PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

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terça-feira, dezembro 28, 2010

XÔ! ESTRESSE [In:] ''SE ALGUÉM PERGUNTAR POR MIM..." *

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Homenagem aos chargistas brasileiros.
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(*) DIZ QUE FUI POR AÍ. (Zé Keti).

Se alguém perguntar por mim
Diz que fui por aí
Levando um violão / debaixo do braço
Em qualquer esquina eu paro
Em qualquer botequim eu entro
E se houver motivo
É mais um samba que eu faço
Se quiserem saber / se volto diga que sim
Mas só depois que a saudade se afastar de mim
Só depois que a saudade se afastar de mim..."
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GOVERNO LULA [In:] NADA MUDOU NO ''É DANDO QUE SE RECEBE'' DOS GOVERNOS ANTERIORES

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O Governo Lula acomodou-se à desculpa da governabilidade

Valor Econômico - 28/12/2010

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerra oito anos de mandato com um saldo de inegáveis avanços nas áreas econômica e social, mas exibindo pífios resultados políticos. O Partido dos Trabalhadores vendeu a ideia de que sua ascensão ao poder seria o rompimento com a política tradicional, a transformação da política de negócios em política de valores. Oito anos e vários escândalos depois, o PT, embora ainda o mais orgânico do quadro partidário brasileiro, derrubou seu próprio mito de legenda imune à corrupção da política brasileira. O partido de Lula no poder não mudou a tradição venal da política do país e, por conveniência eleitoral ou alegadas questões de "governabilidade", sequer conseguiu mediar um debate sobre a profundidade das reformas necessárias no presidencialismo, e no sistema eleitoral e partidário brasileiros, para livrar o Brasil da triste sina histórica de política de compadrio e de clientela.

O chamado escândalo do "mensalão", em 2005, trouxe o PT para a planície. A crise política dele decorrente fincou os pés do partido na política tradicional. Se, nas eleições de 2002, a agremiação de Lula já incorporou o pragmatismo de alianças políticas excessivamente elásticas, que reuniam do PT a pequenos partidos de direita, em 2007 assumiu essa tática em toda a sua extensão, quando incorporou o PMDB à sua base de apoio. A eleição de Dilma Rousseff para cumprir o terceiro mandato petista, em outubro deste ano, oficializou a aliança com o PMDB como o caminho mais fácil para a governabilidade, levando o partido mais alinhado à política tradicional, de todo o quadro partidário brasileiro, à vice-presidência.

Na campanha eleitoral que elegeu a sucessora e candidata de Lula, as fartas demonstrações de afeto e consideração do presidente por figuras carimbadas da política privatizada pelos sistemas de poder estaduais não deixaram dúvidas de que o presidente não tem mais nenhum problema de convivência com a política tradicional. O presidente do Senado, José Sarney, foi guindado a "grande amigo e conselheiro" e "irmão de alma", em discurso de improviso feito por Lula no jantar que sacramentou a escolha dos cinco ministros do PMDB por Dilma Rousseff. O presidente também não poupou elogios ao senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), ex-presidente que sofreu impeachment em 1991, e ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que quase perdeu o mandato no Senado devido a supostas irregularidades cometidas com dinheiro público.

O PMDB que tão naturalmente subiu ao palanque de Dilma Rousseff estará agora oficialmente no governo petista, com o vice-presidente e ministros. Não existem mais incompatibilidades entre o PT e o PMDB, mas as exigências de "governabilidade".

É certo, Lula não foi o primeiro nem será o último presidente a ceder às exigências da camisa de força da política tradicional brasileira. Nos dois governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), DEM e PMDB tiveram um lugar especial na base de apoio governista. Os escândalos também não faltaram no período FHC. O flagrante de compra de votos para aprovação da emenda da reeleição foi o maior e o mais revelador da adesão incondicional do governo tucano à política de favores e trocas. José Sarney, primeiro presidente civil depois da ditadura militar (1964-1985), ganhou um ano a mais de mandato na Constituinte, fruto de uma forte cooptação dos partidários da política franciscana do "é dando que se recebe".

A política tradicional como mal inevitável, no entanto, é um fatalismo que apenas privilegia o status quo. O sistema eleitoral e partidário brasileiro tem problemas; o presidencialismo está eivado de contradições que dificultam a governabilidade. A solução para isso, todavia, não é o mero pragmatismo. Ceder à política tradicional pode evitar o isolamento e a queda de governos, mas está longe de ser uma solução profilática definitiva para a desacreditada política brasileira. O debate tem que ser colocado à mesa. E uma folgada maioria no Congresso, para ter alguma utilidade, tem que ser usada para aprovar mudanças profundas no corroído sistema político brasileiro. Lula sai devendo ao país alguma audácia nessa área. A reforma política não saiu da lista de boas intenções para entrar na de realizações do presidente mais popular da história do país.

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AINDA AS ELEIÇÕES 2010 [In:] DESINDUSTRIALIZAÇÃO REGIONAL ?

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A desindustrialização divide o país


Autor(es): André Franco Montoro Filho
Correio Braziliense - 28/12/2010

Ph. D em economia pela Universidade de Yale é professor titular da FEA/USP e presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco)

As questões relativas a um eventual processo de desindustrialização da economia brasileira e a necessidade de políticas públicas de proteção à indústria nacional têm uma dimensão popular muito mais ampla do que usualmente reconhecida. Essa amplitude fica clara ao se analisar, sob a ótica do estágio de industrialização, o mapa da distribuição de votos entre os estados federativos do segundo turno das ultimas eleições presidenciais.

Houve um ponto nos discursos dos candidatos à Presidência da República que a maioria dos analistas não enfatizou, mas que, no meu entender, a população privilegiou, que é a valorização do real frente ao dólar e o risco de que essa valorização cambial leve a uma desindustrialização da economia brasileira. É o perigo da destruição prematura de tradicionais setores industriais, na linha da conhecida doença holandesa. Com um câmbio muito valorizado, a indústria nacional não conseguiria competir com produtos importados, sejam eles americanos ou chineses. Essa preocupação, apesar de não ter coloração político-partidária, ficou evidente no discurso de Serra, mas não no de Dilma. Em verdade, ela é compartilhada por economistas de diversas formações, inclusive participantes do governo federal, mas especialmente os ligados à Unicamp, à FGV/SP e à Fiesp como Bresser Pereira, Luciano Coutinho, Guido Mantega e outros.

Olhando o mapa da distribuição de votos entre os estados, verifica-se que Serra venceu exatamente nos mais industrializados (São Paulo e estados da Região Sul), onde o câmbio valorizado apresenta-se como grande ameaça para a sobrevivência da indústria local, e nos estados exportadores do Centro-Oeste.

De sua parte, se o câmbio valorizado é problema para alguns, ele gera benefícios para outros, porque a valorização do câmbio aumenta o salário real do brasileiro. O poder de compra em relação aos bens que são cotados, direta ou indiretamente, em dólar, aumenta. Esses bens ficam, em reais, mais baratos, o que estimula o consumo. De alguma forma, Dilma e seu patrono, o presidente Lula, se identificaram com esse aumento do salário e o consequente aumento do consumo. O mapa da distribuição de votos mostra a vitória de Dilma no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e nos estados do Norte e Nordeste. São estados em que a ameaça de desindustrialização é menos presente, mas os benefícios do real forte para o aumento do consumo são claramente percebidos e usufruídos pela população.

E o futuro? Continuaremos com o agravamento dessa divisão ou existem caminhos, se não para resolver, ao menos para mitigar essa dicotomia? Em primeiro lugar, deve-se notar que as pressões para a desvalorização do dólar são globais, afetando quase todos os países, e devem permanecer nos próximos anos. Em segundo, o duplo e contraditório efeito dessa desvalorização, ou seja, o aumento do salário real e a perda de competitividade da produção industrial doméstica são partes da natureza do processo.

Sem ter a ilusão de resolver o conflito inevitável entre estados mais e menos industrializados, existem políticas públicas que podem atuar na direção de aumentar a competitividade da produção nacional sem ameaçar os ganhos salariais e de aumento do consumo das regiões menos industrializadas. Com essas políticas, torna-se possível, ao menos, reduzir os efeitos negativos da desvalorização do dólar sobre a indústria doméstica. Entre essas políticas, por surpreendente que possa parecer, se destaca a luta contra a burocracia.

De fato, o relatório Doing Business 2011, recentemente publicado pelo Banco Mundial, informa que ficou ainda mais difícil fazer negócios (honestos) no Brasil. Indica também que o Brasil é líder mundial na exigência de procedimentos administrativos e atos burocráticos. E essa burocracia é especialmente perversa na hora de pagar impostos e de abrir (e fechar) empresas. Essas dificuldades, muitas delas desnecessárias, além de adicionarem elevadas despesas para as empresas localizadas no Brasil, diminuem a agilidade das mesmas e reduzem sua competitividade. Para enfrentar o impacto negativo da desvalorização do dólar, o combate à burocracia pode vir a ser uma resposta criativa de defesa da indústria nacional. A desburocratização tem grande vantagem sobre outras possíveis medidas protecionistas: não gera custos financeiros para o governo.

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DILMA PRESIDENTE/LULA [In:] ''ACABOU, CHORARE'' (III)

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Instrumentos de Lula para o pós-mandato

"Não vou ser copiloto de Dilma", diz presidente


Autor(es): Paulo de Tarso Lyra | De Brasília
Valor Econômico - 28/12/2010

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva administrará sua atuação fora do cargo a partir de dois endereços. O primeiro, que terá sede provisória no antigo Instituto Cidadania, na zona sul de São Paulo, vai tratar da cooperação para o desenvolvimento da África, integração da América do Sul, combate à pobreza, novas matrizes energéticas e reforma política. O segundo, que ficará em São Bernardo do Campo e será vinculado à Universidade Federal do ABC, é um memorial interativo do seu governo, como os Museus da Língua Portuguesa e do Futebol.


Dilma Rousseff será a candidata de Lula nas eleições presidenciais de 2014. "Eu trabalho com a ideia fixa de que a nossa companheira Dilma será outra vez candidata a presidente da República do Brasil. É justo e é legítimo que quem está no exercício do mandato e está fazendo um bom governo continue", disse ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no último café da manhã com os jornalistas que fazem a cobertura do palácio do Planalto. A presidente eleita só não será candidata à reeleição, segundo ele, se não quiser. E nessa eventual nova campanha, prometeu o presidente, "eu não vou ser copiloto da Dilma".

Lula contou que durante uma solenidade de entrega de um prêmio, há poucos dias, o debate corrente era a sucessão de 2014. Algo que ele classificou como um desatino. "Você nem deu posse ainda [para a Dilma] e já está pensando em 2014! Quem está no governo precisa trabalhar com muito carinho para evitar que isso seja a tônica do mandato. Isso interessa a quem? Isso interessa a quem quer concorrer contra a Dilma", disse.

Lula considera que o Brasil tem todas as condições de prosseguir na rota do crescimento econômico e avalia que a presidente eleita está apta a ser condutora deste processo. Ele acha, inclusive, que a tarefa de Dilma será mais fácil do que foi a sua 2003. "Era novidade lidar com a imprensa, era novidade lidar com os ministros, era novidade conhecer o Palácio".

Hoje, ressalta, Dilma tem familiaridade com tudo isso e "conhece bem o conjunto da obra que está sendo feita no Brasil, os programas, os atores, os governadores, os principais prefeitos de capitais e boa parte dos ministros, que já estavam trabalhando com ela própria". Sobre as críticas feitas aos ministros escolhidos por Dilma, Lula brincou: "Presidente da República é como técnico de futebol, você convoca quem tem."

Lula evitou comentar a possibilidade de um aumento de juros na reunião do Copom de janeiro, a primeira que ocorrerá sob o governo de Dilma Rousseff, tendo Alexandre Tombini à frente do comando do Banco Central. "A dosagem do remédio dá quem tiver autoridade para cuidar do paciente", disse o presidente, tocando num tema que sempre foi problemático nos oito anos do seu governo, Mas acrescentou: "Eu não vou ficar nem como aqueles monetaristas, que acham que tem que aumentar juro a toda hora, e nem como aqueles que ficam na Fiesp dizendo: tem que baixar o juro!"

Lula afirmou que sempre se preocupou com a inflação, mas não demonstrou receio com as projeções mostrando uma inflação de 5,3% para 2011. "Se a meta é 4,5%, e você pode dois para mais e dois para menos, qual é o problema? Estamos na meta."

Lula também defendeu o salário mínimo de R$ 540 aprovado pelo Congresso Nacional. Disse que, se o reajuste deste ano contempla apenas a inflação, pela regra de correção encaminhada pelo Executivo ao Congresso em 2012 o reajuste será de 8% do PIB mais 5% da inflação. "A regra não pode valer apenas quando ganhamos com ela", justificou.

O presidente afirmou que pretende passar por um processo de "desencarne da Presidência da República". Segundo Lula, se ele deixar a Presidência e continuar imediatamente pensando em política, não será bom nem para ele nem para quem vai sucedê-lo. A ideia é "voltar aos poucos para normalidade e depois retomar minha atividade política, dentro e fora do PT".

Embora não tenha dado detalhes do projeto, Lula confirmou que pretende construir um memorial para mostrar sua trajetória. Ao afirmar que tem uma vida política longa, que passa pela construção do movimento sindical, das centrais sindicais, de um partido político até chegar às diversas eleições para as quais concorreu, Lula disse que ele é fruto de um longo processo de transformação da sociedade, que começou com as rebeliões estudantis da década de 60. "Eu sou resultado de uma sociedade em processo de efervescência."

O presidente afirmou que sentirá falta das amizades que fez durante o período em que foi presidente e não da piscina ou do helicóptero, como disse Fernando Henrique Cardoso em 2002. Lula, aliás, afirmou que não terá problemas em reencontrar o tucano quando deixar o Planalto, embora ache ser difícil repetir a mesma frase dita durante a posse oito anos atrás: "Você deixa aqui um amigo. Eu vou respeitá-lo e espero que a recíproca seja verdadeira."

Lula defendeu a regulação da mídia, ao afirmar que "a mídia brasileira precisa parar de achar que não pode ser criticada. Ela se dá ao luxo de criticar todo mundo, mas quando se critica a mídia, ela acha que é censura", atacou o presidente.

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DILMA PRESIDENTE/LULA [In:] ''ACABOU, CHORARE'' (II)

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LULA MUDA DISCURSO E AFIRMA QUE DILMA SERÁ SUA CANDIDATA EM 2014

LULA DIZ TER "IDEIA FIXA" DE QUE DILMA SERÁ CANDIDATA À REELEIÇÃO EM 2014


Autor(es): Leonencio Nossa
O Estado de S. Paulo - 28/12/2010

A quatro dias do fim do mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou ontem desfazer o mal-estar causado pela afirmação de que pode disputar o terceiro mandato em 2014, feita em entrevista na semana passada. Em conversa no Palácio do Planalto, disse a jornalistas que fará campanha por Dilma Rousseff. “A Dilma será minha candidata”, garantiu. Lula preferiu atribuir a antecipação do debate sucessório à oposição. “Cabe a quem está no governo governar e não ficar preocupado com a pauta de 2014.” Ele disse ainda que não será copiloto de Dilma. “Ficarei na torcida, na arquibancada”.

Após haver indicado que ele mesmo poderia concorrer, presidente aproveitou café da manhã com jornalistas para defendera a "legitimidade" de governante disputar segundo mandato

A cinco dias de deixar o governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou nesta segunda-feira, 27, desfazer o mal-estar causado pela declaração de que poderia disputar um terceiro mandato em 2014, escanteando as ambições da presidente eleita, Dilma Rousseff. Em café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, ele disse que fará campanha pela reeleição da petista.

"Trabalho com a ideia fixa de que a nossa companheira Dilma será outra vez a candidata a presidente da República", afirmou Lula. "É justo e legítimo que quem está no exercício do mandato e está fazendo um bom governo continue governando. A Dilma será minha candidata."

Na conversa, Lula disse que Dilma só não disputará a reeleição se não quiser. "Ela sabe disso", ressaltou. "Só existe uma hipótese na qual Dilma não seria candidata à reeleição: ela não querer ser. Mas, na minha opinião, é líquido e certo o direito de ela ser candidata à reeleição."

As declarações foram feitas após um repórter de rádio perguntar se ele, ao "voltar" em 2014, apoiaria o senador José Sarney (PMDB-AP) e nomearia novamente Nelson Jobim, titular da Defesa, para ministro.

Em entrevista na semana passada, Lula deixou claro que poderá disputar a Presidência. A afirmação causou constrangimentos na própria equipe de governo. Ontem, ele atribuiu aos adversários o debate sucessório. "Isso interessa a quem quer correr contra a Dilma", afirmou. "Cabe a quem está no governo governar e não ficar preocupado com pauta de 2014."

Estranha. Lula ressaltou que Dilma não será uma "pessoa estranha" no Planalto. "Ela sabe onde está a cadeira, conhece as pessoas, sabe quem são os governadores, quem é boa parte dos ministros", disse. "Penso que ela terá uma vida mais facilitada do que eu tive em 2003. Era novidade lidar com a imprensa e os ministros, conhecer o palácio."

Na entrevista, o presidente foi questionado se seria copiloto de Dilma Rousseff. "Não. Ficarei na torcida, na arquibancada."

Lula se esforçou para dar um clima de descontração ao encontro. Ao abrir uma caixinha de manteiga, contou que pediu ao Inmetro que analisasse as embalagens. "No Brasil, as embalagens de manteiga não tinham isso. Um dia peguei no avião e mandei para o Inmetro. Um relatório mostrou que nenhuma empresa tinha o requisito necessário para facilitar a abertura da manteiga", relatou. "Mas tem umas que a gente é obrigado a pegar o garfo e furar."

Memorial. O presidente deixou escapar que ainda sente mágoas da oposição e da imprensa. Disse que vai precisar de tempo para escrever suas memórias. "Você não está preparado para fazer um livro no dia seguinte. Você está com mágoa. É preciso dar um tempo. Imagina se um marido e uma mulher no dia seguinte à separação resolvem escrever um livro? Vai ser um desastre. Você tem que deixar o ódio se assentar."

Embora tenha usado palavras fortes, Lula fez esses comentários com o semblante tranquilo e observou que Juscelino Kubitschek (1956-1960) foi bastante criticado durante seu governo. "Ele todo o santo dia era chamado de corrupto e ladrão. Depois de um tempo, reconheceram a importância dele."

Lula disse ainda que pretende trabalhar na construção de um memorial que permita a todas as pessoas fazerem uma análise própria do que representaram seus oito anos de governo. "Eu pretendo fazer isso devagar. Nada apressado."

OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA

TERCEIRO MANDATO. "Em vez de democracia, você faria uma ditadurazinha. Eu acredito na alternância de poder, pois é preciso ter sangue novo, com pessoas com cabeça para fazer coisas novas. É por isso que eu não pleiteei."

SOLIDÃO. "Ela não deveria existir quando você está no poder, porque você está cercado de gente toda hora. Quando me refiro à solidão, me refiro aos fins de semana, em que você não pode convidar pessoas a irem à sua casa. Você não pode convidar empresários, ministros e amigos para o fim de semana com você. Vou convidar um amigo de São Bernardo e outro vai saber que não o convidei. Então, arrumei um amigo e um inimigo."

DOMINGO COM MARISA. "Fiz uma opção premeditada nos oito anos que fiquei em Brasília. Não fui a restaurante, aniversário, casamento, almoço. Hoje, em qualquer lugar que você vai tem gente com celular filmando, gravando, bisbilhotando a vida da gente. Tem sempre um cara que vem pedir um favor ou dizer que tem um projeto maravilhoso. (...) Foi uma opção correta porque isso coloca o cargo de presidente menos vulnerável nas rodas de cerveja, de uísque, de vinho. Foi um período rico na minha vida."

DOUTOR HONORIS CAUSA. "Eu temo que tenha pouco a aprender depois de deixar a Presidência. Isso aqui é pós-graduação na quinta potência."

SEMPRE FHC. "Acho que é possível (uma reconciliação). Sou um homem que não levo para casa as divergências. Ora, o que vocês precisam entender é que os tucanos são os principais adversários do governo. É normal que haja um acirramento nas relações. Mas, do ponto de vista pessoal, na hora em que eu encontrar o Fernando Henrique Cardoso, voltamos a ser, senão amigos como fomos em 78, quando eu o procurei para apoiá-lo como candidato ao Senado – não foi ele quem me procurou, fui eu que o procurei –, mas vamos ser amigos. Eu vou respeitá-lo e espero que a recíproca seja verdadeira. Obviamente que sempre haverá aquela chatice de números, sempre haverá comparação entre os dois períodos."

O PIOR MOMENTO. "A mágoa mais profunda (da imprensa) que eu tenho é (em relação à cobertura) do acidente do avião da TAM, aquele avião que pegou fogo lá em Congonhas. Fomos condenados à forca e à prisão perpétua em 24 horas. Jogaram nas costas do governo a culpa e depois ninguém teve sequer a sensibilidade de pedir desculpas. Foi o pior dia que eu passei na Presidência. Do ponto de vista pessoal, foi maior. O outro problema (mensalão) estava no âmbito da política. Eu não esqueço nunca do editorial jogando cadáveres nas costas do governo. Se alguém daqui a cem anos escrever um livro sobre acidente de avião, vão achar que foi culpa do governo Lula."

AUTORRETRATO. "O Lula não surgiu do nada. Ele é resultado de um movimento que começa envolvendo a rebelião dos estudantes nos anos 60, depois a rebelião dos sindicalistas nos anos 70, depois a criação de movimentos sociais espalhados por este Brasil afora, da teoria da libertação... da Teologia da Libertação. Houve uma sequência no surgimento de movimentos e tudo foi confluindo para determinado caminho. Sou resultado disso."

CASO CESARE BATTISTI. "Tenho que tomar a decisão nesta semana. Quando eu tomar a decisão, você vai saber. Eu nunca disse qual é a posição que eu vou tomar. A Advocacia-Geral da União que faz os pareceres jurídicos para mim. Obviamente, vou convidar o companheiro Luís Inácio (Adams), que vai dizer para mim: ‘Presidente, na nossa ótica, a decisão é essa.’ Eu, prontamente, concordarei."

DILMA PRESIDENTE/LULA [In:] ''ACABOU, CHORARE'' (*)

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Caminho livre para Dilma

"Colher de chá" para Dilma


Autor(es): Igor Silveira
Correio Braziliense - 28/12/2010

A quatro dias de passar o cargo a Dilma Rousseff, Lula tenta demonstrar que já se acostumou com a ideia de que deixará a presidência, após oito anos. Em conversa com jornalistas, num café da manhã, fez a avaliação de seu mandato em tom de despedida. E praticamente descartou a volta, deixando a futura presidente à vontade no PT para tentar a reeleição. “Só existe uma hipótese de ela (Dilma) não ser candidata em 2014: ela não querer.” Mas o petista ainda tem decisões difíceis a tomar. Uma delas é sobre a extradição do italiano Cesare Battisti.


Fiel ao discurso de "desencarnar do cargo", Lula aproveita café da manhã com jornalistas do Planalto para avaliar o mandato e enfatizar que sua candidata para 2014 só não será a presidente eleita se ela não quiser

“Tenho consciência de que mudei a relação do Estado com a sociedade e do governo com os movimentos sociais.” A menos de uma semana de deixar o governo, o Parecendo à vontade enquanto “desencarna do cargo” — expressão que tem usado com frequência —, presidente Luiz Inácio Lula da Silva já fala em tom de autoavaliação dos oito anos de mandato, apesar de dizer que precisa de tempo para fazer um balanço fiel da gestão.ele se reuniu ontem com jornalistas do comitê de imprensa do Palácio do Planalto para um café da manhã. Estava tão à vontade que mexeu com um garfo o açúcar na xícara de café, passou manteiga num pãozinho enquanto respondia a uma pergunta e tratou de assuntos espinhosos com naturalidade, como o reajuste do salário mínimo, a permanência de Cesare Battisti no Brasil e projeções para o governo de Dilma Rousseff.

Evitando palpites sobre os próximos passos da sucessora, rechaçou a possibilidade de voltar em 2014. “Só existe uma hipótese de ela não ser candidata em 2014: ela não querer”, afirmou. O ar saudosista está em quase todas as respostas, mas o presidente mantém o mistério quanto ao futuro. Pela empolgação com que fala sobre relações internacionais, demonstra vontade de permanecer na área. Apesar disso, descarta concorrer ao cargo de comandante máximo da Organização das Nações Unidas (ONU): “Estou com 65 anos. Sei que eu tenho pela frente bem menos tempo do que já tive. Estou querendo menos trabalho e mais descanso”.

O clima descontraído não foi quebrado nem quando os jornalistas o questionaram sobre o projeto de regulação dos meios de comunicação. Enquanto o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Franklin Martins, mordia os lábios e balançava a cabeça em tom de reprovação, Lula desafiava: “Duvido que vocês encontrem um lugar onde a imprensa é tratada com mais liberdade”.

Ao fim de pouco mais de uma hora, Lula fez questão de ser fotografado com todos os convidados e chegou a receber um garoto de rua que cantou uma música pedindo oportunidade de estudo. Confira os principais trechos da conversa.

Projeção histórica
Eu pretendo construir um memorial onde a história possa ser contada e dar às pessoas as possibilidades de analisarem do jeito que quiserem. Pretendo fazer isso sem pressa para que as pessoas possam ter dimensão do que foi o período do governo Lula, mas também antes do que foi o período, porque o Lula não surgiu do nada. Ele é resultado de um movimento que começa envolvendo a rebelião dos estudantes nos anos 1960, depois a rebelião dos sindicalistas nos anos 1970, depois a criação de movimentos sociais espalhados por esse Brasil. Sinceramente, seria presunçoso dizer como eu quero ser lembrado. A única coisa de que tenho consciência é que mudei a relação do Estado com a sociedade e do governo com os movimentos sociais. Isso mudou e, graças a Deus, o povo brasileiro elegeu a Dilma, para que isso tenha continuidade.

Eleições de 2014
Eu trabalho com a ideia fixa de que a nossa companheira Dilma será outra vez candidata a presidente da República do Brasil. É justo e é legítimo que quem está no exercício do mandato e está fazendo um bom governo continue governando. Então, a Dilma será a minha candidata em 2014. Só existe uma hipótese de a Dilma não ser candidata: é ela não querer ser candidata.

Salário mínimo
Será de R$ 540. Se tiver de fazer mudança, a Dilma fará depois de janeiro. Os companheiros sindicalistas não podem fazer acordo que só vale quando for para ganhar mais. Temos um acordo de recuperar o mínimo até 2023 e isso será feito.

Asilo a Battisti
Tenho até essa semana, e essa semana vai até o dia 31, para decidir. Tenho a Advocacia-Geral da União, que faz os pareceres jurídicos para mim. Obviamente vou convidar o companheiro Luís Inácio Adams, que vai dizer para mim: “Presidente, na nossa ótica, a decisão é essa”, e eu prontamente concordarei. (O parecer da AGU sugere a permanência de Cesare Battisti, acusado de assassinatos na Itália, no Brasil).

Futuro imediato
Você sabe que não tenho mais idade para estudar. Temo que tenha pouco a aprender mais do que eu aprendi na Presidência. Temo porque isso aqui é uma pós-graduação elevada à quinta potência.

Pior momento
A mágoa mais profunda que eu tenho é o acidente do avião da TAM, em Congonhas. Nós fomos condenados à forca em 24 horas. Aquele foi o pior dia que eu passei na Presidência da República. Pior do que a época da crise de 2005, porque aquele era um problema político. Eu não me esqueço de um editorial que jogava duzentos cadáveres nas costas do governo.

Arrependimentos
Eu não tenho arrependimento. Pode ser que daqui a algum tempo haja. Eu, certamente, fiz coisas erradas, mas indicaria o mesmo ministério que indiquei em 2002, porque era o que eu tinha de melhor. Por exemplo, acho que, na crise econômica americana, acertamos em todas as medidas que nós tomamos, todas. É por isso que o Brasil se saiu tão bem.

Regulação da mídia
Temos uma legislação de 1962. Não é possível que as pessoas que passam o tempo inteiro falando em modernidade não queiram modernizar um marco regulatório daquela época. Temos de fazer uma conferência, como fizemos, em que o debate é público, isso é liberdade de imprensa. Liberdade para fazer crítica, para apoiar, para ficar neutro. Estou convencido de que no Brasil exercemos a liberdade de imprensa mais do que em qualquer outro país do mundo.

Fernando Henrique
É preciso entender que os tucanos são os principais adversários do governo e, por serem os principais adversários, é normal que haja acirramento nas relações. Mas, do ponto de vista pessoal, na hora em que eu encontrar o Fernando Henrique Cardoso, voltaremos a ser, senão amigos, como em 1978, quando o procurei para apoiá-lo como candidato ao Senado, mas pessoas que se tratam com respeito. Obviamente que sempre haverá aquela comparação entre os períodos. Mas aí são números, e para a gente não ficar brigando, é melhor não divergir. Deixe que cada um analise do jeito que quiser.

Estados Unidos
A verdade é que não mudou nada a visão americana para a América Latina. E eu vejo isso com tristeza. Seria importante os Estados Unidos participarem da política aqui como parceiros, mas ainda não chegamos a isso. Vamos ver se chegamos.

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(*) ACABOU, CHORARE. Os Novos baianos. Galvão/Moraes Moreira.

"Acabou chorare no meio do mundo
Respirei eu fundo, foi-se tudo pra escanteio
Vi o sapo na lagoa, entre nessa que é boa

Fiz zunzum e pronto
Fiz zum zum e pronto
Fiz zum zum"
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''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''

28 de dezembro de 2010

O Globo

Manchete: Estado do Rio gratificará policial que matar menos
Equipe que cumprir meta de reduzir violência terá bônus de até R$ 3 mil

Pela primeira vez, o governo do estado se compromete a gratificar policiais civis e militares pela redução de mortes em confronto. A decisão foi tomada pelo governador Sérgio Cabral – como antecipou Ancelmo Góis – ao constatar que o número de mortes em operações policiais no Rio é maior do que em outras cidades. Por isso, em 2011, a Secretaria de Segurança incluirá nas meias de redução de criminalidade os chamados autos de resistência. Pela nova metodologia, os crimes contra a vida computarão as estatísticas de homicídios doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte, além das mortes em tiroteio com policiais. A meta da Secretaria de Segurança é a de reduzir em 6,67% estas mortes. O governo decidiu também dobrar o valor das gratificações para as equipes que cumprirem as metas, que passará de R$ 1.500 a R$ 3 mil. (Pág 14)

Mínimo de R$ 540 opõe Lula a sindicatos

Em mais um evento de despedida, dessa vez com jornalistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o valor do salário mínimo, que hoje está em R$ 510, não ultrapassará os R$ 540. Lula criticou os sindicalistas, que propõem o valor de R$ 580. A Força Sindical reagiu ao presidente e classificou o aumento de “pífio”. (Págs. 3 e 4)

FHC diz que não entende Dilma

O ex-presidente FHC disse ter dificuldades de entender o que Dilma Rousseff pretende fazer no governo porque “ela não termina um raciocínio”. E afirmou que, “sem falsa modéstia”, foi ele, e não Lula, quem mudou o Brasil. (Pág. 5)

Seqüestro: Gabeira ainda preocupa EUA

Telegramas revelaram que o embaixador americano evitou um encontro com o deputado Fernando Gabeira porque ele, 35 anos antes, participou da captura de Charles Elbrick. Em 2009, no entanto, um visto para os EUA foi dado a Paulo de Tarso Venceslau, outro envolvido na ação. (Pág. 27)

Economistas, de novo, erram as previsões

Inflação e crescimento foram as apostas mais furadas do ano. Analistas acreditavam que o custo de vida ficaria em 4,5 %. Ontem, na última pesquisa Focus deste ano, a projeção subiu para 5,9%. A previsão para o PIB era de 4,5%, mas a taxa deve ficar em 7,5%. (Pág. 19)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Planalto pulveriza sua propaganda em 8.094 veículos
Nos oito anos da gestão petista, o número de contemplados com verbas subiu 1.522%; gasto foi de R$ 2,3 bilhões por ano

Em oito anos de mandato, o presidente Lula elevou de 499 para 8.094 o número de órgãos de comunicação que recebem verbas publicitárias do governo federal.

A alta, de 1.522%, beneficiou veículos espalhados por 2.733 municípios; em 2003, eram 182 cidades. Os dados incluem jornais, revistas, rádios, TVs e “outros”, categoria que inclui sites e blogs e saltou de 11 para 2.512 veículos no mesmo período. Por ano, o petista gastou R$ 2,310 bilhões com propaganda, média semelhante à do tucano Fernando Henrique Cardoso.

Lula, que pulverizou sua verba publicitária por mais veículos, avançou na transparência em relação à gestão FHC – a estatística não existia até 2003. Ainda assim, não se sabe quais veículos recebem verbas de publicidade estatal nem quanto cada um ganha. (Pág. A4)

Carlos Heitor Cony: Uma coisa é certa: tédio é o que espera um ex-presidente. (Págs. 1 e A2)

Foto Legenda: Entrando numa fria

Trabalhador cava neve em Nova York, onde três aeroportos fecharam; 1.400 voos – pelo menos 8 para o Brasil – foram cancelados nos EUA. (Págs. 1 e A12)

Lula agora diz que Dilma será sua candidata daqui a 4 anos. (Págs. e A4)

FHC afirma que sua gestão, ‘sem falsa modéstia’, mudou o Brasil. (Págs. e A11)

Subindo a rampa

Estudantes protestam no Planalto contra a alta de mais de 60% nos salários dos parlamentares; o grupo, que estava na frente do Congresso, aproveitou um momento de distração dos seguranças para ocupar a rampa. (Pág. 1)

Polícia realiza busca na casa do cunhado de Alckmin

A polícia fez uma operação de busca e apreensão na casa do empresário Paulo Ribeiro, cunhado do governador eleito de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin. O empresário é investigado pelo Ministério Público sob suspeita de integrar cartel acusado de superfaturar preços de merenda em contratos com prefeituras. Seus advogados não foram localizados. O governador eleito não se manifestou. (Págs. 1 e A8)

Juíza manda abrir sigilo de conselheiro do TCE e mais dez

Juíza da 13ª Vara da Fazenda Pública determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de 11 pessoas e uma empresa investigadas sob suspeita de receber propina da Alstom em troca de contratos do governo paulista. A medida atinge Robson Marinho, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e um dos principais assessores de Mário Covas. Marinho nega irregularidade. Cabe recurso. (Págs. 1 e A9)

Mãe põe filho em saco, joga de muro e bebê sobrevive

Um bebê nascido na noite de Natal em Belém (PA) sobreviveu por cerca de 12 horas dentro de saco plástico, após ter sido arremessado pela mãe por um muro de pouco mais de dois metros. A mãe, de 20 anos, e o filho foram internados, mas passam bem. De acordo com conselheiros tutelares, ela disse que queria esconder a gravidez da família e pariu sozinha. (Págs. 1 e C6)

Por ‘economia’, governador eleito venderá jato que José Serra usava. (Págs. 1 e A8)

Editoriais
Leia “Cabide sindical”, sobre a ocupação de cargos de confiança no governo federal; e “Educação literária”, acerca do ensino de literatura no país. (Págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Lula muda discurso e afirma que Dilma será sua candidata em 2014
Após entrevista polêmica, petista culpa oposição por antecipar debate sucessório

A quatro dias do fim do mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou ontem desfazer o mal-estar causado pela afirmação de que pode disputar o terceiro mandato em 2014, feita em entrevista na semana passada. Em conversa no Palácio do Planalto, disse a jornalistas que fará campanha por Dilma Rousseff. “A Dilma será minha candidata”, garantiu. Lula preferiu atribuir a antecipação do debate sucessório à oposição. “Cabe a quem está no governo governar e não ficar preocupado com a pauta de 2014.” Ele disse ainda que não será copiloto de Dilma. “Ficarei na torcida, na arquibancada”.(Págs. 1 e Nacional A4)

Salário mínimo

Lula atacou a campanha dos sindicalistas por um salário superior a R$ 540. “Parece que ele perdeu um pouco da sensibilidade social”, reagiu Paulinho da Força.(Págs. 1 e Nacional A8)

Contra o aumento

Segurança persegue manifestantes na rampa do Palácio Planalto: estudantes protestaram ontem em Brasília contra reajuste salarial dos parlamentares. (Págs. 1 e Nacional A8)

Justiça Libera exploração de petróleo em Abrolhos

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região cassou liminar obtida pelo Ministério Público da Bahia e liberou a exploração de petróleo na região do arquipélago de Abrolhos, no litoral baiano. A decisão preocupa ambientalistas, que temem impactos negativos na região com a maior biodiversidade do Atlântico Sul. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, as concessionárias precisam agora buscar no Ibama licenças para iniciar as operações. (Págs. 1 e Economia B5)

Teste reprova médico formado fora

Dos 628 inscritos, só 2 passaram no teste piloto criado pelo governo para validar diplomas de médicos formados no exterior, revela a repórter Lígia Formenti. Brasileiros graduados em Cuba, na Bolívia e na Argentina eram maioria entre os candidatos no teste piloto, concebido para uniformizar a validação do diploma – requisito básico para que os profissionais formados no exterior exerçam a Medicina no País. O governo já estuda mudar a nota mínima. O vice-presidente do Cremesp, Renato Azevedo Junior, é contra. “Os critérios têm de ser firmes”. (Págs. 1 e Vida A24)

Droga do Brasil paga pedágio à Al-Qaeda

Investigação do governo da Argélia mostra que, para passar pelo norte da África em direção à Europa, droga procedente do Brasil pagaria pedágio à rede terrorista Al-Qaeda, informa o correspondente Jamil Chade. Um dos principais grupos beneficiados seria a AQMI, no Magreb Islâmico, com membros na Argélia, Marrocos e Tunísia. (Págs.1 e Internacional A12)

Celso Ming

Muito chão pela frente

Foi o melhor Natal do e-commerce no Brasil, mas boa parte do sucesso futuro vai depender da implantação do Plano Nacional de Banda Larga. (Págs. 1 Economia B2)

Rubens Barbosa

O futuro do Brasil

Chegou a hora de focalizar os temas que possam colocar o Brasil em bases sólidas, e não ilusórias, entre os países com lugar de destaque. (Págs. 1 Espaço Aberto A2)

Notas e informações

O inchaço do pessoal

O aumento das contratações e da folha do governo federal é para benefício político dos partidos. (Págs. 1 e A3)

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Valor Econômico

Manchete: Petrobras ensaia revolução tecnológica para o pré-sal
A Petrobras se prepara para uma revolução tecnológica na exploração e produção de petróleo em grandes profundidades, na camada pré-sal. No leito marinho, a mais de 2 mil metros da superfície, serão criadas “cidades submersas”, habitadas por máquinas, equipamentos gigantescos e robôs encarregados de vistoriar os sistemas de produção para extrair milhões de barris de petróleo. Com a instalação dos principais equipamentos, que hoje funcionam em plataformas flutuantes, elas se tornarão menores, mais leves e mais baratas. A operação será bastante automatizada e em grande parte controlada a distancia. (Pág. 1 e A16)

Minha Casa não deverá atingir meta

O governo vai se aproximar da meta do programa Minha Casa, Minha Vida, mas não vai chegar à contratação de 1 milhão de moradias, como pretendia. As contratações atingiram 875 mil casas populares desde abril do ano passado até a primeira quinzena de dezembro, considerando-se as operações realizadas pela Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e as feitas nos municípios com menos de 50 mil habitantes, contabilizadas pelo Ministério das Cidades. Em número de moradias, os Estados que mais contrataram foram São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul, mas proporcionalmente ficaram abaixo da média nacional. Cinco Estados superaram as metas : Alagoas, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. (Págs. 1 e A4)

Depósito de débito impede inscrição na dívida ativa

Decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) proibiu o Fisco de inscrever na dívida ativa o contribuinte que discute na Justiça o pagamento de tributos tendo efetuado o depósito judicial do valor questionado. Atualmente, apesar de muitos contribuintes realizarem esse depósito como forma de garantir o pagamento do débito - caso venham a perder a disputa -, tanto a Receita Federal quanto as Fazendas estaduais mantêm a prática de mover ações de execução fiscal e inscrever as empresas na dívida ativa. Esse procedimento traz uma série de problemas para as companhias, que têm dificuldades até mesmo para obter financiamentos.
No caso julgado, a 1ª Seção do STJ entendeu que o município de São Paulo não poderia inscrever o contribuinte em dívida ativa se há o depósito integral do débito discutido. Para especialistas, apesar de a decisão ser contra o município, serve de parâmetro para situações semelhantes em ações relativas aos Estados e à União. Por se tratar de recurso repetitivo, o entendimento deverá ser seguido pelos Tribunais de Justiça e TRFs do país. (Págs. 1 e E1)

NovAmérica vai vender serviços na área de cana

Maior fornecedor de cana-de-açúcar para usinas no mercado brasileiro, com produção de 10 milhões de toneladas, o grupo Rezende Barbosa acaba de criar uma empresa - a NovAmérica Serviços - especializada em oferecer o que acredita ter de melhor: expertise em plantio de cana e na atividade de corte, carregamento e transporte da matéria-prima. Até 2009, o grupo estava na lista dos maiores processa- dores de cana do país, com quatro usinas e capacidade de moagem de 8 milhões a 9 milhões de toneladas. Então, vendeu as usinas e todas as operações "pós-porteira" para a Cosan, na qual passou a deter uma participação acionária de 11%.
Roberto Rezende Barbosa, presidente da holding, que administra com dois irmãos, afirma que ainda não estabeleceu metas de movimentação para a NovAmérica Serviços. "Podemos ter grande demanda de clientes, inclusive da própria Cosan."
O grupo também atua na produção de grãos, laranja e criação de gado. Uma das metas é aumentar a colheita de laranjas, das atuais 3,5 milhões de caixas para até 7 milhões. (Págs 1 e B12)

Instrumentos de Lula para o pós-mandato

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva administrará sua atuação fora do cargo a partir de dois endereços. O primeiro, que terá sede provisória no antigo Instituto Cidadania, na zona sul de São Paulo, vai tratar da cooperação para o desenvolvimento da África, integração da América do Sul, combate à pobreza, novas matrizes energéticas e reforma política. O segundo, que ficará em São Bernardo do Campo e será vinculado à Universidade Federal do ABC, é um memorial interativo do seu governo, como os Museus da Língua Portuguesa e do Futebol.

Em entrevista, Lula deixou claro que vai defender seu legado em política externa, o mais abertamente criticado pela presidente eleita, Dilma Rousseff. O instituto terá a consultoria do chanceler Celso Amorim. (Págs. 1, A6, A8 e A9)

Iata vê carência de pilotos em AL

A Associação Internacional do Transportes Aéreo estima que a América Latina precisará formar 28 mil pilotos nos próximos 20 anos para evitar falta de pessoal. O Brasil representa metade do setor aéreo na região (Págs. 1 e B4)

Rossi quer florestas plantadas

Confirmado no cargo pela presidente Dilma Rousseff, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, pretende assumir as decisões relativas ao setor de florestas plantadas, hoje sob responsabilidade do Meio Ambiente. (Págs. 1 e B12)

Itaú reduz previsão de alta do juro

Medidas prudenciais de contenção do crédito adotadas pelo Banco Central poderiam reduzir a elevação da Selic em até um ponto percentual em 2011. (Págs. 1 e C3)

Importância emergente

O Brasil será cada vez mais o motor do crescimento do Santander, segundo estudo do Banco BPI, de Portugal. Em 2013, o país deverá responder por 37% do lucro e a Espanha, por 24%. (Págs. 1 e C3)

Arbitragem na crise

Estudo do Centro de Finanças da FGV-SP mostra que oportunidades de ganho com a diferença de preços entre as ações de uma empresa listada na bolsa brasileira e seus ADRs é maior em momento de crise. (Págs. 1 e D1)

Ideias

Raymundo Costa

Dilma fez uma aposta de risco ao levar ao limite a parceria com o Congresso na formação do novo governo. (Págs. 1 e A6)

Ideias

Marcelo Néri

Nível de cobertura percebida de coleta de esgoto nas metrópoles é bastante inferior aos dos demais serviços públicos. (Pág. A13)


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