PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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segunda-feira, maio 26, 2008

XÔ! ESTRESSE [In:] NO REINO DO COVEIRO









LUGO & LULA [In:] 'MUY AMIGOS'


Nas pegadas do encontro em que foi criada a Unasul (União das Nações Sul-Americanas), o presidente eleito do Paraguai voltou a futucar uma ferida.
Primeiro, pôs o dedo: lembrou que é preciso renegociar os contratos das usinas de Itaipu (sociedade com o Brasil) e Yacyretá (com a Argentina). Depois, tirou sangue: "Não podemos continuar sendo explorados economicamente por países que têm governos de esquerda e que dizem estar lutando por uma América Latina mais próspera e democrática, como é o caso do Brasil e da Argentina".
A ladainha pingou dos lábios do ex-bispo Lugo em entrevista à Agência Lusa. A certa altura, pronunciou algo que soa como ameaça:"Está na hora de o Paraguai retomar a sua dignidade enquanto país e recuperar a sua soberania, exportando energia elétrica para países como o Uruguai", disse. Reza o tratado de Itaipu que o excedente energético, não utilizado pelo Paraguai, deve ser vendido ao Brasil, não ao Uruguai.Por ora, o governo brasileiro lida com as reivindicações de Lugo com lhana resistência. Mas o novo presidente paraguaio parece convicto de que a coisa vai mudar.Referindo-se especificamente a Itaipu, Lugo disse ter “certeza” de que Lula vai acabar renegociando o contrato. Na campanha eleitoral, ele dizia: “Se renegociaram o preço do gás da Bolívia, por que negariam a revisão da cotação da energia paraguaia?”. Ai, ai!
Escrito por Josias de Souza, Folha Online, 2605.

LULA/AMERICA DO SUL/MONETARISMO: UNASUL OU 'UNE-OESTE'?

Lula propõe BC e moeda únicos para a América do Sul

BRASÍLIA - O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, no seu programa semanal de rádio, Café com o Presidente, analisou a criação da União Sul-Americana de Nações (Unasul) que nasceu no primeiro encontro na semana passada em Brasília, com a presença de 12 presidentes de países da América do Sul, e disse que "na verdade muita coisa ainda não se concretizou. Nós agora estamos criando o Banco da América do Sul. Nós vamos caminhar para, no futuro, termos um Banco Central único, para ter moeda única. Nós vamos caminhar para isso. Agora, isso é um processo e não é uma coisa rápida".
Lula afirmou que sua idéia do Conselho de Defesa Sul-Americano, pode ser analisado novamente em 90 dias, com a elaboração de uma proposta melhor, e que supere divergências, que ele reconheceu existir, mas revelou que "dos doze países, apenas a Colômbia colocou objeção".
E complementou: "Depois eu conversei com o presidente Uribe. Vamos voltar a conversar. Estou viajando à Colômbia no dia 20 de julho. E eu acho que as coisas vão se acertar. O que é importante para mim é uma frase que eu disse quando eu tomei posse em 2003: Nós vamos começar fazendo o necessário, depois a gente vai fazer o possível e quando menos imaginar nós estaremos fazendo o impossível. Era impossível , há cinco anos atrás, a gente pensar que a situação da América do Sul estivesse do jeito que está. Com muitos presidentes comprometidos com a maioria do povo, com a inclusão social, eleitos democraticamente, com as instituições se fortalecendo e com a criação da União Sul-americana de Nações".
Lula também disse que a criação era um sonho que tinha desde 2004, e era uma coisa impossível "porque aqui na América do Sul nós fomos preparados, doutrinados para acreditar que nós não daríamos certo em nada, que nós somos pobres, que nós brigamos muito, e que nós temos que depender dos Estados Unidos e da União Européia", mas que isto já passou segundo ele.
Lula admitiu que a Unasul nasceu de um sonho seu e que "nós vamos vencendo as barreiras e vamos vencendo também os céticos, as pessoas que não acreditam em nada. Ou seja, é importante a gente lembrar o que era a América do Sul poucos anos atrás e o que é agora. Há uma evolução extraordinária. Mesmo a compreensão de setores brasileiros do empresariado, que antigamente não tinham nem coragem de fazer qualquer investimento nos países na América do Sul, e hoje nós temos dezenas de empresas brasileiras investindo em todos os países da América do Sul".
O presidente defendeu que se invista na Bolívia, Paraguai e Uruguai "que são os países economicamente mais frágeis. Nós temos obrigação de ajudá-los. Porque quanto mais forte economicamente forem os países da América do Sul mais tranqüilidade todos nós vamos ter, mais paz, mais democracia, mais comércio, mais empresas, mais empregos, mais renda, mais desenvolvimento. É isso que nós buscamos para a América do Sul e eu acho que é isso que foi consolidado com a assinatura do Tratado", que criou a Unasul.

Milton F.da Rocha Filho, da Agência Estado, 2605.

PT & CAPITAL: CEDEU DE NOVO (sem trocadilho ou cacofonia)

PT busca um empresário para ser o vice de Marta

O PT tenta transformar infortúnio em vantagem política. Como não conseguiu atrair nenhum partido de relevo para a campanha de Marta Suplicy, o petismo ficou livre para escolher o companheiro de chapa que bem entender.
A solução mais simples seria pinçar um vice dos quadros do PT. O partido decidiu, porém, fugir do convencional.
Tenta acomodar na cédula, ao lado de Marta, um nome que traga enganchado na biografia algo além da militância política.
Discute-se nos subterrâneos a hipótese de convidar para o posto de vice de Marta um empresário. Os operadores políticos do PT voltam os olhos para o “Comitê pró-Lula”.
Trata-se de um grupo de empresários que apoiou Lula nas campanhas de 2002 e de 2006. Na primeira campanha, somavam 30. Na segunda, reduziram-se a menos de duas dezenas.
Soprada nos ouvidos de petistas que assessoram Lula, no Planalto, a idéia foi bem recebida. Foi vista como chance de transformar limão da falta de alianças em limonada.
Um auxiliar do presidente citou ao blog um nome que reuniria os predicados que freqüentam os sonhos do PT de São Paulo: Lawrence Pih.
É dono do maior moinho de trigo da América Latina: o Moinho Pacífico. Funcionou como espécie de coordenador do Comitê pró-Lula.
Mal comparando, tenta-se repetir com Marta uma fórmula adotada por Lula. Foi ao Planalto, em 2002, tendo o dono da Coteminas, José Alencar. Repetiu a dose em 2006.
Na seara paulistana, a escolha do vice ganha relevo especial. Embora não admita, Marta deseja voar alto em 2010. Mira o governo de São Paulo. Cultiva ambições presidenciais.
Ou seja, se for eleita, Marta, hoje a mais bem-posta nas pesquisas de São Paulo, dificilmente exercerá o mandato de prefeita até o final, em 2012.
De resto, se tiver êxito na estratégia de acomodar um “nomão” ao lado de Marta, o PT imagina que oferecerá aos eleitores um diferencial que seus adversários não terão como igualar.
Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM) estão amarrados em costuras tradicionais.
Alckmin deve ter como vice o deputado estadual Campos Machado, presidente do PTB em São Paulo. Kassab terá de absorver um indicado de Orestes Quércia, mandachuva do PMDB.
Resta agora saber se, uma vez convidado, um empresário vai topar a troca dos rigores da atmosfera privada pelo ambiente gelatinoso da administração pública.

Escrito por Josias de Souza, Folha Online, 2605.

"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

26-maio-2008.
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JORNAL DO BRASIL

- Minc estuda ceder a Cesar o Corcovado
- O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, declarou-se simpático à tese do prefeito Cesar Maia de transferir a gestão do Corcovado do Ibama para o município. Maia defende o sistema de integração metrô-ônibus como acesso ao Cristo. (pág. 1 e Cidade, pág. A13)
- Em meio à suspeita de acordo entre PSDB e governistas para encerrar seus trabalhos, a CPI dos Cartões Corporativos vota amanhã os requerimentos para acareação entre os funcionários do Senado e da Casa Civil suspeitos de terem vazado o dossiê com gastos de FHC. (pág. 1 e País, pág. A4)
- No próximo mês, faz três anos que a Lei de Recuperação e Falência entrou em vigor. Houve queda no volume de falências, mas as empresas em recuperação continuam com dificuldades para obter crédito. (pág. 1 e Economia, pág. A19)

FOLHA DE SÃO PAULO
- Especulação pressiona os preços dos alimentos
- A alta de preços provocada pela especulação no mercado agrícola internacional já se traduz em distúrbios sociais nos países consumidores e ganhos nos produtores, como o Brasil, relata Mauro Zafalon. Em busca de diversificação de mercados, novos fundos passaram a investir fortemente nos produtos agrícolas no instante em que a demanda por eles explode em emergentes como China e Índia. A negociação no mercado futuro chega a movimentar o equivalente a 22 vezes o volume das safras anuais de soja. Os preços estão sujeitos a variações bruscas, mas o risco não desagrada a produtores e investidores, que apostam em ganho maior. Os negócios com produtos agrícolas na Bolsa de Mercadorias & Futuros cresceram 64% em 2007 e 81% no primeiro quadrimestre deste ano. (págs. 1 e B1)
- Empresas que lideraram as doações em dinheiro ao PT no ano passado receberam, no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pagamentos por contratos com a União que totalizam ao menos 54 vezes o valor repassado. Oito das 20 maiores doadoras obtiveram R$ 473 milhões. A contabilidade do partido entregue ao Tribunal Superior Eleitoral no último dia 30 registra R$ 8,7 milhões em repasses dessas empresas no ano passado. "Não vejo estranheza em colaborarem, porque nossos doadores são esses grandes grupos", afirma o tesoureiro do PT, Paulo Ferreira. (págs. 1 e A4)
- Envolto em polêmicas por defender o avanço da agropecuária no Centro-Oeste, o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), criticou, em entrevista à Folha, as operações da Polícia Federal no combate à devastação. "Você pega uns garotos novos, que vêm do Sul e do Sudeste do Brasil, dá uma roupa de policial e uma metralhadora e eles chegam aqui achando que vêm salvar o mundo. Batem foto e mostram para a mãe lá no Sul: 'Estou salvando a Amazônia'", diz Maggi. (págs. 1 e A9)

O ESTADO DE SÃO PAULO
- PF inclui Paulinho em organização criminosa
- Relatório da Polícia Federal inclui o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, como integrante da quadrilha que supostamente desviava verbas do BNDES. Segundo a PF, ele teria recebido cheque de R$ 18.897,50 relativo ao primeiro desembolso do banco para a Prefeitura de Praia Grande e outro de R$ 82.162,93 referente ao empréstimo às Lojas Marisa. O "Organograma da Organização Criminosa", elaborado pelos federais, indica que ficou clara a participação dele e do prefeito de Praia Grande, Alberto P. Mourão, no esquema. E aponta quatro mentores, entre eles o lobista, assessor e amigo de Paulinho, João Pedro de Moura. O advogado do parlamentar, Antonio Rosella, classifica as acusações de "absurdas". O PSOL vai entrar com representação, amanhã ou quarta-feira, pedindo a cassação do mandato por quebra de decoro. "A situação é insustentável", disse o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). (págs. 1 e A4)
- O Brasil terá dificuldades para elevar os níveis de crescimento econômico se não conseguir aprovar reformas importantes, como a tributária e previdenciária. Para a diretora da Standard & Poor's (S&P), Lisa Schineller - a mulher que ajudou a promover o País ao grau de investimento -, agora o governo precisa melhorar a política fiscal, atrair mais investimento e expandir a atividade econômica. (págs. 1 e B1)
- De 26 países que investem em pesquisas com células-tronco, só a Itália proíbe o uso de embriões completamente, segundo o Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero. O Supremo Tribunal Federal retoma na quarta-feira o julgamento sobre a constitucionalidade das pesquisas e a organização não-governamental levará esses dados para pressionar os ministros. (págs. 1 e A14)

O GLOBO
- Empresário anunciou Amazônia a US$ 50 bi
- O empresário sueco Johan Eliasch, um dos fundadores da ONG Clean Earth, disse que a Floresta Amazônica poderia ser comprada por US$ 50 bilhões, ao estimular empresários a adquirir lotes, diz relatório da Agência Brasileira de Inteligência. Ele está sendo investigado pela PF por uma compra de 160 mil hectares na região, como revelou a coluna Panorama Político. (págs. 1 e 5)
- Sob ameaça de ataques e invasão de terras, fazendeiros brasileiros no Paraguai ajudam a equipar a polícia, informa o enviado Flávio Freire. Em Itapúa, compram rádios, combustível e até construíram uma delegacia. (págs. 1 e 19)
- As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia confirmaram ontem a morte de seu líder, Manuel Marulanda, e anunciaram seu substituto, Alfonso Cano, o ideólogo da guerrilha. Analistas se dividem sobre o futuro do grupo. (págs. 1 e 18)

CORREIO BRAZILIENSE
- Gastos de senadores mantidos sob sigilo - Parlamentares torraram quase R$ 3 milhões da verba indenizatória em 2008. Senado não mostra notas fiscais. (pág. 1 e Tema do Dia, pág. 2)
- Morte do líder das Farc é confirmada - O sucessor de Manuel Marulanda, Alfonso Cano, herdará o pior momento da guerrilha colombiana. (págs. 1 e 14)

VALOR ECONÔMICO
- Mudanças em Jirau podem atrasar usinas do Madeira
- A disputa em torno da hidrelétrica de Jirau, leiloada na semana passada, pode atrasar a entrada em funcionamento das duas usinas do Madeira e todo seu cronograma de fornecimento de energia. Para o consórcio liderado por Odebrecht e Furnas, o estudo de impacto ambiental (EIA-Rima) que diz respeito a Santo Antônio e Jirau perdeu a validade após as mudanças propostas pela multinacional franco-belga Suez Energy para a construção de Jirau e exigirá novas avaliações do Ibama. "Seguramente terá de haver uma alteração da licença prévia", afirma Irineu Meireles, presidente da Madeira Energia S.A, empresa que será responsável por erguer a hidrelétrica de Santo Antônio. (págs. 1 e B7)
- É cada vez maior o número de empresas brasileiras - mesmo de pequeno e médio portes - que abrem contas no exterior. Os bancos registraram aumento de 30% no movimento depois de março, quando passou a ser permitido aos exportadores deixar o quanto quiserem de suas receitas com exportação fora do país. Para atender a nova demanda, as instituições financeiras se reestruturam e lançam novos produtos de gestão de caixa e investimentos. No cenário atual, com juros atrativos para aplicações no mercado interno, os bancos calculam que de 20% a 25% das receitas com exportações deverão ficar no exterior. Considerando-se o total de US$ 160 bilhões de exportações brasileiras em 2007, seriam de US$ 30 bilhões a US$ 40 bilhões no mercado externo. Na maior parte, ficam no exterior recursos para capital de giro destinados ao pagamento de importações, dívida, juros ou dividendos no exterior. (págs. 1 e C1)
- A possível incorporação da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil (BB) e o avanço do banco federal no mercado paulista acrescentam um ingrediente à concorrência bancária e às ações do setor, que andaram emperradas nos últimos meses. O grau de investimento, que prometia tirar os papéis da estagnação, deu contribuição limitada e, desde a melhora da nota brasileira, as ações das quatro maiores instituições em valor de mercado - BB, Bradesco, Itaú e Unibanco - subiram menos que o Ibovespa. No ano, perdem para o CD, Já a Nossa Caixa sobe 55% e alguns analistas ainda vêem bom potencial de ganho. A CVM vai investigar a movimentação recorde com a ação na quarta-feira, antes do anúncio da negociação. (págs. 1, C5, D1 e D4).

http://www.radiobras.gov.br/sinopses.htm

PF/PAULINHO: " 'SANTINHA' DO PAU ÔCO "

PF inclui Paulinho no organograma da quadrilha que agia no BNDES

O nome do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, é parte do "Organograma da Organização Criminosa - Esquema BNDES?", registrado na página 97 do Relatório de Inteligência Policial 11 da Operação Santa Tereza - peça que analisa os documentos recolhidos pelos federais e relacionados ao suposto desvio de verbas do BNDES. Para a PF, Paulinho teria recebido cheque de R$ 18.397,50 relativo ao primeiro desembolso do banco para a Prefeitura de Praia Grande (SP) e outra ordem de pagamento de R$ 82.162,93, referente a empréstimo às Lojas Marisa.

O organograma construído pelos federais aponta que há quatro mentores para o suposto esquema. Um deles é o lobista, assessor e amigo de Paulinho João Pedro de Moura, o que envolveria diretamente o deputado e justificaria a inclusão do nome do parlamentar no documento. Na última vez em que comentou as investigações da PF, em 9 de maio, Paulinho disse: "O que Moura fez, nós (Paulinho e seu advogado, Antonio Rosella) não discutimos."

Segundo a PF, Moura percorreu cerca de 200 prefeituras dando como referência sua amizade com Paulinho para fechar novos contratos. Os demais líderes apontados pela PF são o ex-conselheiro do BNDES Ricardo Tosto, o sócio do prostíbulo WE Original Manuel Fernandes de Bastos Filho (foragido) e o proprietário da Progus Consultoria e Assessoria, Marcos Vieira Mantovani.

Para confirmar a participação dos envolvidos no suposto esquema, a PF recorreu ao BNDES para esclarecimentos. O banco de fomento, por meio do chefe de gabinete da presidência, Paulo Todescan, amparado pelo chefe do Departamento Jurídico, Denilson Nunes, explicou que o "BNDES não possui um setor específico para detectar fraudes" e "não recomenda aos seus clientes o uso de empresas de consultoria, como a Progus" - empresa de Mantovani, apontado pela Procuradoria da República como consultor da suposta quadrilha.

O banco defende-se, ao descrever os trâmites para liberação de verbas. De acordo com o BNDES, "seria praticamente impossível algum tipo de favorecimento para liberação de créditos, pois as decisões relativas a liberação de créditos são todas colegiadas".

A PF, porém, indaga: "Se para aprovação de verbas através do BNDES todos os projetos são analisados por um ?colegiado? (sabemos, através dos representantes do BNDES que se trata de um colegiado ?técnico?), então por que empresas e prefeituras de diversas cidades estariam fazendo uso dos serviços da Progus e de seus ?agenciadores??" A questão baseia-se no documento apreendido pela PF sobre operação das Lojas Marisa - empresa que, por nota, negou saber de qualquer esquema. A Progus cobrava uma "taxa de sucesso em 1,95% sobre valor das liberações dos recursos conforme projeto contratado com o Banco Financiador".

Os federais indagam ainda: "Por que João Pedro de Moura é tantas vezes indicado para tratar de assuntos relativos a liberação de verbas públicas, sempre indicado por empresários e autoridades públicas?"

Na página 122 do relatório, em seção intitulada "Comentários Finais", os federais explicam as razões pelas quais inserem o nome de Paulinho no organograma. "Com relação às autoridades, Deputado Federal Paulo Pereira da Silva e Prefeito Alberto P. Mourão (de Praia Grande), ficou clara a participação destes na organização criminosa, conforme provas apresentadas neste relatório que somam-se a outras, de relatórios anteriores." Segundo a PF, há mais material apreendido nas buscas que precisa de análise, o que possibilitaria a identificação de mais pessoas envolvidas.

Roberto Almeida e Fausto Macedo. Estadão, 2605.

MUNDO/CRISE ALIMENTAR: O QUE NÃO FAZ A "MÃO VISÍVEL" [?]

Especulação mundial provoca
alta de preços dos alimentos: Fundos negociam até 8 vezes mesma safra

Risco maior e irracionalidade. Esses são os novos "perigos" para as negociações no mercado agrícola internacional. Os riscos são trazidos, em boa parte, por novos fundos que, em busca de diversificação de mercados para atuar, descobriram os agrícolas no momento em que a demanda por eles explode com o apetite voraz por alimentos dos mercados emergentes gigantes, como China e Índia. Essa inflação agrícola (já batizada de "agflação") vem gerando distúrbios sociais em países consumidores e ganhos em produtores, como o Brasil.
O ritmo acelerado de negociações no mercado futuro chega a girar 22 safras anuais de soja. Só os fundos são responsáveis por 8 dessas safras. Em 2007, o mercado futuro agrícola da Chicago Board of Trade negociou 7,3 bilhões de toneladas de milho, 4,3 bilhões de soja e 2,7 bilhões de trigo. A produção física desses produtos, em 2007, foi de 780 milhões, 220 milhões e 606 milhões de toneladas, respectivamente.
Volumes maiores de negociações esquentaram os preços, que passaram a ter variações bruscas, chamadas pelo mercado de "volatilidade". Essas oscilações seguem entradas e saídas dos fundos e trazem riscos.
Esses riscos, no entanto, não desagradam aos participantes do setor. Para os produtores, podem significar preços maiores. Para os investidores, a chance de uma margem maior de lucro nas operações. Para as Bolsas, maior liquidez, o que tornam ainda mais atraentes as operações nessas instituições.
Esse mercado voraz exige cada vez mais profissionalismo. Do contrário, empresas e produtores podem ser liquidados quando estiverem do lado errado da tendência do mercado. Foi o que ocorreu com empresas do Meio-Oeste dos EUA e do Centro-Oeste brasileiro. No caso brasileiro, uma tradicional empresa de Goiás não conseguiu honrar os compromissos no mercado de Chicago.
Os produtores brasileiros não ficaram isentos a essa volatilidade. No ano passado, negociaram parte da safra com valores até inferiores a US$ 9 por saca. A soja superou os US$ 30.
Um dos grandes produtores de soja de Mato Grosso vendeu a soja por valores inferiores a US$ 10 por saca e, na hora da entrega, rompeu os contratos. O caso foi para a Justiça.

Operações na BM&F
Não é só no exterior que aumentaram as operações agrícolas. A BM&F, agora BM&F Bovespa S.A., pode negociar US$ 45 bilhões neste ano no mercado agropecuário. No ano passado, foram US$ 24,3 bilhões. Em 2006, US$ 12,5 bilhões.
"O mercado atual é dominado por imprevisibilidade e irracionalidade impressionantes", diz Fernando Muraro, da Agência Rural. Há cinco anos, oferta, demanda, chuva e seca direcionavam os preços do mercado futuro de grãos. Nos últimos anos, se perdeu essa formação básica e "a volatilidade [dos preços], que historicamente era de 20%, foi a 50%", afirma.
Victor Abou Nehmi Filho, gerente da Sparta, administradora de fundos de investimento, diz que os fundos não influenciam nos preços finais do produto, "mas dão volatilidade". Os fundos operam sob as mesmas regras técnicas e públicas a que todos têm acesso. A entrada ou saída desses fundos no mercado pode, no entanto, provocar alterações bruscas nos preços, admite ele.
Ivan Wedekin, diretor de Produtos do Agronegócio e Energia da BM&F, concorda. "Os fundos não geram os fundamentos do mercado -aumentam ou diminuem a febre [dos preços]", que vem da oferta e da demanda.
"Os fundos não criam mercados, mas apenas vão onde existe liquidez. Quem cria os mercados são os "hedgers" -cooperativas, traders, exportadores etc.", diz Wedekin.
Muraro insiste em que os preços atuais têm algo mais do que oferta e demanda. "O mercado viveu, em 2007, com os maiores estoques de soja da história. Mesmo assim, os preços explodiram." Isso mostra o lado irracional do mercado, diz.

Além de oferta e demanda
O diretor da Agrural diz, ainda, que oferta e demanda não explicam o fato de a saca de soja subir de US$ 17,60, em agosto de 2007, para US$ 35, em fevereiro, na Bolsa de Chicago. Em abril, já recuava para US$ 24.
"Essa "financeirização" do mercado veio para ficar e pode gerar novo boom para as commodities", diz Muraro. Um desses sinais é a retomada de pressão dos preços do petróleo que, na sexta-feira, atingiram US$ 132 por barril em Nova York.
Apesar da imprevisibilidade e da irracionalidade do mercado, Muraro diz que a volatilidade não é ruim. Quem estiver no mercado tem de ser profissional para não ser atropelado.
É difícil mensurar, mas os volumes negociados no mercado futuro agropecuário são impressionantes. A alta se deve, em parte, aos novos milhares de fundos que se especializam em nichos, diz Muraro.
Começaram com ações na Dow Jones, passaram pela Nasdaq, migraram para as commodities minerais, petróleo e chegaram aos agrícolas.
Essas bruscas elevações de preços forçam produtores e empresas que trabalham no mercado físico a buscar saídas. Diz um operador que bancos e tradings já montam operações paralelas às de Chicago, em que as duas partes -fornecedor e usuário de matérias-primas- seguem a Bolsa, mas sem o pagamento dos ajustes diários, como os do mercado futuro.
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃo. Folha Online, 26.05.