposto de Renda de um dos sócios, o empresário Marco Antonio Audi, como exigia a Superintendência de Serviços Aéreos (SSA) da Anac. No parecer 13/2006, Lima Filho argumenta que o respeito ao limite de participação de capital estrangeiro estava garantido nos documentos apresentados e não era o caso de avaliar a situação de uma pessoa física na Receita Federal. O dinheiro para a compra da VarigLog, segundo o parecer do então procurador-geral da Anac, veio dos Estados Unidos em procedimento que respeitava a legislação. Ele nega ter sido pressionado por Dilma Rousseff. "Agi estritamente dentro dos autos", disse Lima Filho. "Não havia comprometimento dos 20% (do capital estrangeiro); tecnicamente a operação estava correta."

Leonencio Nossa, BRASÍLIA- Estadão, 0606.