PENSAR "GRANDE":

***************************************************
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
***************************************************


“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

----

''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

=========
# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
1Radio 1455824919 nhm...

valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

***

sábado, outubro 31, 2009

EDITORIAL: ''A PAZ INVADIU O MEU CORAÇÃO..." *

>

Do que é feito o Nobel da Paz?


A eleição do presidente Barack Obama ao prêmio Nobel da Paz, anunciada nesta sexta-feira, é um prêmio às boas intenções. Porque essas são, por enquanto, as credenciais de seu governo. Cabe analisar do que é feito, afinal o prêmio Nobel da Paz, a mais simpática e política das seis premiações da Real Academia de Ciências da Suécia. É de ações individuais ou das de governo? No caso de Obama, seu principal gesto individual será a doação do dinheiro do prêmio a instituições de caridade.

Como governante, sim, ele tem o que mostrar. Sua recente proposta de desarmamento nuclear tem um peso extraordinário. Aponta uma mudança importante na posição do governo americano. Sua disposição ao diálogo com os países islâmicos, sem perder a firmeza na condenação ao avanço iraniano na área nuclear, também. A recente crítica ao governo de Israel pelas ocupações em território palestino é outra guinada admirável.
>
Mas são ações motivadas pela necessidade de uma correção de rumos inescapável. Deveriam resultar, no máximo, em um prêmio Nobel do Bom Senso. Ele percebeu a rejeição internacional às posições assumidas pelo governo americano nos últimos anos e deu um rumo à diplomacia de seu país. Ou está tentando dar, porque a diplomacia americana é coisa para profissionais. Por lá não tem essa história vergonhosa de filiação partidária como acaba de fazer a cúpula do Itamaraty.
>
O reposicionamento da política externa americana é resultado do deslocamento do eixo político global com entrada da China e dos outros emergentes no jogo. É resultado também da absurda situação de endividamento legada por George W. Bush, que ele precisa contornar se quiser manter a capacidade de intervenção em conflitos regionais ao redor do mundo. Não se pode dizer que seja uma propensão do presidente à bondade.
>
O líder político que, durante sua campanha, encantou multidões com a perspectiva de uma nova Era de Aquarius, é pragmático a ponto de manter a posição americana em relação às guerras e adiar a retirada de tropas do Iraque. Da mesma forma, adotou medidas para redução das emissões de gases de efeito estufa muitíssimo mais modestas do que prometeu na campanha.

O prêmio que acaba de ganhar criou a suspeita de que os senhores da Nobel Foundation, na Suécia, estão de birra com George W. Bush. Durante o governo do ex-presidente americano, concederam a honraria a alguns de seus principais desafetos ou concorrentes. Assim, como quem não quer nada, em 2002, premiaram Jimmy Carter, que de fato liderou a luta mundial pelos direitos humanos, mas é um integrante do Partido Democrata; o presidente da Agência Internacional de Energia Atômica, Mohamed ElBaradei ganhou em 2005. Seu feito notável foi bater de frente com o governo americano por conta da falsa acusação da existência de armas nucleares no Iraque. Era um opositor de Bush, portanto. Em 2007, o ex-vice presidente Al Gore foi o escolhido, no momento em que se tornou o maior crítico da política ambiental americana.

>
Premiar Obama agora, com apenas nove meses de governo, parece um recado claro de contestação ao governo Bush — que diga-se de passagem, lutou com afinco contra a paz mundial. Talvez o maior feito de Obama seja não ser Bush.

09 de outubro de 2009



Por Ronaldo França - 22:12


Um passo para um acordo do clima



Todos os envolvidos na negociação do acordo de Copenhagen, a reunião de cúpula sobre mudanças climáticas que acontecerá em dezembro, na Dinamarca, estavam esperando um sinal do governo americano. Ele veio finalmente ontem , na reunião da ONU. O presidente americano Barack Obama reconheceu que os países desenvolvidos têm maior responsabilidade na elevação da temperatura global do que os pobres e emergentes.
>
Parece óbvio, mas no complexo mundo das negociações internacionais, esse reconhecimento muda o patamar das conversas. Principalmente porque a posição dos Estados Unidos, verificada em suas ações internas, não é nas mais promissoras para o bom termo do acordo climático. O Governo Obama adotou metas de redução de emissões de gases de efeito estufa mais tímidas do fazia prever a disposição inicial do novo presidente. A meta anunciada pelo governo americano é de redução de 17% sobre as emissões registradas em 2007, e não sobre as reduções de 1990, como se esperava.
>
O reconhecimento da responsabilidade dos países desenvolvidos abre caminho para que os países em desenvolvimento tenham metas diferenciadas (aviso que os encarregados dessa negociação no governo brasileiro não gostam da palavra meta) e possam se remunerar pelas emissões evitadas, como no caso do mecanismo de REDD.
>
A negociação em Copenhagen é uma das mais complexas que já se fez até hoje. Ela engloba discussões comerciais, científicas, de soberania sobre o uso de territórios, energia e por aí vai. É mais difícil que as negociações de comércio, em que a lógica é basicamente econômica — o que já não é pouco.
>
Por isso o mundo inteiro está se mobilizando para a reunião da Dinamarca. O que sair dali terá profundo impacto no desenvolvimento das nações.
24 de setembro de 2009.

Foto: AFP.
-------------------------
Blog: Ambiente
Ronaldo França
Coordenador do painel de Ambiente de Veja 40 anos - o Brasil que queremos ser, o editor Ronaldo França destaca aqui assuntos referentes ao tema e discute os conteúdos apresentados pelos leitores.
-------------------
(*) A PAZ. Gilberto Gil (Gilberto Gil e João Donato).
-------------

sexta-feira, outubro 30, 2009

XÔ! ESTRESSE [In:] ''ILEGAL, IMORAL E ENGORDA..."

...











[Homenagem aos chargistas brasileiros].
...

ELEIÇÕES 2010 (ILHA DE VERA CRUZ): ''QUEM DIRIA, GRETA GARBO..."

Dilma ao partido de Maluf:

“A gente não sabe onde começa a realização de vocês e onde começa a nossa”

sexta-feira, 30 de outubro de 2009 | 4:19

Por Vera Rosa, no Estadão. Comento.

Acusada até por petistas de não ter jogo de cintura política, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, mostrou na noite de quarta-feira que o treinamento para a campanha de 2010 já está surtindo efeito. Após participar de jantar com parlamentares e dirigentes do PP, na casa do líder da bancada na Câmara, Mário Negromonte (BA), Dilma foi até a cozinha agradecer aos empregados.

“E aí, gente? Eu vim cumprimentar vocês”, disse a ministra, sorridente. Candidata do PT à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela beijou a cozinheira, abraçou ajudantes, acenou para garçons e tirou fotos com a equipe responsável pelos quitutes. “Parabéns! Obrigada por tudo”, agradeceu, esbanjando simpatia, após saborear peixe e legumes grelhados.

O clima do jantar também foi de descontração. Diante de deputados, senadores, ministros e dos governadores Alcides Rodrigues (Goiás) e Ivo Cassol (Rondônia), Dilma foi só elogios ao PP - partido do deputado Paulo Maluf (SP) que, num passado não muito distante, era inimigo dos petistas. “Somos parceiros no governo. A gente não sabe onde começa a realização de vocês e onde começa a nossa”, discursou.

Integrante da base de sustentação do governo Lula, o PP comanda o Ministério das Cidades e deve se juntar ao PMDB no apoio a Dilma, apesar da briga com o PT em alguns Estados, como São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás e Mato Grosso do Sul. Em Minas, por exemplo, o partido é aliado do governador Aécio Neves, um dos presidenciáveis do PSDB.

“Não há nada que uma intervenção cirúrgica não resolva”, insistiu Negromonte, alegando que Lula será “o grande cirurgião” dos acordos nos Estados. “Só não podemos deixar nenhum de nossos candidatos na UTI. Aqui

Comento
Judas, ao ficar sabendo do encontro, comentou: “Me incluam fora dessa!”

------------------

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

-------------

ELEIÇÕES 2010 (ILHA DE VERA CRUZ): VIOLÊNCIA DE ONTEM E DE HOJE

DILMA E AS PALAVRAS DOCES AOS OUVIDOS DO DEMÔNIO

quinta-feira, 29 de outubro de 2009 | 17:36

Alguns textos saem como Deus gosta. Acho que é o caso deste. Avaliem, opinem e vejam se é o caso de passar adiante o link.

Vamos aqui bater um papinho, que eu chamaria de “Considerações sobre o mal”. Não quero, mesmo!, entrar na seara religiosa porque, neste momento, não é o caso. Não que eu integre a marcha dos tolos que dizem: “Religião não se discute”. É claro que se discute. O que me parece que não tem como virar assunto de acirrado debate é a fé — a não ser entre aqueles que partilham de uma mesma crença. Assim, as minhas considerações sobre o “mal” — sobre o, vou empregar a palavra mais comum para designá-lo — “demônio” buscam ser, acima de qualquer outra categoria, puramente lógicas. A questão religiosa concorre apenas com uma informação básica que é preciso ter para acompanhar o pensamento. É com esta informação que encerro este parágrafo para dar seqüência ao tema no próximo. O demônio, na religião, é uma espécie de pedaço desprendido do próprio Deus; é a iluminação que se fez denegação do Bem. O demônio não é estranho à vida do homem e a seu espírito. Ao contrário: ele é seu íntimo; ele é familiar. Por isso mesmo, ele o confunde, com sua linguagem insinuante. E, a exemplo do Bem, é também imortal.

Você pode ser um desses ateus fanáticos, obcecado mesmo pela determinação de negar a existência de Deus; mais do que isso: de provar a sua inexistência, e nem por isso o demônio como metáfora deixará de tentá-lo. O demônio como metáfora é aquela idéia enfeitada como virtude, que, se aplicada, vai destruí-lo. Pode até ser, para me tornar o mais palpável possível, uma escolha profissional errada. Não, o demônio nunca é exótico, absurdo, irracional. Ao contrário. Ainda para ficar no exemplo profissional: ele não lhe vai acenar com a possibilidade de deixar de ser, sei lá, administrador de empresas para se tornar médico. Ele pode aconselhá-lo a simplesmente mudar de emprego na hora errada. O mal é insinuante e jamais escandaloso. Um religioso sente as duas forças em permanente disputa. Um ateu ou agnóstico (coisas distintas, sei bem) dá nomes outros aos impulsos contraditórios que nos assaltam vida afora. Mas a estrutura é sempre mesma: o erro enverga as vestes do acerto; o Mal, as do Bem; o vício, as da virtude.

Atenção: não é que Mal e Bem se diferenciem por linhas tênues, quase imperceptíveis. É que a natureza do Mal é justamente a sedução, o disfarce, a trapaça, a burla. A menos que alguém seja um seu sacerdote, quase sempre aquele que cai em sua teia é uma vítima involuntária. E há as doutrinas essencialmente malignas porque, desde a origem, negam ao homem o direito à sua própria consciência e ao discernimento. Se alguém pensou em comunismo, fez muito bem. Qualquer equação que faça do homem objeto de uma engenharia social é demoníaca — seja na perspectiva religiosa, seja na não-religiosa. O desastre é certo.

Feita esta longa introdução, peço que vocês leiam estas palavras da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) num programa de rádio chamado “Bom Dia, Ministro”. Ela fala sobre a violência nas favelas.
“O crime invadiu essas regiões porque o Estado simplesmente fugiu delas, porque no Brasil não se investia em favelas nem em bairros populares. É possível que a gente dispute com o tráfico e façamos essa disputa do bem que é de fato nossa presença efetiva, com a polícia também, mas também com obras e com serviços públicos de qualidade para essa população.”

São palavras, queira ou não a ministra, demoníacas, que admitem uma espécie de pacto com o Mal, ainda que, segundo seus termos, para combatê-lo. Não! Erro! Quase sou eu mesmo vítima da sedução do mal. Ela não quer combatê-lo, ela quer disputar com ele o que seria o “campeonato do bem”. E isso significa, então, que ela admite que o tráfico, no morro, também está empenhado em fazer o… bem! Governo e tráfico seriam forças que se justificariam no confronto.

Não há como: depreende-se, das palavras de Dilma, que a Polícia, a repressão ao tráfico é uma das ações do estado, mas não, leiam lá, a mais importante. Fundamental, entende a governante, é que o Estado dispute a alma dos viventes com o tráfico, legitimando-o. Para que sua receita dê certo, forçoso seria que o estado fornecesse mais benefícios ao smoradores da favela do que o próprio tráfico, de modo que eles pudessem escolher o que fosse mais vantajoso.

Em vez de se estabelecer, então, um confronto entre avessos — o Bem e o Mal —, travar-se-ia uma disputa, em que o tráfico iria se tornando obsoleto porque o estado estaria cada vez mais presente por meio de benefícios. Lamento dizer: numa perspectiva religiosa ou não, quem fala aí é a voz do demônio; é o Mal assumindo as vestes do bem. É evidente que isso não dará certo. No mínimo, para infortúnio de todos, o narcotráfico acabará sendo o gerente da infra-estrutura que o estado eventualmente implementar no morro. Sem a tomada daquele território pelo estado, não há solução; sem que, lá vou nas metáforas, se exorcize o Mal, os reféns do demônio continuarão a fazer a sua cantilena macabra.

Ademais, já é esta a falsa solução que está hoje em curso no Complexo da Ideologia Alemã — como chamo o Complexo do Alemão. É o que está em curso em boa parte das favelas e áreas pobres das cidades brasileiras. As ONGs e, às vezes, o Estado já tentaram disputar as almas com o narcotráfico. E, em todos os casos, terminaram como seus aliados objetivos, satanizando a polícia e a repressão. Infelizmente, o que Dilma está prometendo não é combate ao narcotráfico, mas um acordo com ele. Dilma acredita em acordo com o demônio. Neste enredo, Judas não se enforca. Ele se orgulha de sua obra.

Os não-religiosos devem reler, se for o caso, o texto sem preconceitos. Não é preciso acreditar em Deus (nem no diabo) para entendê-lo. Basta ter a convicção de que o Bem, qualquer que seja a sua natureza, não nasce do mal. As palavras de Dilma, se tornadas políticas públicas, vão, no máximo, oferecer ao narcotráfico mais condições objetivas para exercer a sua atividade, mantendo reféns milhões de brasileiros.

E noto, para encerrar, que ela também vem com a história de que os governos passados nada fizeram etc. e tal. Seu partido está no poder há longos sete anos. Nesse período, o tráfico internacional de drogas e de armas, cujo combate cabe à Polícia Federal, cresceu exponencialmente. E é ele quem dá as cartas nos morros do Rio. Isentar-se da responsabilidade é outra das artes do demônio, que sabe escarnecer da ignorância alheia.

--------------

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/dilma-e-as-palavras-doces-aos-ouvidos-do-demonio/

----------------

SENADO/SENADORES: VENEZUELA NO ''MERCOSUL'' (leia-se: ...)

Comissão do Senado aprova entrada da ditadura venezuelana no Mercosul

quinta-feira, 29 de outubro de 2009 | 16:02

Por 12 votos a 5, a Comissão de Relações Exteriores do Senado jogou no lixo os protocolos do Mercosul e aprovou o ingresso de uma ditadura no grupo: a Venezuela. O parecer da comissão vai agora ser votado pelo plenário. Abaixo, segue a lista de votação. De senadores que, antes, seriam considerados “de direita” àqueles que, antes, seriam considerados “de esquerda”, há de tudo.

Aprovar o ingresso da Venezuela, segundo os termos do Mercosul, é, obviamente, uma vergonha. O argumento, ao menos, poderia ser claro. Essa história de que isolar uma ditadura é pior do que integrá-la é picaretagem desmoralizada pelos fatos. Segue a lista. Os senadores de oposição, ao menos, votaram unidos. Espero que o mesmo aconteça na votação em plenário.

A favor do ingresso da Venezuela no Mercosul:


Eduardo Suplicy (PT-SP)
Antônio Carlos Valadares (PSB-SE)
João Ribeiro (PR-TO)
João Pedro (PT-AM)
Pedro Simon (PMDB-RS)
Francisco Dornelles (PP-RJ)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Paulo Duque (PMDB-RJ)
Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR)
Flavio Torres (PDT-CE)
Renato Casagrande (PSB-ES)
Inácio Arruda (PCdoB-CE)

Contra o ingresso da Venezuela no Mercosul:


Heráclito Fortes (DEM-PI)
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
José Agripino (DEM-RN)
Arthur Virgílio (PSDB-AM)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)

-----

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/comissao-do-senado-aprova-entrada-da-ditadura-venezuelana-no-mercosul/

------------------

... SOFISMA OU METÁFORA?

LULA, O EDIR MACEDO DO PT

quinta-feira, 29 de outubro de 2009 | 15:40

Na visita que fez ontem a um centro de produção da TV Record, do autoproclamado “bispo” Edir Macedo, Lula afirmou que a Igreja Universal também é alvo de preconceitos. O “também” quer dizer que o presidente acredita que ele próprio é alvo deste sentimento mesquinho. Uma das melhores frases que cravei, há muitos anos, é esta: “A Igreja Universal é o PT da religião, e o PT é a Igreja Universal da política”. Cada vez mais isso se confirma.

Hoje, esses dois, como chamarei?, entes estão mais juntos do que nunca. O grupo Record de comunicação tornou-se uma espécie de extensão do petismo. É uma verdadeira sucursal da Lula News, o brinquedinho caro e sem audiência de Franklin Martins. O “jornalismo” que presta serviço ao governo ou está lotado na tal TV pública ou está na Record. A disputa para saber quem é mais oficialista é acirrada. Pode haver um ou outro independentes nos dois lugares? Pode, sim. Mas são exceções.

Essa união entre a Record e Lula, tornada ainda mais estreita depois que Franklin Martins chegou oficialmente ao poder — a propósito: ele sempre foi muito alto; agora, está cada vez mais largo; espaçoso mesmo, uma verdadeira metáfora de sua importância no esquema lulo-petista —, não deixa de marcar a história das duas organizações: a da Universal e a de Lula.

A dita “igreja” buscou laicizar a sua atuação, tentando fazer de parte de seu esquema de comunicação algo independente da religião. Refiro-me à programação. No financiamento, não dá: a “Igreja” ainda é uma das grandes clientes da emissora. Isso significa que a contribuição dos fiéis, que é isenta de impostos, acaba se transformando em receita publicitária. Em priscas eras, pastores da seita viam na figura de Lula quase a encarnação do capeta. Mas Lula foi provando, com o tempo, que, para os interesses de Macedo, os demônios, na verdade, eram anjos. Macedo descobriu como Lula pode ser generoso com todo aquele que aceite as regras do jogo que ele gosta de jogar. E se tornaram amigos desde a infância.

Franklin, que foi demitido das Organizações Globo, põe gás nessa relação porque, sei lá, nos seus sonhos nada secretos, vislumbra o dia que a Record e sua ética darão as cartas. E, claro, quando se é Franklin Martins, o sonho sempre vira ação — no caso, inutilmente. Isto, sem dúvida, ele é: um homem de ação. O embaixador Charles Burke Elbrick experimentou a coisa de perto.

Muito me perguntam: “Será que um dia a racionalidade gerará frutos no Brasil?” Pois é, queridos… O único Burke que passou por aqui foi seqüestrado e quase lhe meteram um pitoco na cabeça…

-----------

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/lula-o-edir-macedo-do-pt/

-------------------

GOVERNO LULA/PAC & CRONOGRAMA

...

O PAC da Conversa Fiada

29 de outubro de 2009

“Agora desgraçou tudo, porque agora os home tão ficando nervoso porque nós tamo inaugurando obra”, desandou o presidente Lula num palanque no Rio, espancando a língua portuguesa com especial selvageria.

Calma, que nós ainda nem começamo a inaugurár o que nos temo para inaugurá nesse país. Tem muita coisa pra acontecêr e tem muita coisa que nós vamo fazê ainda pra frente.”

Sempre à frente de uma comitiva de bom tamanho, não vinha de inauguração nenhuma, não estava a caminho de algum canteiro de obras nem aparecera no Rio para inaugurar alguma. Vinha da Procissão dos Pecadores do São Francisco, estava em território carioca para outro comício e, de lá para cá, só inaugurou pela segunda vez uma quadra usada na Mangueira.

Pelo andar da carruagem, Lula corre o risco de terminar o segundo mandato sem ter deixado pronta uma única obra física efetivamente relevante. A transposição do Rio São Francisco, as grandezas do pré-sal, as hidrelétricas do Rio Madeira, pontes, rodovias ─ tudo vai demorar. Acossado pelo tempo cada vez mais curto, o maior dos governantes culpa o Tribunal de Contas da União, o Ibama, o fiscal da esquina, o cartório, qualquer coisa. Quer inaugurar qualquer irrelevância. Até quadras de segunda mão.

Incapaz de criar, o governo não cuida direito nem do que existe, confirmou nesta quarta-feira o levantamento da Confederação Nacional dos Transportes sobre a situação das estradas do país. O estudo abrangeu quase 90 mil quilômetros de rodovias pavimentadas. Desse total, quase 70 % foram reprovados. A rede federal é a mais devastada. Segundo a CNT, a recuperação da malha rodoviária exige investimentos que somam R$ 32 bilhões. Seis vezes mais do que o governo Lula gastou em 2008. O PAC vai acabar programando outra operação tapa-buraco para 2010. E o chefe já prometeu outro PAC para 2011, com prazo de validade até 2015.

Por enquanto, só avança em bom ritmo o PAC da Conversa Fiada.

------------------

GOVERNO LULA: EXPRESSO 2222 *

Volta ao mundo em 81 dias

Lula visitará 30 países só este ano

O Globo - 30/10/2009

Ele ficará fora do Brasil por 81 dias no total

BRASÍLIA. Até o fim de dezembro, Lula passará mais 13 dias fora do país, totalizando 81 dias no exterior em 2009. Neste ano, se concretizar a programação, terá ido a 30 países — quatro a mais que no ano passado, quando passou 70 dias longe do Brasil.

Hoje, Lula está na Venezuela, onde se encontra com Hugo Chávez.

Semana que vem, em Londres, Lula participará de seminário do “Financial Times” e receberá o prêmio Chathan House Prize (por sua trajetória política e seu trabalho na redução das desigualdades). Está sendo articulado encontro com a rainha Elizabeth II, no Palácio de Buckingham, além de café com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown.

Será a segunda visita de Lula ao Reino Unido este ano. Em abril, ele participou da reunião do G-20 (grupo de países ricos e emergentes) e foi recebido pela rainha e pelo primeiroministro. Também esteve mais de uma vez em outros países, especialmente na América do Sul.

Nos dias 15 e 16 de novembro, Lula deve ir a Roma, para o encontro do Programa das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Em dezembro, a programação segue por Estoril, em Portugal, para a Cúpula Ibero-americana, além de visitas à Ucrânia e à Alemanha.

Antes do fim do ano, Lula tem programado encontro com o presidente Alan García, no Peru, e reunião do Mercosul, no Uruguai. Sua agenda reserva dois dias para a cúpula sobre clima em Copenhague, na Dinamarca.

Mas o presidente só irá se outros líderes mundiais comparecerem. Este ano, Lula recebeu 27 chefes de Estado, como o presidente da França, Nicolas Sarkozy, Gordon Brown e colegas da América Latina.

--------------

(*) EXPRESSO 2222 (Gilberto Gil).


SENADO CEDE E APROVA VENEZUELA NO MERCOSUL

LOBBY DE LULA E EMPRESÁRIOS COLOCA VENEZUELA A UM PASSO DO MERCOSUL


Autor(es): Christiane Samarco e Eugênia Lopes,
O Estado de S. Paulo - 30/10/2009
O ingresso da Venezuela no Mercosul foi aprovado ontem, na Comissão de Relações Exteriores do Senado, por 12 votos favoráveis e apenas 5 contrários. O placar é produto da força do lobby dos empreiteiros e empresários que têm interesses econômicos na Venezuela, somada à pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula, que está em sua quarta visita este ano à Venezuela, pode dar pessoalmente a boa notícia ao presidente Hugo Chávez, na certeza de que o plenário do Senado confirmará, na semana que vem, a decisão da comissão.
----------------
Como o Protocolo de Adesão da Venezuela ao Mercosul já foi aprovado pela Câmara, o governo não terá dificuldade em repetir a façanha no plenário do Senado. Para isso, bastará garantir a presença mínima de 41 dos 81 senadores e o voto favorável da maioria destes, ou seja, 21.

A força dos lobbies do empresariado pode ser traduzida em números. A Venezuela importa 70% de tudo o que consome e representa o maior superávit da balança comercial brasileira. Já é nosso sexto maior destino comercial. Nos primeiros cinco anos de governo Lula, as exportações para a Venezuela cresceram de 758%, saltando de US$ 608 milhões para US$ 5,15 bilhões. Cerca de 72% dessas exportações são de produtos industrializados, com elevado valor agregado e alto potencial de geração de empregos.

Hoje, o Brasil tem com o país vizinho seu maior saldo comercial: US$ 4,6 bilhões, 2,5 vezes superior ao obtido com os Estados Unidos (US$ 1,8 bilhão).

Foi diante desse quadro que empreiteiras e representantes de vários setores da produção atuaram no Congresso em favor de Chávez. Um dos líderes da base aliada comentou que o embaixador Paulo de Tarso Flecha de Lima foi à Comissão de Relações Exteriores, "com toda a elegância", em defesa dos interesses da construtora Norberto Odebrecht. Teria argumentado que, se o Senado não ampliasse o Mercosul, a Venezuela se abriria aos produtos chineses em detrimento dos brasileiros.

APELO A VIRGÍLIO

Nas três horas e meia de debates, o líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM), contou que as entidades empresariais do Amazonas lhe apelaram em favor da Venezuela. Ainda assim, ele se manteve alinhado ao parecer do relator Tasso Jereissati (PSDB-CE), que recomendara o veto à adesão.

Como alternativa, Virgílio e o líder do DEM, José Agripino (RN), argumentaram que a saída seria a criação de área de livre comércio com a Venezuela. "Dessa forma não precisaríamos segurar o ônus do palanque anti-EUA que Chávez montará", justificou o tucano.

A esperança da oposição, agora, é que o próprio Chávez ponha a perder a aprovação iminente no plenário. Avaliam que o venezuelano é "incontrolável" e, por isso mesmo, corre o risco de falar algo que contamine a votação no Senado.

Esperam, ainda, contar com a presença do senador Fernando Collor (PTB-AL) para virar votos à última hora. Raro caso de governista que defendeu publicamente o veto à Venezuela, Collor passou esta semana viajando e faltou à votação de ontem, depois de ter sido chamado ao Planalto por Lula, que assumiu a defesa pública do governo Chávez e entrou pessoalmente na caça aos votos.

A maioria governista também prevaleceu na votação do requerimento apresentado pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), propondo que um grupo de senadores fosse à Venezuela para verificar as violações à democracia denunciadas pelo prefeito de Caracas, Antonio Ledezma. A proposta foi derrubada por 10 votos contrários, frente aos 8 senadores que queriam usar a visita para adiar a decisão do Mercosul.

Tasso ainda frisou que, do ponto de vista econômico, será impossível manter uma relação comercial com políticas tributárias, fiscais e um acordo tarifário comum. "Não queremos derrubar o governo Chávez. O que queremos é o respeito às regras do Mercosul", insistiu Tasso. Não convenceu.

"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

30 de outubro de 2009

O Globo

Manchete: Equipamento encaixotado; tráfico livre: MP investiga improbidade em gestão de órgão federal
Ministro Tarso Genro manda apurar, mas diz que demora é “inaceitável”

O Ministério Público Federal abriu ontem dois procedimentos para investigar se foram praticados crimes ou atos de improbidade na aquisição e no abandono de equipamentos para detecção de armas e drogas, num galpão da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no Rio. Como O GLOBO noticiou ontem, 55 esteiras de raios X e quatro portais com scanners gigantes estão se deteriorando no depósito, que alaga quando chove. O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que já mandou apurar se houve descaso. Ele se mostrou indignado, querendo saber por que os equipamentos estão praticamente dentro da água. Mas revelou tolerância com o fato de o equipamento ainda estar encaixotado: "É até aceitável a demora na transferência do material para os órgãos, devido à burocracia de trâmite da documentação. O que é inaceitável é a condição em que o material está armazenado", disse Tarso. (págs. 1, 15 e 16)

Foto legenda: País do desperdício

Usina embalada: Equipamentos para a Usina Angra 3 estão guardados em embalagens plásticas, com as obras paradas há 20 anos.

Tomógrafo na caixa: Pacientes sofrem na fila, enquanto um tomógrafo ficou encaixotado meses no Hospital Rocha Faria, em 2005.

Dengue: Flagrante de carros para combate à dengue abandonados num depósito da prefeitura, enquanto a epidemia crescia. (págs. 1 e 16)

Vergonha: Os equipamentos de última geração para detecção de armas e drogas encaixotados no depósito da Polícia Rodoviária Federal.

Contradição sobre valores do material

Apesar de o Ministério da Justiça afirmar que o equipamento custou R$ 19 milhões, só um dos quatro pórticos com scanner saiu por R$ 6 milhões. (págs. 1 e 15)

Apreensão de armas pela Polícia Rodoviária Federal caiu mais de três vezes desde 2007

Um levantamento da superintendência da Polícia do Rio revela que o índice de apreensão de armas caiu nos últimos dois anos. Em 2007, 132 foram apreendidas na Operação Podium. Em 2008, já de posse dos equipamentos de detecção que não foram utilizados, a PRF recolheu apenas 40. Este ano, foram 46 apreensões. (págs. 1 e 15)

'Quantas pessoas foram mortas por falta da operação desses equipamentos?’

Maurício Fernandes Figueiredo, em comentário no site do GLOBO

EUA: fim da recessão; Brasil: mais subsídios

Apesar de o Brasil já ter dado sinais de estar saindo da crise, o governo decidiu prorrogar até 31 de Janeiro a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para fogões, geladeiras e máquinas de lavar. O benefício, que acabaria agora, só será mantido integralmente para produtos com selo de economia de energia. Os EUA saíram da recessão e cresceram 3,5% no trimestre. (págs. 1, 25 e 26)

Déficit público piora e cai ao nível de 1997

O governo Central (Tesouro, Presidência e BC) registrou em setembro déficit de R$ 7,6 bilhões, o pior resultado para o mês em 12 anos. A meta fiscal só será cumprida com uso de recursos de investimento. (págs. 1 e 28)

Despejo pode sair em 4 meses

As mudanças na Lei do Inquilinato vão depender da agilidade da Justiça e, nos casos de despejo, se as ações forem julgadas em três meses, o inquilino inadimplente terá só mais 30 dias para sair. (págs. 1 e 30)

Com Maluf, Lula critica a imprensa

Depois de dizer que não cabe à imprensa fiscalizar, o presidente Lula disse que não há mais formador de opinião. "O formador de opinião pública não decide mais", afirmou Lula, que encontrou o deputado Paulo Maluf num evento para catadores de lixo. (págs. 1 e 5)

Volta ao mundo em 81 dias

Com viagens a oito países programadas para os próximos 45 dias, o presidente Lula completará 81 dias no exterior em 2009. Antes de assumir o Planalto, Lula era grande crítico do excesso de viagens de Fernando Henrique Cardoso. (págs. 1 e 3)

Venezuela está com o pé no Mercosul

A base governista rejeitou o relatório de Tasso Jereissati (PSDB-CE) que vetava a Venezuela no Mercosul. Depois, conseguiu aprovar por 12 votos a cinco o texto do senador Romero Jucá (PMDB-RO) autorizando a entrada no bloco. O projeto vai a plenário. (págs. 1 e 31)

------------------------------------------------------------------------------------

Folha de S. Paulo

Manchete: Elétricas admitem devolver dinheiro

Empresas afirmam que ressarcirão consumidores; desde 2002, pelo menos R$ 7 bi foram cobrados a mais

As grandes distribuidoras do país admitiram na CPI das Tarifas de Energia Elétrica que devolverão o dinheiro cobrado a mais dos consumidores por erro no cálculo dos reajustes tarifários.
O problema foi revelado em reportagem da Folha publicada no último dia 18.

Além disso, as empresas assumiram o compromisso de discutir com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) os ajustes na legislação do setor elétrico para eliminar a distorção já nos próximos reajustes.

O tamanho da conta ainda não é conhecido. O TCU (Tribunal de Contas da União) estimou o prejuízo dos consumidores em R$ 1 bilhão por ano, desde 2002. Para especialistas, pode superar os R$ 10 bilhões.

A nova posição das distribuidoras representa um recuo, já que a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica chegou a publicar nota nos jornais em que afirmava não ter havido nenhuma cobrança adicional. A entidade não se manifestou a respeito da nova posição das empresas.

A expectativa dos órgãos de defesa do consumidor é que a devolução seja feita por meio de descontos nos índices de reajuste. (págs. 1 e B1)

Foto legenda: Amargo regresso

O presidente Barack Obama na base aérea de Dover, durante a chegada dos corpos de 18 soldados dos EUA mortos no Afeganistão; comissão responsável por 2º turno da eleição no país, no dia 7, abrirá mais centros de votação, contrariando diretriz da ONU (págs. 1 e A19)

Após 1 ano, economia dos EUA volta a crescer

A economia americana voltou a crescer no terceiro trimestre, a 3,5% na taxa anualizada, após quatro trimestres de queda. O resultado superou levemente as projeções de especialistas.

A expansão do PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano teve o ritmo mais elevado desde o terceiro trimestre de 2007. O resultado sinaliza tecnicamente que a recessão dos EUA acabou.

A confirmação, porém, depende da análise do Escritório Nacional de Pesquisa Econômica. O resultado puxou o índice Dow Jones, que subiu 2,05%. A Bovespa teve alta de 5,91%. (págs. 1, B5 e B8)

Vinícius Torres Freire
Retomada é efeito de gasto público e crédito estatizado (págs. 1 e B4)

Comissão do Senado aprova Venezuela no Mercosul

Após 12 meses de discussão na Comissão de Relações Exteriores do Senado, o governo conseguiu aprovar a entrada da Venezuela no Mercosul. Não houve ressalva ao protocolo assinado pelos presidentes Lula e Hugo Chávez. Na próxima semana, o plenário deve dar a posição final sobre o tema.

Os Congressos de Argentina e Uruguai já aprovaram a adesão. Além do brasileiro, falta o do Paraguai. (págs. 1 e A4)

Foto legenda: A olho nu

M., 20, aluna perseguida e xingada na Uniban em São Bernardo do Campo por ter ido à aula com microvestido, só conseguiu sair da universidade escoltada por 5 PMs e usando guarda-pó (págs. 1 e C6)

Estatais fazem seguro contra dano causado por dirigentes

Estatais paulistas, como Metrô e Sabesp, passaram a fazer seguro para livrar dirigentes de pagar indenização ou multa por irregularidade cometida no cargo, relatam Alencar Izidoro e José Ernesto Credendio. Se forem condenados, a seguradora assumirá os custos.

Especialistas dizem temer que a "blindagem" dos dirigentes facilite atos descuidados ou polêmicos do ponto de vista legal. (págs. 1 e C4)

IPI menor para linha branca será estendido com restrições

O governo decidiu prorrogar até 31 de janeiro a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados para eletrodomésticos da linha branca, como fogões, geladeiras e máquinas de lavar.

O benefício fiscal acabaria no final deste mês. Desta vez, porém, só haverá imposto menor para os equipamentos que sejam mais eficientes no consumo de energia, identificados por um selo do governo. (págs. 1 e B7)

Operação policial prende 2.191 em SP

Segundo delegado, ação no Estado envolveu mais de 9.000 policiais e visou "valorizar trabalho de inteligência da Polícia Civil"; em média, a PM prende 240 pessoas por dia. Foram apreendidos 102 quilos de drogas e 112 armas. (págs. 1 e C5)

Brasil: Lula usa decreto para restringir compra de terra por estrangeiro (págs. 1 e A8)

Dinheiro: Despesa dispara, e governo central tem rombo de R$ 7,63 bi (págs. 1 e B6)

Editoriais

Leia "Convite ao tumulto", sobre Venezuela no Mercosul; e "Chicana privilegiada", que critica manobra no Congresso. (págs. 1 e A2)

------------------------------------------------------------------------------------

O Estado de S. Paulo

Manchete: Senado cede e aprova Venezuela no Mercosul

Pressão de Lula e de empresários quebra resistência a Chávez

O ingresso da Venezuela no Mercosul foi aprovado ontem, na Comissão de Relações Exteriores do Senado, por 12 votos favoráveis e cinco contrários. A decisão resultou de pressão do presidente Lula e de empresários que têm interesses na Venezuela. O tema irá agora ao plenário, e o governo não deverá ter dificuldade para obter a aprovação. A questão era controversa por causa das acusações de que o governo de Hugo Chávez atenta contra a democracia e adota modelo econômico contrário aos interesses do Mercosul. Os senadores da base governista que eram contrários à aprovação transformaram suas críticas em "ressalvas". (págs. 1, A4 e A6)

Análise: Rubens Ricupero, ex-embaixador na OMC
Um lamentável fato consumado

O ingresso da Venezuela no Mercosul não deveria ter sido tratado como caso político. O carro foi colocado na frente dos bois. O Brasil assinou a adesão antes das negociações de redução tarifária. É algo inédito. (págs. 1 e A4)

Foto legenda: Obama: Homenagem aos soldados mortos

Presidente dos EUA assiste, em Delaware, à chegada de corpos do Afeganistão: imagens de caixões estavam proibidas desde 1991. (págs. 1 e A16)

Eletrodomésticos terão 'IPI verde'

Produtos econômicos pagarão menos

O governo anunciou a renovação, até 31 de janeiro, da redução do IPI para eletrodomésticos da linha branca, mas apenas para produtos de baixo consumo de energia. O "IPI verde" é a primeira medida tributária do atual governo com viés ambiental, tema que deverá ter peso na eleição de 2010. "Qualquer medida será interpretada como eleitoral, mas eu, como ministro da Fazenda, tenho de pensar em crescimento e no bem-estar das pessoas", afirmou Guido Mantega. As grandes lojas decidiram manter a redução mesmo para produtos que consomem mais energia, até o fim dos estoques. (págs. 1, B1 e B3)

Governo admite manobra para garantir superávit

Em razão da deterioração das contas públicas, o governo federal admitiu ontem que terá de deduzir, do cálculo do superávit primário, até R$ 28 bilhões em investimentos. A manobra contábil, que é legal, visa a garantir o cumprimento da meta de economia para este ano, de 2,5% do PIB. (págs. 1 e B4)

Fim da recessão

O PIB dos EUA subiu 3,5% entre junho e setembro. (págs. 1 e B9)

Chip no carro vai controlar de velocidade a imposto

Em no máximo cinco anos os Detrans do País deverão monitorar a frota de seus Estados com chips instalados nos veículos. A cidade de São Paulo deverá adotar a tecnologia em 2011. O mecanismo terá várias funções: facilitar o gerenciamento do tráfego, localizar veículos roubados e verificar se a situação tributária é regular. O sistema tornará dispensáveis radares e praças de pedágio. (págs. 1, C1 e C3)

Nova Lei do Inquilinato pode ter vetos de Lula

Aprovado no Congresso, o projeto que altera a Lei do Inquilinato pode sofrer vetos do presidente Lula. Entre os pontos polêmicos em análise pela Casa Civil está o que agiliza o processo de despejo, adotando rito sumário em casos de má-fé do inquilino ou atrasos de pagamento. Lojistas apontam danos às pequenas empresas. (págs. 1 e B8)

Governo de facto aceita exigência de Zelaya

O governo de facto de Honduras disse que aceita que o Congresso decida sobre a restituição de Manuel Zelaya, principal reivindicação do presidente deposto. A declaração foi feita um dia após a chegada da missão diplomática americana a Honduras. Para Washington, cabe apenas aos hondurenhos resolver a crise. (págs. 1, A13 e A14)

Senado tem servidores que ganham sem trabalhar

A relação de 88 funcionários que ignoraram o recadastramento “caça-fantasmas” do Senado confirma suspeita que paira sobre a Casa: servidores recebem salários sem trabalhar. Wanda Avelino, que está na lista, foi nomeada em 2007 para o gabinete de João Vicente Claudino (PTB-PI), mas ontem trabalhava no seu restaurante em Teresina. (págs. 1 e A10)

'Estado' sob censura há 91 dias (págs. 1 e A12)

Amazônia: Avião desaparece com 11 a bordo

Caravan da FAB fazia trajeto entre o Acre e Amazonas. (págs. 1 e C4)

Dengue: Casos aumentam em seis Estados

Em números gerais, País tem queda de 46,8% nas infecções. (págs. 1 e A20)

Notas e Informações: Resposta ao protecionismo

Ao adotar, enfim, a linguagem do governo argentino, o Brasil talvez consiga estabelecer um diálogo produtivo e impeça a completa desmoralização do Mercosul. (págs. 1 e A3)

------------------------------------------------------------------------------------

Jornal do Brasil

Manchete: Economia americana supera a depressão

Crescimento de 3,5% no trimestre quebra a sequência de quedas

A economia dos EUA registrou crescimento de 3,5% no terceiro trimestre de 2009. O resultado quebra uma série de quatro trimestres de queda, iniciada ano passado - quando a contração foi de 2,7%. Para o presidente Barack Obama, os números confirmam que a recessão diminuiu. A preocupação agora é com a estabilidade da retomada, já que a taxa de desemprego, a mais alta em 26 anos, deve superar 10%. No Brasil, a indústria cresceu 0,9% em setembro relativamente a agosto, em todos os setores - menos a produção de carros. (págs. 1 e Economia A19)

Rio recebe hoje parcela de royalty

O Rio recebe hoje, da União, a primeira parcela do acordo fechado com ANP e Petrobras pela correção dos royalties da extração do Campo de Marlim, na Bacia de Campos. Segundo o chefe da Casa Civil, Régis Fichtner, os R$ 100 milhões serão usados dentro da previsão orçamentária. O erário estadual receberá no total R$ 824 milhões, atualizados pela Selic. (págs. 1 e Informe JB A4 a Economia A18)

Foto legenda: O luto de Obama

Homenagem póstuma - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assistiu à chegada dos corpos de 18 soldados e agentes americanos mortos esta semana no Afeganistão. (págs. 1 e Internacional A20)

Dengue tem sua maior queda no Rio

Até o mês de agosto, o estado do Rio registrou o maior índice de queda de casos de dengue em todo o país, com redução de 95,9% em comparação com o mesmo período do ano passado. (págs. 1 e País A10)

Coisas da política

Bom senso leva a Venezuela ao Mercosul. (págs. 1 e A2)

Anna Ramalho

Marqueteiros sonham com o filme de Lula no ABC. (págs. 1 e A14)

Hildegard Angel

Vice José Alencar toma pílulas de curry. (págs. 1 e B5)

Editorial

Mercosul: debate míope sobre a Venezuela. (págs. 1 e A8)

Sociedade Aberta

Terence Trennaponi
Doutor em direito ambiental

O papel do Brasil nos cenários energético e ambiental. (págs. 1 e A18)
--------------------
http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Sinopses&Tarefa=Exibir
-------------------

quinta-feira, outubro 29, 2009

XÔ! ESTRESSE [in:] ''MUY AMIGO''

...







[Homenagem aos chargistas brasileiros];
...

ELEIÇÕES 2010 [ILHA DE VERA CRUZ]: PMDB´s

...

29/10/2009


PRÉ-ACORDO COM DILMA ABRE GUERRA INTERNA NO PMDB




Júlio Gabardo/Divulgação

Requião ao PMDB-PR: 'Quem quer candidato próprio?' Unanimidade



Até a a semana passada, havia dois PMDBs na vitrine –o pedaço pró-Dilma, majoritário; e o naco pró-Serra. Surgiu um terceiro PMDB.

>

Deve-se a novidade a Roberto Requião. Lulista de mostruário, o governador peemedebista do Paraná é o mais novo anti-Dilma da praça.

>

Não defende a adesão a Serra. Pôs-se a empinar o sonho de uma candidatura própria do PMDB.

Pendurado ao telefone, Requião convoca para o dia 21 de novembro, em Curitiba, uma reunião com os “militantes do velho MDB de guerra”.

Idealiza um encontro com representantes dos 27 diretórios estaduais do partido. Começou a erguer suas barricadas pela região Sul.

Conversou com José Fogaça, prefeito de Porto Alegre e alternativa do PMDB para o governo do Rio Grande do Sul.

Presidido pelo senador Pedro Simon, o PMDB gaúcho é um ninho de simpatia à tese do presidenciável próprio. Estará na reunião de Requião.

O governador paranaense tocou o telefone para o colega de Santa Catarina, Luiz Henrique, um expoente do PMDB pró-Serra.

Expôs os seus planos. Encontrou receptividade instantânea. Luiz Henrique descrê das chances de o PMDB ir a 2010 com um nome próprio. Porém...

Porém, o aliado catarinense de Serra viu na iniciativa de Requião uma nova frente de oposição ao matrimônio com Dilma Rousseff. Algo a ser estimulado.

Em telefonema a outro pemedebê associado aos interesses do presidenciais do tucano José Serra, Luiz Henrique festejou: “Isso vai ser bom pra nós”.

Informado, o senador Jarbas Vasconcelos, mandachuva do PMDB de Pernambuco, também fechado com Serra, teve reação semelhante.

Reservadamente, Jarbas diz que, se convidado, o diretório pernambucano irá à reunião de Curitiba.

Orestes Quércia, gerente dos interesses de Serra no PMDB, também soltou rojões. Para ele, tudo o que prejudica Dilma é bem-vindo.

Em privado, Requião refere-se ao pedaço do PMDB que se achegou a Dilma como “o pessoal do arroto de Brasília”. Contra o "arroto", sugere "política séria".

Por trás da animosidade de Requião está um personagem recém-desembarcado desembarcado do governo Lula: o ex-ministro Roberto Mangabeira Unger.

Demitiu-se da pasta de Assuntos Estratégicos para retomar a cadeira de professor de Harvard, nos EUA. Súbito, voltou a dar as caras no Brasil.

Mangabeira filiou-se ao PMDB e pôs-se a medir asfalto. Percorre o país como um mercador da terceira via. Fala para platéias de peemedebistas.

Esteve em Goiânia. Passou por Cuiabá. Há 15 dias, esteve na Curitiba de Requião. O governador levou-o à sede local do PMDB. Discorreu sobre programa de governo e candidato próprio.

Ao abrir o encontro, Requião perguntou aos pemedebês presentes: “Quem aqui [...] acredita que o partido deve ter um candidato à Presidência da República?”

Todos os braços que o rodeavam se ergueram. A cena pode ser conferida na foto lá do alto. “Maravilha!”, disse Requião. “Nós temos uma unanimidade...”

“...Por isso eu me entusiasmei quando o Roberto Mangabeira me ligou numa manhã dessas dizendo que estaria disposto a vir à Curitiba [...]”.

Mas e quanto ao nome do candidato? Embora frequentem o debate com cara de alternativas, Mangabeira e Requião dizem que isso é coisa para depois.

Primeiro o projeto. Depois o candidato. “Parece piada”, disse ao repórter um dirigente do PMDB que negocia o apoio a Dilma.

Um apoio que, para virar realidade, depende da aprovação da convenção nacional da legenda, marcada para junho de 2010.

Os votantes da convenção virão dos Estados. A turma pró-Serra tenta tocar fogo nos diretórios estaduais.

Num instante em que o time de Dilma apresenta o pré-acordo selado em Brasília como um extintor, Requião irrompe no palco munido de gasolina.

Sentindo o cheiro de queimado, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, pede pressa ao PT.

Para evitar surpresas na convenção de junho, Henrique Alves, Dilma desde menino, quer acelerar o fechamento dos acordos estaduais entre PMDB e PT.

A caligrafia de Mangabeira Unger salpica no novo capítulo da guerra interna do PMDB uma pitada de ironia.

Mangabeira não é um noviço no partido. Jacta-se de ter sido um dos primeiros a assinar o documento de fundação do PMDB.

Contudo, entre a saída e a reentrada, Mangabeira revelou-se uma cintura com roldanas. Foi guru de Leonel Brizola, no PDT...

...Coordenou a primeira candidatura presidencial de Ciro Gomes, à época no PPS.

Como articulista de jornal, pespegou na gestão Lula a pecha de “governo mais corrupto da história”. Virou ministro de Lula. E agora, fora da Esplanada, conspira contra Dilma, a candidata do ex-chefe.

Escrito por Josias de Souza às 05h44

-----------
Folha.
-----------

RIO DE JANEIRO: MORRO E ASFALTO...

29/10/2009 - 07h00

"Favela é mais segura do que Copacabana", diz ex-chefe do tráfico, hoje no AfroReggae

Rosanne D'Agostino
Enviada especial do UOL Notícias
No Rio de Janeiro

"Era de verdade mesmo, mas não se assuste", diz, sorrindo, o ex-chefe do tráfico Washington Rimas, o Feijão, sobre o fuzil carregado no peito por um adolescente na entrada da favela de Vigário Geral, dominada pela facção a que pertencia, o Terceiro Comando, na zona norte do Rio de Janeiro. "Aqui, se mata e se morre muito, mas é o lugar mais seguro que existe."

Feijão é mediador de conflitos do grupo AfroReggae, como o colega que trabalhava na favela vizinha, Parada de Lucas, Evandro João da Silva, morto bem longe dali, após um assalto no centro do Rio. O crime aconteceu por volta da 1h de 18 de outubro. Câmeras de circuito interno flagraram a liberação dos dois assaltantes por dois policiais militares, que não prestaram socorro. "Se fosse aqui em Vigário, Parada, ele poderia andar até as 4h, 5h, que dificilmente aconteceria alguma coisa", afirma.
  • Rosanne D'Agostino/UOL

    Esquina das ruas do Carmo e do Ouvidor, no centro do Rio, onde aconteceu o assassinato do coordenador do AfroReggae

  • Rosanne D'Agostino/UOL

    No lugar onde Evandro João da Silva, 42, foi encontrado ainda com vida por um amigo, a população se queixa da falta de segurança diária

  • Rosanne D'Agostino/UOL

    Com medo, os comerciantes não querem falar sobre o crime;



O descaso tem dois lados
Já na esquina entre as ruas do Carmo e do Ouvidor, onde Evandro foi encontrado ainda com vida pelo amigo José Junior, do AfroReggae, não se ouve o mesmo. A Polícia Militar diz que há patrulhamento, motorizado, a pé, e por meio de um trailer baseado na Candelária, mas, no local, a população se queixa da falta de segurança.

"Aqui é perigoso diariamente, não dá para falar ao telefone, descuidar da bolsa, não tem policiamento. Depois das 20h, fica tudo deserto, e mesmo de sábado e domingo, nem durante o dia é bom andar não", diz a filha do dono da banca de jornal. "Teve um dia que PMs assaltaram uma loja e levaram os eletrodomésticos durante a noite. Ninguém teria visto não fosse um mendigo, que fez a denúncia", conta o taxista Antonio.

Sobre as ruas estreitas do centro, números do ISP (Instituto de Segurança Pública) do Rio demonstram como não é seguro andar por ali. No 1º semestre deste ano, em comparação com 2008, aumentaram os registros de roubos a transeuntes (36%), lesão corporal dolosa (13%), tentativas de homicídio (162%) e de homicídios (39%).

Em comparação com a região que compreende Vigário, Parada de Lucas e outras favelas violentas, como as do Complexo do Alemão, o número de ocorrências é 60% menor em média. Lá, no entanto, quase todos os crimes diminuíram no mesmo período, exceto a lesão corporal dolosa (10%), homicídios (14%) e tentativas (85%) que, ainda assim, cresceram em escalas menores.

Em comparação populacional, a região central cujas estatísticas são levantadas pelo ISP também possui uma concentração menor - cerca de 20,3 mil habitantes contra mais de 480 mil moradores na área periférica.

"É uma ironia. O Evandro foi criado dentro da favela, e a violência pega ele onde as pessoas se sentem mais seguras", diz o presidente do AfroReggae, Altair Martins. "Na favela está mais seguro do que em Copacabana", complementa Feijão.

Sob o comando do tráfico
Vigário não tem policiamento, mas é difícil entrar ali sem ser percebido. Há três possíveis acessos, vigiados pelos chamados "falcões", sentinelas do tráfico que, com fuzis e rádios comunicadores, estão incumbidos de proteger o negócio. Feijão, que alerta para não tirar fotos de nada, já teve os seus. Era o "cara de confiança" do chefe do tráfico de Acari aos 12 anos. Oito anos depois, virou chefe da favela.

Chegou a ser preso, tem marcas de bala pelo corpo. Só largou o crime com o nascimento do primeiro filho. "Quando se é moleque na favela, a gente fica seduzido por aquilo, tênis, roupa de marca, e os chefes do tráfico tinham isso tudo. Eram meus ídolos. Mas nenhum bandido quer ver seu filho no crime, e eu percebi que aquilo era uma prisão. Não morri por sorte."



O tráfico cruel
De uns anos para cá, no entanto, o perfil do traficante mudou. "Eles não têm medo da vida. Antigamente, ajudavam a comunidade. Se antes eu não concordava com o tráfico, hoje não concordo mais ainda. Tá muito cruel isso, ainda mais com o crack, pessoas totalmente degradadas", diz Altair, que foi criado em Vigário.

"Na minha época, a gente se apelidava com os nomes do tráfico. Eles sorteavam brinquedos pra gente, queriam conquistar. Mas a violência não é novidade não. Do lado da minha casa, toda sexta, saía uma carroça para jogar corpos, uns 15, 20, no valão. Vítimas dos traficantes", conta Altair, que entre as histórias de infância, lembra ainda da "casa do volt", onde pessoas eram eletrocutadas com água jogada no chão, além de torturas com tacos de beisebol.
  •  Zeca Guimaraes/Folha Imagem

    Vigário Geral é palco de confrontos há mais de 20 anos. Na madrugada de 30 de agosto de 1993, um grupo de homens encapuzados invadiu a favela para vingar a morte de quatro policiais militares por traficantes. Foram assassinados 21 moradores, sem antecedentes ou ligação com o tráfico.



O problema da comunidade, segundo ele, está nessa violência. "Minha família, a educação que tive, me deram coragem para sair de lá. Hoje, eu moro do lado de fora, mas, por opção, moraria lá dentro."

A mesma opinião tem Feijão. "Esses confrontos sempre existiram. Só chegaram na televisão porque as balas perdidas chegaram lá na zona sul. Eu comecei a tomar consciência porque, a cada amigo que eu perdia, era um pouco de mim que morria. Parei de contar no 300. Mas eu sei que eu fui uma exceção no meu tempo, eu me via na necessidade de retribuir pra comunidade onde eu nasci, eu conhecia as pessoas. Era um bandido atípico", diz ele.

"A coisa sempre foi radical, mas hoje você vê jovens assumindo as facções sem cabeça, desprovidos de tudo. As armas são mais letais. E agora essa violência tá mais à mostra, com mídia, então, esse alto escalão dificilmente vai desistir e sair dessa vida, porque não tem mais jeito. Mas tem muita gente que quer sair", afirma Feijão.

Largando o crime
É com a experiência de quem sabe o preço a pagar pela vida no tráfico que, hoje, ex-traficantes, como Feijão, trabalham para conscientizar jovens da comunidade, através da música, da arte e da cultura.

No AfroReggae, ele mediam conflitos, "apagam incêndios" na favela. Um deles foi resolvido durante a entrevista ao UOL Notícias. Um homem estava prestes a ser expulso de sua casa porque se suspeitava que ele repassava informações sobre a facção local à inimiga. "Nós vamos lá, conversamos. Quando a gente chega, eles pensam duas vezes", diz Feijão.

Há também os que não estiveram no crime, mas conviveram com ele. "Eu, assim como o Evandro, nunca mexi com o tráfico, mas eu quis sair da favela por causa disso", afirma Altair. "Antes de conhecer o AfroReggae, eu nunca tinha ido ao cinema. Então, hoje, eu quero ajudar a abrir a cabeça desses jovens para o que o mundo oferece."
  • Janaina Lage/Folha Imagem

    Ex-chefe do tráfico em Acari, Washington Rimas, o Feijão, largou a vida do crime e hoje trabalha como mediador de conflitos no AfroReggae

  • Sergio Moraes/Reuters

    O grupo, com uma sede nova em construção em Vigário, onde trabalha Feijão, quer conscientizar jovens das comunidades com arte, cultura e música;



Eles acreditam na comunidade que, segundo eles, é composta de 90% dos que esperam apenas por uma oportunidade. "O restante só é que é do crime. Tem muita gente do bem", diz Feijão, que também defende políticas públicas para a favela. "Hoje eu tenho voz, a minha história de vida, fora do tráfico, serve como exemplo para esses jovens, de que a superação é possível. Mas o tráfico não impede que o governo invista nas comunidades. Se for lazer, escola, coisa boa, não vai ter bandido que vai impedir."

"Nesse momento, as ações do governo nos deixam otimistas, mas é muito pouco ainda", diz Altair. "Todo conflito é negativo. Quando se adota uma política de enfrentamento, não adianta. A polícia tem que subir o morro e ficar lá, desenvolvendo ações. Mas nós do AfroReggae optamos pelo diálogo, pela mediação, pela conscientização. É mudando nossa própria casa que vamos mudar o mundo, era isso que o Evandro queria."

Uma nova sede do AfroReggae está sendo construída em Vigário Geral, com salas de aula, auditório, cinema, onde já acontecia uma sessão vespertina, e acesso à internet. O wi-fi já estava ligado, e em breve deverá servir a toda a favela. Um dos computadores trazia a página aberta de José Junior no Twitter. Naquele momento, era preso o segundo suspeito pela morte de Evandro, o acusado de apertar o gatilho.

"Nós perdemos um homem que fazia questão de proliferar o respeito entre seres humanos, uma pessoa do bem. Nós perdemos um grande guerreiro nessa nossa batalha diária, mas isso só nos dará mais força para continuar o trabalho que era dele e continua sendo o nosso", diz Altair.

É quase noite, e o número de sentinelas aumentou na saída de Vigário, cada um com um fuzil. "Outro dia veio um deles e falou que me viu na Globo. Eu disse pra ele: 'tá na hora né'. Ele respondeu: 'é, tô pensando'. E assim vamos, um por um", se despede Feijão.
---------------------