PENSAR "GRANDE":

***************************************************
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
***************************************************


“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

----

''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

=========
# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
1Radio 1455824919 nhm...

valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

***

quinta-feira, abril 26, 2012

XÔ! ESTRESSE [In:] MEU ''CACHO''


..

















-------------------

SÃO PAULO/DROGAS [In:] ''CRACK''-RURAL

...


Os Crackcanavieiros

...



O post da terça feira retrasada sobre o documentário na Cracolândia rendeu um e-mail de leitor (que a pedido não identifico) me chamando a atenção para um problema que eu não tinha conhecimento, pesquisei sobre e que é ainda mais sério: os "crackcanavieiros".

Resumindo a história: trata-se do consumo alarmante de crack pelos cortadores de cana, em especial em São Paulo, com o objetivo de aumentar a produtividade e, em um primeiro momento, tornar menos extenuante o trabalho de corte. Pior: muitas vezes o vício em crack é estimulado pelos próprios donos de usina.

A atividade de corte de cana é uma das mais extenuantes possíveis: 12 horas seguidas em pé com um facão, sob forte calor e com roupas que cobrem todo o corpo a fim de proteger dos golpes e da fuligem da queima do canavial - o que gera uma intensa perda de líquido e, muitas vezes, desidratação.

Ou seja, é uma atividade extremamente desgastante, exercida em São Paulo em sua maioria por migrantes nordestinos. Além disso, há uma produtividade mínima para que o pagamento possa ser efetuado aos cortadores, que pelas pesquisas que fiz é de 12 toneladas/dia de cana - e ainda com medições imprecisas: há estimativas que indicam que o corte real chega ao dobro disso para chegar a esta quantidade contabilizada 'oficialmente'.

Complementando o quadro, o corte manual da cana será inviabilizado a partir de 2014. Uma lei estadual paulista determina que não poderá haver mais queimadas, o que deixa a planta verde muito "dura" e difícil de ser cortada pelo facão - além da existência de animais peçonhentos que podem até matar os trabalhadores. Com isso a mecanização total será inevitável, o que irá gerar desemprego em massa.

Enquanto este momento não chega, os usineiros tratam de extrair o máximo que podem da capacidade laborativa dos bóias frias. Para isso estão incentivando o consumo da droga, que em um primeiro momento aumenta a produtividade - o cortador chega a trabalhar até 16 horas por dia.

Nas palavras do relato que recebi: “O crack é financiado pelo próprio usineiro. Isso existe mesmo. É interesse dele que o cara se acabe de trabalhar e fumar crack. O usineiro que não ajuda o cara a conseguir, faz vista grossa para a presença da droga dentre os seus cortadores. A pinga atrapalha o raciocínio, deixa o caboclo mole e indisposto até no dia seguinte. O crack faz o cidadão virar escravo muito mais rápido. Trabalha não pelo dinheiro para comprar comida e pinga, ou mandar para a família. Trabalha pela próxima pedra"

O leitor sabe que o crack causa dependência de forma fulminante, até tirar toda a dignidade da pessoa. Nos canaviais paulistas o trabalhador acaba sendo dispensado quando a dependência química inviabiliza seu trabalho. Muitas vezes neste momento ele tem dívidas com o usineiro e com o traficante de droga.

Isso gera uma outra questão. Os trabalhadores do corte da cana, como escrevi acima, são migrantes nordestinos, temporários. Chegam a representar 25% da população de pequenos municípios, utilizando os serviços públicos (especialmente saúde) mas não contabilizado na hora dos repasses estaduais e federais por não serem moradores fixos. Por outro lado, são uma fonte importante de dinamização do comércio local - que tende a ser afetado com o fim do corte manual, gerando desemprego.

Quando o corte mecanizado for implantado definitivamente tenderá a criar um problema sério para a economia dos municípios, que perderão o comércio gerado por estes migrantes. Por outro lado, a disposição dos usineiros é utilizar "até o bagaço" a capacidade destes cortadores, ainda que ao custo social de gerar uma legião de dependentes.

Note-se que normalmente o cortador de cana é uma pessoa de pouca instrução formal e que está sozinho em uma região onde não tem muitas vezes o apoio da família. Sugestionado com o conceito de que "quem fuma crack consegue trabalhar mais" acaba se utilizando da pedra sem ter muita ideia das consequências futuras.

Onde eu quero chegar? Que o consumo de crack, incentivado pela busca do lucro por parte dos usineiros, está gerando uma questão social e de saúde pública delicada: ou os dependentes procuram tratamento nas próprias cidades onde trabalham, sobrecarregando os serviços de saúde municipais sem estrutura para tal, ou são simplesmente mandados de volta como gado para suas cidades de origem - o Nordeste que cuide dos dependentes criados pelos usineiros paulistas.

Outro fator de impacto social é que os trabalhadores afetados pelo crack diminuem - quando não cessam - as remessas financeiras para suas famílias, o que gera impacto econômico em regiões distantes das enfocadas neste post.

Ou seja: ou os dependentes ficarão nas cidades paulistas, sem emprego e muitas vezes sem tratamento adequado, ou criarão uma pressão social sobre suas cidades de origem - para usar uma expressão forte, é uma "exportação da doença".

Além disso, o controle das relações trabalhistas nos canaviais, embora tenha melhorado devido à ação do Ministério do Trabalho, ainda é bastante tênue. Toda sorte de violações é cometida, em uma ocupação com condições bastante precárias e que, como exposto acima, tende a favorecer aqueles que detém o poder seja político, seja financeiro.

Outrossim, é importante também prever e estabelecer algum tipo de política a fim de mitigar os impactos econômicos e sociais do desemprego, não somente para as cidades de São Paulo e do Nordeste envolvidas como especialmente para estes trabalhadores.

Estou longe de esgotar o tema aqui, mas queria chamar a atenção dos leitores para um problema que já ocorre e que tende a gerar consequências absolutamente imprevisíveis do ponto de vista social no momento em que a colheita estiver mecanizada. Faz-se necessário algum tipo de política a fim de combater o consumo do crack nos canaviais e, depois, tratar dos já dependentes.
------------
-----

QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''


SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS


26 de abril de 2012
O Globo

Manchete: Lula vai a Dilma e acerta discurso único para CPI
No Alvorada, ex-presidente diz que investigação é chance para PT atacar opositores

No mesmo dia em que a CPI Mista do Cachoeira fez sua primeira reunião, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi a Brasília para um encontro com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Alvorada, com a preocupação de unificar o discurso oficial sobre a investigação. Durante cerca de quatro horas, os dois traçaram a estratégia de como o governo e o PT devem proceder durante os trabalhos da comissão. Uma das preocupações do ex-presidente é sepultar a ideia de que haja divergência entre ele e Dilma. Lula repetiu sua tese de que esta é uma oportunidade de atacar opositores que tanto trabalho lhe deram em sua gestão — ainda que seja preciso sacrificar alguns aliados, como o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. (Págs. 1, 3 a 13, Merval Pereira e editorial “As águas turvas de uma CPI imprevisível")


Preso diretor da Delta; dono deixa presidência
A Polícia Civil de Brasília prendeu ontem Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta no Centro-Oeste, que foi demitido do cargo após escutas da PF revelarem sua ligação com o grupo de Carlinhos Cachoeira. Minutos após a divulgação da prisão, o dono da empresa, Fernando Cavendish, anunciou seu afastamento da presidência. (Págs. 1, 4 e 10)
Ruralistas vencem no Código Florestal
O governo sofreu nova derrota, ontem, no Código Florestal, com a aprovação, na Câmara, do relatório que acaba com a obrigatoriedade de reflorestar margem de rios com mais de 15 metros de largura onde já havia áreas rurais consolidadas. Dilma deve vetar a mudança, por entender que ela anistia desmatadores. (Págs. 1 e 15)
Relator no STF apoia cotas para negros em universidade (Págs. 1 e 16)

Juro menor agora para casa própria
A Caixa Econômica Federal reduzirá em 21%, de 10% para 7,9% ao ano, os juros da casa própria. O Citibank também baixou a taxa. Bradesco, Santander e HSBC estão estudando reduções. (Págs. 1 e 25)
Reino Unido entra em recessão
No dia em que o Reino Unido anunciou recessão, o Banco Central Europeu e a chanceler alemã Angela Merkel defenderam mais crescimento para a Europa sair da crise. (Págs. 1 e 27)
Nacionalismo e populismo ameaçam
Para analistas ouvidos pelo GLOBO, ascensão de partidos nacionalistas radicais e populistas nos últimos anos atrapalhará a integração da Europa. (Págs. 1, 34 e Demétrio Magnoli)
China e chuvas fazem o lucro da Vale despencar (Págs. 1 e 31)

------------------------------------------------------------------------------------
Folha de S. Paulo

Manchete: Dilma é derrotada, e nova lei diminui proteção ambiental
Câmara aprova Código Florestal que agrada à bancada do agronegócio; presidente deve vetar

A Câmara dos Deputados aprovou, por 274 votos a 184, o texto que reforma o Código Florestal, impondo uma nova derrota ao governo. A decisão foi comemorada pela bancada ruralista. O projeto deve ser vetado por Dilma, em especial os artigos que beneficiam o agronegócio e reduzem a proteção a ecossistemas aquáticos. A dimensão do veto, porém, é incerta. A ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) disse que sua primeira avaliação é que “a segurança jurídica e o tão procurado equilíbrio entre ambiente e produção não foram alcançados”. Um dos pontos polêmicos é a proteção de rios. O projeto apoiado pelo governo previa reflorestamento de 100 metros a partir das margens. No novo texto, a obrigatoriedade é de 15 metros. Outras mudanças que desagradaram ao Planalto foram a retirada de proteção a matas em áreas urbanas e a exclusão de parte de manguezais da categoria de proteção permanente. (Págs. 1 e Poder A9)
Ex-diretor da Delta é preso, e dono se afasta da empreiteira
O ex-diretor da construtora Delta Cláudio Abreu foi preso sob a suspeita de integrar um esquema de propina no DF. A defesa de Abreu, um dos principais interlocutores de Carlos Cachoeira, não se manifestou. Fernando Cavendish, presidente e maior acionista da empreiteira, se licenciou. (Págs. 1 e Poder A4)

Painel: Relação com Demóstenes assusta ministros do Supremo. (Págs. 1 e A4)
Senado aprova venda de remédio em supermercado
O Senado aprovou medida provisória que libera a venda de remédios que não dependem de prescrição médica em supermercados e armazéns. O senador e ex-ministro da Saúde, Humberto Costa, disse que Dilma deve vetar o projeto. (Págs. 1 e Saúde C11)
Lucro da Vale tem queda de 40% no primeiro trimestre (Págs. 1 Mercado B8)

Chefe da Petrobras diz que embate com Argentina pode ser ‘caliente’ (Págs. 1 e Mundo A12)

Editoriais
Leia “Nas ruas e favelas”, sobre aumento de pessoas morando nas vias de SP, e “O desafio do ensino”, acerca da falta de docentes em escolas estaduais. (Págs. 1, Opinião A2)
Fotolegenda
Ao assistir a filme 3D com Dilma, Lula diz que eles estão em sintonia e que funcionam como um relógio suíço; os dois se sentaram perto do governador do DF, Agnelo Queiroz, investigado por envolvimento com Cachoeira. (Págs. 1 e Poder A10)
------------------------------------------------------------------------------------
O Estado de S. Paulo

Manchete: Ex-diretor da Delta e mais 3 são presos no caso Cachoeira
Outro executivo ligado à empreiteira também é procurado; dono da empresa teme ser detido

A Polícia Civil e o Ministério Público do Distrito Federal prenderam ontem Cláudio Abreu, ex-diretor da empreiteira Delta, alvo da CPI que investiga esquema liderado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira para desviar dinheiro público. A Justiça autorizou ainda a prisão do diretor da empreiteira em São Paulo, Heraldo Puccini Neto, mas ele não havia sido localizado pela polícia. Também foram presos o vereador Wesley Clayton da Silva (PMDB), vice-presidente da Câmara de Anápolis (GO), Dagmar Alves, da mesma cidade, e Valdir Reis, ex-assessor da Secretaria de Planejamento do governo do DF. O novo presidente da Delta, Carlos Alberto Verdini, foi ao Senado para entregar “documentos necessários” à CPI. Os advogados do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, temem que ele possa ser preso. (Págs.1, Nacional, A4, A6 e A8)
Com CPI instalada, PT quer ditar ritmo das investigações
Na primeira sessão da CPI do Cachoeira, os aliados do governo deixaram claro que o ritmo das investigações será ditado pelo PT. O partido também mostrou que não pretende dar espaço para a oposição, ao afastar logo a possibilidade de criação de sub-relatorias nas investigações. (Págs. 1, Nacional e A8)
Novo Código Florestal é aprovado sem anistia
Após 13 anos tramitando no Congresso, a Câmara dos Deputados aprovou ontem o texto-base do novo Código Florestal. Foram 274 votos a favor, 184 contrários e duas abstenções. O texto aprovado mantém a obrigatoriedade de recompor a margem de rios com até dez metros de largura com vegetação nativa. Essa é uma das principais polêmicas do novo código e a questão mais importante para os ruralistas. O texto seguirá para sanção da presidente Dilma Rousseff. Os ambientalistas consideraram o resultado desastroso. (Págs. 1, Vida e A24)

IZABELLA TEIXEIRA
MINISTRA DO MEIO AMBIENTE - “Vamos ter de resolver as questões pendentes na votação"

Caixa reduz juros para financiamento habitacional
A Caixa Econômica Federal anunciou nova redução dos juros, desta vez para financiamento habitacional. A mudança vai beneficiar quem contrair empréstimos a partir de 4 de maio. Para imóveis do Sistema Financeiro da Habitação, de até R$ 500 mil, os juros efetivos hoje são de 10% ao ano para o público geral. Agora, a taxa será de 9%. Por outro lado, dados do Banco Central indicam que a inadimplência das pessoas físicas caiu após 14 meses seguidos de alta. Esse recuo facilita a redução dos juros pelos bancos. (Págs. 1, Economia, B1 e B3)
Na estreia em CPIs, Collor faz barulho
O senador Collor, que há 20 anos foi afastado da Presidência após inquérito parlamentar, integra sua primeira CPI e já tentou convocar o procurador Roberto Gurgel. (Págs. 1, Nacional e A8)
Legislativo articula poder sobre Justiça
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou ontem proposta de emenda constitucional que permite ao Congresso sustar decisões do Poder Judiciário. (Págs. 1, Nacional e A9)
Até chavistas discutem Venezuela sem Chávez (Págs. 1, Internacional e A16)

Corruptos e corruptores
VERÍSSIMO

Com a banalização do grampo telefônico e da minicâmera escondida, temos todos os sórdidos detalhes e a orgia às claras. Temos o que enoja. (Págs. 1, Caderno 2 e D12)
Notas & Informações
A CPI que o Planalto quer

O relator escancarou a determinação da presidente de delimitar o foco da CPI à oposição. (Págs. 1 e A3)

------------------------------------------------------------------------------------
Correio Braziliense

Manchete: Caso Cachoeira leva mais gente para a cadeia
Operação deflagrada pelo Ministério Público do Distrito Federal pôs atrás das grades um dos principais alvos da CPI mista que começou a funcionar no Congresso Nacional: Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta Construções no Centro-Oeste. Ele é acusado de ser integrante do esquema criminoso chefiado pelo bicheiro Carlos Cachoeira. Heraldo Puccini, outro diretor da empreiteira, em São Paulo, também teve a prisão preventiva decretada, mas até a noite de ontem não havia sido localizado. Entre os detidos estão Valdir dos Reis, ex-servidor do GDF, o vice-presidente da Câmara Municipal de Anápolis, vereador Wesley Silva (PMDB), e o lobista Dagmar Alves Duarte. Diálogos captados pela PF evidenciam que o grupo tramava para abocanhar um contrato de R$ 60 milhões com DFTrans. (Págs. 1 e 2)

Mais nove na mira

PF relaciona altos executivos e funcionários da Delta Construções na lista de pessoas diretamente ligadas ao esquema de Cachoeira. (Págs. 1 e 3 )

Quem será ouvido?

Governistas e oposição travam batalha para decidir quem vai depor na CPI. Só no primeiro dia, foram apresentados 160 requerimentos. (Págs. 1 e 6)
Ruralistas e PMDB aprovam Código Florestal
Grande derrotado na votação de ontem na Câmara, o Palácio do Planalto ainda conseguiu restabelecer na lei as faixas de reflorestamento e deve vetar alguns artigos. Mas o maior triunfo foi dos produtores rurais, que, com o apoio de 71 peemedebistas, ratificaram o relatório do deputado Paulo Piau (PMDB-MG), por 274 a 184. (Págs. 1 e 8)
Cota racial tem primeiro voto no STF
Relator do processo que questiona a reserva de vagas para negros e pardos na UnB, o ministro Ricardo Lewandowski votou favoravelmente à manutenção do sistema. O julgamento será retomado hoje. (Págs. 1 e 12)
Caem os juros para a casa própria
Para financiamentos de imóveis até R$ 500 mil, a taxa na CEF foi reduzida a 9%, mas em alguns casos pode ficar ainda menor. (Págs. 1 e 14)
------------------------------------------------------------------------------------
Valor Econômico

Manchete: Mercado pune bancos por temor de inadimplência
Acossados de um lado pelo governo, que pressiona pela redução dos spreads, e, de outro, pelo aumento da inadimplência, os bancos brasileiros foram duramente castigados ontem na bolsa. Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil — os quatro maiores bancos do país listados na bolsa de valores — perderam R$ 13,4 bilhões em valor de mercado. A queda refletiu o temor dos investidores quanto à dimensão dos calotes que as instituições Financeiras terão de enfrentar, depois que os maiores bancos privados elevaram expressivamente suas provisões contra perdas.

Logo no início do dia, Alfredo Egydio Setúbal, vice-presidente do Itaú Unibanco, surpreendeu o mercado ao afirmar que, por causa da inadimplência, o banco deve registrar até o terceiro trimestre uma despesa com créditos duvidosos de pelo menos R$ 18,5 bilhões. É um pouco menos que os R$ 19,9 bilhões de perdas que o Itaú teve com os calotes em 2011. As ações do Itaú Unibanco tiveram a maior baixa — 5,88% — e o banco perdeu R$ 6,8 bilhões em valor de mercado. Para Setúbal, o pico da inadimplência ocorrerá em outubro. No trimestre, ela foi de 5,1%, para atrasos superiores a 90 dias. (Págs. 1 A3, C1 e C2)

US$ 4,8 bi em navios-sondas para Enseada
O Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP), projeto da Odebrecht, OAS e UTC, na Bahia, vai construir seis navios-sondas para a Sete Brasil, holding financeira dedicada a gerir portfólios de ativos na área de petróleo e gás. A carta de intenções já foi assinada e prevê uma encomenda no valor de US$ 4,8 bilhões. O Enseada acertou contrato de licenciamento com a companhia holandesa Gusto, que fornecerá o projeto das sondas. O Valor apurou que o estaleiro também está em fase adiantada de negociações com a empresa japonesa Kawasaki para tê-la como sócia estratégica.

A carta de intenções é um instrumento que permite à Sete Brasil e seus fornecedores anteciparem etapas até a assinatura do contrato firme de construção. No total, a Sete Brasil prevê contratar, em um primeiro momento, 28 sondas em estaleiros nacionais, um investimento total estimado em US$27 bilhões. (Págs. 1 e B5)
Atlântico Sul tem prejuízo de R$ 1,47 bi
O Estaleiro Atlântico Sul (EAS) teve prejuízo de R$ 1,47 bilhão no ano passado, que foi dividido entre os sócios Queiroz Galvão e Camargo Corrêa. O EAS tem uma carteira de R$ 12,5 bilhões em contratos para construir 22 petroleiros para a Transpetro e sete sondas de perfuração encomendadas pela Sete Brasil, que alugará os equipamentos à Petrobras.
Em seu balanço, o EAS informa que “enfrentou dificuldades técnicas e operacionais, incluindo o superdimensionamento e a falta de mão de obra qualificada para concluir o navio João Cândido e a plataforma P-55”. Em março de 2012, a dívida de curto prazo do estaleiro somava R$ 350 milhões e a de longo prazo, R$ 1,37 bilhão, sendo grande parte com o BNDES e o Fundo de Marinha Mercante. (Págs. 1 e B5)

Governo faz mais mudanças na diretoria da Petrobras
O governo demitiu ontem à noite três diretores da Petrobras, dentro do processo de reformulação iniciado em janeiro com a escolha de Maria das Graças Foster para comandar a estatal. Deixarão a empresa Paulo Roberto Costa, responsável pela área de abastecimento, que cuida do refino e comercialização de combustíveis, além da área petroquímica; Renato Duque, da área de serviços, responsável pela gestão das grandes obras da estatal, inclusive dos problemáticos estaleiros; e Jorge Zelada, da área internacional.
Os executivos deixarão os cargos amanhã, durante reunião do conselho de administração da estatal, presidido pelo ministro Guido Mantega. Até o fechamento desta edição não eram conhecidos os nomes de seus substitutos. (Págs. 1 e B8)
Genéricos feitos no Brasil vão ao mercado latino-americano
Depois de ganharem espaço no mercado brasileiro de genéricos com a aquisição de importantes laboratórios nacionais, a americana Pfizer e a francesa Sanofi-Aventis começam a exportar esses medicamentos produzidos no país para a América Latina. A marca Medley, da Sanofi, já está presente na Colômbia, México e Venezuela. A planeja seguir esse caminho com os genéricos produzidos pela Teuto.
“As exportações a partir do Brasil são investimento mais barato do que comprar uma fábrica nos países vizinhos para produzir genéricos”, explica Adilson Montaneira, diretor da Pfizer. A Sanofi aposta na demanda desses mercados. “O fenômeno da classe média não ocorre apenas no Brasil”, afirma Heraldo Marchezini, presidente da Sanofi-Aventis para a América Latina. (Págs. 1 e B9)
Elas ganham mais
Fotolegenda: Jéssica Clarissa Silva, funcionária da Tibério Construtora, em obra da empresa no centro de São Paulo: o salário médio de contratação de mulheres na construção civil já é de 6% maior que o dos homens. Elas são mais detalhistas e qualificadas para trabalhos especiais. (Págs. 1 e A4)
Bons lucros nos balanços americanos
Apesar de uma recessão na Europa e de um crescimento mais fraco na China, algumas grandes empresas industriais dos EUA estão divulgando resultados surpreendentemente fortes para o primeiro trimestre e expressando otimismo quanto ao resto do ano, em grande parte porque estão indo bem no mercado doméstico.
“Muitas das surpresas positivas de lucros estão na manufatura”, disse o economista Ed Yardeni. Ele acrescentou que as expectativas estavam baixas demais, em parte por causa de receios quanto à recessão europeia e à alta do petróleo. A economia americana “está mais firme este ano”, mesmo que não esteja a todo vapor, disse, e isso tem ajudado muitas empresas a continuar expandindo vendas e lucros. (Págs. 1 e B14)
Máquina de Vendas assume a rede Salfer
A Máquina de Vendas, formada em 2010 com a fusão das redes Insinuante e Ricardo Eletro — operação aprovada ontem pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) —, fechou acordo para assumir o controle da Salfer, varejista com 178 lojas no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Com o negócio, a Máquina se transforma na maior cadeia de varejo de eletroeletrônicos do Brasil em número de lojas — 1.078, acima das 944 unidades da Viavarejo (Ponto Frio e Casas Bahia). Além disso, passa a atuar em todos os Estados do país. Em termos de faturamento, o grupo deve se manter na terceira colocação. A meta é chegar neste ano a R$ 9 bilhões (já incluída a Salfer, cuja receita bruta é de cerca de R$ 700 milhões). Em 2011 as vendas somaram R$ 7,2 bilhões. (Págs. 1, B1 e B3)
Especial/Energia
Com 87% da matriz baseada em fontes renováveis e um dos custos mais baixos de geração, o Brasil convive com uma das tarifas de energia mais caras do mundo. “É essencial buscar soluções para melhorar a competitividade, sob pena de empresas investirem em outros países”, diz Paulo Pedrosa. (Págs. 1)
Corrida das patentes
Índice da Thomson Reuters sobre o registro de patentes mostra que os pedidos feitos no Brasil cresceram 64% entre 2001 e 2010. A Petrobras lidera o ranking no país. A China é a líder mundial, com 3 milhões de registros inovadores. (Págs. 1 e B2)
Gol espera recuperação gradual
Medidas adotadas pela Gol para reduzir custos e melhorar a rentabilidade devem apresentar resultados “nos próximos trimestres”, mas não se pode afastar a possibilidade de novo prejuízo neste ano, diz o presidente da empresa, Constantino Júnior. (Págs. 1 e B3)
Investimentos eólicos
A Brazil Wind, subsidiária da Brasil Energy para o segmento de energia eólica, planeja atingir um total de 850 megawatts (MW) instalados até 2020, com investimentos que devem ultrapassar os R$3 bilhões. (Págs. 1 e B11)
Vaca louca tem repercussão contida
Duas grandes redes varejistas da Coreia do Sul decidiram suspender a compra de carne bovina dos EUA devido à confirmação de um caso de vaca louca no país. Apesar disso, os principais países importadores descartaram suspender as compras. (Págs. 1 e B16)
Especial/Construção de Imagem
Crescimento e descentralização da economia brasileira aumentam as perspectivas de negócios para agências de comunicação de todo o país. Atividade também mostra grande crescimento no setor governamental, o que toma Brasília um mercado estratégico, diz Carlos Henrique Carvalho, da Abracom. (Pág. 1)
Ideias
Edison Carlos Fernandes

Cipoal tributário, agravado pela MP 563, dificulta o ingresso de investimento estrangeiro produtivo no país. (Págs. 1 e A14)

José Luis Oreiro

Atribuir à industrialização a culpa pela péssima distribuição de renda no país é, no mínimo, desconhecer a história do Brasil (Págs. 1 e A15)

------------------------------------------------------------------------------------
----------------------------------