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sábado, outubro 04, 2008

EDITORIAL: KEYNES E A DEMANDA AGREGADA

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... Cremos que o momento financeiro mundial é crucial para revermos este ensaio.


A teoria econômica de Lord Keynes e a ideologia triunfante do nosso tempo

[Por Alceu Garcia19 de março de 2002

Alceu Garcia não existe. É o pseudônimo de um cidadão que, cercado de esquerdistas por todos os lados, e já conhecendo o tratamento que eles dão a quem ouse contrariá-los no local de trabalho, tem bons motivos para desejar permanecer incógnito. Camuflado ou não, é um excelente escritor, e é com muita honra que apresento e agradeço sua contribuição notabilíssima ao debate que ando travando há tempos com os devotos de Lord Keynes. Outros textos de Alceu Garcia aparecerão nesta página nas próximas semanas. O. de C. (13 de março de 2002)].

Introdução

Dificilmente se passa uma semana sem que o economista britânico John Maynard Keynes (1883-1946) seja louvado por escritores e colunistas de nomeada, especialistas na matéria ou não, como o genial autor de uma revolução copernicana na economia e um grande benfeitor da humanidade. O cultuado escritor L.F. Veríssimo elogiou o "espírito público" de Keynes em sua coluna em O Globo, e lamentou que a visão egoísta e os interesses imperialistas dos americanos tenham prevalecido sobre os propósitos benevolentes do inglês no acordo de Bretton Woods. Uma ativista americana que participou do recente Fórum Social Mundial de Porto Alegre, entrevistada pelo JB, concitou a humanidade a adotar políticas keynesianas para redimir os bilhões de miseráveis do planeta. A última moda da esquerda festiva parisiense é uma estridente propaganda em prol da dita "taxa tobin" sobre movimentações financeiras internacionais, inspirada em estudo de James Tobin, economista americano da melhor estirpe keynesiana. O jornalista Cesar Benjamim, remanescente do marxismo-leninismo ortodoxo, escreveu em artigo na Caros Amigos que a Lei da Responsabilidade Fiscal, que limita as despesas públicas à arrecadação, é nociva, de vez que os gastos deficitários do estado possuem um efeito multiplicador que espalha a prosperidade e resulta em aumento na arrecadação futura, recobrando o equilíbrio orçamentário em outro nível. Isso não é nem Marx, nem Lenin; é macroeconomia keynesiana pura. Curiosamente, no número seguinte do mesmo periódico Benjamim proferiu um candente libelo contra... a macroeconomia!
No universo dos especialistas o prestígio do luminar de Cambridge é ainda maior. O ex-ministro do governo Sarney e banqueiro João Sayad, aquele mesmo responsável pelo fracassado Plano Cruzado e que hoje atormenta os paulistanos como secretário de finanças da prefeita Dona Marta, exalta Keynes frequentemente em suas lacrimosas colunas no JB, salientando que o inglês foi o primeiro a manifestar interesse pela questão do desemprego e em como salvar os trabalhadores das garras do capitalismo predatório Os economistas responsáveis pelo projeto econômico do PT, Guido Mantegna, Luiz Beluzzo, o próprio Sayad e outros, baseiam-se muito em Keynes e pouco em Marx, o contrário do que normalmente se esperaria de um partido de extrema-esquerda. Não menos keynesianos são os economistas do PSDB "autêntico", pontificando entre eles outro ex-ministro de Sarney e comandante de mais um desastrado "plano", Bresser Pereira. A revista República, hoje o veículo semi-oficial da candidatura Serra, não poupa elogios a Keynes e invectivas contra o superado neoliberalismo do americano Milton Friedman. O colunista do New York Times Paul Krugman, cujas diatribes ultra-keynesianas são reproduzidas em alguns jornais brasileiros, é acatado por seus congêneres tupiniquins, acadêmicos ou não (com a exceção de Gustavo Franco), como a máxima autoridade mundial em economia. Os juízos de Krugman produzem em nosso país um efeito categórico de Roma locuta, causa finita.
Os exemplos dessa profunda identificação entre o pensamento e a propaganda esquerdista com Keynes e suas idéias são inúmeros. O curioso, por outro lado, é que também certa direita reinvindica Keynes como um de seus patronos. Basta lembrar de Delfim Netto e Mario Henrique Simonsen, ministros do regime militar e adeptos das teorias keynesianas, os quais dirigiram a mais extensa invasão do domínio econômico pelo estado na história do nosso país e fizeram da economia brasileira uma das mais estatizadas do mundo. Liberais como o falecido J.G. Merquior também relacionam Keynes como um eminente prócer do liberalismo. Tudo isso é bastante perturbador e inconclusivo. Afinal, Keynes foi um socialista, conservador ou liberal? Talvez suas inovações científicas simplesmente sejam rigorosamente irrefutáveis e, portanto, ideologicamente neutras, não podendo responder por apropriações indevidas, por todas as correntes políticas, da verdade apoditicamente demonstrada. A proposta desse ensaio é tentar elucidar esse enigma, desvendando a verdadeira filosofia social do economista britânico e sua posição no quadro do pensamento econômico, ideológico e político contemporâneo.
(...)
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[Reproduziremos em partes este ensaio durante a próxima semana...].