PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

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terça-feira, abril 03, 2007

HAPPY-HOUR II: VÔO CEGO !


HAPPY-HOUR: ÍCARO !







[Chargistas: Humberto, Clayton, Sponholz, Kacio].

CRISE AÉREA: INVESTIR É PRECISO!

Crise aérea pode piorar por falta de investimentos, diz órgão mundial:

O Conselho Internacional de Aeroportos (ACI, na sigla em inglês) acredita que a situação do tráfego aéreo brasileiro poderá piorar se o país não investir mais em infra-estrutura. A porta-voz do ACI, Nancy Gautier, disse à BBC Brasil que, com o crescimento do número de passageiros, os aeroportos do país precisarão aumentar sua capacidade para evitar problemas ainda mais sérios. "O governo e as operadoras têm que trabalhar juntos para adaptar os aeroportos à demanda crescente", disse Gautier. O crescimento desorganizado do tráfego aéreo também poderá complicar ainda mais a situação do setor aeroviário no país, advertiu a porta-voz. Ela acrescentou que investimentos na ampliação de terminais e na melhora da infra-estrutura levam anos para serem aprovados, e por isso devem ser planejados o quanto antes. Demanda crescente O ACI é sediado em Genebra, na Suíça, e representa 573 empresas que operam um total de 1.643 aeroportos em todo o mundo. Segundo a organização, o número de passageiros voltou a subir no Brasil desde o final do ano passado – depois do pico da crise na empresa aérea Varig, que levou ao cancelamento de diversos vôos. O ACI não quis fazer uma previsão exata para o Brasil, mas disse que o crescimento do número de passageiros no país em 2007 deverá ficar um pouco abaixo da média de 4,6 % prevista para toda a América Latina. “Esse resultado mostra que o crescimento da demanda no Brasil é duradouro e deve ser levado a sério", disse Gautier. O conselho prevê taxas anuais de crescimento para a América Latina por volta de 4% até o ano 2010. Notícias, Correioweb.

CONTROLADORES DE VÔOS: INSUBORDINAÇÃO? (QUE, QUE É ISSO COMPANHEIRO???)

Lula quer prisão de controlador que fizer greve, dizem líderes [Com a orientação dada agora pelo presidente, Planalto recua definitivamente do acordo selado com os controladores, que previa também anistia aos grevistas].

Os controladores de vôo que promoverem motim durante o feriado da Páscoa deverão ser presos e incluídos em inquéritos policiais militares (IPMs). Esta foi a orientação dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em mais um capítulo do endurecimento do governo nas negociações com os controladores de vôo, desde um acordo selado com a categoria, na última sexta-feira, para pôr fim à paralisação que parou por mais de cinco horas todos os aeroportos do País. O relato de Lula foi reproduzido, nesta terça-feira, 3, no Palácio do Planalto, pelos líderes do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), e do PSB, deputado Beto Albuquerque (RS). "Agora, está claro, para quem entrar em greve, o que significa um militar amotinado. A sociedade saberá que este País tem comando", afirmou Albuquerque, comentando a decisão de Lula. Com a orientação dada agora ao Comando da Aeronáutica, o presidente recua de decisão anterior. No fim de semana, Lula suspendeu ordem de prisão de mais de uma dezena de controladores amotinados, dada pelo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito e abriu precedente para uma crise entre os militares e o governo. Segundo lidernaças presentes no encontro, o presidente também acertou com o comandante da Aeronáutica a realização de concursos públicos para contratação de novos controladores de vôo e o recrutamento de servidores com experiência no controle de tráfego aéreo já aposentados. De acordo com o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), Lula informou também que, na conversa com Saito, reafirmou que é necessário respeito à hierarquia militar e voltou a declarar: "Fui traído por sindicalistas que aproveitaram minha ausência para criar o caos, mas isso foi um gol contra, pois atingiu os brasileiros."
Mais cedo, o Planalto anunciou que estava voltando atrás em uma das principais e mais polêmicas cláusulas do acordo feito entre o governo e o movimento grevista para o fim da paralisação. Durante reunião com a categoria, nesta terça-feira, 3, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, negou a anistia dos participantes do motim. Mesmo sendo advertido de que o termo estava na nota assinada por ele para o fim da greve, Bernardo repetiu que o assunto nunca foi tratado. Depois, o ministro assegurou que o governo quer "investir na tranqüilidade e não botar fogo no circo". Após se reunir por uma hora com controladores de vôo militares e civis, o ministro afirmou que o governo pretende fazer mudanças no sistema de tráfego aéreo do País, ouvindo todos os setores envolvidos, "mas sem faca no pescoço, sem passar intranqüilidade à sociedade brasileira". Apesar de ter se comprometido, na sexta-feira à noite, a atender às reivindicações dos controladores de vôo, Lula tem dado sinais claros de que está inconformado com a insubordinação dos controladores militares e vai enfrentar o movimento. O primeiro sinal da nova estratégia do presidente foi anunciar a intenção de fazer um pronunciamento à Nação se a situação aérea do País piorar. Outro sinal é o próprio discurso adotado nas negociações por Bernardo, ao desautorizar a anistia dos militares envolvidos na greve. O ministro também disse que repassou aos controladores a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que ele tem todo o interesse em negociar. Segundo Paulo Bernardo, Lula deixou claro que só fará negociação se os controladores de vôo trabalharem em condições de normalidade. "Vamos negociar, mas não debaixo de ameaça. Negociação como essa exige confiança mútua entre ambas as partes", disse o ministro, em rápida entrevista coletiva, na saída do ministério. O Estadão, Brasília, Leonencio Nossa e Christiane Samarco.

CONTROLADORES DE VÔOS: O VÔO (OVO) NA PÁSCOA!

Governo tenta tomar o controle das negociações com controladores de vôo

Após acordo firmado na última sexta-feira -- que pôs fim ao motim dos controladores de tráfego aéreo --, o governo tenta tomar o controle das negociações com a categoria e, para isso, afirma que não é possível dialogar sob constantes ameaças. "Fica muito difícil negociar com constantes ameaças do movimento e com ameaças de fazer greve, de transformar a Páscoa em um inferno", disse o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, após reunião com representantes dos controladores --civis e militares. O encontro durou pouco mais de uma hora. Os controladores saíram sem falar com a imprensa. O ministro nega que tenha feito um acordo com o movimento para a não-punição dos envolvidos no motim de sexta-feira --que suspendeu decolagens e praticamente paralisou todo o espaço aéreo brasileiro por aproximadamente cinco horas. Segundo ele, foi firmado apenas um compromisso de se cancelar algumas transferências e que isso foi feito com autorização do comandante da Aeronáutica, Juniti Saito. A Folha Online apurou que o início da reunião foi tensa, mas que, ao final, os controladores se comprometeram a não promover nova paralisação durante o feriado prolongado da Páscoa. A questão da anistia não teria sido tratada. Quanto à desmilitarização, um projeto de lei complementar passaria o controle do tráfego aéreo da Aeronáutica para o Ministério da Defesa. Uma medida provisória criaria os cargos civis da nova estrutura. No entanto, ainda não há prazo definido para o processo. Para o ministro, o mais importante é estabelecer o diálogo com todas as partes para que a mudança na estrutura do controle do tráfego aéreo possa ser feita. "Vamos negociar, falar com as partes envolvidas, mas não com a faca no pescoço. "Bernardo disse, ainda, que o país viveu na sexta-feira uma situação atípica e que foi feito o necessário para garantir que o tráfego aéreo no país fosse retomado. Agora, as negociações serão feitas sob orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva --que viajava aos Estados Unidos quando ocorreu a paralisação. Ana Paula Ribeiro, Folha Online, Brasília.

CRISE AÉREA: QUEM COLOCARÁ O "GUIZO" NO PESCOÇO DO GATO? (*)

Cobertura irregular, soluços e delírios:

No domingo, 1º de abril, dia da mentira, num blog de notícias apareceu a delirante teoria de que os controladores de tráfego aéreo são para o presidente Lula o que o caminhoneiros foram para Salvador Allende, em 1973, no Chile. Em outras palavras: os sargentos da FAB seriam agentes desestabilizadores, provocadores de um golpe.
Brincadeira ou não, o episódio serve para ilustrar o funcionamento da nossa mídia. A verdade é que a cobertura tem sido espasmódica, intermitente, embora a intensidade da crise seja ascendente. Basta que depois de uma crise aguda os atrasos nos vôos diminuam ligeiramente – ou que o movimento nos principais aeroportos pareça mais tranqüilo – e a mídia logo afrouxa o acompanhamento, esquecida de que os impasses básicos continuam intocados e ocultos. Os jornais de sábado (31/3) coincidiram na classificação do movimento dos controladores em Brasília como "motim". Tecnicamente estavam certos. Mas como é que se poderia classificar o comportamento das autoridades que desde o início tentaram esconder o problema dos controladores? Seria, por acaso, "obstrução da justiça"? A crise aérea só será efetivamente resolvida quando se souber exatamente o que aconteceu e o que está acontecendo. E para isso não é preciso de uma CPI. Basta que mídia assuma as suas verdadeiras responsabilidades. Observatório da Imprensa, Alberto Dines.
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(*) Jean de la Fontaine (1621-1695): "Quem vai pôr o guizo no pescoço do gato?": a moral da história era a seguinte: "Não adianta ter boas idéias se não temos quem as coloque em prática". Ou ainda: "Inventar é uma coisa, colocar em prática é outra".

CONTAS-SALÁRIO: ISENÇÃO DE ALGUMAS TARIFAS

Bancos são obrigados a abrir contas-salário sem tarifas
A partir desta segunda-feira (02), os bancos estão obrigados a abrir contas-salário, livre de tarifas (CPMF e DOC), a todos os funcionários de empresas com as quais assinaram contrato de pagamento após 5 de setembro do ano passado. Até agora eram as empresas que decidiam onde o trabalhador recebia o salário. O trabalhador pode ainda continuar a receber o salário na conta corrente que já tem no mesmo banco ou passar a movimentar o salário apenas por meio da conta salário. Como é livre de tarifa, a conta-salário é básica e tem uma série de limites e restrições de uso. Ela é isenta de tarifas somente até um certo número de serviços acessados e só pode ser movimentada por cartão magnético, fornecido gratuitamente. A conta não pode receber nenhum depósito além daqueles feitos pelo empregador nem pode ser feita aplicação financeira a partir dela. Bondenews, Folha de Londrina.

CPI DO "APAGÃO AÉREO": "CLAREANDO" O CÉU DE BRIGADEIRO?

Procurador-geral pede CPI do Apagão:

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve mandar instalar a CPI do Apagão Aéreo com o aval do procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza. O julgamento ocorrerá ainda neste mês. Souza, que ficou dez horas no sábado passado no aeroporto de Porto Velho por causa do caos aéreo, disse que pretende enviar já na próxima semana um parecer para o STF sugerindo que seja determinada a criação da CPI. No Supremo, ministros dão como certo que esse será o resultado do julgamento pelo plenário do STF do mérito da ação movida por deputados de oposição para tentar tornar obrigatória a criação da CPI. O relator da ação, Celso de Mello, concedeu na semana passada uma liminar determinando que seja desarquivado o requerimento de instalação da comissão. Esse também deverá ser o conteúdo do parecer do procurador-geral. Ele deverá se basear em um parecer redigido em 2005 pelo seu antecessor, Cláudio Fonteles, que foi favorável à criação da CPI dos Bingos. Naquela ocasião, o STF mandou instalar a CPI. Após contar que ficou dez horas em Porto Velho, em Rondônia, esperando um vôo para Brasília, Souza disse que essa situação “é horrível”. “A crise aérea não deve ser fruto de uma causa só. Não tenho conhecimento sobre a administração, se o problema é de falta de equipamento, de gente ou de empresas. Perdemos três grandes empresas nos últimos anos. Será que temos o mesmo número de aviões?”, perguntou Souza. No julgamento no STF, os ministros não deverão aceitar os argumentos do presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para justificar o fato de o plenário da Casa ter arquivado o requerimento de instalação da CPI. Nas informações que enviou na semana passada para o STF, Chinaglia disse que “imperou a vontade soberana do plenário (da Câmara)”. No documento encaminhado ao Supremo, o presidente da Câmara disse que as circunstâncias em torno da CPI do Apagão Aéreo são semelhantes a fatos ocorridos em 1996 em relação à CPI dos Bancos. No entanto, nos últimos anos, a composição do Supremo mudou radicalmente e também a jurisprudência sobre CPIs. Os ministros acreditam que o julgamento da CPI dos Bingos servirá de base para a votação da ação em que os deputados pedem a criação da comissão para investigar o caos aéreo. Brasília, Ag. Estado, Paraná Online.

COCA-COLA vs PEPSI-COLA: O XEQUE-"MATE"

Coca nega concentração do mercado:

A Coca-Cola argumentou à Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, para defender a sua aquisição da empresa Leão Júnior - dona da Matte Leão, deter 51,1% do mercado de bebidas não alcoólicas do País. Isso significa que a Coca-Cola não estaria concentrando o poder de mercado ao adquirir a Matte Leão. Com a fusão, a Coca-Cola subiria para 51,4% de participação. Os dados são baseados em pareceres da consultoria AC Nielsen do ano de 2006. Já a Pepsi, dona da marca concorrente Lipton, argumenta que deveria ser considerado o mercado de chá pronto para beber e, neste caso, o Matte Leão teria 49% e que somados aos 25% de participação do Nestea (produto da Coca-Cola) ampliaria a presença da multinacional para além de 70%. Neste ponto da investigação do negócio sobre a concorrência, a SDE está recebendo informações e ouvindo todos os concorrentes para então definir qual será o mercado relevante de impacto da operação. A compra da Matte Leão pela Coca-Cola foi concretizada na semana passada, mas já havia sido registrada nos órgãos de defesa da concorrência brasileiros em fevereiro. Ag. Estado, Brasília, Paraná Online.

"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

Novo salário mínimo é de R$ 380: Brasília - O novo valor do salário mínimo, de R$ 380,00, passou a valer no domingo, 1.º de abril. O reajuste foi de 8,57% sobre os R$ 350,00 praticados até então. O aumento real equivale a 5,41%, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). O órgão estima que o novo valor injetará R$ 16,8 bilhões de renda na economia, além de representar acréscimo de arrecadação tributária de R$ 4,1 bilhões sobre o consumo. Paraná Online, Ag. Brasil.
Procurador militar abre inquérito contra amotinados. A promessa de não punição aos controladores de vôo que se amotinaram e paralisaram o tráfego aéreo em todo o País na sexta-feira, feita pelo governo, azedou ainda mais ontem o clima entre militares, governo e os rebelados. Ainda que o procurador da Justiça Militar, Giovanni Rattacaso, tenha requisitado abertura de inquérito para identificar amotinados - aceita pelo comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, e o que gerou satisfação na Força Aérea - , aumentou a tensão entre os controladores e acendeu uma luz amarela no Planalto. Agência Brasil, Paraná Online.
EUA reclamam de barreiras impostas pelo Brasil. O governo dos Estados Unidos acusou 63 de seus parceiros comerciais, entre eles o Brasil, de impor barreiras "injustas" a produtos de exportação americanos. http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/04/070403_euabarreirasml.shtml
Chávez defende criação de Exército para a América do Sul. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, defendeu nesta terça-feira a criação de um Exército da América do Sul para defender os interesses e a soberania das nações do continente mais o Caribe."Devia existir, neste nosso continente sul-americano, uma organização militar sul-americana, que defenda os interesses e a soberania da grande pátria que somos (...), incluindo o Caribe". da Lusa, em Caracas, Folha Online.
Governo diz a controladores que não negocia com faca no pescoço. Após reunião de quase duas horas com os controladores de vôo militares e civis, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, alertou que o governo não vai negociar com a faca no pescoço, numa advertência destinada a conter o ímpeto da categoria, que se encontra em estado de greve. REUTERS, JB Online.
Controladores de vôo aguardam nova reunião, mas descartam greve. Representantes dos controladores de tráfego aéreo estiveram reunidos nesta terça-feira com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e, apesar de categoria ter saído insatisfeita da reunião, descartou promover nova paralisação durante o feriado prolongado de Páscoa, segundo apurou a reportagem. Os controladores consideram que a reunião foi frustrada e esperam conversar novamente com o ministro."A reunião não terminou. Não teve negociação. Vamos esperar o ministro ligar para conversar conosco novamente", disse Ulisses Fontenele, representante da associação de controladores da área militar. Folha Online, Brasília.

CONTROLADORES DE VÔO: EM QUEM SE "ESPELHARAM"?

Para acalmar militares, Lula não recebe amotinados:

Num esforço para tranqüilizar os comandantes militares, Lula decidiu que não irá receber no Planalto representantes dos sargentos que promoveram, na última sexta-feira (30), o motim que paralisou os aeroportos brasileiros. A audiência fora prometida aos sublevados pelo ministro Paulo Bernardo (Planejamento), destacado pelo próprio presidente para negociar o fim da paralisação, obtido no início da madrugada de sábado (31). Nesta segunda-feira (2), Lula passou o dia tentando contornar o mal-estar que se disseminou entre os militares. Em conversas com seus auxiliares, o presidente concluiu que o problema administrativo do setor aéreo derivara para uma crise militar. O comandante da Aeronáutica, Juniti Saito (foto) sentira-se desautorizada pelo presidente. E obtivera a solidariedade dos colegas do Exército, Enzo Peri, e da da Marinha, Júlio Soares de Moura Neto. Lula concluiu que precisava dar sinais de prestígio aos três comandantes, sob pena de agravar a crise. Foi nesse contexto que o presidente avaliou que, recebendo os sargentos que se sublevaram, sinalizaria desapreço à hierarquia. Decidiu fazer o contrário. Logo cedo, no programa semanal de rádio, afirmou que a greve dos controladores militares fora “uma irresponsabilidade.” Depois, em encontros com Saito, pela manhã, e com os três comandantes militares, à tarde, explicou a decisão que tomara na sexta-feira, a caminho dos EUA. Lula disse aos comandantes que sua intenção não foi a de subverter a hierarquia militar. Afirmou que decidira desautorizar a prisão dos sargentos amotinados com base nas informações que recebera no instante em que voava para os EUA. Considerou, então, mais importante resolver o tumulto nos aeroportos. Repetiu aos comandantes algo parecido com o que dissera pela manhã, no rádio: "O país não pode ficar refém dos movimentos irresponsáveis.” De resto, num claro recuo em relação à disposição do governo no final de semana, Lula assegurou ao comandante Juniti Saito que a desmilitarização do controle do tráfego aéreo civil não será feito à revelia da Aeronáutica. Ao contrário. Pediu a Saito que a Aeronáutica contribua com a redação do texto da medida provisória que instituirá o novo modelo. E atenuou um dos compromissos que Paulo Bernardo assumira com os sargentos insurretos: o de rever as sanções disciplinares impostas aos controladores de vôo. Afirmou que a revisão será feita no limite do que a Aeronáutica considerar razoável. Algo que não fora mencionado aos amotinados. Saito ainda obteve de Lula o compromisso de que, doravante, os controladores poderão sofrer novas punições caso voltem a se insurgir contra ordens de seus superiores. E o presidente comprometeu-se com os comandantes militares a não interferir no inquérito policial aberto nesta segunda-feira (2), por determinação do Ministério Público Militar, para punir os sargentos amotinados. Para o presidente, os procuradores estão cumprindo a obrigação deles. E não cabe ao governo se meter. Acha, de resto, que a ação do Ministério Público, festejada pela Aeronáutica como um meio de restaurar os valores hierárquicos, é uma novidade que não está contemplada na pauta de negociação firmada com os controladores de vôo. Numa das reuniões que promoveu ao longo do dia, Lula discutiu com Saito e com os ministros Waldir Pires (Defesa), Paulo Bernardo (Planejamento) e Dilma Rousseff (Casa Civil) os termos do entendimento que será proposto aos controladores de vôo. O governo confirmou para esta terça-feira (3) a reunião de Paulo Bernardo com representantes da categoria. Afora a audiência com Lula, que será negada, e a revisão das punições, agora condicionada à palavra final da Aeronáutica, serão respeitados os termos do entendimento firmado com os sargentos amotinados na noite de sexta. Inclui a desmilitarização do controle de vôo. Há também a concessão de gratificações salariais. Os valores não foram revelados. Mas devem ficar aquém da reivindicação dos controladores. No encontro que terão com Paulo Bernardo, os representantes dos controladores de vôo militares tentarão obter do governo o compromisso de uma anistia de Lula, em caso de condenações judiciais. O ministro não está, porém, autorizado a assumir tal compromisso. Em privado, Lula até admite anistiar, no futuro, os sargentos eventualmente condenados por indisciplina. Mas condiciona o gesto à normalização do tráfego aéreo. Escrito por Josias de Souza, Folha Online.

CONTROLADORES DE VÔOS: MOVIMENTO GREVISTA TEM "ESCOLA" !

Lula tenta conter crise militar e sugere que pode rever acordo [Presidente deu a entender que pode não reconhecer acordo que pôs fim à greve].

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou todo a segunda-feira na condição de bombeiro político para evitar uma crise institucional militar. Depois de se encontrar com o chefe da Aeronáutica, Força que serviu de palco para o motim dos controladores na sexta-feira, Lula decidiu convocar uma reunião conjunta com os três comandantes - realizada no início da noite, no Palácio do Planalto - e explicar as condições em que decidiu negociar. Para mostrar aos chefes do Exército, Marinha e Aeronáutica que seu governo está empenhado em restabelecer a disciplina militar, o presidente, segundo apurou o Estado, deu a entender aos comandantes que não reconhece o acordo fechado com os controladores em meio aos caos de sexta passada. Além de Saito, foram ao Planalto o general Enzo Peri, do Exército, e o almirante Júlio Soares de Moura Neto, da Marinha. Lula lembrou aos comandantes que no diálogo dele com o comandante Juniti Saito (Aeronáutica), sexta-feira à noite, ficou claro que a prisão dos controladores não resolveria o problema, isto é, não faria os aviões decolar, o que só agravaria a situação. Lembrou que foi pego "no meio do Atlântico", pois estava em um vôo para Washington, quando recebeu a ligação como relato sobre o que estava ocorrendo no País. Pelas explicações de Lula, ao ministro Paulo Bernardo foi dada a missão de fazer o controle do tráfego aéreo voltar a funcionar porque ele era o único ministro civil em Brasília - missão que ele cumpriu. Segundo um militar, o presidente teria dito o seguinte, na reunião desta segunda à noite, sobre o acordo: "Numa negociação, os dois lados, A e B, oferecem suas propostas. Ali (na negociação com os amotinados), só uma das partes cedeu, o que é impossível de ser considerada uma negociação". O governo vai esperar a reação dos controladores, mas Lula deixou claro que "só negocia em situação de normalidade".
Os comandantes disseram ao presidente que foi ferido o princípio da autoridade. Lula respondeu : "Agora está na hora de restabelecer o princípio da autoridade, da hierarquia e da disciplina. O governo não é e não vai ficar refém de ninguém. Não admito isso". Segundo os comandantes, Lula considera a instauração do IPM pelo Ministério Publico contra os controladores inevitável. De manhã, no programa de rádio Café com o Presidente, Lula chamou os controladores de "irresponsáveis" e qualificou de "muito grave" o movimento desfechado na sexta-feira à noite. Na reunião com os comandantes, no Planalto, admitiu apenas suspender as punições administrativas, como as remoções de controladores de um estado para outro. O presidente, que já havia elogiado publicamente a postura do comandante Saito, no sábado, em Washington, reiterou isso neste segunda-feira, nos três encontros que teve só com ele ao longo dia. "Dar apoio aos comandante é o mínimo que o presidente Lula poderia fazer" , comentou um oficial-general ao avalir a crise que se instalou nos quartéis e o nível de insatisfação da tropa. O presidente ficou "muito preocupado" com os alertas de auxiliares próximos, que argumentaram que a decisão do brigadeiro Saito de prender os sargentos-controladores que se amotinaram poderia abrir uma crise política. O temor era de que a crise do apagão aéreo insuflasse outras categorias da Aeronáutica, em um primeiro momento, e o Exército e a Marinha, em seguida, já que todos têm demandas reprimidas, principalmente de salário. O fato de Lula ter agido rápido, nesta segunda, fazendo afagos políticos desde cedo, agradou os militares. Um tema que estava fora da pauta do encontro com os comandantes, inicialmente, mas acabou dominando boa parte da conversa, foi a decisão do Ministério Público Militar de abrir um IPM contra os controladores. O presidente reiterou que o MP é independente e cumpre suas atribuições. Afirmou que o recado que mandou para os controladores foi o seguinte: "Espero que eles respeitem o direito de ir e vir das pessoas".
No encontro com os comandantes das três Forças, Lula se mostrou irritado com o movimento de caráter sindical dos controladores e disse que não vai tolerar insubordinações. Ele passou o dia repetindo a todos os interlocutores que "não vai ficar refém dos controladores" - frase dita também aos comandantes da Aeronáutica, do Exército e da Marinha na reunião do Planalto. O presidente lembrou que já havia se decidido pela desmilitarização, mas que os fatos precipitaram este processo. No encontro com os comandantes, o presidente da República quis deixar claro que só tomou a decisão de evitar as prisões dos controladores e de negociar porque, naquele momento, "o governo fez o que tinha de ser feito". Para o presidente, era preciso devolver o País à normalidade. Tratava-se, na avaliação dele, de uma questão de segurança nacional e, além do mais, a Força Aérea (FAB) não tinha reserva de controladores para substituir, de imediato, os amotinados. Ao longo do dia, Lula elogiou várias vezes a flexibilidade do brigadeiro Saito, que, mesmo discordando da revogação das punições, entendeu que a população não poderia ficar presa nos aeroportos e impedida de exercer o seu direito de ir e vir. Os comandantes informaram Lula sobre a apreensão dos militares com as demais categorias e um possível efeito cascata. O presidente foi alertado par ao fato de que, no caso da Aeronáutica, há outras especialidades que também são essenciais para o funcionamento do controle do tráfego aéreo. Segundo uma fonte da Aeronáutica, o comando da Força chegou a mostrar ao governo que há vários focos de problemas: os especialistas em manutenção dos equipamentos de comunicações, por exemplo, que são responsáveis pela manutenção dos rádios. Sem eles o tráfego aéreo não flui porque não há como o avião decolar ou pousar sem que o controlador consiga conversar com o piloto. A Marinha e o Exército, por sua vez, também têm controladores em seus quadros, apesar de em número bem pequeno. As queixas internas eram muitas e queixas eram ouvidas até entre o pessoal que serve em um hospital militar, que reclamava das condições de trabalho e dos baixos salários. Os comandantes disseram a Lula que, durante o dia, haviam orientado os subordinados imediatos que conversassem com seu pessoal, cada um em sua área, para tentar estimulá-los e mostrar a importância de cada um em seu setor. Os comandantes das unidades iam realçar a importância de cada setor, cada profissão e que nem todos os controladores aderiram ao motim. Tânia Monteiro, O Estadão.