PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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quarta-feira, setembro 30, 2009

XÔ! ESTRESSE [In:] É ZÉ-DE-BAIXO É ZÉ-DE-CIMA...





ESTADO, GOVERNOS E ESTADISTAS: O PRÍNCIPE, DE MAQUIAVEL

Claudio de Moura Castro

A arte de governar

"A história classifica como estadistas aqueles que perceberam
as reais necessidades do país, assumiram o risco da impopularidade
no curto prazo, mas souberam vender suas ideias com sucesso"

Nas democracias, o governo cumpre os desígnios dos cidadãos. O povo diz o que quer, o governante executa. Parece uma receita infalível. Mas será? Em cidade relativamente próspera de Minas Gerais, uma pesquisa de opinião mostrou que três quartos dos jovens reclamavam da falta de diversões. Apesar de os esgotos serem jogados in natura nos córregos, nem mesmo entre os adultos houve reclamações quanto à falta de tratamento de efluentes. Sabidamente, esse é o investimento que mais faz cair a mortalidade infantil. O que deve fazer o prefeito? Esgotos que salvam vidas ou espetáculos de música sertaneja que trazem votos?

Um livro recente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Understanding Quality of Life, mostra abundantes estatísticas sobre o que os latino-americanos mais valorizam. Nelas fica claro o conflito entre o que as pessoas querem e o que é necessário para garantir um futuro promissor para o país. Pesquemos alguns temas do livro. As pessoas querem medicina de alta tecnologia e atendimento hospitalar. Contudo, a saúde pública preventiva é mais barata e evita as doenças. Verificou-se também que o estado de saúde das pessoas pouco se associa com as suas percepções de saúde. No Brasil, pobres e ricos estão igualmente satisfeitos com os serviços de saúde. Mas sabemos serem piores para os pobres. Nos países mais ricos da América Latina, há mais contentamento com a situação da saúde. No entanto, quando o país cresce, baixa essa satisfação. Não dá para entender. No Brasil, 65% dos entrevistados estão satisfeitos com a educação. Somente os mais educados percebem como ela é ruim. De fato, sabemos ser péssima a sua qualidade: último lugar no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2001. Ainda pior, entre 1980 e 2000, em um grupo de 35 países, o Brasil foi o que mais recuou de posição.

Ilustração Atômica Studio


Na área econômica, as percepções também estão desalinhadas com a realidade. Mais renda se associa a mais satisfação. Até aqui, vamos bem. Mas o crescimento econômico traz desagrados. Entre outras coisas, requer mudança de políticas, reformas e outros sustos, mais temidos do que a pobreza. Apesar de o desenvolvimento econômico acabar beneficiando os pobres, são eles que mais resistem às mudanças. Ademais, têm uma opinião mais ingênua acerca da competência do governo. Nessa área, entra em cena um mecanismo maldito. As aspirações crescem mais rápido do que a renda.

Em suma, os governados indicam aos governantes algumas prioridades incompatíveis com o progresso. Pensam no curto prazo e são consumistas impenitentes. Dizem que querem sistemas de saúde mais caros (e mais ineficientes). Querem conforto nas escolas e desdenham mais aprendizado. Não querem as reformas econômicas imprescindíveis para crescer.

A reação mais imediata diante dessa miopia nas preferências é perguntar se não seria a melhor receita um governo autoritário, do tipo "déspota esclarecido". Contudo, como Churchill nos advertiu, a democracia é um péssimo sistema de governo, com a agravante de que não há outro melhor. A experiência com déspotas de todos os sabores não mostra um bom registro histórico. Quando acertam aqui, acolá cometem um erro mais estrondoso. Não é por aí. Temos de insistir nos acertos capengas que nos oferece um sistema democrático e na tentativa de esclarecer a opinião pública.

Os governantes se equilibram em um terreno resvaladiço. Se tentam oferecer o que trará mais progresso e desenvolvimento, sem ouvir o povo, arriscam-se a perder sua popularidade e, com ela, seu poder de implementar reformas. Podem acabar execrados e sem reformas (veja-se Jimmy Carter). Governos populistas fecham as portas para o futuro se jogam confete ao povaréu ou alimentam seus anseios imediatistas. Os exemplos latino-americanos estão nos jornais. Em contraste, governantes bem-sucedidos não perdem a ressonância com a sociedade, mas negociam também uma agenda de futuro.

A história classifica como estadistas aqueles que perceberam as reais necessidades do país, assumiram o risco da impopularidade no curto prazo, mas souberam vender suas ideias com sucesso. Na teoria, a receita é simples: visão, coragem e liderança. A pílula pode ser amarga. Churchill jogou pesado quando ofereceu aos ingleses apenas "sangue, suor e lágrimas". Mas ganhou. Pena que não adianta colocar um anúncio classificado do tipo "Precisa-se de um estadista".

Claudio de Moura Castro é economista
claudio&moura&castro@cmcastro.com.br

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http://veja.abril.com.br/300909/arte-governar-p-26.shtml

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"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

30 de setembro de 2009

O Globo

Manchete: TCU pede bloqueio de obras do PAC por irregularidades

Dilma reage e diz que paralisações acabam elevando os custos

O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou relatório em que recomenda a paralisação de 41 projetos federais do Orçamento de 2010, incluindo 13 obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), após constatar irregularidades graves. Outro levantamento identificou mais três obras com os mesmos problemas, sendo duas do PAC, que também devem ter verbas bloqueadas. A decisão final caberá ao Congresso. Só com as 13 obras do PAC que receberam o sinal vermelho do TCU, o governo prevê gastar R$ 7,38 bilhões este ano. No Rio, as obras são a Linha 3 do Metrô e a reforma da BR-101, no trecho entre Santa Cruz e Mangaratiba. A ministra Dilma Rousseff disse que a paralisação pode elevar os custos das obras. O ministro Paulo Bernardo acusou o TCU de extrapolar suas funções. (págs. 1 e 3)

Honduras discute saída negociada

Interino perde apoio após medidas de exceção; 2.200 foram presos desde volta de Zelaya

O governo do presidente de Honduras, Roberto Micheletti, começou a dar sinais de enfraquecimento, após decretar a suspensão das liberdades individuais, com forte reação de setores que no primeiro momento apoiaram o golpe que depôs Manuel Zelaya. A truculência de Micheletti desagradou a empresários, Congresso, meios de comunicação e partidos. Desde o regresso de Zelaya, 2.200 pessoas foram detidas. Ontem, industriais pediram a restituição do presidente, sob condições, evidenciando uma divisão no setor. A Igreja, que defendeu o golpe, agora participa das tentativas de acordo. E o general Romeu Vásquez, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, eximiu militares de responsabilidade na deposição do presidente. O chanceler Celso Amorim disse que, sem abrigo na embaixada brasileira, Zelaya estaria morto ou promovendo a revolução. (págs. 1, 28 e 29, Merval Pereira e Elio Gaspari)

2016: Rio vence o duelo da divulgação

Candidatura brasileira foi mais bem-sucedida na apresentação à imprensa internacional

O Rio venceu em Copenhague a primeira etapa na disputa para sediar as Olimpíadas de 2016: a ofensiva de relações públicas das candidatas. O Rio fez uma apresentação mais profissional, enquanto Chicago improvisou; Madri cancelou a entrevista e Tóquio cometeu gafes técnicas. Para ir a Copenhague, Cabral e Paes pediram emprestado jatinho do empresário Eike Batista. (págs. 1, 12 e 13 e editorial "À espera de 2016")

Chicago e sua má fama

Se a violência do Rio preocupa a "New Yorker", uma pesquisa do jornal "Chicago Tribune" mostrou que menos da metade (48%) da população da cidade apoia sua candidatura para as Olimpíadas de 2016. O motivo é tão forte quanto o dos gastos considerados excessivos: o risco de os políticos embolsarem a verba dos Jogos. (págs. 1 e 13)

Cursar duas universidades públicas será proibido

Os estudantes não poderão mais se matricular em duas universidades públicas ao mesmo tempo. Projeto aprovado pela Comissão de Educação do Senado proíbe duas matrículas simultâneas em cursos de graduação. Pelo texto, que vai à sanção do presidente Lula, os alunos terão cinco dias úteis para optar por uma das vagas. (págs. 1 e 11)

Inflação do aluguel sobe após 6 meses

Após seis meses de queda, o IGP-M, índice que reajusta aluguéis, voltou a subir em setembro. A alta foi de 0,42%, puxada por aumento de alimentos. No acumulado em 12 meses, porém, a taxa está negativa em 0,4%. (págs. 1 e 22)

Despesas do governo têm alta de 12%

Alegando a necessidade de elevar gastos para aquecer a economia, o governo registrou aumento real de 12% em suas despesas entre janeiro e agosto. Já as receitas caíram 4,2%. Com isso, o superávit primário despencou quase 70%. (págs. 1 e 21)

Lula libera debates na internet

Ao sancionar a Lei Eleitoral, o presidente Lula vetou restrições a debates na internet, aprovadas pelo Congresso, e o parcelamento de multas eleitorais. Nas capitais, haverá voto em trânsito para presidente. (págs. 1 e 4)

Guiné: governo mata 157 em estádio

O Exército da República da Guiné matou 157 pessoas ao abrir fogo contra manifestantes num estádio na capital. Eles protestavam contra a candidatura do chefe da junta militar que governa o país. (págs. 1 e 31)

Minc anuncia meta climática obrigatória (págs. 1 e 32)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Brasil recusou avião para Zelaya voltar, diz Amorim

Em Honduras, chefe das Forças Armadas prevê 'solução' da crise em breve

Em audiência no Senado, o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) afirmou que Manuel Zelaya, o presidente deposto de Honduras, pediu a ele há cerca de três meses o empréstimo de um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para levá-lo de volta à Tegucigalpa.

Amorim disse ter recusado o pedido: “A FAB não foi nem consultada". O chanceler negou, mais uma vez, que o governo tenha recebido alguma indicação do retorno de Zelaya a Honduras na semana passada, quando o presidente deposto se abrigou na embaixada brasileira. (págs. 1 e Mundo)

Após terremoto, tsunami mata ao menos 39 no sul do Pacífico

Um forte terremoto atingiu a região do sul do Pacífico, entre as ilhas de Samoa e Samoa Americana, provocando um tsunami que arrasou ao menos um vilarejo. Morreram pelo menos 19 pessoas no território norte-americano e 20 em Samoa.

Autoridades locais, porém, estimam que o número de vitimas seja bem maior. Ontem, problemas nas comunicações depois do tremor dificultavam esforços de resgate na área. (págs. 1 e A16)

Foto legenda: Inundação em Fagatogo (Samoa Americana) provocada pelo terremoto na região sul do Pacífico, que atingiu 8,3 na escala Richter

TCU sugere que 15 obras do PAC sejam paralisadas

O Tribunal de Contas da União divulgou nova lista de obras nas quais viu indícios de irregularidades graves e sugeriu parar 15 obras do Programa de Aceleração do Crescimento, que inclui prioridades da gestão Lula.

O Dnit e outros órgãos públicos dizem já ter mandado esclarecimentos ao tribunal. Para os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Paulo Bernardo (planejamento), o TCU atrasa obras públicas e as torna mais caras. (págs. 1 e A8)

MEC afirma que locais de prova do Enem podem ser alterados

A quatro dias do início do Enem, o MEC anunciou que mudará o local de prova de candidatos escalados para prestar o exame em cidades diferentes daquelas em que moram. O problema atingiu cerca de 400 estudantes no país, segundo o Inep (órgão do MEC). Quem estiver nessa situação deve encaminhar um e-mail para o Inep até o meio-dia de amanhã.

Serão analisados ainda casos de candidatos que farão a prova em bairros distantes de suas casas. (págs. 1 e C3)

Ex-ministro acusado fala que Toffoli o ajudou a achar defensor

Em conversa gravada pela PF, o ex-ministro Silas Rondeau (Minas e Energia), afastado e denunciado sob acusação de corrupção e formação de quadrilha, diz que o advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, escolhido pelo presidente Lula para uma vaga no STF, lhe indicou um advogado.

Pela lei, cabe ao advogado-geral processar o agente público acusado. Toffoli diz não se lembrar de conversa com Rondeau. (págs. 1, A4 e A6)

Debate é sobre o futuro de Toffoli, não seu passado

Joaquim Falcão
Especial para a Folha

A disputa em torno de Toffoli não diz respeito a seu passado, e sim a seu futuro. Como ele votará como ministro? Sempre com o PT? Com suas teses? (págs. 1 e A7)

Joaquim Falcão é professor de direito constitucional na FGV-Rio.

Lula sanciona minirreforma eleitoral e veta limite à internet

O presidente Lula sancionou a minirreforma eleitoral aprovada pelo Congresso, mas vetou o limite à realização de debates eleitorais' na internet. Com a nova lei, que já valerá para as eleições de outubro do ano que vem, será livre "a manifestação do pensamento" na rede.

Lula manteve a possibilidade de o eleitor votar para presidente fora do domicílio eleitoral. A minirreforma institucionaliza a hipótese de doação "oculta". (págs. 1 e A11)

Dinheiro: Chineses negociam exploração de 1/6 do petróleo nigeriano (págs. 1 e B1)

Editoriais

Leia "Agora, os cartórios", sobre efetivação de notários sem concurso; e "Sombras na Dinamarca", acerca de clima. (págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: TCU manda parar 41 obras federais e irrita Planalto

Além de indícios de irregularidades, tribunal aponta problemas ambientais

O Tribunal de Contas da União recomendou a paralisação de 41 obras federais, em atitude que causou irritação no Planalto. A recomendação atinge 13 obras do Programa de Aceleração do Crescimento - pilar da campanha da ministra Dilma Rousseff à Presidência. Embora representem só 0,5% do PAC, essas obras envolvem recursos de R$ 7,38 bilhões. O TCU indicou superfaturamento e pagamento por serviços não prestados. Além disso, o tribunal decidiu fiscalizar aspectos ambientais e constatou precariedade do acompanhamento do Ibama no processo de licenciamento. O relatório aponta outros 22 empreendimentos com indícios de irregularidades graves, com a sugestão de retenção parcial de valores, mas sem recomendar suspensão. Nesse caso, aparecem 16 projetos do PAC. (págs. 1 e A4)

Ministro critica 'anomalia'

O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) disse que o TCU incorre em
“anomalia” no exercício de suas funções, ao "dizer ao Executivo o que deve ser feito". Já a ministra Dilma Rousseff pediu cautela na análise dos indícios de irregularidades. (págs. 1 e A4)

Superávit sobe em agosto, mas queda no ano chega a 68%

O governo central registrou superávit primário de R$ 3,69 bilhões em agosto, mas o resultado - reforçado principalmente pelos dividendos das estatais, de R$ 7,81 bilhões - foi insuficiente para melhorar as contas federais no ano. O superávit despencou 68% de janeiro a agosto, em relação ao mesmo período de 2008. Apesar da queda de R$ 74,85 bilhões para R$ 23,85 bilhões, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse que a situação das contas públicas é tranquila. (págs. 1, B1 e B3)

Vereadores influenciam subprefeitos, mostra mapa

As subprefeituras de São Paulo são ocupadas de acordo com os interesses de vereadores, mostra um mapa obtido pelo Estado com funcionários da Prefeitura. Os subprefeitos não são mais indicados pelos vereadores, mas pelo prefeito. No entanto, na hora de escolher o quadro de funcionários, a Prefeitura considera que a ajuda dos vereadores nessa indicação é legítima. (págs. 1, C1 e C3)

Amorim diz que Brasil negou avião a Zelaya

O chanceler Celso Amorim reiterou que o Brasil não participou da volta de Manuel Zelaya a Honduras - um dia depois que os EUA criticaram os que "facilitaram" o retorno do deposto. No Senado, Amorim disse que, logo após a deposição, Zelaya pediu ao governo brasileiro um avião para voltar ao país, o que lhe foi negado. O chanceler disse que só revelou esse segredo para mostrar que não estava escondendo nada. (págs. 1 e A14)

Governo de facto recua sobre sítio

Sob pressão, o governo de facto de Honduras avisou a Organização dos Estados Americanos que suspenderá o decreto que estabeleceu estado de sítio no país. Enquanto a exceção vigora, porém, somente os governistas podem se manifestar. (págs. 1, A12 e A14)

Foto legenda: Câmara: chega projeto contra fichas-sujas

O presidente da Câmara, Michel Temer, que recebeu ontem o projeto de iniciativa popular assinado por mais de 1,3 milhão de eleitores para impedir a candidatura de políticos com condenação na Justiça, já defende mudanças para abrandar a proposta. Em sua coluna, Dora Kramer afirma que os deputados pretendem alterar inteiramente o espírito do projeto popular. (págs. 1 e A6 a A8)

Petróleo: 'Estado' debate modelo do pré-sal

O evento, hoje no jornal, incluirá o presidente da Petrobras. (págs. 1 e B7)

Candidatos no Enem terão três minutos por questão

O vestibulando que participar do Enem, neste final de semana, terá três minutos para responder a cada uma das 180 questões da prova fora a redação. Serão dez horas de exame, divididas em dois dias. Especialistas recomendam não perder tempo em cada questão. (págs. 1 e A18)

No lobby pelo Rio, Brasil escala Pelé e Paulo Coelho

Brasil escalou Pelé e o escritor Paulo Coelho para reforçar o lobby pela escolha do Rio como sede da Olimpíada de 2016, informa o enviado especial a Copenhague Jamil Chade. Ontem, Pelé prestigiou um jogo de futebol infantil. Hoje, Paulo Coelho janta com as mulheres de integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI), que anunciará, na sexta-feira, a cidade escolhida. (págs. 1, E1 e E2)

Foto legenda: Reforço - Pelé posa para fotos em Copenhague: 'O Rio não tem nenhum problema'

Notas e Informações: A única saída para o Brasil

A única saída digna para o governo brasileiro da armadilha em que se meteu parece ser a concessão de asilo a Manuel Zelaya em território nacional. (págs. 1 e A3)
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http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Sinopses&Tarefa=Exibir
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terça-feira, setembro 29, 2009

XÔ! ESTRESSE [In:] ''BAD CO."

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[Homenagem aos chargistas brasileiros].
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"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

29 de setembro de 2009

O Globo

Manchete: Honduras cede e promete suspender estado de sítio

Embaixador americano na OEA diz que volta de Zelaya foi uma irresponsabilidade

Sob forte pressão interna e externa, o presidente interino, Roberto Micheletti, recuou, pediu desculpas à população e admitiu a possibilidade de revogar, até o fim da semana, o estado de sítio decretado na véspera, restringindo as liberdades individuais. De manhã, os primeiros alvos do decreto foram a Rádio Globo e a TV Cholusat Sur, o Canal 36, emissoras pró-Zelaya, invadidas e fechadas por militares. Em reunião de emergência do Conselho Permanente da OEA, o embaixador dos EUA, Lewis Amselem, disse que o retorno de Zelaya a Honduras foi “irresponsável e tolo" e pediu que ele pare de tentar chamar a atenção a qualquer custo. (págs. 1, 26 e 27 e editorial "Sem mocinhos")

Foto legenda: Soldados cercam sede da Rádio Globo, em Tegucigalpa, fechada pelo governo interino: decreto restringiu a liberdade de expressão

Amorim: sair da embaixada seria 'covardia'

Retirar os diplomatas brasileiros de Honduras e suspender o abrigo a Zelaya seria uma covardia e um incentivo a novos golpes de Estado na América Latina, avaliou o chanceler Celso Amorim. Ele acusou o governo interino de ter dado uma bofetada na comunidade internacional ao barrar a missão da OEA. Já o governador José Serra classificou de "tremenda trapalhada" a decisão do governo de abrigar Zelaya. (págs. 1 e 27)

Chico: Cantem com Chávez

- Nana, neném, que a ONU vem pegar...

Foto legenda: Zelaya com duas bandeiras: Brasil e Honduras

Pedágio: o barato que agora sai caro

As empresas que, há dois anos, ganharam a concessão de rodovias federais oferecendo pedágios baratos agora pedem reajustes alegando problemas administrativos e burocráticos, como a demora do governo em desapropriações. Com isso, dizem, houve atraso de até 18 meses na instalação de praças de pedágio e as empresas querem compensar perdas. (págs. 1 e 21)

Taxação da poupança pode ser engavetada

A oposição e os aliados - sobretudo o PMDB - já avisaram ao governo que dificilmente o projeto para taxar cadernetas em 22,5% passará no Congresso. A pressão é por engavetar o texto. (págs. 1 e 19)

Dilma está curada, dizem os médicos

O Hospital Sírio-Libanês divulgou nota em que afirma que a ministra Dilma Rousseff, que fez tratamento contra um câncer linfático, está
"livre de qualquer evidência de linfoma" e com saúde excelente. (págs. 1 e 4)

Servidores da Justiça terão de trabalhar 8 horas

Resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) obriga servidores do Judiciário a cumprir jornada de 40 horas semanais, ou oito horas diárias. Em alguns estados, eles trabalhavam seis horas. (págs. 1 e 3)

Irã desafia mundo e testa mísseis que chegam a Israel (págs. 1 e 28)

Obama X Lula; 'NYT' x 'N. Yorker'

Acirra a disputa por 2016

De um lado, Obama, por Chicago; do outro, Lula, pelo Rio. Eles estarão na reunião, sexta-feira, que escolherá a cidade-sede das Olimpíadas de 2016. Para o "New York Times", o Rio está bem na disputa; já a "New Yorker" fala do tráfico na cidade. (págs. 1, 12 e 13)

A CBF lançou a pedra fundamental do Museu do Futebol, na Barra da Tijuca. (págs. 1 e 32)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Golpista fecha rádio e TV em Honduras

Emissoras transmitiam fala de Zelaya da embaixada brasileira; para EUA, presidente deposto foi 'irresponsável'

O governo golpista de Honduras tirou do ar por "ataques à paz" uma TV e uma rádio que apoiam o presidente deposto, Manuel Zelaya, horas após publicar decreto que permitia suspender vários direitos civis.

Mais tarde, porém, a Presidência anunciou que retiraria o decreto
"nos próximos dias", depois de ter perdido a maioria no Congresso -fato inédito desde o início do golpe, no final de junho.

A rádio Globo e o canal 36 eram as únicas emissoras a transmitir constantemente declarações de Zelaya na embaixada brasileira, onde ele se refugiou há oito dias.

Em reunião da Organização dos Estados Americanos, o representante dos EUA, W. Lewis Amselem, condenou os golpistas por expulsar diplomatas e chamou o retorno de Zelaya de "irresponsável e tolo". (págs. 1 e Mundo)

CLÓVIS ROSSI
Zelaya é covarde ao convocar protesto de dentro da embaixada

Se eu fosse do governo brasileiro, chamaria o capitão Nascimento de "Tropa de Elite" para dizer "pede para sair, Zelaya". É a única solução contra o esculacho.

Tudo bem condenar o golpe, mas é demais deixar o hóspede virar dono da casa. É covarde e indecente convocar protestos refugiado na embaixada brasileira. (págs. 1 e A2)

Foto legenda: Com fita adesiva na boca, Yolanda Chavarria, 80, participa de manifestação a favor de Zelaya diante de soldados da polícia nacional de Honduras, em Tegucigalpa

Embraer vende à Argentina aviões com suspeita de sobrepreço

Há suspeita de superfaturamento na venda de 20 aviões E-190 da Embraer à Aerolíneas Argentinas por US$ 700 milhões (R$ 1,2 bilhão), dos quais 85% serão financiados pelo BNDES, disse o jornal "La Nación".

O valor máximo de um avião desse modelo é de US$ 30 milhões, US$ 5 milhões a menos que o fixado. A Aerolíneas nega irregularidade, e a Embraer diz não haver sobrepreço. O BNDES afirma que o contrato não foi fechado e, se o for, será em "condições de mercado". (págs. 1 e B8)

Foto legenda: Navegar é preciso

Barco se desloca em rua de São Sebastião do Caí (RS) após cheia de rio; 12 mil pessoas tiveram de deixar as suas casas no Sul em decorrência de temporais, mais intensos nesta primavera (págs. 1 e C6)

BC começa a desmontar iniciativas contra a crise

O Banco Central identificou "sinais de normalização" da economia e modificou as regras para recolhimento de dinheiro dos bancos, o depósito compulsório.

O BC limitou o abatimento desse recolhimento à compra de carteiras de bancos pequenos. A medida se estendia aos médios. (págs. 1 e B1)

Calote de empresa diminuiu. (págs. 1 e B7)

Brasil vai trocar de embaixador em Washington

O embaixador do Brasil nos EUA, Antonio Patriota, vai substituir Samuel Pinheiro Guimarães na secretaria-geral do Itamaraty, informa Sérgio Dávila

Guimarães pode se tornar ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência. Os diplomatas Vera Machado e Mauro Vieira estão cotados para o lugar de Patriota. (págs. 1 e A10)

Editoriais

Leia "Um passo atrás", que critica a participação brasileira na crise política de Honduras; e "Mais conservadora". (págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: EUA condenam Zelaya e criticam 'os que o ajudaram'

Na OEA, presidente deposto, apoiado pelo Brasil, é chamado de irresponsável

O retorno de Manuel Zelaya a Honduras foi uma titude "irresponsável" e "idiota", segundo disse o representante dos EUA em reunião na Organização dos Estado Americanos, Lewis Anselem. "Ele deve parar de agir como se estivesse estrelando um filme antigo", acrescentou o diplomata, que também criticou "os que facilitaram sua volta" - a Venezuela ajudou Zelaya e o Brasil o abrigou em sua embaixada em Tegucigalpa. Para Washington, Zelaya só poderia ter voltado se houvesse acordo com o governo de facto, para evitar violência. Ontem, forças hondurenhas, baseadas no estado de sítio, invadiram e depredaram uma emissora de rádio e uma de TV pró-Zelaya, informa a enviada especial Denise Chrispim Marin. (págs. 1 e A13 a A15)

Hondurenhos veem intromissão

A decisão brasileira de abrigar Manuel Zelaya em sua embaixada é vista por políticos independentes de Honduras como fator de ampliação da crise. "A intromissão levou a uma situação dramática", disse um deles. (págs. 1 e A13)

Foto legenda: Estado de sítio - Policiais hondurenhos confiscam equipamento de rádio simpática a Zelaya, em ação criticada por vários setores do país

Governo usa depósitos judiciais para obter superávit

Com a queda da arrecadação de impostos e o aumento dos gastos, o governo poderá contar com o repasse de depósitos judiciais de tributos e contribuições federais para chegar o mais próximo possível do superávit primário, informa a repórter Edna Simão. Só no primeiro semestre, a Caixa Econômica Federal detinha R$ 31,5 bilhões em depósitos judiciais. Ainda não há um cálculo de quanto seria repassado. (págs. 1 e B1)

Número
R$ 1,75 bilhão foi o repasse da CEF ao Tesouro em depósitos judiciais em agosto

Censura ao 'Estado' faz 60 dias e pode ter nova decisão

A censura ao Estado, determinada por decisão judicial liminar a pedido da família Sarney, completa hoje 60 dias. Amanhã, o novo relatar do caso, desembargador Lecir Manoel da Luz, deve se manifestar e pode suspender a proibição. Para Paula Martins, da ONG pró-liberdade de expressão Artigo 19, o caso é “paradigmático” da falta de um padrão claro sobre os direitos nessa área. (págs. 1 e A12)

Esportes: Obama entra na campanha por Olimpíada em Chicago

O presidente dos EUA, Barack Obama, confirmou sua presença para pedir votos para Chicago na eleição da sede da Olimpíada de 2016. Os concorrentes, como o Rio, consideram que sua atitude será um grande trunfo da candidatura americana. (págs. 1 e E1)

Irã testa mísseis que poderiam atingir Israel

O Irã testou ontem seu míssil de mais longo alcance - com capacidade para atingir Israel, bases militares americanas no Oriente Médio e parte da Europa -, três dias depois de os Estados Unidos e seus aliados revelarem que o país está construindo secretamente outra usina de enriquecimento de urânio. A Casa Branca classificou o teste de provocação. (págs. 1 e A16)

.edu: Profissões do pré-sal

Caderno mensal mostra como se qualificar para o desafio a 7 mil metros. (pág. 1)

Eleição: Iniciativa popular veta os 'fichas-sujas'

Congresso recebe hoje o projeto que proíbe candidatura de réus. (págs. 1 e A4)

Notas e Informações: 'Vazamentos seletivos' de dados

Cabe agora ao ministro Tarso Genro responder se a direção da Polícia Federal foi inepta ou omissa. (págs. 1 e A3)

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Jornal do Brasil

Manchete: Jogos vão gerar dois milhões de empregos

Se Rio sediar Olimpíada, benefícios vão até 2027, prevê estudo da USP

Encomendado pelo Ministério do Esporte, estudo da Universidade de São Paulo prevê que, se for escolhido cidade-sede da Olimpíada de 2016, o Rio contabilizará mais de 2 milhões de empregos até 11 anos depois das competições. A cidade tem previsão de investimento de quase R$ 30 bilhões, o que deve gerar 120 mil empregos por ano até a realização dos Jogos e mais 130 mil empregos anuais até 2027. Em Copenhague, onde na sexta-feira será escolhida a cidade-sede, os responsáveis pelo projeto Rio-2016 contam com algumas armas para convencer os integrantes do Comitê Olímpico Internacional: Pelé, o presidente Lula, um filme do cineasta Fernando Meirelles e painéis com imagens de cartões-postais cariocas. (págs. 1 e Esportes D3 a D6)

Foto legenda: Aliança pelo Rio

Juntos - No lançamento da pedra fundamental da sede da CBF, que ficará pronta em dezembro de 2012 na Barra da Tijuca, o presidente da organização, Ricardo Teixeira, contou ter mostrado as belezas do Rio para Joseph Blatter e Issa Hayatou, que na sexta votam na cidade que vai abrigar a Olimpíada de 2016. "Fiz minha parte", disse. (págs. 1 e Esportes D6)

Golpistas aumentam repressão em Honduras

O governo golpista de Honduras aumentou a repressão a simpatizantes do presidente deposto Manue1 Zelaya e assinou decreto que restringe liberdades individuais. Estações de rádio e TV foram fechadas. Na Organização dos Estados Americanos, o embaixador dos EUA condenou as ameaças à embaixada brasileira, mas criticou a volta de Zelaya. (págs. 1 e Tema do dia A2 e A3)

Irã testa mísseis de longo alcance

A decisão do Irã de testar novos mísseis capazes de atingir alvos em Israel, partes da Europa e bases americanas no Golfo Pérsico agravou o impasse cada vez maior com os EUA e seus aliados sobre o programa nuclear iraniano. (págs. 1 e Internacional A20)

Foto legenda: No comando

Negócios à vista - Hildelene Lobato Bahia assumiu ontem o posto mais alto da Marinha Mercante brasileira: será a primeira comandante de navio, da Transpetro, cargo até então ocupado apenas por homens.
"Não é uma questão de gênero, mas de capacidade", elogiou Sérgio Machado, presidente da empresa que comprou 26 mil toneladas de aço importado da China e da Coreia do Sul. (págs. 1 e Economia A18)

Inadimplência de empresas cai

A volta do crédito e a melhora das condições de consumo dos brasileiros derrubaram em 12,7% a inadimplência das empresas no mês passado, de acordo com a pesquisa da Serasa Experian. É um reflexo da retomada da capacidade de pagamento do consumidor. (págs. 1 e Economia A19)

Terra ficará 4°C mais quente

A temperatura global deve subir 4 graus até meados da década de 2050, caso sejam mantidas as atuais tendências de emissões de gases do efeito estufa. O novo estudo é compatível com as piores previsões da ONU feitas no ano passado. (págs. 1 e Vida, Saúde & Ciência A24)

Informe JB

O fator Meirelles para a sucessão. (págs. 1 e A4)

Coisas da política

Cotas são debate sem certo ou errado. (págs. 1 e A2)

Sociedade Aberta

Eduarro Suplicy
Senador (PR-SP)

Contribuições ao julgamento de Battisti. (Pág. 1 e A9)

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Correio Braziliense

Manchete: Mais uma chance para fantasmas do Senado

Um mês é pouco tempo para o Senado identificar os servidores que recebem sem trabalhar ou são beneficiados pelo nepotismo. Todos os funcionários da Casa, efetivos ou comissionados, deveriam informar até a última sexta-feira, dia 25, os dados pessoais para o recadastramento conduzido pela Diretoria-Geral. Mas apenas 64% seguiram a determinação. Em vez de cortar o salário dos funcionários que não aparecem para trabalhar, o Senado adiou o prazo e vai esperar até 16 de outubro para que os desavisados se manifestem. A moralização das contratações provoca bate-boca entre senadores — há denúncias até de funcionários presos que recebem salário —, aflige servidores temerosos de perder regalias e preocupa o sindicato da categoria, favorável ao recadastramento. (págs. 1 e 2)

Foto legenda: Mordaça em Honduras

O fechamento de uma rádio e uma tevê de oposição provocou protestos ontem em Honduras. A situação em Tegucigalpa segue tensa, conforme relatam os repórteres Rodrigo Craveiro e Isabel Fleck, que conversaram por telefone com Manuel Zelaya, refugiado na Embaixada do Brasil. Ontem, o representante norte-americano na OEA, Lewis Amselem, criticou o retorno do presidente deposto e os que apoiaram essa atitude. (págs. 1, 26 e 27 QR Code com entrevistas de Manuel Zelaya e David Romero, da Rádio Globo de Tegucigalpa)

Efeito Meirelles: Diretoria do BC prepara debandada

A saída de Henrique Meirelles do Banco Central para disputar as eleições em Goiás deu início a uma debandada no comando da instituição. Pelo menos três diretores estão inclinados a deixar os cargos antes de 2010. Um deles é Mário Mesquita. (págs. 1 e 16)

Foto legenda: Para o que der e vier

A posse era de Alexandre Padilha, novo ministro de Relações Institucionais, mas a estrela foi o vice-presidente José Alencar, ovacionado por Dilma Rousseff e pela plateia. Curada do câncer no sistema linfático, a ministra agradeceu o apoio de Alencar e disse estar “pronta para o que der e vier”. (págs. 1, 9 e 11)

Bancários: Paralisação afeta caixas eletrônicos

A greve dos bancários compromete os terminais de autoatendimento. Há risco de faltar dinheiro nos caixas eletrônicos, segundo a entidade que representa os trabalhadores. No Distrito Federal, 200 agências tiveram fechamento total ou parcial. As negociações salariais foram retomadas, mas não há previsão para o fim da paralisação. (págs. 1 e 20)

Lei de diaristas gera polêmicas

Substitutivo ao projeto de lei que normatiza o trabalho desses profissionais prevê três dias da semana sem vínculo empregatício e piso nacional de R$ 31. Proposta original era de dois dias, sem fixar valores. (págs. 1, 12 e 13)

Bafômetro ganha força no STJ

Superior Tribunal de Justiça nega habeas corpus a um motorista que se recusou a fazer exames do teor de álcool no sangue com o argumento de que não poderia produzir provas contra si próprio. Questão vai ao Supremo. (págs. 1 e 15)
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http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Sinopses&Tarefa=Exibir
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segunda-feira, setembro 28, 2009

XÔ! ESTRESSE [In:] CHAVE DE CADEIA

...







[Homenagem aos chargistas brasileiros].
...

ILHA DE VERA CRUZ/ELEIÇÕES 2010 [In:] QUARTETO EM ''RÉ MENOR''

Brasil

O número 2 de Lula

Preocupado com a queda de Dilma Rousseff, o governo revê
sua estratégia para 2010 e decide incentivar uma segunda
candidatura chapa-branca – a do deputado Ciro Gomes


Otávio Cabral
Fotos Sergio Dutti/AE
DIVISÃO DE TAREFAS
Dilma seguirá o roteiro de herdeira de Lula, enquanto Ciro se encarregará de atacar os tucanos:
o compromisso fechado com o presidente é que não haja fogo amigo entre seus aliados

Para o presidente Lula, eleger o sucessor em 2010 é uma obsessão. Ele é dono de índices espetaculares de aprovação, coleciona comendas mundo afora e está convicto de que a história do Brasil será dividida entre os períodos a.L. e d.L. – antes de Lula e depois de Lula. A derrota nas urnas de um herdeiro político não cabe nesse currículo. Há mais de seis meses o presidente está em campanha apresentando nos palanques sua candidata, a ministra Dilma Rousseff. Até agora, porém, a fama de eficiente dela e a popularidade dele não têm se transformado em intenções de voto no volume esperado. O que parecia ser a receita correta para o continuísmo está se mostrando um fracasso na prática. Diante do quadro até agora desfavorável, Lula pôs em andamento um plano alternativo. O governo decidiu dividir as bênçãos da aprovação plebiscitária de Lula entre Dilma e um segundo nome identificado com a atual administração – o deputado Ciro Gomes, do PSB.

Disputar a eleição presidencial com dois candidatos ungidos pelo Planalto parece, à primeira vista, mais uma daquelas obras de arquitetura política muito atraentes no papel, mas que não se sustentam no mundo do concreto. A estratégia faz mais sentido quando examinada em dois tempos. Dar publicidade a esse caminho agora aumenta, pelo menos teoricamente, a perspectiva de continuidade no poder do atual grupo governante. Isso soa como música aos ouvidos dos potenciais aliados que abominam a ideia de sentir saudade das emas do Palácio da Alvorada a partir de janeiro de 2011. Quanto maior a perspectiva de vitória, maior o poder de atração de apoios. Quem se beneficiou disso foi Ciro Gomes. O deputado apareceu na última pesquisa de intenção de voto empatado na segunda colocação com Dilma Rousseff – ambos muito atrás do governador de São Paulo, José Serra. A diferença é que Ciro está em ascensão, enquanto Dilma vem perdendo fôlego, principalmente depois do anúncio da candidatura da senadora Marina Silva, do PV (veja o gráfico abaixo).

Craig Ruttle/AP
OBSESSÃO
Lula quer garantir um candidato
oficial no segundo turno. Mas quem?


Lula relutou em abraçar a candidatura Ciro Gomes. Nos últimos três meses, o presidente se empenhou em tentar convencer o deputado a transferir o domicílio eleitoral para São Paulo e disputar o governo estadual. Assim, com uma única tacada, ele se livraria de um adversário incômodo no plano federal e ganharia um aliado em São Paulo. As últimas pesquisas, porém, mostraram que Ciro e Dilma podem, pelo menos no primeiro turno, constituir uma aliança informal pelo parentesco ideológico e, principalmente, pelo adversário comum. Ciro é um orador inflamado, exímio construtor de frases que, a despeito da falta de lógica e amparo na realidade, têm poderoso efeito comunicador. Os julgamentos sobre o que é certo ou errado, bom ou ruim, velho ou novo, saem da boca de Ciro com a certeza de um pregador protestante. Ele faz o mundo parecer simples. Isso agrada aos ouvidos de certo tipo de eleitor incapaz ou indisposto diante do desafio de destrinchar discursos mais complexos. Nesse particular, Ciro é o oposto de Dilma. A ministra é quase sempre cerebral ao ponto de enregelar as audiências com o fogo frio de seu olhar e a cordilheira de números que deita sobre seus ouvidos.

O ponto decisivo para convencer Lula foi o fato de a estratégia ter dado certo antes. Eduardo Campos, atual governador de Pernambuco, estava em terceiro lugar, mas acabou vencendo a eleição no segundo turno. Para superar o candidato que liderava com folga todas as pesquisas, PT e PSB, aliados, lançaram cada um seu próprio candidato com o compromisso de que o perdedor apoiaria o vencedor num eventual segundo turno. Deu Campos. Diz Ciro Gomes, que adorou o arranjo: "Eu não serei um candidato contra o governo ou contra Dilma. Pelo contrário, a condição para eu ser candidato é ser aliado de Lula. A candidata do partido dele é Dilma, mas ele também vai me apoiar". Na campanha, uma das principais funções do candidato do PSB, segundo o plano traçado pelo governo, será fustigar José Serra. Enquanto Dilma fará uma campanha propositiva, aos moldes do "Lulinha paz e amor" de 2002, Ciro vai atacar o tucano, relembrando escândalos do governo FHC e mostrando os pontos fracos do governo paulista. Ele não terá dificuldades em cumprir esse papel. Ciro, que já foi do PSDB, tem uma antiga rixa com o governador paulista. Ele abandonou o ninho tucano por desavenças políticas e pessoais com a ala paulista do partido, principalmente com Serra. Na campanha de 2002, ele atribuiu ao tucano o naufrágio de sua candidatura. "Havia uma equipe de TV do Serra no meu encalço o tempo todo. Todo escorregão que eu dava estava no dia seguinte no programa de TV do PSDB", conta, ainda demonstrando muita mágoa. Ciro repetirá que o governo de Lula foi melhor que o de Fernando Henrique Cardoso e que a eleição de um novo presidente tucano seria um retrocesso. "Não podemos deixar que eles voltem" é bordão repetido em entrevistas e debates do candidato.

Eleitoralmente, Ciro também representa um contraponto à própria Dilma, o que pode parecer um problema, mas também já foi devidamente calculado. Lula acredita que essa diferença é útil em uma campanha, pois cada um pode enfraquecer Serra em uma frente distinta. Dilma, a número 1, é novata em disputas eleitorais, enquanto Ciro, o número 2, está no ramo há quase trinta anos. Dilma é mineira e fez carreira no Rio Grande do Sul, enquanto Ciro é paulista e fez a vida no Nordeste. A petista lutou na clandestinidade contra a ditadura quando o socialista ainda nem pensava em fazer política. Pelas pesquisas, Dilma tem mais penetração no eleitorado menos esclarecido, mais pobre e morador do interior, enquanto Ciro se destaca entre os mais escolarizados, com mais dinheiro e moradores de grandes cidades. Parece perfeito, mas o PSB e o governo têm uma preocupação capital: a personalidade do próprio Ciro. Em 2002, quando estava bem cotado nas pesquisas, ele mesmo se derrotou ao chamar um eleitor de burro em um programa de rádio. Depois, disse que a função de sua mulher, a atriz Patrícia Pillar, era apenas dormir com ele. Para tentar evitar novos contratempos, o PSB estabeleceu condições para aprovar a candidatura. Ciro não poderá falar mal de Lula e do governo, nem hostilizar o PT – e terá de manter o equilíbrio, sem reagir a provocações. Diz o deputado: "A política é cruel, aprendi. Vão me provocar, mas eu vou ter de engolir, vou ter paciência, dar uma risadinha e deixar pra lá".


Jojser Patricio
TERCEIRA VIA
Marina acabou de entrar na disputa e já preocupa governo e oposição




Sinal vermelho no PV

Fotos Ueslei Marcelino/Obritonews e Wilson Dias/ABR
BARRADOS NO BAILE
O PV abriu as portas para filiados de várias origens, mas
dispensou o ex-governador Luiz Antonio Fleury e Ivo Cassol,
governador de Rondônia

A mais recente rodada de pesquisas reforçou a pororoca eleitoral armada pela candidatura presidencial da senadora Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente de Lula, ex-petista e agora estrela do Partido Verde (PV). Conhecida por apenas 18% dos brasileiros, Marina já tem 8% das intenções de voto no cenário mais provável, que exclui a ex-senadora Heloísa Helena da disputa. Isso significa que, de cada dois brasileiros que a conhecem, um está disposto a votar nela. A onda verde está atraindo surfistas de todas as tribos para a praia do PV, partido que chegou a ser ameaçado de extinção antes de abonar a ficha de Marina. A média de filiações saltou de 500 por mês para 2 600 após a chegada da senadora. A nova militância é bastante eclética. Inclui ambientalistas, evangélicos, intelectuais e até a líder das prostitutas fluminenses, Gabriela Leite, que se filia neste domingo para disputar um mandato de deputada federal. O potencial eleitoral do PV está atraindo até políticos dispostos a lustrar a biografia. Luiz Antonio Fleury, que governava São Paulo quando ocorreu a chacina do Carandiru, e Ivo Cassol, governador de Rondônia, às voltas com suspeitas de fraudes amazônicas, flertaram com o PV, mas foram descartados – sinal de que a epifania da diversidade, bandeira do partido, pode ser relativa.

As sondagens pré-eleitorais já captaram uma tendência. Os eleitores que reprovam o governo por envolvimento em episódios como o mensalão e a salvação do senador José Sarney estão migrando para a candidatura de Marina Silva. A senadora está fazendo sua parte para se tornar um hit eleitoral. Evangélica fervorosa e intransigente em sua militância verde, seu discurso está cada vez mais moderado. Na semana passada, em entrevista ao programa Roda Viva, ela elogiou os avanços dos governos do ex-presidente Fernando Henrique e do presidente Lula, dizendo que eles devem ser mantidos. E fez uma crítica, suave mas muito acertada, ao principal programa social do governo Lula, o Bolsa Família. "As pessoas não podem depender para sempre do Bolsa Família. Tem de haver um processo de libertação de qualquer tipo de dependência em relação ao estado", disse a senadora, que ultimamente tem se dedicado ao estudo da psicanálise.

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http://veja.abril.com.br/300909/numero-2-lula-p-068.shtml

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HONDURAS: QUEM É QUEM ?

Especial

O pesadelo é nosso

Na contramão da tradição diplomática nacional, o Brasil se
intromete na política interna de outro país e o faz da pior
maneira possível: como coadjuvante de Hugo Chávez


Otávio Cabral e Duda Teixeira
Edgard Garrido/Reuters
À vontade
Zelaya dorme na embaixada brasileira em Tegucigalpa: ele se diz torturado por "mercenários de Israel" com "radiação de alta frequência"


Lula tem na política o instinto matador que caracteriza os grandes artilheiros do futebol tão admirados por ele. Na semana passada, essa habilidade abandonou o presidente da República. Ele esteve em Nova York para discursar na abertura da 64ª Assembleia-Geral da ONU, palco privilegiado para fazer aquilo de que mais gosta e que faz como poucos: enaltecer o Brasil aos olhos do mundo. Em sua fala, Lula assinalou os avanços no uso de energias limpas no Brasil e mesmerizou os burocratas internacionais com ataques à caricatura do mercado onipotente. Ficou nisso. A maior parte do tempo passado sob os holofotes foi dedicada por Lula a falar de um país estrangeiro, Honduras, uma nação paupérrima sem nenhuma relação especial com o Brasil. Politicamente instável, Honduras vem de ejetar do posto e exilar um presidente, Manuel Zelaya, pela tentativa de desrespeitar a Constituição e, por meio da convocação de um plebiscito, perpetuar-se no poder.

Caso típico da contaminação ideológica patrocinada pelo venezuelano Hugo Chávez, Zelaya vendeu a Caracas seu pouco valorizado passado de latifundiário direitista. De repente, começou a se pautar pela cartilha populista chavista de miséria moral e material, supressão de liberdades individuais, desrespeito às leis, aos costumes civilizados, associação com o narcotráfico e, claro, eternização no poder – receita que estranhamente passou a ser chamada de esquerda na América Latina. Em uma operação comandada por Chávez, Zelaya foi conduzido de volta a Honduras e se materializou com numerosa comitiva na casa onde funciona a Embaixada do Brasil em Tegucigalpa. Esse hóspede incômodo, de aparência bizarra e com sinais evidentes de distúrbios mentais – ele se diz vítima de ataques por radiação de alta frequência e gases tóxicos que ninguém mais percebe –, foi o grande assunto de Lula em Nova York. O Brasil pode esperar outra oportunidade.

Zelaya é um problema dos hondurenhos que encurtaram seu mandato antes que ele o espichasse indefinidamente. É um problema também de Chávez, que não se conforma em perder o investimento feito na conversão dele ao seu credo. É um problema dos Estados Unidos pela proximidade geográfica e por estar na sua esfera de influência histórica. Pois a semana acabou com Zelaya sendo um problema e constrangimento para o Brasil. Golpe de mestre de Chávez, que evitou alojar Zelaya na Embaixada da Venezuela, ordenando a seus amigos na paradiplomacia brasileira chefiada por Marco Aurélio Garcia que o acolhessem na representação brasileira. "Hoje, o Brasil tem um problema em Honduras e Chávez, que o produziu, não tem nenhum", diz Maristela Basso, professora de direito internacional da Universidade de São Paulo. Chávez age como o líder do subcontinente americano. Faz troça dos Estados Unidos e ignora Lula.

Edgard Garrido/Reuters
SINTAM-SE EM CASA
Partidários de Zelaya sob proteção brasileira: a embaixada em Honduras foi convertida em palanque eleitoral


Com as eleições marcadas para o próximo dia 29 de novembro, o governo interino que derrubou Zelaya se preparava para reconduzir o país à normalidade democrática. O candidato ligado a Manuel Zelaya aparecia até bem colocado nas pesquisas de intenção de voto. Seria uma saída rápida e democrática para um golpe, coisa inédita na América Latina. Seria. Agora o desfecho da crise é imprevisível. O mais lógico seria deixar o retornado sob os cuidados dos amigos brasileiros até depois das eleições, que, se legítimas, convenceriam a comunidade internacional das intenções democráticas dos golpistas. E, claro, com-binar isso com os apoiadores e detratores de Zelaya nas ruas (veja a reportagem da enviada especial de VEJA, Thaís Oyama), já que elas costumam ter sua própria e volátil dinâmica. O Brasil, que poderia ser parte da solução da crise de Honduras, tornou-se, graças a Chávez, o problema. A embaixada brasileira agora tem um hóspede que ouve vozes e uma paradiplomacia que ouve ditadores estrangeiros.

"O Brasil passou à condição de refém de Zelaya. Ele jamais quis nossa proteção, tudo o que quer é usar a embaixada como palanque eleitoral", definiu na sexta-feira passada o embaixador Marcos Azambuja, expoente do passado de diplomacia profissional de padrão mundial que um dia prevaleceu no Itamaraty. O ministro-conselheiro Francisco Catunda Resende, único diplomata brasileiro em Honduras, foi quem recebeu Zelaya, acompanhado da mulher, Xiomara, filhos e bagagem, às 11 horas da manhã de segunda-feira. Catunda Resende já tinha sido informado, em termos misteriosos, da iminente chegada de um visitante ilustre, conforme VEJA apurou no Itamaraty. O que não estava combinado era que Zelaya transformaria a embaixada em comitê de campanha, com centenas de correligionários acampados dentro do prédio. Ele deu entrevistas dentro da embaixada e proferiu um discurso da varanda do 2º andar. Disse que lutaria pelo cargo até a morte e conclamou a população a resistir. Tomou conta do lugar com tal desfaçatez que seu pessoal se recusou a dividir com os funcionários brasileiros a comida enviada pela ONU. A situação é inédita nas relações internacionais (veja o quadro). Em geral, um país dá asilo em sua embaixada a alguém que é perseguido e corre risco no país. Não é o caso de Zelaya, que estava em segurança na Nicarágua e resolveu voltar para Honduras, onde há um mandado de prisão contra ele. A versão oficial do Itamaraty é que está "abrigando o presidente Zelaya numa situação peculiar, na qual ele corre risco" e que ele "não é um asilado". "Se eu estivesse lá, deixaria o presidente deposto entrar na embaixada e o manteria lá. O que não tem cabimento é a chegada de 300 aliados políticos, que passaram a utilizar a embaixada como um comitê", diz Roberto Abdenur, que foi embaixador em Washington.

Fotos Henry Romero/Reuters e Franklin Rivera/AFP
PAÍS TUMULTUADO
Hondurenhos protestam contra Chávez e, ao lado, partidário de Zelaya: o incrível latifundiário que virou ícone esquerdista


A ajuda a Zelaya é a confirmação da primazia da ideologia sobre o interesse nacional no governo Lula. Honduras só tem importância na retórica e nos planos de Chávez, que procura ampliar sua influência entre os pequenos países centro-americanos. Honduras não está na agenda diplomática do Brasil – aliás, de nenhum país exceto seus vizinhos e a Venezuela – porque não tem importância política ou econômica. É um exportador de bananas e, com sua instabilidade crônica, serviu de modelo para a criação da expressão "república bananeira". Praticamente, só conta com um parceiro comercial, os Estados Unidos. A crise é um daqueles casos em que os dois lados envolvidos não têm razão. Incentivado por Chávez, Zelaya tentou modificar uma cláusula pétrea da Constituição e instituir a reeleição. O Congresso e o Judiciário proibiram um plebiscito sobre o tema, que foi mantido por Zelaya. A Suprema Corte, então, decretou sua prisão. Em vez de prendê-lo, porém, um comando militar invadiu sua casa durante a madrugada e o expulsou do país, ainda de pijama. Em seu lugar foi empossado Roberto Micheletti, presidente do Congresso e membro do mesmo partido de Zelaya.

Houve um golpe de estado? Sim. País pequeno e pobre, Honduras foi transformada num caso exemplar do repúdio da comunidade internacional aos golpes de estado. Foi castigada com sanções econômicas e congelamento nas relações diplomáticas. Exceto por isso, o problema não era tão grande. A medida de força foi, até certo ponto, justificável pelas leis do país. Até o momento do golpe, o maior perigo para a democracia era o presidente Manuel Zelaya. Ele seguia os passos de Hugo Chávez, Rafael Correa e Evo Morales, e queria reescrever a Constituição para ampliar o próprio mandato. Não foi um golpe revolucionário, que rasga a Constituição, militariza o Poder Executivo e elimina a liberdade de expressão. Ao contrário, o objetivo era preservar as instituições. As eleições foram mantidas, com a presença da oposição, em 29 de novembro. Havia calma nas ruas, apesar de o país sentir o peso das sanções econômicas. A situação em Honduras só tinha importância para Zelaya. Se as eleições fossem realizadas, um novo presidente assumiria e o deposto cairia no anonimato. Em entrevista a VEJA, o americano Peter Hakim, do Diálogo Inter-Americano, um centro de estudos em Washington, colocou a questão em termos realistas: "Honduras pode ter cometido um pecado, mas não é a Sérvia ou Darfur. A comunidade internacional deveria focar no retorno da melhor democracia que eles possam ter". O governo Lula preferiu apoiar os planos de continuísmo de Zelaya. Essa intervenção jogou lenha na fogueira e pôs Honduras à beira da anarquia.

Rodrigo Abd/AP
CAOS E TEMOR
O país estava em paz, mas a volta do presidente deposto esquentou os ânimos: supermercado saqueado


Manuel Zelaya é o mais improvável dos ícones adotados pela esquerda pró-Chávez. Um homem rico, dono de fazendas e madeireiras, anda sempre de botas, guayabera (a camisa típica da América Central) e chapéu branco, de abas largas. Com quase 2 metros de altura, bigodão de mexicano em filme americano, ele cultiva a imagem de um homem do campo honesto e trabalhador. Gosta de ser chamado de "Comandante Vaqueiro". Filho de uma família tradicional de fazendeiros, Zelaya filiou-se ao Partido Liberal, o mais à direita de Honduras, em 1970. Seu pai tinha sido do mesmo partido, mas teve suas ambições políticas frustradas quando passou sete anos na cadeia. Foi condenado como mandante do assassinato de dois padres e treze agricultores sem-terra que haviam invadido sua propriedade. A aproximação com Chávez ocorreu em 2008 e contou, no início, com apoio no Congresso. Em troca de 130 milhões de dólares, 4 milhões de lâmpadas e 100 tratores, Honduras entrou para a Alba, a associação de amigos de Chávez.

Os hondurenhos desconheciam então que o presidente também recebera de Chávez conselhos perversos sobre como se utilizar de mecanismos democráticos, como eleições e plebiscitos, para aniquilar a democracia e se perpetuar no poder. Um comunista diria que faltaram ao chavista neófito as condições objetivas para aplicar o modelo bolivariano de tomada do poder. Em fim de mandato, com popularidade baixa (30%), andava às turras com os companheiros liberais e, quando não conseguiu cooptar o chefe das Forças Armadas para a realização do plebiscito, ele fez a besteira de demiti-lo sumariamente. É um mistério como ele pretendia ser aceito como caudilho sem ter o apoio do Judiciário, do Legislativo, das Forças Armadas e da população. É difícil deduzir se Zelaya se atrapalhou por esperteza ou ingenuidade. Não se deve descartar a hipótese de que o homem seja um lunático. Como sugere sua queixa, na semana passada, de que "um grupo de mercenários israelenses" estava perturbando seu cérebro com "radiações de alta frequência". A paranoia dos raios mentais é um sintoma clássico de esquizofrenia. O certo é que Zelaya não cabe no figurino de um mártir da democracia.

Oswaldo Ribas/Reuters
SEQUELAS DO GOLPE
Roberto Micheletti, presidente interino de Honduras: sanções econômicas já causaram uma queda de 6% no PIB hondurenho


Desde que foi deposto e expulso do país, em 28 de junho, Zelaya conta com a ajuda do Brasil. O presidente Lula e o senador José Sarney o receberam em Brasília com honras de chefe de estado. Um exagero, mas ainda dentro do razoável. Lula é obcecado por fazer do Brasil um protagonista no cenário mundial. Daí a mania de dar palpite em temas sobre os quais seria melhor ser discreto. O Brasil está bem equipado para desempenhar um papel mais ativo. Uma das dez maiores economias do mundo, o país é uma democracia de dimensões continentais. Seu presidente, por sua vez, é festejado e bem-vindo no exterior. Pode-se contar também com o apoio dos Estados Unidos, que veem o fortalecimento do Brasil como uma boa forma de conter a influência de Chávez no continente. Se o país é humilhado pelos vizinhos, tem suas riquezas roubadas impunemente e acumula derrotas nos organismos internacionais, é porque o presidente e seus diplomatas escolheram o caminho da ideologização da diplomacia nacional (veja o quadro). Qualquer regime minimamente antiamericano conta com o apoio tático do governo brasileiro – ainda que esteja envolvido em genocídio, como o do Sudão, ou seja tratado como pária mundial, como o do Irã. As estripulias dos governantes de esquerda da região – mesmo que eles estejam agindo contra os interesses brasileiros – são toleradas em silêncio pelo presidente Lula. "Por causa dessa política externa, estamos sempre a reboque dos acontecimentos", disse a VEJA Rubens Barbosa, que foi embaixador brasileiro em Washington. O Brasil poderia ser protagonista de uma solução pacífica em Honduras, cujo formato foi definido por Oscar Arias, Prêmio Nobel da Paz e presidente da Costa Rica, com o apoio dos Estados Unidos e da Organização dos Estados Americanos. Chávez foi mais convincente. Na Assembleia-Geral da ONU, em rompante, Lula chegou a dar ultimato ao governo de Honduras. Vai mandar os fuzileiros navais? Seria a suprema vitória de Chávez na armadilha que armou para Lula.

Com reportagem de Thomaz Favaro

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http://veja.abril.com.br/300909/pesadelo-nosso-p-116.shtml

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