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sábado, abril 26, 2008

EDITORIAL: " JANELA INDISCRETA " (*)

Isabella mora ao lado

A violência doméstica é pior do que se imagina --aliás, muito pior. É o que se conclui de uma investigação em andamento feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) com 800 famílias na periferia da cidade de São Paulo. É a primeira pesquisa de que se tem notícia feita de casa em casa, e não apenas com bases nos falhos registros oficiais.
Os pesquisadores estão constatando uma incidência de 20% de agressões graves contra as crianças, o que significa queimaduras, asfixia ou espancamento, resultando em fraturas e lesões que, muitas vezes, acabam no hospital, mas não punem o agressor, protegido por um manto de silencio familiar. Mas deixam seqüelas psicológicas profundas.
Essa pesquisa, que detalhei em meu site ( http://www.dimenstein.com.br/ ), mostra que o drama da menina Isabella, que parece tão distante, mora, na verdade, ao lado. A criança vira a depositária do estresse da pobreza combinada com o desequilíbrio emocional de adultos --e, claro, é vítima da ignorância. Os pesquisadores da Unifesp ouvem a desculpa das mães e pais de que estão apenas educando seus filhos.
Esse é mais um aspecto de uma mais das maiores fragilidades sociais brasileiras: a pouca atenção à primeira infância, especialmente nas camadas mais pobres. [21.04].
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A herança de Isabella
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A morte da menina Isabella Nardoni deixou uma extraordinária herança. Ampliou o debate, como nunca, sobre um problema que ocorre no Brasil, mas sem grande repercussão: a violência doméstica contra as crianças. Não estou dizendo que ela foi assassinada pelos pais --apesar dos vários indícios comprometedores, não há, até este momento, provas para condená-los.
O que estou focando é o fato de que a morte trouxe luz a esse problema, até agora com pouca repercussão porque é mais comum entre famílias pobres e desestruturadas, vítimas de desequilíbrios emocionais extremos.
Desde o final da década de 1980, tenho acompanhado a violência contra a criança no Brasil. Há muito tempo estou convencido de que as crianças não vão morar na rua por causa da pobreza, mas pela dificuldade de enfrentar a agressão familiar, agravada pelo consumo do álcool e das drogas, em meio ao ambiente de impunidade --mais precisamente pelo silêncio materno.
Qualquer médico que já tenha feito plantão num pronto-socorro público sabe de histórias de crianças que chegam estraçalhadas, queimadas, pisoteadas, socadas e com marcas de abuso sexual --sem contar aqueles que se machucam gravemente por negligência paterna. Há estudos e mais estudos, recheados de estatísticas, dessa violência doméstica.
Isso tudo é sabido e denunciado por médicos, assistentes sociais, psicólogos e educadores. Mas nunca, nem remotamente, se prestou tanta atenção nesse tema como no caso Isabella - essa é triste e monumental herança que a menina deixou.
O problema é que esse tipo de caso tem que ocorrer na classe média para que a nação acorde. [14.04].
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Fonte: Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.
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(*) Filme. Título Original: Rear Window. Gênero: Suspense. (EUA). 1954. Estúdio: Paramount Pictures. Direção: Alfred Hitchcock.
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Sinopse: Em Greenwich Village, Nova York, L.B. Jeffries (James Stewart), um fotógrafo profissional, está confinado em seu apartamento por ter quebrado a perna enquanto trabalhava. Como não tem muitas opções de lazer, vasculha a vida dos seus vizinhos com um binóculo, quando vê alguns acontecimentos que o fazem suspeitar que um assassinato foi cometido.
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