PENSAR "GRANDE":

***************************************************
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
***************************************************


“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

----

''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

=========
# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
1Radio 1455824919 nhm...

valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

***

sexta-feira, julho 25, 2008

XÔ! ESTRESSE [In] ''WHO IS WHO???"

>











[Homenagem aos chargistas brasileiros].

REPORTAGEM ESPECIAL: REVISTA ''VEJA'' (parte final)

Especial
>
8. Um novo tecido social
>
Jaraguá do Sul/SC

Figurino de desenvolvimento
Descendentes de europeus usam parte do lucro de suas confecções para erguer uma cidade-modelo no Sul
>
[Foto Lailson Santos. Giuliano Donini: empurra a Marisol para o mercado de luxo e, ao mesmo tempo, emprega ex-presidiário em suas fábricas].
>
Jaraguá do Sul fica no nordeste de Santa Catarina, mas poderia estar na Europa. Na cidade, o índice de mortalidade infantil, 80% menor do que o brasileiro, é semelhante ao da Inglaterra. A taxa de analfabetismo beira zero, como na Suíça. A proporção de homicídios por habitante, um sexto da nacional, é parecida com a espanhola. As semelhanças não se restringem aos números. A influência européia é visível nos rostos brancos, nos cabelos loiros, na arquitetura, nas festas populares, nos pratos típicos e no motor de sua economia: a indústria têxtil. Imigrantes europeus, em especial os alemães, trouxeram os primeiros teares para Santa Catarina no fim do século XIX. No entorno de Jaraguá do Sul, pelo menos doze outras cidades dependem das tecelagens e confecções. A região é um exemplo acabado da capacidade do setor têxtil de melhorar o padrão de vida de uma comunidade, e nenhum caso é tão emblemático quanto o de Jaraguá do Sul.
Antes de ser um pólo têxtil, a cidade era um imenso arrozal. Jaraguá só se industrializou nos anos 60. Então, teares de fundo de quintal foram substituídos pelos maquinários de tecelagem e por confecções. A indústria nascente de Jaraguá se beneficiou do conhecimento técnico herdado dos europeus e da presença de uma ferrovia que liga a cidade ao porto de São Francisco do Sul e a importantes centros consumidores. Muitos agricultores migraram para a cidade a fim de trabalhar nas tecelagens. Para eles, as fábricas serviram como porta de entrada na classe média, processo semelhante ao que ocorreu em outros lugares do mundo nos quais a indústria têxtil prosperou. Os antigos arrozeiros passaram a ganhar mais, dispensaram seus filhos do trabalho e os mantiveram por mais tempo na escola. O equilíbrio econômico de Jaraguá foi abalado nos anos 90, quando o país abriu o mercado para os produtos estrangeiros. Para sobreviver, as tecelagens precisaram se modernizar. Desde 2000, as empresas locais se reorganizaram, cada uma a seu modo. Hoje, esse setor responde por 22% do PIB da cidade e ajuda a fazer de Jaraguá uma das cinqüenta cidades brasileiras com maior oferta de emprego. Um levantamento feito por VEJA mostra que, nesta década, o município foi o que melhor conseguiu combinar os desenvolvimentos econômico, populacional e social.
A Malwee sobressai entre as indústrias que melhor se reciclaram. A empresa foi fundada em 1906 como uma fábrica de laticínios. Carregava, então, o nome da família de alemães que a criou, Weege, que só descobriu sua vocação têxtil há quarenta anos. Mudou o nome para Malwee, contração de Malharias Weege. Depois que a concorrência chinesa nocauteou seu negócio, o grupo passou a investir no mercado interno e em produtos para as classes C e D. Hoje, a Malwee produz 36 milhões de peças ao ano e emprega 6 000 pessoas. O grupo passou a investir na qualificação de seus funcionários. Pagou, por exemplo, parte do curso de administração e do MBA da ex-bordadeira Deise Kotchella. Depois de formada, ela foi promovida ao setor de marketing. "Como esses cursos são caros, eu jamais teria condições de fazê-los sem a ajuda da Malwee", diz. A relação secular da empresa com Jaraguá produziu bons dividendos para a cidade. Há trinta anos, a companhia transformou uma área de 1,5 milhão de metros quadrados em parque, equipou-o com dezessete lagos artificiais, museu, churrasqueiras e quadras esportivas e abriu seu acesso ao público. Desde o ano passado, a Malwee passou a patrocinar um festival de música clássica e doou quatro harpas e um piano de cauda para um evento.
Enquanto a Malwee apostou nas classes emergentes, a Marisol, outra importante empresa têxtil local, resolveu focar a clientela mais rica. Nos anos 90, seu negócio produzia peças de baixo valor agregado. Desde 2000, passou a investir em design e em grifes renomadas. Para coordenar essa guinada, o grupo até trocou de comando. Filho de Vicente Donini, o fundador da empresa, o arquiteto Giuliano Donini, de 33 anos, assumiu o comando. Em 2005, a Marisol comprou a grife Pakalolo e, no ano seguinte, a Rosa Chá. No mesmo ano, inaugurou uma loja em Milão, vizinha à da Prada e à da Dolce&Gabbana. Melhor das pernas, a empresa passou a investir em um programa de reintegração social de ex-presidiários, fornecendo emprego a eles. Experiências assim já são uma tradição em Jaraguá. Há vinte anos suas escolas públicas mantêm um educador para cada grupo de oito crianças. O programa foi custeado, em parte, pelas empresas locais. No fim dos anos 90, as tecelagens instalaram uma UTI infantil e um banco de sangue no hospital municipal. Iniciativas como essas mostram o empenho do empresariado local em constituir um tecido social mais homogêneo e resistente.
------------------------

REPORTAGEM ESPECIAL: REVISTA VEJA"

Especial
>
7. A (re)abertura dos portos
>
>
Ipojuca/PE

De Pernambuco para o mundo
O Porto de Suape inaugura um novo ciclo de riqueza na economia nordestina.
>



[Fotos Leo Caldas/Titular. À esquerda, operários com os macacões tão cobiçados em Ipojuca constroem o maior estaleiro do Hemisfério Sul. A obra alavancará o distrito industrial do terminal à direita, tido como o melhor porto público do país].
>

Pernambuco iniciou um novo ciclo de enriquecimento – e ele está ancorado no Porto de Suape, a 40 quilômetros do Recife. Os investimentos previstos pelas empresas que pretendem operar na cidade de Ipojuca, à qual o porto pertence, somam 12 bilhões de dólares. A dinheirama transformou Suape no maior canteiro de obras do país. Quarenta mil operários trabalham na construção de novas fábricas, que, uma vez prontas, empregarão 15 000 pessoas. A demanda por mão-de-obra qualificada levou milhares de cortadores de cana, pescadores, biscateiros e comerciários de volta aos bancos escolares. Todos sonham em se misturar à multidão que espera os ônibus que ligam o centro de Ipojuca ao porto e ao distrito industrial. Vestir um macacão cinza, pardo e laranja como os desses operários é uma obsessão regional.
Inaugurado em 1984, Suape foi planejado para operar em associação com um complexo industrial, concepção idêntica à dos terminais de Marselha, na França, e de Kashima, no Japão. O potencial logístico, as vantagens fiscais e a mão-de-obra barata atraíram setenta empresas nos primeiros anos de funcionamento do porto. Para o fabricante de veludos Corduroy, o terceiro maior do mundo, foi fundamental instalar uma fábrica na área industrial de Suape. Mais perto da Europa e dos Estados Unidos, ela entrega uma encomenda à clientela em vinte dias, quarenta a menos que seus concorrentes asiáticos. Ainda assim, o potencial do terminal foi subaproveitado. Em 2005, o governo iniciou dois grandes projetos que lhe deram mais consistência econômica. Um deles é a refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, que dará auto-suficiência em diesel ao Brasil.
Também determinante para o sucesso de Suape foi sua escolha para sede do maior estaleiro do Hemisfério Sul, das empreiteiras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão. O Atlântico Sul já tem encomendas de doze petroleiros, que só serão concluídos em 2014. Para atender a sua demanda e à de outras fábricas, a CSN construirá no local uma siderúrgica de 6 bilhões de dólares. A industrialização está mudando as relações de trabalho e a sorte de uma população. O destino das vizinhas de Masilda de Souza, de 36 anos, foi o canavial. Ela só escapou dele porque seu pai tinha uma venda. Adulta, sobreviveu vendendo roupa de cama de porta em porta. Carregava diariamente um fardo de 15 quilos. "Sofria com o sol e dores nos braços, mas dizia: ainda vou trabalhar em Suape." Há sete meses, o Atlântico Sul a contratou porque ela obteve um dos primeiros lugares num concurso com 5 000 candidatos. Antes chamada de Masilda do Lençol, ela é, agora, "a mulher do estaleiro".
Casos como o de Masilda mostram que Suape está fazendo em Pernambuco uma revolução comparável à produzida pela cana-de-açúcar no século XVII. Até os anos 90, pensava-se que o futuro do porto estava atrelado apenas ao desenvolvimento industrial. Ele está se convertendo em escoadouro de soja. A ferrovia Transnordestina o conectará às regiões produtoras do grão no Nordeste. "Suape mudará a matriz econômica de Pernambuco", diz o economista Osmil Galindo, da Fundação Joaquim Nabuco. Os investimentos desembocam no porto de Ipojuca por causa de sua situação privilegiada. Seus 15 metros de calado e seu canal de 300 metros de largura comportam a maioria dos grandes cargueiros do mundo. Bem abrigados, os cais permitem a atracação sob quaisquer condições de tempo. Por causa dessas características, além da ampla área de retroporto e dos equipamentos modernos de que dispõe, Suape é considerado o melhor terminal público do país.
Nesta década, a arrecadação municipal subiu espetaculares 1 000%. A riqueza recente ainda não se traduziu em indicadores sociais, mas o número de crianças matriculadas nas escolas subiu de 13 500 para 25 000 desde 2000. Empregos e melhores condições de vida incentivaram a imigração. A população cresceu 17% desde 2000 e hoje é de 70 000 habitantes. Até o fim da década, aumentará mais 20%. Ainda assim sobram empregos. O comércio comemora. Há três anos, Cláudio Barbosa, dono do supermercado Gordinho, tinha oito funcionários e vendia 30 toneladas de alimentos por mês. Hoje, emprega noventa pessoas e suas vendas quintuplicaram. Há três meses, Barbosa passou a construir casas para os trabalhadores de macacão cinza, pardo e laranja de Suape em áreas que eram ocupadas por canaviais plantados há quatro séculos.
-----------------------

MST/DANIEL DANTAS [In:] DITADO POPULAR: ''L.Q.R.L. TEM CEM ANOS DE PERDÃO''

>
MST invade fazenda de Daniel Dantas no interior do Pará
[da Folha Online ].

Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram hoje a fazenda do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, no Pará. A fazenda Maria Bonita está localizada em Eldorado dos Carajás, no sul do Estado.
De acordo com o MST, cerca de 1.000 manifestantes participaram da invasão. Eles chegaram por volta das 5h desta sexta-feira ao local.
A ocupação é um protesto contra a compra da área pela Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, pertencente ao grupo Opportunity. O MST informa que a área não poderia ser vendida, pois se trata de terra pública.
"No dia 25 de julho, dia nacional do trabalhador rural, resolvemos ocupar uma das fazendas até então tidas como do grupo Santa Bárbara, por entendermos que as terras públicas são para a reforma agrária", afirma Ulisses Manaças, integrante da direção do MST no Pará.
Dantas --que chegou a ser preso pela Polícia Federal durante a Operação Satiagraha, mas foi solto depois por liminar do STF (Supremo Tribunal Federal)-- é investigado por suposta tentativa de suborno e prática de crimes financeiros.
Multa
Três lideranças do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e do MTM (Movimento dos Trabalhadores e Garimpeiros na Mineração) foram condenadas pela Justiça Federal em Marabá (PA) a pagar, juntas, R$ 5,2 milhões por descumprirem uma ordem judicial e invadirem em abril a Estrada de Ferro Carajás, da Vale, no sudeste do Pará.
Luís Salomé de França e Raimundo Benigno, do MTM, e Erival Carvalho, do MST, foram as únicas pessoas responsabilizadas pela invasão, que lembrou os 12 anos do massacre de Eldorado do Carajás, quando 19 sem-terra foram mortos por policiais militares.
------------------
Com Agência Folha - 2507.
>
>

HUGO CHÁVEZ & REI JUAN CARLOS I: CARAS & BOCAS

>
Após 'Por que no te callas?', Chávez convida: 'Vamos a la playa?'
>


>
MADRI - O rei Juan Carlos I da Espanha e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, se cumprimentaram nesta sexta-feira, 25, com um aperto de mãos pela primeira vez desde que o rei mandou que o venezuelano se calasse, na cúpula Ibero-americana em Santiago do Chile.
Chávez foi ao Palácio Marivent, residência de verão dos reis da Espanha em Palma de Mallorca, pouco antes das 11h30 (6h30 de Brasília), uma hora depois do previsto, para se reunir com o monarca. A recepção durou quatro minutos, em um ambiente relaxado no qual o rei Juan Carlos agradeceu a Chávez por ir a Mallorca. O presidente venezuelano perguntou ao rei: "por que não vamos à praia?", após comentar o calor na ilha mediterrânea, que comparou ao Caribe.

Após a troca de saudações, os dois mantiveram uma reunião acompanhados pelos ministros de Relações Exteriores da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, e da Venezuela, Nicolás Maduro, além do ministro da Energia e Petróleo venezuelano, Rafael Ramírez Carreño.
O encontro simbolizou a normalização das relações entre os dois países. Em novembro do ano passado, o rei Juan Carlos gritou "por que não se cala?" para Chávez, quando o presidente venezuelano tentou interromper um discurso do premiê espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero, na cúpula ibero-americana, no Chile. As relações entre os dois países melhoraram desde o ocorrido.
O destempero do rei foi manchete ao redor do mundo e deu origem a canções, piadas e até um toque de celular. Chávez ameaçou rever suas relações comerciais e diplomáticas com o país do qual a Venezuela é ex-colônia - a Espanha investe bastante na região. Após meses de tensão, nos quais a Venezuela ameaçou nacionalizar bancos de propriedade de investidores espanhóis e vigiar outras empresas espanholas que operam no país de perto, Chávez e Zapatero se encontraram na Cúpula América Latina-União Européia em Lima, e mostraram a intenção de melhorar as relações entre os dois países. Após a reunião com o rei, Chávez volta para a capital espanhola, Madri, onde se reunirá com Zapatero.
------------------------
http://www.estadao.com.br/internacional/not_int211747,0.htm

Foto: Efe. >

>

KRUGMAN: ''WE ARE (ALL) KEYNESIANS''

>
Krugman diz que hoje somos todos keynesianos

A recessão americana provocada pela crise do crédito imobiliário de alto risco será leve e irá durar dois anos. A previsão é do economista Paul Krugman, professor da Universidade Princeton e colunista do jornal The New York Times, reproduzido pela Gazeta Mercantil. Para ele, o Brasil é um emergente diferente da China e Índia: não tem a moeda atrelada ao dólar, tem taxas de juros flutuantes e é grande exportador de commodities, o que o habilita a enfrentar o cenário atual com melhores condições. Na prática, é um país de sorte, pois está do lado das economias que estão ganhando com o cenário de crise internacional. Para Krugman, o banco central norte-americano e o Tesouro agiram corretamente ao socorrer instituições. "Hoje somos todos keynesianos", brinca ele, comentando que até os economistas mais conservadores apóiam a intervenção. "O Consenso de Washington foi seriamente afetado com esta crise", defende.
-----------
B2(Gazeta Mercantil/1ª Página - Pág. 1)(Ana Cecilia Americano) - 2507-2008.
.
-o0o-
.
>
Krugman defende ação do Banco Central no Brasil

Não, não vai ser a China. O papel de grande líder das nações emergentes caberá ao Brasil, na avaliação do economista americano Paul Krugman, 55, embora a economia brasileira esteja crescendo menos do que poderia, segundo ele. As deficiências do Brasil, porém, impedem um crescimento maior sem inflação agora. "Não se pode ter uma política que leve o crescimento a um ritmo superior ao seu potencial", disse.
Por isso o economista apóia a elevação dos juros pelo BC.

A seguir, trechos da entrevista que concedeu ontem à Folha, por telefone, do Rio. Ele esteve no Brasil por dois dias participando de seminários.

Folha - Qual é a sua análise da atuação dos bancos centrais dos emergentes, como o brasileiro, que acaba de elevar os juros?
Paul Krugman - Eu diria que faz sentido, mas não posso julgar se o tamanho e o ritmo do aumento de juros estão certos.
Nos países avançados, o problema é a deflação e uma ameaça de colapso no mercado financeiro. Na maior parte do mundo emergente, as pressões são inflacionárias.
Folha - Aumentar os juros é a melhor alternativa no caso de uma inflação causada primeiramente pela alta dos preços das commodities?
Krugman - A minha avaliação é de que, nos EUA, não é desejável usar a política monetária para lutar contra a inflação de commodities. No Brasil, muito do que está acontecendo é explicado pelos alimentos, mas não tudo. Olhando para os EUA, temos um mercado de trabalho muito fraco. No Brasil, é o contrário.
Folha - É possível combater a inflação sem desistir totalmente de crescer?
Krugman - Sim. Entretanto, se os indicadores dizem que o país está crescendo acima do potencial, é preciso fazer alguma coisa para segurar a inflação. Não tenho provas convincentes de que o Brasil possui uma taxa de crescimento potencial de mais de 5% [ao ano]. Não se pode ter uma política que leve o crescimento a um ritmo superior ao seu potencial.
Folha - Como vê o novo cenário mundial, em que EUA e Europa continuam sendo as economias mais importantes, porém surgem novos grandes atores, como China e Índia?
Krugman - Ninguém sabe realmente como esse novo mundo vai se desenvolver, se será preciso um poder hegemônico ou não. Esperamos que não, porque não temos um.
Folha - E qual é o papel do Brasil nesse mundo?
Krugman - O Brasil está em uma posição bastante interessante porque é o maior país em desenvolvimento que não é a China nem a Índia. A China e a Índia têm as suas especificidades, e é difícil colocar qualquer uma delas no papel de líder para os outros emergentes, porque, de certa forma, elas são grandes demais para fazer parte de alianças. Então, é o Brasil que está rumando para a função de líder dos emergentes.
Folha - Nas comparações com o crescimento da Índia e da China, o Brasil fica em desvantagem. O senhor está dizendo, então, que essa comparação não é justa?
Krugman - Apesar de tudo, o Brasil é um país muito mais rico. Não é razoável esperar que o Brasil cresça tão rápido como a China. A China partiu de uma pobreza tão grande que um mínimo de modernidade é um avanço notável. Comparar com o crescimento da China é injusto, mas o Brasil está crescendo menos do que poderia.
Folha - A que se deve isso?
Krugman - As explicações usuais dizem respeito à educação, que não é boa como deveria ser. Nos países asiáticos de elevado crescimento, a educação é surpreendentemente melhor do que se esperaria, mesmo o país tendo muita pobreza. Se esse é o motivo? Não sei.
Folha - Os EUA já se encontram mergulhados em uma recessão?
Krugman - A definição oficial de recessão nos EUA é dada por um comitê. Não temos uma definição formal, então fica difícil. Independentemente da palavra, a situação que temos claramente nos últimos seis meses é a economia crescendo, mas devagar demais. A questão é se o comitê vai decidir chamar isso de recessão, porque a maior parte de nós sente como uma recessão, com certeza.
Folha - O presidente George W. Bush e o presidente do Fed (banco central americano), Ben Bernanke, poderiam ter feito alguma coisa diferente para evitar que a situação chegasse ao ponto em que está?
Krugman - O melhor teria sido tomar uma posição [quanto às operações com hipotecas de alto risco] entre o final de 2004 e o começo de 2005. Se o Fed tivesse começado a cortar os juros no começo de 2007, talvez pudesse ter evitado isso tudo. A redução da taxa só veio em agosto de 2007, pois antes não estava óbvio para todo mundo que havia um problema. No entanto, acho que Bernanke tem o crédito de estar agindo com a agressividade que um banco central nunca teve.
Folha - Quais são os principais desafios para o próximo presidente?
Krugman - Ele vai ter que mostrar trabalho imediatamente. Em um ano os resultados precisam aparecer, senão terá que assumir a recessão como sua.
Ademais, será necessário fazer a reforma do sistema de saúde.
Folha - Em termos de projetos, dá para saber para qual direção Barack Obama e John McCain (candidatos à Presidência dos EUA) estão caminhando?
Krugman - McCain quer fazer o que Bush fez, só que melhor, e isso é o máximo que é possível dizer. Sobre Obama, não sabemos ainda. Ele claramente é um democrata liberal, mas não sabemos se é um reformador modesto ou se é alguém que vai realizar grandes mudanças.
Folha - Alguma esperança em relação a ele?
Krugman - Eu tenho esperança. Se bem que, falando de Obama, não se pode usar a palavra "esperança" [risos]. Sempre que uso o termo "esperança" na minha coluna. recebo dezenas de cartas perguntando se estou tirando sarro de Obama [o candidato utiliza a palavra nos seus slogans]. Estou preocupado, acho que ele tem uma tendência de ser cauteloso demais, de correr para o que as pessoas chamam de centro. Espero que se mostre mais determinado.
Folha - Para os que reclamam do protecionismo dos EUA, quem, entre Obama e Mccain, seria mais liberal em termos de comércio?
Krugman - Nenhum dos dois. Não vamos ter novamente um grande apoio dos EUA à globalização. Mas provavelmente também não teremos um período de grande protecionismo.
É provável que McCain seja mais protecionista. Para Obama, se existem acordos [multilaterais], os EUA devem obedecer a eles, enquanto McCain pode dizer que os tratados existem mas o país mudou de idéia.
Folha - Algum dos dois poderia ser mais simpático ao álcool de cana-de-açúcar, considerando que o biocombustível de milho não parece ser uma boa idéia e o preço do petróleo está nas alturas?
Krugman - Os 5% da população dos EUA a quem interessa que o país mantenha essas medidas malucas [de incentivo ao álcool de milho] são os que têm poder de decisão política. A resposta é não, nada vai acontecer.
--------------------------
DENYSE GODOY, da Folha de S.Paulo - 2507.

"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA"?

25 de julho de 2008

O Globo
Ata do tráfico prova imposição de candidato único na Rocinha
Um documento apreendido ontem pela Polícia Civil na casa do chefe do tráfico de drogas na Rocinha, Antônio Bomfim Lopes, o Nem, comprova que o traficante impôs o apoio a um único candidato a vereador na favela. "Todo empenho para o candidato da Rocinha, não aceito derrota!!!", diz Nem, num dos trechos do documento de duas páginas, com itens que seriam discutidos em reunião na favela. Para o delegado Allan Turnowski, que comandou a operação, essa é a prova de que o tráfico transformou a favela num curral eleitoral. Nem não cita o nome do candidato único, mas o presidente da Associação de Moradores da Rocinha, Luiz Cláudio de Oliveira, o Claudinho da Academia, já disse ter o apoio de "cem líderes" locais, embora negue ligação com o tráfico. Na operação, que mobilizou 200 policiais, houve tiroteio: um bandido morreu e cinco foram presos. Nem fugiu (págs 1 e 3 a 8).
OMC causa bate-boca de ministros
Após o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, dizer que a rodada da OMC "não servirá para nada", o chanceler Celso Amorim rebateu: "Ele deve achar que estou me divertindo" nas negociações. (págs. 1 e 29)
Estado quer desarmar bombeiros
Para combater as milícias, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, quer proibir bombeiros de portar armas fora do serviço. Os militares são investigados por atuar em bandos armados. (págs. 1 e 14)
------------------------------------------------------------------------------------
Folha de S. Paulo
Marta e Alckmin polarizam disputa
Pesquisa Datafolha em sete capitais mostra que, em São Paulo, a disputa pela prefeitura está polarizada entre Marta Suplicy (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), líderes em empate técnico. No levantamento feito ontem e anteontem 36%, e o tucano, 32% Marta oscilou dois pontos para baixo em relação à pesquisa anterior, e Alckmin oscilou um ponto para cima. A vantagem da ex-prefeita, que era de sete pontos e superava a margem de erro (três pontos, para mais ou menos), caiu para quatro, o que configura o empate. Segundo ela, ainda é cedo para falar em polarização. Gilberto Kassab (DEM) oscilou negativamente, dois pontos e está com 11% mais que 20 pontos atrás de Marta e Alckmin. A avaliação do prefeito se manteve em relação à pesquisa anterior: para 37%, a gestão é regular; para 35%, ótima ou boa. (págs. 1 e Brasil)
Tarso diz que idéia de sofrer grampo tem de virar costume
O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou que os brasileiros têm de ser “acostumar” com a idéia de que podem estar sendo grampeados ao falar ao telefone. “Se alguém quiser hoje escutar um telefone nosso, tem meios para isso, dado o grau de sofisticação a que a parafernália eletrônica chegou.” Para Tarso, a discussão sobre o uso de algemas só ganhou força quando elas “começaram a alcançar setores da sociedade”. (págs. 1 e A14)
Delegado acusa chefe na PF de pedir relação de nomes de presos
Em ofícios a Justiça e Ministério Público, o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, que deixou a chefia da Operação Satiagraha, apontou “obstrução à investigação” e citou Paulo de Tarso Teixeira, seu chefe. Segundo Queiroz Teixeira e Leandro Coimbra, superintendente da PF em SP, exigiram na véspera da ação a lista dos que seriam presos, o que não seria um procedimento de rotina. A PF não quis comentar. (págs. 1 e A12)
Invasão de ferrovia dá multa a líderes de garimpo e MST
A Justiça Federal em Marabá (PA) multou um líder do MST e dois do Movimento dos Trabalhadores e Garimpeiros na Mineração em R$5,2 milhões pela invasão da Estrada de Ferro Carajás, da Vale,.em abril. Decisão judicial previa multa diária de R$3.000 a invasores. Os líderes vão recorrer. (págs. 1 e A14)
Dólar cai para menos de R$1,58 após alta de juro
O dólar recuou 0,28% e fechou a R$1,5795, a menor cotação desde 1999. Analistas atribuem a queda à alta de 0,75 ponto no juro básico anunciada anteontem pelo BC, para 13% ao ano, e prevêem que a moeda dos EUA se desvalorize ainda mais. A Bovespa caiu 3,3% ontem; no mês, as perdas acumuladas já são de 11,66%. A inflação porém, já dá sinais de desaceleração: o IPCA, subiu 0,63% em julho, abaixo do 0,90% registrado em junho, segundo o IBGE. (págs. 1 e B3)
No Rio, Paes sobe e empata em 2º, Crivella lidera
No Rio, Eduardo Paes (PMDB) subiu de 9% para 13% das intenções de voto e está tecnicamente empatado em segundo lugar com Jandira Feghali (PcdoB) que tem 16%. O líder Marcelo Crivella (PRB) oscilou de 26% para 24%. (págs. 1 e A7)
Em Porto Alegre, Fogaça é líder em intenções de voto
O prefeito José Fogaça (PMDB), candidato à reeleição, lidera as pesquisas em Porto Alegre com 20%, e Manuela D’Avila (PCdoB), com 18% vêm em segundo. (págs. 1 e A8)
------------------------------------------------------------------------------------
O Estado de S. Paulo
Juiz manda MST pagar R$5,2 milhões à Vale
A Justiça Federal de Marabá condenou três líderes do MST no sul do Pará a pagarem R$5,2 milhões de indenização à mineradora Vale. Eles lideram em abril um grupo de sem-terra que interditou a ferrovia da empresa em Carajás, impedindo o transporte de minério até o Porto de Itaqui, no Maranhão. A ferrovia já tinha sido fechada pelo MST duas vezes, em 2007, e a Vale obtivera liminar proibindo novas interdições. Na ofensiva de abril, os sem-terra arrancaram trilhos, incendiaram dormentes e cortaram cabos de energia e de fibra ótica. O MST afirma que os três dirigentes foram condenados sem ter advogado de defesa e pretende recorrer da sentença. A Vale preferiu não se manifestar. Organizações de defesa dos direitos humanos enviaram comunicado à OEA e à ONU pedindo garantias para os sem-terra. (págs, 1, A4 e A6)
Lei que blinda advogado pode ser vetada, afirma Tarso
O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que o presidente Lula ainda não decidiu se vai sancionar o projeto de lei aprovado no Congresso que torna escritórios de advocacia invioláveis em inquéritos criminais.”Se for sancionado, é porque chegamos à conclusão lapidar de que não há prejuízo para a investigação, afirmou. (págs. 1 e A8)
Pacote reduz burocracia em pesquisas de biodiversidade
O Ministério do Meio Ambiente anunciou diminuição da burocracia para que pesquisadores tenham acesso a parques racionais. As novas regras devem ser apresentadas dentre de duas semanas a representantes da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – que reclamam estar sendo tratados como “biopiratas”. (págs. 1 e A16)
Índia rejeita concessões aos países ricos na OMC
O Brasil deu ontem sinais de que pode ceder aos países ricos e permitir importação de mais bens industrializados, mas Índia e Argentina relutam em acompanhá-lo. A negociação comercial promovida pela Organização Mundial do Comércio em Genebra prossegue pelo menos até hoje. (págs. 1, B8 e B9)
------------------------------------------------------------------------------------
Jornal do Brasil
Opressão eleitoral em ata do tráfico
Uma ata de reunião apreendida na casa do traficante Antônio Francisco Barbosa, conhecido com Nem, chefe do crime na Rocinha, exibe a força da opressão eleitoral em curso na favela. Os avisos fazem clara ameaça aos moradores que apoiarem outros candidatos. O documento foi encontrado em megaoperação da Polícia Civil, que deixou dois feridos e um morto. A CPI das Milícias da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) pediu ao TRE o mapa dos currais eleitorais existentes hoje na cidade. (págs. 1, Tema do Dia A2 a A4 e cidade A16)
Juro amplia dívida em R$ 3,22 bilhões
A elevação da taxa básica de juros, de 12,25% para 13%, vai aumentar em R$ 3,22 bilhões a dívida pública interna. Se forem somados os três últimos aumentos nos juros do Banco Central, a dívida cresce mais R$ 7,52 bilhões. (págs. 1 e Economia A17)
Angra e Paraty já temem nova usina
Representantes da Sociedade Angrense de Proteção Ecológica dizem que a construção da usina nuclear Angra 3 causará desordem em Angra dos Reis e Paraty, decorrente do fluxo de mão-de-obra, estimado em 30 mil pessoas. (págs. 1 e Economia A18)
"O Messias traz más notícias"
Não à licença – Ativistas do Greenpeace usaram foto do presidente do Ibama, Roberto Messias, para protestar contra Angra 3. (págs. 1 e Economia A18)
Justiça pune líderes dos sem-terra
A Justiça Federal do Pará multou três líderes do MST em R$ 5,2 milhões em razão da ocupação da Estrada de Ferro Carajás, em Parauapebas, de propriedade da Vale. (págs. 1 e País A12)
Um país de jovens religiosos
Os jovens brasileiros, entre 18 a 29 anos, estão entre os mais religiosos do mundo, informa estudo realizado em 21 países. O Brasil ficou em terceiro lugar, atrás da Nigéria e da Guatemala. Empatou com Indonésia e Marrocos, de maioria muçulmana. (págs. 1, Vida, Saúde & Ciência A24)
------------------------------------------------------------------------------------
Correio Braziliense
Tiro na inflação atinge casa própria
Elevação dos juros pelo BC tem como alvo a alta dos preços. Mas trará um efeito colateral: a renda mínima exigida para o financiamento de imóveis vai aumentar e, assim, excluirá compradores do mercado. Preços dos Setor Noroeste devem cair. (págs. 1 e 15)
Pausa no PAC
Suspeita de desvio de dinheiro público paralisa obras do PAC da habitação em 38 cidades do país, a maioria em MG. (págs. 1 e Tema do dia, 2)
É coisa nossa
Brasil vence disputa judicial com Alemanha pelo direito de usar a rapadura como marca nacional. (págs. 1 e 14)
Atendimento em hospitais já caiu 30% desde início da Lei Seca
Redução de pacientes nas unidades de ortopedia e politraumatizados é visível e sobre até leito, comemoram médicos da rede pública. Contran vai manter o rigor da lei na regulamentação. (págs. 1, 25 e 26)
Promotora impõe cotas na campanha
Partido rico ou nanico, pouco importa: no município do Novo Gama, no Entorno, os candidatos serão obrigados a se valer de quantidades iguais de propaganda na campanha pela prefeitura e câmara. (págs. 1 e 6)
------------------------------------------------------------------------------------
Valor Econômico
Após atingir pico, preço commodities começa a cair
Ganhou força entre os especialistas a partir do início deste mês a avaliação de que os preços das principais commodities industriais e agrícolas já atingiram o pico. Neste segundo semestre, prevêem os analistas, as cotações devem oscilar em nível ainda elevado, mas inferior ao da primeira metade do ano.Especialistas entrevistados pelo Valor lembram que o preço do petróleo caiu mais de 13% desde que atingiu a marca histórica de US$ 145,29 o barril em 3 julho - ontem, fechou a US$ 125,49 em Nova York. Essa queda contraria previsões anteriores de que o preço chegaria a US$ 170 até o fim do verão no hemisfério Norte, em agosto. Contaminadas pelo petróleo, as cotações agrícolas tendem a seguir trilha descendente. A cotação da soja, por exemplo, segue linha quase paralela à do petróleo no ano (ver gráfico). Seu preço bateu recorde no mesmo dia do petróleo e, de lá para cá, baixou 16,7%. O cenário mais provável é de redução de 5% a 10% nas cotações nos próximos meses. Tanto para o petróleo quanto para a soja, a mudança de tendência teria sido provocada por medidas tomadas em diversos países para combater a crise, como a elevação dos juros. Isso deverá limitar o crescimento, aumentar a rentabilidade das aplicações financeiras e atrair de volta investidores que migraram para commodities em busca de segurança. "Juros altos sempre significam redução de preços do petróleo", diz o economista Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura. "A perspectiva é de aumento de produção de petróleo e gás e desaceleração da economia mundial", acrescenta o ex-diretor da ANP, David Zylbersztajn, que também prevê preços contidos. Os especialistas alertam, contudo, que a acomodação de preços não se dará sem nervosismo e instabilidades, motivados por decisões dos fundos que não abandonarão de todo as commodities e pela oferta e demanda global.No cenário interno, há perspectiva mais favorável para a inflação no segundo semestre. Em julho, os alimentos ainda representam fonte de pressão, mas a alta perdeu força. No IPCA-15, divulgado ontem, os preços de alimentos e bebidas aumentaram 1,75%. A variação ainda foi elevada, mas bem inferior à de um mês atrás, de 2,3%.(págs. 1 e A14)
Governo dará mais reajustes aos servidores
O governo prepara duas novas medidas provisórias para aumentar os salários de mais de 300 mil funcionários públicos. Uma delas reajustará e reorganizará vencimentos de carreiras típicas de Estado. A outra abrangerá os que ficaram de fora da MP 431, já aprovada na Câmara, e que beneficiou 800.512 servidores civis e 611 mil militares, mais aposentados e pensionistas, ao custo de R$ 32 bilhões até 2012. Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixar o governo, a despesa de pessoal deverá estar próxima a R$ 200 bilhões. Além de salários maiores, o quadro de pessoal cresceu com 110 mil nova vagas, mais que o dobro do necessário para repor 50 mil servidores que se aposentaram desde 2004. Agora, discute-se a abertura de 400 mil vagas para alunos nas universidades federais, o que levará à contratação de centenas de professores e funcionários administrativos.(págs. 1 e A2)
Supremo decide quem paga contas da Varig
O Supremo Tribunal Federal decide em breve, e de forma definitiva, a quem cabe julgar os processos de ex-trabalhadores da Varig, que pedem na Justiça verbas trabalhistas não pagas pela empresa, comprada pela Gol. Na prática, o que o Supremo vai decidir é se esses processos contra a Varig - e, conseqüentemente, a Gol - devem ser julgados pela Justiça do Trabalho, que normalmente responsabiliza o comprador de uma empresa pelo passivo trabalhista, ou pela vara de falências da Justiça estadual, no caso a 1ª Vara Empresarial do Rio, responsável pela recuperação judicial da Varig, em que é titular o juiz Luiz Roberto Ayoub. Ayoub disse em diversas ocasiões que não há sucessão trabalhista no caso da Varig. Por ter sido criada recentemente, a Gol tinha um número baixo de processos trabalhistas. Mas desde que adquiriu a nova Varig, viu esse número quintuplicar. Além do impacto do aumento do petróleo, a indefinição jurídica em relação às dívidas da antiga Varig tem contribuído para a desvalorização das ações da Gol na Bolsa de Valores. Neste ano, sua cotação caiu 62% e os papéis da concorrente TAM, 21%.(págs. 1 e B1)
Ação para controlar a PF fica para 2009
O Palácio do Planalto deve apoiar, mas não pretende tomar a iniciativa de projeto de lei para aumentar o controle sobre a Polícia Federal. O tema tem consenso entre os partidos, mas dificilmente será votado este ano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva considera a Polícia Federal "fora de controle". Em desabafo recente, teria dito que estava acostumado com a anarquia dos sindicatos, mas atônito com a confusão na PF, que nem parecia do governo, mas uma corporação específica. Das ações que mais o desagradaram estão as que prenderam Duda Mendonça, seu irmão Vavá, além da Satiagraha.(págs. 1 e A8)
Dúvidas sobre os planos da Eletrobrás
Os problemas de caixa da Eletrobrás e seu ambicioso programa de investimentos, que incluem Angra III e Belo Monte, vêm criando dúvidas sobre os planos de internacionalização da companhia. Entre os projetos em análise estão a hidrelétrica de Garabi, no rio Uruguai, quatro hidrelétricas no Peru e a interligação dos sistemas elétricos com a Venezuela. Também se estuda projetos na África, Costa Rica, El Salvador, Nicarágua, Equador e China. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, diz que as hidrelétricas no exterior serão financiadas por instituições como o BNDES, BID e o Banco Mundial.(págs. 1 e B8)
Provedores criticam projeto sobre os crimes na internet
As empresas provedoras de acesso à internet decidiram comprar briga com os parlamentares que defendem o Projeto de Lei 89/2003, que pretende definir os novos tipos de crimes praticados por meio da internet. No centro da polêmica estão os senadores Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e Aloizio Mercadante (PT-SP), que reformularam o projeto que está na Câmara, após ter passado pelo Senado. Os senadores dizem que o projeto de lei trata apenas de "tipificar" os crimes. A associação dos provedores de acesso afirma que a medida "cria regras que não fazem o menor sentido". Para seu presidente, Eduardo Parajo, pequenos provedores do país correm o risco de fechar as portas. Uma das queixas dos provedores diz respeito à exigência de guardar, pelo prazo de três anos, os chamados "logs de acesso", a identificação do instante em que o usuário se conecta e se desconecta da rede.(págs. 1 e B3)
Renda do trabalho cai
O mercado de trabalho já sofre os efeitos do aumento da inflação. Em junho, o rendimento médio real da população ocupada ficou em R$1.216,50, uma queda de 0,3% na comparação com maio. (págs. 1 e A4)
Montadoras investem
A Anfavea, presidida por Jackson Shneider, refaz as contas dos novos investimentos das montadoras e empresas de autopeças, que já superam US$ 20 bilhões até 2011. (págs. 1 e B7)
Reação do Copom
A decisão do Copom de elevar a taxa Selic fez os juros futuros curtos subirem porque o BC tende a ser rigoroso até o fim do ano; e os longos caíram porque, garantida a meta de inflação em 2009, a Selic pode cair. (págs. 1 e C2)
Bolsa em queda
A saída de capital externo da bolsa levou o Ibovespa ontem para baixo dos 58 mil pontos, um importante suporte que vinha sendo observado por técnicos e investidores. (págs. 1 e D2)
------------------------------------------------------------------------------------
Gazeta Mercantil
Juro alto leva Bovespa para o menor nível desde janeiro
Em sessão marcada por pessimismo externo, resultados corporativos aquém do esperado pelo mercado e nova alta das cotações do petróleo, as principais bolsas internacionais fecharam em baixa. Dow Jones recuou 2,43%, para 11.349 pontos. A Nasdaq, que mede o desempenho das empresas de tecnologia, encerrou o dia a 2.280,11 pontos, queda de 1,97%. O mercado brasileiro replicou o movimento. O Ibovespa, principal índice da bolsa, recuou 3,34%, fechando a 57.434 pontos, menor nível desde 23 de janeiro. Com o aumento das taxas básicas de juros, o dólar também operou pressionado. A moeda norte-americana testou nova mínima em mais de nove anos, com baixa de 0,32%, a R$ 1,580. A recente elevação de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), para 13%, e a perspectiva de mais altas pela frente tornam ainda mais atrativas as aplicações indexadas aos indicadores de inflação e ao juro básico. Entre as Letras do Tesouro, as NTNB, atreladas ao IPCA, as NTN-C, atreladas ao IGP-M, e as LFT, atreladas à Selic, são boas opções. (págs. 1 e EDITORIAL – A2, B2 E B3)
Tarso admite blindar advogados
O ministro da Justiça, Tarso Genro, admitiu ontem que está examinando a possibilidade de que a lei que isenta escritórios de advocacia de serem alvos de investigações seja sancionada. “Se for, é porque chegamos à conclusão clara de que não há prejuízo para a investigação criminal e de que não vai se tratar de um privilégio para advogados”, disse Genro. A manutenção das prerrogativas dos advogados foi amplamente defendida pelo presidente da seccional fluminense da Ordem dos Advogados (OAB-RJ), Wadih Damous, que criticou falhas cometidas nas investigações, como “interceptações telefônicas abusivas e tratadas como único meio de investigação”, classificando-as como “atentado ao amplo direito de defesa”. (págs. 1 e A8)
Receita perde R$242 milhões com eleição
A propaganda eleitoral gratuita não é tão gratuita como parece. Para restituir eventuais prejuízos das emissoras de rádio e televisão, que serão obrigadas a transmitir, a partir do dia 19 de agosto, as campanhas dos candidatos a vereador, vice-prefeitos e prefeitos, a Receita do Brasil — antiga Receita Federal — vai deixar de arrecadar mais de R$ 242 milhões em Imposto de Renda. O benefício, previsto pela lei eleitoral de 1996, mas só regulamentado em 2005, permite que as emissoras retirem do lucro líquido, para efeito da determinação do lucro real, “valor correspondente a oito décimos do resultado da multiplicação do preço do espaço comercializável pelo tempo que seria efetivamente utilizado pela emissora em programação destinada à publicidade comercial, no período de propaganda eleitoral gratuita”. (págs. 1 e A7)
Tesouro
Dívida atrelada à Selic ainda predomina. (págs. 1 e B2)
Poucas esperanças para Doha
O dia será decisivo para as negociações que pouco avançaram ontem. (págs. 1 e A9)
Vinho chileno pode ficar mais caro e ter cotas
O diretor de Logística e Gestão Empresarial da Conab, Silvio Porto, disse ontem que o governo brasileiro vai iniciar discussões com o Chile sugerindo revisão para cima no preço do vinho fino chileno no âmbito do acordo bilateral. Outra medida que deve entrar em pauta é o estabelecimento de cotas para importação. Há um bom espaço para revisar algumas cláusulas”, disse. Segundo o executivo, há também disposição para rever o acordo com a Argentina, que fixou piso de US$ 8 por caixa. Para o gerente de marketing da importadora Terroir, Fábio Sanchez, trata-se de um “protecionismo que tanto criticamos”. “O vinho importado tem qualidade superior e com preço mais acessível.” As condições naturais e os volumes do Chile tornam o produto mais competitivo. Na avaliação de Sanchez, seria uma medida pouco produtiva para quem gosta e toma vinho. Para a responsável pela Prima Línea Importadora, Vera Maniaci, “está surgindo um novo grupo de consumidores que vai optar pelo importado mesmo com preço similar ou ainda superior”. (págs. 1 e C1)
Krugman diz que hoje somos todos Keynesianos
A recessão americana provocada pela crise do crédito imobiliário de alto risco será leve e irá durar dois anos. A previsão é do economista Paul Krugman, professor da Universidade Princeton e colunista do jornal The New York Times, reproduzido pela Gazeta Mercantil. Para ele, o Brasil é um emergente diferente da China e Índia: não tem a moeda atrelada ao dólar, tem taxas de juros flutuantes e é grande exportador de commodities, o que o habilita a enfrentar o cenário atual com melhores condições. Na prática, é um país de sorte, pois está do lado das economias que estão ganhando com o cenário de crise internacional. Para Krugman, o banco central norte-americano e o Tesouro agiram corretamente ao socorrer instituições. “Hoje somos todos keynesianos”, brinca ele, comentando que até os economistas mais conservadores apóiam a intervenção. “O Consenso de Washington foi seriamente afetado com esta crise”, defende. (págs. 1 e B2)
Queda dos preços ameaça a soja
Os preços da soja recuaram ontem para US$ 13,73 o bushel em Chicago, o que ameaça a rentabilidade dos agricultores de algumas regiões no Brasil. O lucro só estaria assegurado a partir de US$ 14, dizem analistas. (págs. 1 e C5)
Ford perde nos EUA e ganha aqui
A Ford fechou o segundo trimestre com prejuízo mundial de US$ 8,7 bilhões em meio à crise causada pela alta da gasolina nos EUA. Na América do Sul, puxada pelo Brasil, a empresa lucrou US$ 388 milhões. (págs. 1 e C8).
------------------------------------

PF/OPERAÇÃO SATIAGRAHA: FATOS & VERSÕES...

>
Delegado afastado diz que investigação foi "obstruída"

Em ofício entregue à Justiça Federal na última sexta-feira, o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, que naquele dia deixou o comando da Operação Satiagraha com outros dois delegados, apontou suposta "tentativa de obstrução à investigação" e citou alegadas pressões exercidas pelo delegado Paulo de Tarso Teixeira, diretor de Combate a Crimes Financeiros da direção geral da PF, em Brasília.
O delegado narrou, no documento de 16 páginas, que, um dia antes das prisões da Satiagraha, Teixeira e o superintendente da PF em São Paulo, Leandro Coimbra, lhe a entrega da lista dos investigados contra os quais haveria mandado de prisão expedido pela Justiça Federal no âmbito da operação. Segundo Queiroz, Teixeira lhe fez vários telefonemas com os mesmos pedidos e teria dito "palavras de baixo calão".
Numa das ligações, segundo Queiroz, Teixeira teria dito que, "do jeito que está sendo feito, o superintendente Leandro informou que não ocorrerá operação policial, bem como se ele [Teixeira] fosse superintendente em São Paulo, também procederia da mesma forma".
Os mandados de prisão temporária contra o banqueiro Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas e outras 20 pessoas haviam sido expedidos pelo juiz da 6ª Vara Federal Criminal Fausto De Sanctis no dia 4, sexta, três dias antes da reunião.
As prisões ocorreriam no dia 8, terça. Segundo o delegado, na noite anterior às prisões, por volta das 20h, ele foi chamado a uma reunião com Teixeira e Coimbra na sala do superintendente em São Paulo, quando lhe cobraram os nomes.
Queiroz escreveu que se recusou a entregar os nomes dos futuros presos, alegando que poderia haver vazamento e os investigados poderiam recorrer a um habeas corpus. A recusa gerou um bate-boca. O delegado disse que o pedido não seria um procedimento de rotina. A reunião que destituiu Queiroz do comando da operação ocorreu uma semana depois.
No ofício encaminhado à Justiça, o delegado apontou suposta falta de apoio à fase final da operação, principalmente a promessa não cumprida do envio de 50 agentes da PF para realizarem o trabalho de perícia do material coletado no dia 8 --o envio só foi confirmado depois da saída de Queiroz.
O delegado também afirmou, no ofício entregue à Justiça Federal, que sofreu "perseguição" em quadras de Brasília desde janeiro deste ano, assim como outros integrantes da operação, conforme revelou a Folha na edição do último domingo.
A assessoria de comunicação da direção geral da PF, em Brasília, procurada ontem às 22h, informou que a polícia não iria comentar os ofícios de Queiroz e que a direção da instituição já se colocou à disposição da Justiça "para prestar todos os esclarecimentos".
A assessoria de comunicação da superintendência da PF em São Paulo, procurada ontem por volta das 22h no telefone celular, não foi localizada.
--------------------
RUBENS VALENTE,da Folha de S.Paulo - 2507.