A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
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quinta-feira, abril 11, 2013
XÔ! ESTRESSE [In:] CORNUCÓPIA (fartura de inflação)
MEIA-VOLTA? "VOU VER!''
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Meia-volta: Senado aprova a 'desaposentadoria'
O Senado aprovou ontem projeto que permite a renúncia da aposentadoria do INSS para a correção do valor, quando o contribuinte volta a trabalhar. Ainda vai à Câmara.
Benefício vitaminado
Senado aprova projeto que prevê renúncia de aposentadoria do INSS para correção de valor
"desaposentadoria"
BRASÍLIA
A proposta é do senador Paulo Paim (PT-RS). A chamada "desaposentadoria", nome informal da medida, já é assegurada aos servidores públicos, mas, segundo Paim, a alteração da lei que trata dos Planos de Benefícios da Previdência Social oferece "tratamento mais igualitário" aos trabalhadores da iniciativa privada. Atualmente, há milhares de ações judiciais em andamento para assegurar o direito à correção do benefício previdenciário.
Apreciado em caráter terminativo na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), o texto seguirá para a Câmara caso não seja apresentado recurso para votação no plenário do Senado.
Um conjunto de ações de trabalhadores aguarda julgamento da "desaposentadoria" no plenário da Suprema Corte. O relator no STF, ministro Marco Aurélio Mello, já emitiu voto favorável à proposta.
De acordo com o texto do senador petista, qualquer trabalhador que já esteja aposentado pelo INSS e volte a trabalhar, começando uma nova contribuição, pode pedir a "desaposentadoria" para aumentar seu benefício. A opção pode ser feita a qualquer momento, e, segundo o autor da medida, o recálculo pode acontecer "no mesmo dia" da renúncia ao valor anterior. Para o recálculo, serão levadas em consideração nova contagem do tempo de contribuição, a idade do trabalhador e a expectativa de vida do beneficiado - os três elementos usados para o cálculo do fator previdenciário, mecanismo que tenta retardar aposentadorias precoces.
PREOCUPAÇÃO COM EQUILÍBRIO DAS CONTAS
O projeto foi apresentado por Paim em 2010. O senador disse que desconhece estimativas precisas do impacto que a "desaposentadoria" poderá provocar nos cofres públicos, mas afirma que o governo "já estaria preparado" para aceitar a medida, pois a Justiça nos estados vem decidindo favoravelmente àqueles que requerem a "desaposentadoria", e o mecanismo já existe para os servidores públicos.
- A Previdência está tão bem que o governo está desonerando a folha de pagamento para todo mundo. Já foram R$ 100 bilhões nisso. Se pode desonerar, pode também permitir que o trabalhador que paga religiosamente sua contribuição peça uma revisão do benefício. Com mais anos de contribuição, idade mais avançada e a diminuição da expectativa de vida, ajuda no fator previdenciário para que a aposentadoria seja maior (a partir do recálculo) - afirmou o senador.
O senador Paulo Davim (PV-RN) apresentou substitutivo ao projeto, acrescentando que o trabalhador não terá de devolver a aposentadoria que já recebeu quando pedir o recálculo. O relator, porém, em interpretação diferente da do autor do projeto, afirma que o trabalhador só poderá receber o novo benefício quando se aposentar novamente.
O senador Humberto Costa (PT-PE) considera a mudança justa, mas faz uma ponderação:
- Resta saber se, do ponto de vista do equilíbrio previdenciário, não irá afetar fortemente.
O trabalhador da iniciativa privada tem direito à aposentadoria por tempo de contribuição ao INSS. No caso dos homens, é preciso contribuir por 35 anos. No caso da mulher, são 30 anos. Nesse tipo de aposentadoria se aplica o fator previdenciário, o redutor do benefício. Com o fator, a idade média dessas aposentadorias tem sido de 55 anos (homens) e 52 anos (mulheres). Se o trabalhador não atingir o tempo mínimo de contribuição ao INSS (30 e 35 anos), pode se aposentar por idade: homens aos 65 anos; mulheres aos 60. Mas é preciso ter contribuído por, pelo menos, 15 anos.
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DIREITA, VOU VER!*
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A falta que nos faz uma boa direita
:: Carlos Alberto Sardenberg
Vou falar francamente: uma Thatcher, hoje, seria perfeita para o Brasil. Mas uma Thatcher em grande estilo: líder de partido, ganhando eleições com uma agenda liberal. Seria bom até para modernizar a cultura esquerdista amplamente dominante no país. Isso aconteceu na Inglaterra e, nos 80 e 90, em boa parte do mundo, inclusive no Brasil. Precisava acontecer de novo.
A longa administração conservadora de Margaret Thatcher fez o trabalho, digamos, sujo de demitir funcionários excedentes, cortar gastos públicos, controlar o poder dos sindicatos de empresas estatais (e depois privatizá-las), além de desregulamentar a economia, reformar a legislação trabalhista e reduzir a pesada burocracia do Estado.
Depois de um início custoso, com greves e desemprego em alta, funcionou. Com investimentos privados, o país voltou a crescer e gerar emprego e renda. Não por acaso, Thatcher ganhou três eleições seguidas.
Quando veio o desgaste até normal da administração conservadora, o serviço principal estava feito, a quebra do imenso, custoso e já ineficiente Estado do Bem-Estar. Aí veio Tony Blair com a suave conversa do "Novo trabalhismo": retomada dos investimentos públicos em educação, saúde e segurança, mas em uma economia livre, aberta e competitiva.
Os eleitores foram trocando, conforme a ocasião. Elegeram o Partido Trabalhista no pós-guerra, que instalou o Estado do Bem-Estar, depois fartaram-se dos excessos desse modelo, que estatizava tudo de grande que via pela frente, como disse Churchill, e finalmente entregaram o poder para Thatcher desmontar tudo. E aí devolveram o governo à esquerda, mas uma esquerda reeducada.
Já entre nós, quando o eleitorado comprou a ideia de que era preciso desmontar o Estado excessivo e abrir a economia, porque só produzíamos carroças protegidas, acabou elegendo Fernando Collor, cuja agenda correta para o momento não resistiu ao caixa de PC. E terminou que a agenda liberal caiu no colo de Fernando Henrique.
FHC não liderou um movimento dentro de seu partido e junto aos aliados para construir uma agenda comum de reformas. Para dizer francamente, pelo menos no começo, foi tudo no vai da valsa. As trapalhadas seguidas de Itamar Franco acabaram jogando o Ministério da Fazenda no colo de FHC.
Aí valeram a sabedoria e aguda percepção política do professor, que definiu logo o inimigo imediato - a superinflação - e escalou a equipe certa para atacá-lo.
Então, foi na sequência: para consolidar o combate à inflação, era preciso controlar o déficit das contas públicas, para o que eram necessárias as reformas, incluídas as privatizações. A agenda liberal se impôs no calor dos acontecimentos.
Daí as dificuldades de implementação. Não foi como na Inglaterra, com propostas bem definidas.. Aqui, FHC, vindo da esquerda, eleito com base nas novíssimas notas de um real, precisou construir essa agenda momento a momento. Excetuada a equipe econômica, quase ninguém entre seus colaboradores e seguidores estava preparado para a missão. Tratava-se de uma elite intelectual criada nas ideias socialistas e social-democratas, que viu ruir o Muro de Berlim e alcançou o poder em um mundo em que só existia capitalismo - e numa fase de liberalismo à americana ou "thatcherista".
Além dessa turma, havia os velhos políticos, todos acostumados a viver em torno do Estado, fonte de nomeações, privilégios e bons negócios.
Visto assim, a gente até se espanta de ver quanto o governo FHC avançou na agenda modernizadora.
Mas, é claro, não terminou o serviço. E parte desse serviço, eis outra peça do destino, ficou para o governo Lula. É a origem de nossos problemas atuais, o eleitorado se cansou de uma agenda liberal antes que ela tivesse sido completada. E elegeu um governo propondo mudar tudo para a esquerda, mas topando com os entraves causados justamente pela não conclusão da agenda liberal.
Daí o Lula do primeiro mandato. Manteve as bases macroeconômicas de FHC e ainda avançou em reformas micro claramente liberais e pró-negócios, sem reestatizações. De certo modo, os dois governos acabaram bem parecidos: construir alianças a meio do caminho para implementar reformas difíceis.
Depois, mais seguro, Lula parou com as reformas e começou a voltar para a agenda da velha esquerda estatizante, movimento agora claramente tomado pela presidente Dilma - e com os velhos políticos Estado-dependentes.
Tudo considerado, eis o que sempre nos faltou: uma boa direita, moderna, capaz de ganhar uma eleição com uma agenda liberal e implementá-la rigorosamente. E depois abrir espaço para uma boa esquerda, também moderna, que se eleja para fazer o seu serviço, que é gastar com educação, saúde e segurança. Mas gastar com eficiência e sem atrapalhar a economia privada.
--- (*) Volver! --- |
A INFLAÇÃO DO GOVERNO DILMA: OUVIDOS MOUCOS
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País precisa ser convencido de que a inflação cairá
A inflação acumulada em doze meses, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 6,59%, ultrapassou em março o teto da meta definida pelo governo em 0,9 ponto percentual.
Há razões pontuais para a alta, como a expressiva variação nos preços de alguns alimentos, especialmente verduras, com ciclo curto de produção, o que leva as autoridades econômicas a acreditar que no segundo semestre os índices recuarão. No entanto, mesmo se considerando essas pressões pontuais, é inegável que a inflação mudou de patamar nos dois últimos anos. O próprio presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reconheceu tal fenômeno, preocupante para um país que teve tantas dificuldades no passado para vencer uma inflação aguda e crônica.
Até mesmo em função desse passado de inflação galopante, a economia brasileira criou defesas para poder sobreviver em ambientes de instabilidade. Tais defesas acabaram também se transformando em fontes de realimentação do processo inflacionário, constituindo-se muitas vezes em obstáculos ao recuo dos índices de preços. Prova disso é a indexação sobre tarifas de serviços públicos e transportes, as datas anuais de dissídio coletivo, os aumentos reais de salário mínimo assegurados por lei. A reposição da inflação passada para tais tarifas, preços e salários se tornou uma rotina, até com dia marcado no calendário.
Para compensar a inflação previamente contratada, a parcela da economia que funciona com preços realmente livres precisa obter ganhos de produtividade expressivos e contínuos, o que é uma tarefa hercúlea, pois há uma sucessão de fatores alheios à cadeia produtiva que apontam no sentido contrário, formando uma coleção de ineficiências.
Assim, o combate à inflação precisa ser travado em várias frentes.
Envolve esforços para superação das ineficiências, além de iniciativas concretas que possam convencer não só os agentes econômicos, mas a sociedade como um todo, que a inflação pode ser vencida.
No momento, a percepção dos agentes econômicos e da sociedade é inversa: a batalha das expectativas estaria sendo perdida. Todos os prognósticos, até do BC, preveem índices de inflação acima do centro da meta este ano e em 2014, o que contribui para que a profecia se realize. É nesse sentido que a questão da taxa de juros voltou a merecer mais atenção. Os juros no Brasil continuam mais elevados que na maior parte da economia mundial? Sim, mas a leitura que se faz da política monetária hoje é que a ação das autoridades não é restritiva à alta de preços. Não faz com que os agentes econômicos acreditem que a inflação entrará em trajetória de queda.
A política monetária sozinha não pode vencer a inflação sem afetar bruscamente o ritmo de atividade econômica. Mas pode dar uma contribuição para fazê-la recuar em direção ao centro da meta (4,5%), que não chega a ser um desafio monumental.
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A INFLAÇÃO DO GOVERNO DILMA/MANTEGA
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Pressão no bolso: Inflação passa teto da meta e juro pode subir
Alimentos, etanol e empregado doméstico puxam reajuste de preços em março.
Em 12 meses, taxa oficial fica em 6,59%, e mercado aposta em alta da Selic na semana que vem.
Em março, o custo de vida subiu 0,47%, puxado pela alta de alimentos. Ficaram mais caros cebola, tomate, açaí, cenoura, feijão-carioca e batata-inglesa. Devido ao aumento do salário mínimo, o item empregado doméstico passou de 1,12% para 1,53%, na maior contribuição para o índice. Em 12 meses, o tomate subiu 122%. O custo de vida furou o teto da meta (6,5%) pela primeira vez desde novembro de 2011. Para os mais pobres, que ganham até cinco salários mínimos, a taxa foi ainda maior: 7,22%. O mercado aposta em alta de juros já na semana que vem.
Acima da meta
Inflação pelo IPCA sobe 0,47% em março, abaixo das previsões. Mas, em 12 meses, supera 6,5%
Clarice Spitz, Eliane Oliveira e Martha Beck
A inflação deu uma leve trégua em março. O IBGE informou ontem que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, usado nas metas de inflação do governo) ficou em 0,47%, abaixo do 0,60% registrado em fevereiro e inferior às projeções dos analistas do mercado, que previam uma alta de 0,50%. Mesmo assim, pela primeira vez desde novembro de 2011, o IPCA acumulado em 12 meses estourou o teto da meta de inflação perseguido pelo governo. O índice subiu 6,59% nesta conta - a meta de inflação do governo para este ano é de 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos para baixo e para cima, ou seja, no limite, até 6,5%.
No mês passado, os alimentos subiram 1,14% e tiveram o maior impacto na inflação, respondendo por mais de metade do índice (0,28 ponto percentual). Em 12 meses, acumulam alta de 13,48%. O grupo serviços, cujos preços têm subido devido ao mercado de trabalho aquecido, também tem pressionado a inflação e já registra alta de 8,37% nos últimos 12 meses. Em março, a alta dos serviços foi de 0,26%. O custo do empregado doméstico, que em fevereiro subiu 1,12%, teve aceleração, para1,53% no mês passado. Foi o maior impacto individual do mês, correspondendo a 0,06 ponto percentual do IPCA. Também ajudou a puxar a inflação a alta do etanol, de 3,55%.
BC pode adiar alta da selic
Enquanto alguns economistas viram no ligeiro recuo da inflação em março um alento que pode fazer o Banco Central (BC) adiar para maio uma elevação na taxa básica de juros Selic, outros apontam que o IPCA apresenta ainda um grande número de itens com elevação de preços. Em março, 69% dos produtos pesquisados pelo IBGE subiram. Em fevereiro, este índice de difusão havia sido de 72,3%. Para o estrategista chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno, a inflação permanece em patamar ainda elevado.
- Já são três anos de inflação muito acima dos centro da meta, apesar das desonerações que temos visto. O brasileiro está voltando a internalizar um cenário de inflação mais elevada e isso leva a reajustes automáticos de preços e aumenta o esforço necessário para o Banco Central levar a inflação para o centro da meta. O BC tem de agir logo.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o governo não poupará esforços para combater a inflação. O recado foi dado pouco depois da divulgação do IPCA.
- Não pouparemos medidas para conter a inflação e impedir que ela se propague. Estamos atentos à inflação. Ela é prejudicial à economia brasileira. É prejudicial aos trabalhadores que pagam o produto mais caro, e aos empresários, que têm dificuldades em calcular custos e realizar os seus projetos - disse o ministro, após participar de reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI).
Perguntado se sua declaração estaria relacionada a uma elevação da taxa básica de juro pelo BC, desconversou:
- Não falo sobre juros. Os juros são da responsabilidade do Banco Central e, portanto, principalmente em véspera de Copom, o ministro da Fazenda não fala sobre isso.
Na mesma linha, o BC informou em nota que está observando o comportamento da inflação para decidir de que forma a política monetária será conduzida. Entre os elementos analisados estão não apenas o IPCA fechado, mas os núcleos de inflação e seu nível de disseminação pelos preços. A autoridade monetária não comentou o estouro do teto da meta de inflação provavelmente pela proximidade da reunião do Copom, que ocorrerá nos dias 16 e 17 de abril.
A perspectiva dos analistas é que o IPCA acumulado em 12 meses perca fôlego em abril e maio. Mas, em junho, o índice deve voltar a furar o teto da meta.
Empregado doméstico teve maior peso
No mercado financeiro, depois de as taxas futuras de juros terem recuado pela manhã, com o resultado do IPCA de março abaixo do esperado, esses contratos fecharam em alta. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho subiu para 7,28% ao ano, contra 7,25% registrados na terça-feira. O DI para janeiro de 2014 subiu de 7,86% para 7,89%, enquanto o de janeiro de 2015 foi de 8,46% para 8,47%. Pesou a avaliação de que a inflação continua disseminada. A taxa desses contratos indicam que o mercado está apostando numa alta de 0,25 ponto percentual da Selic na reunião do Copom.
As principais altas dos alimentos em março ficaram com a cebola, que avançou 21,43% frente a fevereiro e que já sobe 76,46% em 12 meses. O feijão carioca avançou 9,08% em relação a março, a batata inglesa e o tomate registram alta de 6,14% frente ao mês anterior. Em 12 meses, o tomate registra alta de 122,13%, a segunda maior variação entre os alimentos e só perde para a farinha de mandioca, que subiu 151,39% na mesma base de comparação.
Segundo Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índice de Preços do IBGE, ainda não é possível sentir de maneira clara o efeito da desoneração da cesta básica.
- Algum efeito houve, mas é difícil de captar de maneira clara.
Sobre a alta no custo do empregado doméstico, Eulina, do IBGE, afirma que este aumento não tem relação com os novos direitos conquistados pelas domésticas, mas é consequência do aumento do salário mínimo e da redução da oferta de mão de obra nessa categoria. Em 12 meses, os empregados domésticos acumulam a principal alta entre os itens não alimentícios da inflação: 12%.
Entre as pressões esperadas para abril estão os preços administrados, como o reajuste do metrô no Rio, a elevação de ônibus urbanos em Curitiba e o aumento da taxa de água e esgoto em Recife e Curitiba. Os remédios, que tiveram reajuste em abril, também devem impactar o índice. Mas, segundo técnicos da equipe econômica, o cenário futuro é positivo. Isso porque, apesar de o IPCA estar acima de 6,5% no resultado fechado em 12 meses, o índice mensal está caindo. Além disso, os alimentos, considerados o atual vilão da inflação, devem ter uma queda de preços a partir dos próximos meses com a entrada de uma safra recorde no mercado.
Mesmo assim, o governo avalia que não dá para brincar com inflação e, por isso, medidas de combate à alta de preços sempre estão no radar. Além dos juros, fazem parte do arsenal reduções de impostos. Outra ajuda poderia vir da política fiscal por meio de um corte maior no Orçamento para segurar os gastos públicos.
Especialistas ouvidos pelo GLOBO não creem que o Copom elevará os juros na semana que vem. O resultado do IPCA de março mostrou que o índice está desacelerando e tem menor dispersão. Segundo o economista-chefe do ABC Brasil, Luís Otávio Leal, as projeções indicam que o IPCA de abril ficará em torno de 0,4%, trazendo o índice para a meta fixada para o ano:
- O número de abril foi importante pelo lado da dispersão. A inflação está menos disseminada.
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QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?
SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS
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Em 12 meses, taxa oficial fica em 6,59%, e mercado aposta em alta da Selic na semana que vem.
Em março, o custo de vida subiu 0,47%, puxado pela alta de alimentos. Ficaram mais caros cebola, tomate, açaí, cenoura, feijão-carioca e batata-inglesa. Devido ao aumento do salário mínimo, o item empregado doméstico passou de 1,12% para 1,53%, na maior contribuição para o índice. Em 12 meses, o tomate subiu 122%. O custo de vida furou o teto da meta (6,5%) pela primeira vez desde novembro de 2011. Para os mais pobres, que ganham até cinco salários mínimos, a taxa foi ainda maior: 7,22%. O mercado aposta em alta de juros já na semana que vem. (Págs. 1 e 19 e 20, Míriam Leitão e Editorial “País precisa ser convencido de que a inflação cairá”)
A inflação acumulada em 12 meses medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 6,59% em março, a maior desde novembro de 2011, e superou o teto da meta do governo (6,5%). O indicador, divulgado ontem pelo IBGE, faz aumentar a pressão de economistas e do mercado por uma resposta do Banco Central, com a elevação da taxa básica de juros, atualmente em 7,25%. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) está marcada para a semana que vem. Apesar disso, a alta de preços recuou em março, ficando em 0,47%, em relação a fevereiro (0,60%). Os alimentos foram os principais responsáveis pelo estouro da meta, respondendo por cerca de 50% da inflação em 12 meses. O índice também foi puxado pelo setor de serviços, que, com alta de 8,37%, tem quatro itens entre os dez de maior impacto: refeição fora de casa, aluguel residencial, cursos regulares e lanches fora de casa. No primeiro trimestre, só investimentos arrojados superaram a inflação. (Págs. 1 e Economia B1 a B5)
Análises
Celso Ming: Teto perfurado
Está claro que a terapia de panos quentes não funcionou. Segurar a inflação com desonerações tributárias e com adiamento de remarcações criou mais distorções do que controle. (Págs. 1 e B2)
José Paulo Kupfer: Viés político
A decisão do Copom, na próxima semana, está marcada por nítido viés político. Uma pequena alta da Selic é menos improvável do que a real marcha da inflação faria supor. (Págs. 1 e B4)
O projeto do PT era continuísta e buscava fortalecer apenas a si mesmo, golpeando, assim, as possibilidades de alternância de poder. (Págs. 1 e Espaço Aberto A2)
Nós não aprendemos a andar; isso faz parte de uma sequência de eventos que ocorrem de modo semelhante nos seres vivos de uma espécie. (Págs. 1 e Vida A22)
Caiu o risco de um choque nuclear entre Rússia e EUA, mas ainda há o cuidado para se cruzar a rua. E aí aparece Kim Jong-un e sua carrocinha. (Págs. 1 e Caderno 2, D10)
É chocante a despudorada voracidade com que se comportam certos “ministeriáveis”. (Págs. 1 e A3)
Inconformados, familiares, amigos e vizinhos acompanharam o enterro de Isaque Nilton Alves Boschini. Casado, pai de uma menina de 7 anos, o designer gráfico viu quando quatro viciados acendiam pedras de crack na porta do edifício onde morava no Guará 2. Ameaçou chamar a polícia e acabou assassinado a socos e pontapés. Da janela, a mulher dele assistiu a tudo impotente. Jean Carlos Nascimento, 18, e o ex-lutador de muay thai e kickboxing Moisés Maciel Pinto, 41, apontado como o principal agressor, foram presos pela polícia. (Págs. 1, 21 e 22)
As decisões judiciais foram, até aqui, favoráveis aos chineses. Nos dois casos, a Justiça ainda não viu provas inequívocas de violação de direitos de marca, patente ou desenho industrial. No início do mês, a Honda teve mais uma vez rejeitada sua tentativa de impedir a Shineray de vender as duas motos acusadas de plágio. (Págs. 1 e B11)
Para economistas consultados pelo Valor, a combinação de fatores que explica a inflação de março reforça a expectativa de que o Banco Central eleve os juros em breve, mas também dá certa folga para que a alta possa ser adiada até maio ou até evitada, se os dados de abril forem muito melhores. (Págs. 1 e A5)
Uma característica nova no financiamento é que parte do dinheiro deve ser repassada para os franqueados, para construção e modernização de lojas, em condições semelhantes às que o banco empresta para micro, pequenas e médias empresas — TJLP (hoje de 5% ao ano) mais 0,9% ao ano, além do spread de risco. Como o Boticário é bem avaliado, segundo Ana Costa, do BNDES, o spread é baixo. Com isso, os franqueados terão acesso a recursos mais baratos do que conseguiriam nos bancos comerciais. (Págs.1 e B1)
A Vale teve uma boa notícia ontem: conseguiu no Supremo Tribunal Federal (STF) manter liminar que suspendia cobrança fiscal de RS 31 bilhões. Na prática, a Fazenda Nacional não pode executar o débito antes de o Judiciário decidir se a mineradora deve recolher Imposto de Renda e CSLL sobre lucros obtidos no exterior. A decisão foi unânime. (Págs. 1, B11 e E1)
Apesar de anos de cortes orçamentários e de uma profunda reestruturação do setor bancário, a tarefa da Espanha está “incompleta”, disse o relatório. Para a CE, “mesmo as reformas já adotadas nem sempre tiveram efeito completo, devido a atrasos na implementação”. A capacidade de ajuste da economia “continua insatisfatória, com o ônus pesando muito sobre o emprego”. (Págs. 1 e A9)
Sem dólares para importar automóveis ou comprar peças para montá-los no país, as empresas viram desabar sua produção nos últimos anos e as filas nas concessionárias duram de seis a oito meses. As dificuldades iniciaram em 2008, quando os dólares, cujo câmbio é controlado no país, começaram a faltar no mercado. E se agravou em 2009, quando a crise econômica internacional derrubou o preço do petróleo, que representa 96% das exportações venezuelanas, e afetou economia local. Naquele ano, o barril recuou para um preço médio de US$ 61,80 e o PIB caiu 3,2%. (Págs. 1 e A8)
Governo já aceita duas alíquotas interestaduais para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, de 4% e 7%. (Págs. 1 e A2)
Mário Mesquita
Mudança no discurso das autoridades é um primeiro passo no combate à inflação, mas insuficiente e reversível. (Págs. 1 e A11)
O índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial do país, teve aumento de 0,47% em março. O resultado ficou abaixo dos de fevereiro (0,60%) e de janeiro (0,86%), mas não evitou que no acumulado em 12 meses o indicador atingisse 6,59%, superando o teto da meta estipulado pelo governo (6,5%). A última vez que isso aconteceu foi em novembro de 2011.
Apesar da desaceleração, especialistas acreditam que já possa haver elevação da taxa básica de juro (Selic) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, em 16 e 17 deste mês. A dificuldade de domar o dragão se deve sobretudo à disparada de preços dos alimentos, responsável por 60% do IPCA do mês passado. A maior alta foi a da cebola, que ficou 21,43% mais cara do que em fevereiro. (Págs. 1, 11 a 13)
No sul do Brasil, o número de mulheres que bebem pelo menos uma vez por semana aumentou 52% em seis anos. (Págs. 1 e 36)