A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).
"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).
"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br
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terça-feira, julho 10, 2012
''POR FIN MAÑANAS!!!'' * (... os outros são os outros) **
FH e o Prêmio Kluge
Autor(es): Tereza Cruvinel |
Correio Braziliense - 10/07/2012 |
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recebe hoje, em Washington, o Prêmio Kluge, conferido pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos a personalidades que se destacaram pela contribuição acadêmica ou pela liderança política. Autor de 23 livros e 116 artigos acadêmicos, coformulador, com Enzo Faleto, da Teoria da Dependência, a escolha de FH foi atribuída às duas condições, a de intelectual e a de político. Reconhecimento e honra o alcançam aos 81 anos recém-completados, numa hora talvez especial. Fora do poder, amargou certo ostracismo durante os oitos anos em que Lula reinou com popularidade ímpar e densa projeção externa, e o próprio PSDB foi tíbio e quase omisso na defesa de seu legado.
Deve-se, pelo menos em parte, à presidente Dilma Rousseff, o resgate de FH para a cena política maior, em que se passam os atos de Estado, não os de governo. Os gestos dela foram sempre além da mera civilidade. Convidou-o para o almoço oferecido a Barack Obama (março/2011) e saudou-o, no aniversário de 80 anos (junho/2011), com uma carta afetuosa, mencionando "o acadêmico inovador, o político habilidoso, o ministro-arquiteto de um plano duradouro de saída da hiperinflação e o presidente que contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica". Ele admitiu que gostou. Seguiram-se outros encontros e frases de simpatia recíproca. Ainda que só por coincidência, no governo dela, FH recuperou a desenvoltura. Conte-se também o recolhimento decorrente da perda de D. Ruth Cardoso. Sua experiência e suas ideias voltaram a estar disponíveis. Goste-se delas ou não, a pluralidade é sempre enriquecedora. Transcrevo respostas dele a perguntas que lhe enviei por e-mail, antes de seu embarque para Washington, focando seu momento.
Sobre o prêmio: "Eu não o esperava. É raro que em países mais desenvolvidos haja espaço para reconhecer o trabalho intelectual feito em outras áreas. Por isso, a esta altura da vida, surpreendeu-me tamanha honraria. Os patrocinadores buscam ser uma espécie de Nobel para as áreas de conhecimento científico não cobertas por este. Você pergunta se me sinto mais prestigiado lá fora que no Brasil. Não. Tenho algum reconhecimento no exterior, mas nenhuma razão de queixa sobre o reconhecimento e as oportunidades que me foram dadas por meu país, como intelectual e como político. Nunca esperei tanto."
Vida acadêmica x militância: "O que houve comigo não foi exatamente uma "guinada". A política foi menos uma escolha do que uma circunstância, dado o regime autoritário que forçava os intelectuais decentes a se tornarem opositores ativos. Mas eu nunca deixei de agir pensando no que fazia. Nunca houve divórcio entre o intelectual e o político. Como você diz, minha produção intelectual foi reduzida enquanto estive na política partidária, mas retomei-a logo que pude."
O intelectual e o político: "No discurso de agradecimento ao Kluge Prize, trato de mostrar a conexão entre ambos. Indubitavelmente, minha experiência acadêmica ajudou-me a compreender melhor certas situações políticas e a enfrentá-las do melhor modo possível. Mas é certo que o preconceito anti-intelectualista que se apossou da política brasileira dificulta minha aceitação no universo político."
Os intelectuais se acomodaram: "Eu não diria isso, mas creio que é dever dos intelectuais atuar não só contra governos que tiram a liberdade. Também nas democracias eu prefiro que sejam menos passivos diante do que deve ser criticado, mesmo quando apoiando os que estão no poder."
Erros cometidos: "Na política, as possibilidades de erro são maiores. Cometi alguns, dos quais já fiz auto-crítica. Por exemplo, a lentidão na mudança das regras do câmbio ou a insistência simultânea em muitas reformas, além das que a sociedade poderia suportar. Sem falar na escolha de pessoas que nem sempre corresponderam às minhas expectativas. Demorei também a substituir alguns. Na vida acadêmica, meu maior equivoco talvez tenha sido o de ter me dedicado a temas muito diversos que, mesmo possuindo certa unidade em minha cabeça, foram percebidos como descontínuos, pois não explicitei bem os elos de ligação entre eles."
O que fará com o US$ 1 milhão do prêmio. Alguma doação: "Por enquanto, só sei que "darei" US$ 270 mil para o governo, sob a forma de Imposto de Renda. Espero que façam bom uso deles."
Em maio, o ex-presidente Lula também recebeu um prêmio internacional importante, o Four Freedoms Awards (Prêmio das Quatro Liberdades), da fundação holandesa Roosevelt Stichting. Embora não se biquem, até no reconhecimento externo se complementam.
Uma caravana de tucanos prestigiará a entrega do Prêmio Kluge a FH. Entre eles, o senador e provável presidenciável Aécio Neves, que embarca imediatamente depois para chegar a Brasília em tempo de participar da sessão do Senado sobre a cassação de Demóstenes Torres. As ausências contam a favor. ---------------------------
Baixa no PSD
O PT perdeu o deputado Maurício Rands e o PSD perde hoje Roberto Brant pelo mesmo motivo: a interferência da mão pesada da direção nacional nas questões eleitorais. Para Brant, ao forçar o apoio do PSD mineiro ao petista Patrus Ananias, o prefeito Gilberto Kassab revelou que o novo partido é para lá de oligárquico. "É um partido monárquico, no qual não posso ficar se já deixei outras siglas por conta do caciquismo e da falta de democracia interna".
Fim de linha
As críticas ácidas do governador Eduardo Campos (PSB-PE) ao PT e os ataques frontais do ex-ministro Ciro Gomes apontam o fim da Frente Popular. Ao longo de 23 anos e seis eleições presidenciais, ela uniu a esquerda brasileira. Com o PCdoB, as coisas também não vão bem, tendo o PT lançado candidato próprio até em Porto Alegre, onde a comunista Manuel D"Ávila é favorita. Está chegando o tempo de murici: cada um cuida de si.
----------------- (*) Roberto Carlos. (**) Kid Abelha. ------- |
CACHORRO MORTO (Ser ou não ser)
Vice-presidente acusa autoritarismo e desfilia-se do PSD
Autor(es): Por Cristian Klein | De São Paulo |
Valor Econômico - 10/07/2012 |
Ex-ministro da Previdência entre 2000 e 2001 e ex-deputado federal por cinco mandatos, o segundo vice-presidente nacional do PSD, Roberto Brant, afirma que deixará hoje a legenda, em resposta à intervenção feita em Belo Horizonte pelo líder do partido, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
À véspera da desfiliação, Brant atacou ontem os métodos centralizadores de Kassab, em entrevista ao Valor em tom de desabafo. Ao lado de outros correligionários, o político mineiro revolta-se com a destituição da comissão provisória em BH, que havia decidido, em sua convenção, apoiar a reeleição do prefeito Marcio Lacerda (PSB).
Depois de pedido do PT e da presidente Dilma Rousseff, Kassab derrubou a direção municipal na quinta-feira e nomeou uma comissão interventora, que registrou em cartório o apoio do PSD ao candidato petista, o ex-ministro Patrus Ananias.
"Se soubesse que seria assim, muita gente não teria entrado no PSD. Eu estava no DEM e saí porque faltava democracia interna, o partido era dominado por três ou quatro. Mas lá ainda tinha reunião da executiva nacional, toda quinta-feira, às 9h. O PSD nunca se reuniu em mais de um ano!", espanta-se Brant.
O mineiro critica o regime de baronato, que entende predominar no sistema partidário brasileiro, mas que, em suas palavras, achava que seria diferente no PSD, para o qual migraram muitos políticos sem espaço em suas legendas de origem.
"O [ex-senador Jorge] Bornhausen e a [senadora] Kátia [Abreu] me chamaram para o partido e era para a gente se livrar dessa mão de ferro. Mas o PSD repetiu em escala ampliada o problema destas instituições onde os eleitos são escravos das direções partidárias, que não fazem convenções, negociam tempo de TV e usam o dinheiro do fundo partidário para adoçar a boca de alguns, dando viagem ao exterior, ajudando na campanha ou contratando pesquisas", disse Brant.
O ex-deputado afirma que "havia um certo sonho, por incrível que pareça" e se diz surpreendido com o predomínio da figura de Kassab, que construiu um partido repleto de comissões provisórias, as quais podem ser dissolvidas pela direção nacional, diferentemente dos diretórios.
"Ele falava que era apenas uma etapa... O partido é uma jaula. Os políticos brasileiros são como animais em cativeiro, confinados num jardim zoológico ou num parque temático. Não acredito que esse movimento tenha consequência política. Mas pelo menos o rei está nu perante a opinião pública", afirma o ex-deputado, que acrescenta: "A gente só sabe das coisas pelos jornais ou pelo acesso a jornalistas de São Paulo que estão próximos das decisões".
Para Brant, o controle de Kassab se assemelha ao de outros presidentes de partidos como Roberto Jefferson, no PTB, Valdemar da Costa Neto, no PR, José Luiz Penna, no PV, e como o PMDB, cujo "poder está há mais de 20 anos nas mãos do [vice-presidente da República] Michel Temer, que fez um pacto com o senador José Sarney" para mantê-lo.
Brant diz que Kátia Abreu foi a primeira a apontar a centralização de Kassab ao criticá-lo por escolher José Serra (PSDB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo.
Em Belo Horizonte, a justificativa para apoiar o PT, dada pelo presidente estadual do PSD, Paulo Simão, foi que o PSB traiu um acordo com os petistas - o que Brant recusa como argumento. "Nosso partido não é cão de guarda do PT", diz o ex-deputado.
(Colaborou Raquel Ulhoa)
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MENTIRA! ''ESTO NON EXZISTE!''
Um petista no alvo da CPI
Autor(es): GABRIEL MASCARENHAS |
Correio Braziliense - 10/07/2012 |
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira vai colher hoje o depoimento do prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), flagrado em um vídeo oferecendo facilidades à quadrilha do contraventor Carlos Augusto Ramos, Carlinhos Cachoeira, em troca de financiamento de campanha, em 2004. A sessão marcará a volta de um petista à alça de mira das investigações, uma vez que o prefeito já enviou um ofício ao colegiado se colocando à disposição. Esta será a última oitiva antes do recesso parlamentar, entre 17 de julho e 1º de agosto.
O fato de já haver uma imagem do contato entre o prefeito e o cabeça da organização criminosa tornaria a ida de Raul Filho à CPI um ato protocolar, até mesmo na avaliação dos oposicionistas. "O vídeo já é a prova objetiva da negociata. Agora, esperamos que a vinda dele aqui colabore para a Câmara de Palmas abrir um processo de impeachment contra este senhor", afirmou o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR).
Embora pouco provável, Raul Filho pode fazer valer seu direito constitucional de permanecer calado, prática comum entre as testemunhas convocadas até agora. "Cabe a nós, membros da CPI, tentar tirar dele todas as informações a respeito da quadrilha, mesmo existindo o vídeo. Não temos que especular, mas, sim, apurar os fatos", resumiu o senador Pedro Taques (PDT-MT).
Pós-recesso
Os principais depoimentos, porém, ficarão para depois do recesso, e ainda sem data confirmada. A base aliada, que comanda a CPI — o relator, deputado Odair Cunha (MG), é do PT e o presidente, senador Vital do Rêgo (PB), do PMDB — permanecerá sentada sobre os requerimentos, já aprovados, de convocação do ex-diretor do Dnit Luiz Antônio Pagot e do dono da construtora Delta, Fernando Cavendish. Os governistas estão analisando em qual momento a ida da dupla, ameaça pode ser menos desgastante.
Em contrapartida, Vital e Odair têm na manga a possibilidade de levar também, quando bem entenderem, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-presidente da Dersa, empresa responsável por obras rodoviárias em São Paulo. "As decisões estarem apenas na mão da base aliada tornam a comissão parcial, como tem sido até o momento", criticou o senador Alvaro Dias.
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SEM ''DATASHOW''
Cassação: STF proíbe divulgar voto em painel
Abrir o voto, sim, mas não no painel |
Autor(es): agência o globo:Fernanda Krakovics |
O Globo - 10/07/2012 |
Senadores vão declarar em plenário posição no processo de cassação de Demóstenes
BRASÍLIA. Com a decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) proibindo a exibição do voto, em plenário, sobre o pedido de cassação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), senadores pretendem apenas anunciar como votaram, sem mostrar o registro no painel eletrônico do Senado. A votação está marcada para amanhã e será secreta.
O ministro Celso de Mello, do STF, negou, liminarmente, na última sexta-feira, pedido do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) para que a Mesa do Senado adotasse providências para tornar abertos seus votos. Para o ministro, como a Constituição estabelece o voto secreto em caso de cassação de mandato, essa regra só pode ser modificada com a aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional, o que já ocorreu no Senado, na semana passada. Para entrar em vigor, a matéria precisa ser aprovada também pela Câmara.
- O voto é secreto, mas o direito do parlamentar de se manifestar é inviolável - afirmou Ferraço, que pretende votar pela cassação.
Alguns senadores estão cautelosos, temendo eventual anulação do voto. O advogado de Demóstenes, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse, no entanto, que não pretende recorrer à Justiça para tentar invalidar o voto de quem declarar sua posição.
- A Constituição garante a liberdade de expressão, mas, por cautela, acho que não cabe manifestação na hora do voto - opinou o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-ES), que também é favorável à cassação de Demóstenes.
Para o presidente e líder do DEM, senador José Agripino (RN), a declaração de voto abre brecha para Demóstenes pedir anulação da votação no STF:
- Quando o senador declarar o voto, estará dando ao acusado o direito de contestar o resultado pela violação da Constituição.
Na tentativa de salvar seu mandato, Demóstenes afirmou ontem, em novo discurso, que nenhuma das acusações contra ele configura quebra de decoro parlamentar. Mesmo assim, ele negou ter mentido ao afirmar que sua relação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira era apenas de amizade, e não de negócios; e disse que a cozinha importada e o rádio Nextel que ganhou do contraventor não se caracterizam como vantagem indevida.
- E a verdade é que não quebrei o decoro parlamentar, não cometi ilegalidades, não menti em discurso no plenário do Senado, não percebi vantagem indevida, não pratiquei irregularidades, não me envolvi em qualquer crime ou contravenção, não conhecia as atividades de Carlinhos Cachoeira investigadas pela Operação Monte Carlo - argumentou Demóstenes.
O senador goiano afirmou ontem que mentir não é quebra de decoro. Segundo ele, esse precedente foi estabelecido, de maneira informal, na cassação do senador Luiz Estevão (PMDB-DF).
- Se o parlamentar mentir, é um problema dele com sua consciência e sua audiência, não com o decoro. Aliás, nada do que o parlamentar diz da tribuna pode ser quebra de decoro. Criou-se esse mito por causa do precedente utilizado para cassar um senador no ano 2000. A diferença é que eu não menti - afirmou Demóstenes.
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BODEMO
Demóstenes, a ser julgado amanhã, defende mentiras
O decoro segundo Demóstenes |
Autor(es): JOÃO VALADARES |
Correio Braziliense - 10/07/2012 |
Senador defende que não feriu os princípios parlamentares ao negar a relação próxima com o bicheiro Carlos Cachoeira. STF decide que cassação será por voto fechado
O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), acusado de colocar o mandato parlamentar a serviço do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, segue o seu calvário. Na tarde de ontem, durante o sexto discurso que fez na tribuna do Senado Federal desde a semana passada, ele defendeu que não quebrou o decoro ao negar a relação com Cachoeira, ao falar da tribuna aos senadores em 6 de março — interceptações telefônicas realizadas pela Polícia Federal nas operações Vegas e Monte Carlo evidenciaram posteriormente que o parlamentar era o braço político de Cachoeira no Congresso Nacional. "Se o parlamentar mentir, é um problema dele com sua consciência e sua audiência, não com o decoro. Aliás, nada do que o parlamentar diz da tribuna pode ser quebra de decoro", disse Demóstenes.
Embora não tenha convencido seus pares com a fala, o senador pôde comemorar uma vitória importante: o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Melo negou pedido do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) para que o parlamentares pudessem externar o posicionamento no momento da votação do pedido de perda do mandato, que ocorre amanhã, no plenário do Senado. De acordo com a decisão, o sigilo do voto é imposto pela Constituição.
Falando mais uma vez para poucos colegas, o senador goiano proferiu um discurso genérico. Mais do mesmo. Repetiu que é vítima de um massacre da imprensa, que as provas são ilegais e fez um alerta: "O Senado não vai cair na armadilha de me fazer de bode expiatório de uma crise fabricada". Para a cassação, são necessários 41 votos. Temendo o esvaziamento do plenário amanhã, o senador Humberto Costa (PT-PE) iniciou campanha no Twitter para cobrar presença dos congressistas. O pernambucano disponibilizou, nas redes sociais, lista com o Twitter de todos os senadores para que a opinião pública possa pressionar.
No discurso de ontem, o senador Demóstenes Torres não citou o episódio do rádio Nextel. O equipamento, segundo investigações da Polícia Federal, foi dado pelo contraventor a todos os membros da organização criminosa. Uma linha direta entre o chefe e seus subordinados. Demóstenes confessou, durante depoimento no Conselho de Ética, que a conta do aparelho era paga por Cachoeira. Ele aproveitou o pronunciamento para rebater o senador Humberto Costa (PT-PE), relator do pedido de cassação no Conselho de Ética.
Lobby do bicho
No parecer, aprovado por unanimidade, o pernambucano classificou Demóstenes como mentiroso, boquirroto, gabola. "Converso muito ao telefone, converso até demais, mas boquirroto é o que não guarda segredos e não fui eu quem violou o sigilo do inquérito resguardado judicialmente. Gabola é o vaidoso e eu só me gabo de gostar de discos. Mentiroso eu não sou."
No pronunciamento, Demóstenes alegou que nunca articulou legalização dos jogos de azar no Senado. "O relatório me desenha como articulador do jogo no Senado. Repito a pergunta já feita aqui outras vezes: qual senador eu procurei para ajudar a liberar o jogo? Que lobista é esse que não pediu voto aos próprios colegas? Não procurei ninguém", garantiu.
O parlamentar admitiu ter recebido os presentes, mas afirmou que isso não configura nenhuma ilegalidade. "A geladeira e o fogão foram da mulher de Cachoeira para a minha mulher. Havia uma justificativa, o nosso casamento. E isso não trouxe vantagem indevida, até porque quem presenteou não foi ressarcido." Ontem, os advogados do senador começaram a distribuir, em alguns gabinetes, documento com os principais pontos da defesa do senador.
"Boquirroto é o que não guarda segredos e não fui eu quem violou o sigilo do inquérito resguardado judicialmente"
"Se o parlamentar mentir, é um problema dele com sua consciência e sua audiência, não com o decoro"
"O Senado não vai cair na armadilha de me fazer de bode expiatório de uma crise fabricada"
Demóstenes Torres (sem partido-GO), senador |
PODRES PODERES *
Abismo entre vencimentos na Esplanada supera 500%
Esplanada desigual nos contracheques |
Autor(es): JOSIE JERONIMO e LEANDRO KLEBER |
Correio Braziliense - 10/07/2012 |
No topo dos órgãos que oferecem remuneração mais elevada está a Advocacia-Geral da União (AGU), onde a média é de R$ 22,5 mil, seguida dos ministérios da Fazenda, da Ciência e Tecnologia, e do Trabalho. A menor média, de RS 3,3 mil, é do Ministério das Comunicações.
Levantamento feito pelo Correio mostra o abismo que separa os vencimentos das carreiras de ministérios e da Presidência. A diferença chega a mais de 500%
A Lei de Acesso à Informação deu início a um debate acerca dos supersalários no funcionalismo público, mas também serviu para comprovar a discrepância de remuneração na Esplanada dos Ministérios. Com as medidas de transparência, servidores com a mesma formação descobriram que os contracheques variam de acordo com pasta em que trabalham. Levantamento elaborado pelo Correio mostra que a diferença entre a média salarial dos ministérios pode chegar a mais de 500%.
No topo dos órgãos que oferecem remuneração mais vultosas a seus servidores está a Advocacia-Geral da União (AGU), seguida pelo Ministério da Fazenda, da Ciência e Tecnologia, e do Trabalho. Na outra ponta, a base da pirâmide salarial fica com as pastas das Comunicações, Transportes, Defesa e Pesca.
Na AGU, a média dos salários é de R$ 22,5 mil. Os valores se explicam pela composição do órgão — 68% são advogados e procuradores e menos de um terço, 32%, trabalham em funções administrativas. "Os subsídios dos membros da AGU seguem as mesmas sistemáticas aplicadas às carreiras típicas de Estado. As remunerações dos servidores administrativos seguem a tabela de vencimentos do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo PGPE. Portanto, não há como a AGU ter uma média salarial acima da média dos demais órgãos do Poder Executivo Federal", argumenta a assessoria da AGU.
Vantagens eventuais
A advocacia desembolsa, por ano, R$ 1,95 bilhão para efetuar o pagamento de 7.196 servidores da ativa e inativos. Os auxiliares ganham R$ 2,5 mil e a chamada categoria especial, R$ 19,4 mil. Além da remuneração, alguns contracheques são acrescidos de vantagens eventuais, conforme detalha o Portal da Transparência.
Contraponto dos supersalários, o Ministério das Comunicações tem carreiras de nível auxiliar que recebem R$ 1,3 mil por mês quando se aposentam, puxando a média salarial da pasta para baixo, estimada em R$ 3,3 mil. A assessoria do Ministério das Comunicações informou que a média salarial dos funcionários da pasta é baixa, em comparação com os outros órgãos, porque a maioria dos servidores é formada por aposentados do antigo Departamento de Correios e Telegráfos. Eles ocupam cargos de nível "auxiliar", que inclui carteiro, condutor de malas, estafetas, etc. Cerca de 50% têm remuneração máxima em torno de R$ 2,5 mil.
Nas Comunicações, os salários mais gordos ficam com os advogados. Sessenta inativos têm renda mensal média de R$ 17 mil. A assessoria informa ainda que, como o órgão tem servidores integrantes de variadas carreiras do serviço público — que ganharam nos últimos anos diferentes índices de reajuste salarial —, não é possível apontar quando foi o último reajuste concedido ao ministério como um todo. O último concurso ocorreu em 2009.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Distrito Federal, Oton Pereira, explica que as diferenças salariais nos ministérios podem ser explicadas pela política adotada pelo governo nas negociações de diferentes carreiras do Executivo. Segundo Oton Pereira, as paralisações dos funcionários não ocorreram de forma conjunta e as decisões de reajustes e recomposição foram tomadas em datas diferentes com índices e benefícios diferentes. "Foi a política equivocada do governo tentando dividir os servidores para não ter uma greve unificada, a causa da discrepância. Essa era a estratégia de dividir os funcionários, concedendo reajustes diferenciados. Não tenho nada contra servidor ganhar bem, mas existem servidores ganhando mal."
A divulgação dos contracheques revelando a discrepância entre profissionais com a mesma formação e o limite orçamentário traçado pelo governo de austeridade da presidente Dilma Rousseff pode levar os servidores a estabelecer uma agenda unificada de pleitos junto ao Executivo. "Os que tiveram aumento, recomposições, não têm que ficar congelados por isso, também. A solução para ter uma política de recursos humanos passa pela unificação dos servidores. Trabalhar com o 1º de Maio como data base, concentrar as negociações e parar com a pulverização de plano de carreiras. Não faz sentido um contador do Ministério da Saúde ter salário diferente de um contador do Ministério da Ciência e Tecnologia", diz Pereira.
Três Poderes
O Ministério do Planejamento, que centraliza o controle de gastos do Executivo com pessoal, aponta o cargo de delegado da Polícia Federal como o que recebe o maior salário: R$ 19,7 mil. Já o menor contracheque é concedido a ocupante de cargo de nível auxiliar integrante do plano de classificação de cargos: R$ 1,1 mil.
A assessoria do ministério explica ainda que a remuneração média do Executivo é a mais baixa dos Três Poderes. De acordo com a assessoria, o servidor do Executivo ganha em média R$ 5,9 mil; o do Judiciário recebe R$ 10,4 mil; o do Legislativo, R$ 15,1 mil; e o do Ministério Público da União, R$ 17,2 mil.
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(*) Título de música. Caetano Veloso.
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''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''
SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS
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O carioca está com a inflação mais alta entre 11 regiões metropolitanas, segundo o IBGE. Pelo índice oficial (o IPCA), o custo de vida no Rio subiu no ano, até junho, 3,16%, bem acima dos 2,32% no país. Em 12 meses, o salto foi de 5,81%, contra 4,92% no país. Alimentos, habitação e transporte estão entre os itens que mais pressionam o bolso de quem mora no Rio. Segundo especialistas, além da economia local mais aquecida, que puxa preços de serviços, valores cobrados na compra e aluguel de imóveis, e refeições fora de casa, já sofrem o impacto de grandes eventos, como Rio+20, Copa e Olimpíadas. (Págs. 1 e 17)
Em mais uma tentativa de combater o desaquecimento da economia brasileira, o governo vai liberar na próxima semana um lote recorde de 2,46 milhões de restituições de Imposto de Renda.
A medida vai injetar no bolso dos contribuintes, neste segundo semestre, mais R$ 2,6 bilhões, que poderão ser usados tanto para aquecer o consumo como para pagamento de dívidas.(Págs. 1 e Mercado B1)
O choque confirma a previsão de turbulência nas relações entre o presidente islamita e os militares. A Irmandade Muçulmana manteve a convocação dos parlamentares para a realização de sessão hoje. (Págs. 1 e Mundo A8)
“Há equilíbrio na balança comercial, mas muito a fazer em relação à integração política, cultural e até mesmo econômica.” (Págs. 1 e Mundo A9)
Outros 24 não quiseram responder e nenhum admitiu votar pela absolvição. Ainda assim, o desfecho do julgamento é incerto, porque o voto é secreto. (Págs. 1 e Poder A4)
O custo da dívida da Espanha subiu para níveis considerados perigosos ontem, enquanto os ministros das Finanças de países europeus se reuniam para discutir novas medidas contra a crise. Títulos do Tesouro espanhol, com vencimento de dez anos, só encontraram compradores ao serem oferecidos com taxas de juros de 7%. Em Bruxelas, os representantes dos governos da zona do euro decidiram conceder um ano a mais para que a Espanha atinja a meta de redução do déficit das contas públicas. Segundo um dos participantes do encontro, o governo espanhol poderá encerrar o ano com déficit de até 6,3% do PIB. A meta anterior era de 5,3%. Em troca, a Espanha deverá anunciar um pacote de aumento de impostos e corte de gastos e benefícios sociais de € 30 bilhões. (Págs. 1 e Economia B1 e B3)
€ 10 bilhões
É o tamanho do corte de gastos que a Espanha deverá realizar em 2012.
Gilson Dipp
Integrante da Comissão da Verdade
"Não tínhamos noção de que o Arquivo Nacional guardasse essas imagens".
Favorito para liderar a Líbia adota tom cauteloso
Mahmud Jibril, da Aliança das Forças Nacionais, disse que a eleição deve servir para unir o país em torno de projeto de reconciliação, informa o enviado especial Andrei Netto. (Págs. 1 e Internacional A8)
Análise: Gilles Lapouge
Após Primavera, países adotam rumos diferentes. (Págs. 1 e Internacional A8)
O governador Eduardo Campos não quer briga com Dilma Rousseff ou com Lula, só que não renuncia à sua autonomia político-partidária. (Págs. 1 e Nacional A6)
Enquanto o sistema bancário-financeiro não recuperar a credibilidade não haverá hipótese de recuperação econômica sustentável. (Págs. 1 e Economia B4)
Os investimentos no Brasil não são apenas inferiores às necessidades do País. São mal aplicados. (Págs. 1 e A3)
Totalmente no escuro em relação às condições que o governo imporá para atender essa demanda, dezenas delas, incluindo estatais, já protocolaram pedidos de prorrogação na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A maioria dos contratos termina na primeira semana de julho de 2015 e a legislação exige manifestação formal de interesse na prorrogação a 36 meses do vencimento. (Págs. 1 e B1)
A aceleração do licenciamento ambiental para petróleo e gás está diretamente associada às mudanças promovidas pelo Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural, que simplificou os procedimentos, explica o presidente do Ibama, Volney Zanardi. (Págs. 1 e A14)
"Precisamos de alguém que pense somente no Brasil", explicou a presidente global da GE Iluminação, Maryrose Sylvester. Ferrari terá ainda sob sua responsabilidade o desenvolvimento do projeto da nova fábrica de lâmpadas da multinacional no país. Uma das apostas da empresa são os investimentos em infraestrutura para a Copa e a Olimpíada. (Págs. 1 e B6)
Amostras de alimentos foram embarcadas em avião espacial que voa a 8.500 metros para testar o comportamento da espuma em gravidade zero. Essa pesquisa pode ajudar a aperfeiçoar a espuma de um cappuccino, de um sorvete ou até reduzir o uso de sal e açúcar. "Queremos fazer a bolha de ar quase perfeita", disse Cécile Gehin-Delval, cientista da multinacional. (Págs. 1 e B6)
O motivo do rompimento é a intervenção determinada pelo prefeito de São Paulo no diretório de Belo Horizonte, para forçar o apoio ao candidato do PT a prefeito, o ex-ministro Patrus Ananias, depois de o diretório local ter aprovado em convenção adesão à campanha do prefeito Márcio Lacerda (PSB) à reeleição. Para a senadora, foi um ato "truculento e autoritário". (Págs. 1 e A5)
Pelas decisões do Conselho Europeu, a conclusão lógica é que a crise do euro não será resolvida em menos de 20 anos. (Págs. 1 e A15)
Yoshiaki Nakano
Os problemas centrais da economia brasileira, particularmente graves neste momento, estão do lado da oferta. (Págs. 1 e A15)