A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).
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quinta-feira, junho 14, 2012
''VÁLHA-NOS, DEUS " !!!
Corrupção continuada
O Estado de S. Paulo - 14/06/2012 |
Ao declarar a Delta Construções inidônea, o que a impede de
participar de licitações e de assinar novos contratos com o poder
público, a Controladoria-Geral da União (CGU) apenas confirmou o que já
se sabia. No centro das investigações dos escândalos de corrupção
envolvendo o bicheiro Carlinhos Cachoeira, a Delta era, desde abril,
objeto de um processo administrativo na CGU para apurar irregularidades
na execução de obras rodoviárias. O que se constatou, como declarou o
ministro da CGU, Jorge Hage, "não foi um ato isolado de corrupção", mas
"um procedimento costumeiro e repetitivo de suborno e concessão de
vantagens ilegais e imorais a servidores, alguns deles incumbidos de
fiscalização".
A investigação da CGU constatou essas irregularidades e também
"flagrante contumácia na atuação delitiva" da Delta na execução de
obras rodoviárias contratadas pelo Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Ceará. Segundo a CGU, há provas
de que a empreiteira "pagou valores e bens, como aluguel de carro,
compra de pneus e combustível, além de passagens aéreas, diárias em
hotéis e refeições a servidores responsáveis pela fiscalização de
contrato".
A declaração de inidoneidade da Delta vem com muito atraso.
Investigações realizadas em 2010, na Operação Mão Dupla, de
responsabilidade da Polícia Federal, do Ministério Público e da própria
CGU, haviam identificado irregularidades em 60 contratos da empresa
com o Dnit que estavam em execução entre 2007 e 2010. Esses contratos
somavam R$ 632,3 milhões e previam obras em 17 Estados.
A excessiva demora na aplicação de sanções à empreiteira, como a
declaração de inidoneidade que acaba de ser publicada - e que não afeta
os contratos em vigor -, não é o fato mais surpreendente na
relativamente curta história de seu relacionamento com o poder público,
especialmente o governo federal.
O que mais espanta nesse relacionamento é o vertiginoso aumento dos
valores pagos à Delta pelo governo federal, sobretudo depois do
lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que, em
2010, foi uma das principais plataformas da candidata do PT à
Presidência. Recorde-se, também, que, antes de se tornar candidata
oficial de seu partido, Dilma Rousseff era chamada de "a mãe do PAC"
pelo então presidente Lula.
Entre 2003 e 2011, o total de recursos federais pagos à Delta cresceu
mais de 1.400%, em valores corrigidos pelo IPCA. No primeiro ano do
governo Lula (2003), a Delta recebeu R$ 38,7 milhões (em valores
correntes, isto é, sem considerar a inflação do período). Os pagamentos
à empreiteira saltaram para R$ 401,2 milhões em 2007, primeiro ano de
execução do PAC, então gerenciado pela ministra da Casa Civil, Dilma
Rousseff. Em 2009, quando Dilma ainda ocupava o cargo, o total alcançou
R$ 766,1 milhões.
Já tendo se tornado a primeira empreiteira do PAC em volume de
recursos, embora não estivesse entre as maiores do País em faturamento,
a Delta recebeu, no ano passado, R$ 884,4 milhões da União. Em 2012,
recebeu R$ 238 milhões. No mês passado, quando já afundava em meio a
denúncias de corrupção e outras irregularidades, a empreiteira teve
homologados novos contratos com o Dnit, do qual recebeu também novas
verbas.
Estima-se que, nos últimos 12 anos, a Delta recebeu R$ 4 bilhões da
União. Ela tem 99 contratos ativos com o Dnit, que somam R$ 2,5
bilhões, dos quais R$ 1,4 bilhão já pago. Ou seja, ainda tem para
receber R$ 1,1 bilhão.
O governo ainda não sabe se a Delta terá capacidade para tocar as
obras já contratadas. Declarada inidônea, a empresa deverá enfrentar
dificuldades financeiras crescentes. Se novas investigações constatarem
vícios, fraudes ou outras irregularidades nas licitações que
resultaram nos contratos em execução, nova licitação poderá ser
realizada para a conclusão da obra ou poderá ser feita uma contratação
de emergência.
O que é certo, desde já, é que está encerrada a fase de fartos
pagamentos para a Delta com dinheiro público e os funcionários por ela
subornados estão sob investigação.
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VENDILHÕES DO TEMPLO
Projeto de lei libera compra de terras por estrangeiros
Comissão libera terra para estrangeiros |
Autor(es): Por Tarso Veloso | De Brasília |
Valor Econômico - 14/06/2012 |
Companhias brasileiras controladas
por capital estrangeiro podem ser liberadas para adquirir grandes
extensões de terra no Brasil, conforme relatório aprovado ontem pela
Comissão de Agricultura da Câmara.
O texto substitutivo do deputado
Marcos Montes (PSD-MG), que derrotou o relatório original de Beto Faro
(PT-PA), excluiu as restrições atuais, que limitam essas aquisições a um
teto em operações de compra e arrendamento. O parecer foi apoiado pela
bancada ruralista, contra a vontade do governo.
Empresas brasileiras controladas por
capital estrangeiro podem ser liberadas para adquirir grandes extensões
de terras no Brasil, de acordo com relatório aprovado ontem pela
Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.
O texto substitutivo do deputado Marcos
Montes (PSD-MG), que derrotou o relatório original de Beto Faro
(PT-PA), excluiu as restrições atuais que limitam essas aquisições a um
máximo em operações de compra e arrendamento. O parecer, apoiado pela
bancada ruralista contra a vontade do governo e do Núcleo Agrário do
PT, já havia sido aprovado na subcomissão especial do tema.
Os petistas apresentaram um voto em
separado, lido pelo vice-líder do partido na Câmara, Valmir Assunção
(BA), em que tentavam reduzir as "facilidades" de aquisição, por
estrangeiros, de um percentual mínima de companhias nacionais para
obter a condição de empresa brasileira. "Como iremos impedir que uma
empresa estrangeira adquira 0,1% do capital de uma empresa nacional e
possa sair comprando terras?", questionou Assunção. Ele criticou,
ainda, a indefinição sobre o tempo máximo do arrendamento das terras.
"O texto diz que o prazo é indeterminado. Ou seja, pode ser de 300
anos", disse.
O texto aprovado define que todas as
operações já realizadas ou em negociação serão automaticamente
regularizadas. O governo e o PT queriam limitar o benefício aos negócios
fechados entre 1999 e 2010, período em que o assunto estava
regulamentado por dois pareceres contraditórios da Advocacia-Geral da
União (AGU).
Hoje, as negociações de terras por
estrangeiros e empresas brasileiras controladas por estrangeiros no
país sofrem restrições. Um parecer da AGU em vigor restringe as
aquisições de imóveis rurais por empresas que tenham 51% ou mais de seu
capital votante nas mãos de não brasileiros. Essas aquisições são
limitadas a 50 módulos fiscais para pessoas físicas (250 a 5 mil
hectares) e a 100 módulos (500 a 10 mil hectares) para empresas
estrangeiras, desde que aprovadas pelo Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O relatório aprovado ontem estabelece
que empresas nacionais, mesmo com maioria de capital estrangeiro, serão
consideradas brasileiras. Com isso, até empresas com 99,9% de capital
estrangeiro poderão adquirir qualquer extensão de terra, desde que
sigam as regras da legislação para empresas 100% nacionais. Mas
organizações não governamentais, empresas e fundos soberanos
estrangeiros ficam impedidas de adquirir terras no Brasil. "Uma estatal
de outro país, convertida em nacional, poderá se apoderar de áreas
gigantescas no Brasil. Alienaríamos, para o exterior, o poder decisório
sobre o quê, quando e onde produzir", criticou Valmir Assunção.
A questão dos limites de terras que
poderão ser adquiridas não foi incluída no texto final. Assim, não
haverá um máximo para as compras por estrangeiros. No relatório
derrotado de Beto Faro, havia um limite de 50 módulos (2,5 mil
hectares) para estrangeiros, até mesmo para aquelas cujo capital era
majoritariamente estrangeiro.
O relatório segue agora para análise das demais comissões da Câmara, que serão designadas pela Mesa Diretora.
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RIO 40 GRAUS *
CONFERÊNCIA TEM MAIS DE 20 GRANDES TEMAS SEM ACORDO
TUDO POR NEGOCIAR | |
Autor(es): agência o globo:Liana Melo Eliane Oliveira | |
O Globo - 14/06/2012 | |
São 81 páginas, seis capítulos e nada menos
que 835 colchetes na versão mais recente do documento que está sendo
negociado na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20, no Riocentro. Colchete, na linguagem da
diplomacia, significa que os assuntos estão pendentes para serem
resolvidos num segundo momento. Em uma só página, há 32 colchetes com
pontos de discussão que vão de palavras a parágrafos inteiros. Só no
capítulo 5, que inclui 22 temas, a falta de consenso impera nas
diversas áreas: oceanos, energia, resíduos, uso do solo, entre outros. A grande quantidade de lacunas no documento já consolidou a convicção de que será impossível concluir até amanhã a última rodada de negociações. Nos bastidores, há a certeza de que os argumentos técnicos estão se esgotando. Ou seja, a decisão final ficará nas mãos dos chefes de Estado e seus chanceleres. Eles vão colocar o ponto final (e político) no texto. Com isso, dizem os negociadores, o Brasil surge como jogador decisivo. Afinal, o prazo das reuniões preparatórias - que antecedem a conferência dos chefes de Estado - termina amanhã, quando chega ao fim também o exercício da copresidência da Coreia do Sul e de Barbados à frente do Escritório de Negociação da Conferência. Caberá então ao Brasil, país anfitrião, assumir a presidência e convencer os países a cederem em prol de um documento com o mínimo de substância. - O governo brasileiro recuou em algumas posições para diminuir o enfrentamento e empurrar as decisões para mais tarde. É quando o Itamaraty e o Planalto assumem o leme da conferência - disse um dos negociadores. --- (*) Fernanda Lima. --- |
''É PRÁ´CABÁ COM O PEQUI DE GOIÁS" *
Procuradoria vai investigar governadores de GO e DF
Procurador-geral pede ao STJ abertura de investigações contra governadores |
Autor(es): MARIÂNGELA GALLUCCI , FÁBIO FABRINI |
O Estado de S. Paulo - 14/06/2012 |
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu ao Superior Tribunal de Justiça a abertura de inquéritos para investigar os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). Gurgel quer apurar as suspeitas de envolvimento de ambos com Carlinhos Cachoeira. No caso de Queiroz, também será investigado se ele participou de supostas irregularidades na Anvisa.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a abertura de investigações contra os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). São três inquéritos, um contra o tucano e dois contra o petista. Gurgel quer apurar suspeitas de envolvimento de ambos com a organização chefiada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Em relação ao governador do Distrito Federal, Gurgel também pretende investigar se ele participou de supostas irregularidades na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Agnelo foi diretor do órgão durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2007 e 2010, deixando o cargo para concorrer ao Palácio do Buriti.
No caso de Perillo, a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, levantou inúmeras suspeitas, entre elas sobre a venda da casa em que vivia o governador e na qual Cachoeira foi preso, em fevereiro deste ano. O esquema de Cachoeira em Goiás envolveria pagamentos e tráfico de influência no governo em troca de nomeações e facilidades em contratos.
Conforme revelou reportagem do Estado, o jornalista Luiz Carlos Bordoni, que trabalhou na campanha do tucano, diz ter recebido pelos serviços de uma empresa fantasma usada no esquema de Cachoeira.
Assessores. A Monte Carlo apontou envolvimento de secretários e alguns dos principais assessores de Agnelo com o grupo de Cachoeira. Ex-chefe de gabinete do petista, Claudio Monteiro pediu demissão após a revelação de que teria recebido propina para favorecer o grupo. Ex-subsecretário de Esportes, João Carlos Feitosa, o Zunga, também é suspeito de receber da quadrilha. Nos áudios, é citado como porta-voz de supostos recados do próprio governador, um deles para falar com o contraventor.
Grampos da Operação Monte Carlo indicam ainda que a Delta Construções teria contribuído com a campanha de Agnelo, embora não conste nenhuma doação da declaração oficial ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O Ministério Público Federal suspeita de que o governador também tenha recebido vantagens de grupos farmacêuticos por sua passagem na Anvisa.
Daniel Almeida Tavares, lobista do laboratório União Química, acusou o governador de receber propina, quando diretor da Anvisa, para liberar licenças para a empresa. O suborno de R$ 50 mil teria sido pago em 2008, dos quais R$ 5 mil teriam sido depositados diretamente na conta do petista. Agnelo admite o depósito, mas sustenta que a quantia foi a devolução de um empréstimo feito a Tavares.
Reportagens do Estado também mostraram que Agnelo seria beneficiário de pagamentos do laboratório Hipolabor, investigado em Minas por fraudes. O nome dele aparece em agenda apreendida da diretoria da empresa, com registros de supostos repasses no valor de R$ 50 mil.
Conversas telefônicas autorizadas pela Justiça na Operação Panaceia indicaram que a indústria recorria a Rafael Barbosa, secretário de Saúde do DF e ex-diretor adjunto do petista na Anvisa, para acelerar demandas.
Também há suspeitas em relação à compra de uma mansão pelo governador numa área nobre em Brasília. A PGR analisa dados de quebra de sigilos que indicam evolução patrimonial de parentes do governador.
Há semanas, Gurgel preparava os pedidos de abertura de inquérito. Em abril, ele solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que mantivesse na Corte só as investigações contra o senador Demóstenes Torres (ex-DEM, sem partido-GO) e contra deputados por suspeita de envolvimento com Carlinhos Cachoeira. A intenção já era pedir a abertura de inquéritos para apurar as suspeitas contra os governadores. No Brasil, autoridades devem ser investigadas criminalmente em tribunais a partir da segunda instância. No caso de governadores, o responsável é o STJ.
Gurgel não se pronunciou ontem - o caso está sob sigilo. Ele estava internado em Brasília depois de passar por cirurgia ortopédica na terça-feira, por causa de um acidente doméstico.
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(*) Refrão de letra/música (sic).
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QUEM NÃO DEVE, NÃO TREME.
AGNELO ABRE SIGILOS E PASSA NO TESTE DA CPI
AGNELO LEVA PERILLO A QUEBRAR OS SIGILOS |
Autor(es): GABRIEL MASCARENHAS e JOÃO VALADARES |
Correio Braziliense - 14/06/2012 |
Logo no início, o governador do DF pôs a oposição numa sinuca ao anunciar que autorizava a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico. No dia anterior, Marconi Perillo, de Goiás, se recusara a fazer o mesmo. Diante da decisão do petista Agnelo Queiroz, o tucano recuou e ligou para a CPI abrindo mão desses segredos. No depoimento de quase 10 horas, Agnelo voltou a negar qualquer ligação com a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Pelo contrário, disse: “A organização tramou a minha derrubada”. Oposicionistas também lançaram suspeitas sobre a compra da casa onde hoje vive o governador, que declarou já ter provado a lisura do negócio à Receita. A Procuradoria Geral da República pediu ao STJ a abertura de inquéritos contra Agnelo e Perillo.
Em depoimento à CPI do Cachoeira, governador do Distrito Federal autoriza a análise dos seus dados fiscais, bancários e telefônicos, e força o tucano a tomar a mesma decisão
Em um depoimento longo, com quase 10 horas de duração, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT-DF), apresentou logo nos primeiros minutos a sua estratégia na CPI do Cachoeira. Utilizando o velho ditado popular de "quem não deve não teme", informou à comissão que autorizava a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico. A iniciativa deixou a oposição numa sinuca de bico. Pressionado pelo gesto de Agnelo, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB-GO), ligou para o líder do partido na Câmara, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), comunicando que faria o mesmo.
Na última terça-feira, durante depoimento na CPI, Perillo havia se negado a abrir mão dos sigilos quando questionado pelo relator, deputado Odair Cunha (PT-MG). O político goiano salientou que a decisão não caberia a ele, mas, sim, aos integrantes da comissão.
"Sei que não é usual uma testemunha fazer o que peço. Mas ofereço dar a CPI todos os meus sigilos", afirmou Agnelo. O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) ressaltou que apenas a palavra do governador não valia. Pressionou para que ele assinasse um documento abrindo mão do sigilo. Agnelo aceitou a sugestão e assinou. Hoje, durante reunião administrativa da CPI, as duas quebras de sigilo vão ser oficializadas.
Bruno Araújo comentou que a atitude de Agnelo era "jogo de cena" porque ele já tinha disponibilizado a quebra do sigilo no Superior Tribunal de Justiça (STJ). "Não havia nem necessidade porque a CPI poderia solicitar o compartilhamento das informações. Ele autorizou um sigilo que já foi quebrado", salientou o deputado. O governador utilizou grande parte do tempo para dizer que sofreu um forte ataque da organização criminosa chefiada pelo bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, justamente porque a quadrilha não teria encontrado facilidades na sua gestão.
"A organização tramou a minha derrubada. E não agiu sozinha. Valeu-se das falsas acusações plantadas no noticiário. Tudo com o objetivo de desgastar e me retirar do Governo do Distrito Federal. Não conseguiram. Hoje, entendo por que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) pediu meu impeachment na tribuna", afirmou o governador.
Para comprovar o que estava dizendo, Agnelo leu um trecho de uma conversa interceptada pela Polícia Federal em que o sargento reformado da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, reclama do tratamento dado pelo governo e afirma que, na gestão do governador, a quadrilha não conseguiu emplacar nem a nomeação de um gari.
Limpeza urbana
O governador deixou sem respostas perguntas sobre a compra de sua casa, por R$ 400 mil. Questionado sobre a forma de pagamento, com cheque ou transferência bancária, limitou-se a dizer que havia entregue à CPI declaração de Imposto de Renda. O deputado Carlos Sampaio afirmou que a quebra de sigilos oferecida à CPI abrangia as movimentações feitas pelo governador entre junho deste ano e junho de 2007 e, por isso, não alcançaria a compra do imóvel, que teria ocorrido em março de 2007.
Os oposicionistas questionaram a evolução patrimonial, que teria sido de 12 vezes desde 2008. O deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) lembrou que ele havia processado um jornalista por ter publicado uma matéria em que dizia que Agnelo não teria lastro econômico para comprar a casa. De acordo com o deputado, por não ter justificado como havia adquirido o imóvel, a Justiça não deu ganho de causa ao governador. "Fui vítima de ataques violentos. Eu já provei na Receita Federal, uma das instituições mais sérias deste país, que tinha lastro, sim. Encaminhei ao jornalista meus dados bancários e minha declaração de Imposto de Renda. No entanto, utilizando de má-fé, ele não somou os meus rendimentos com o da minha mulher, que é uma ginecologista aposentada."
Em relação à Delta, empresa pivô do esquema de Cachoeira, Agnelo disse que a companhia tem contrato para limpeza urbana no Distrito Federal, assinado em 9 de dezembro de 2010, quando ainda não tinha assumido o poder. Ele ressaltou que, logo no primeiro mês de gestão, autorizou a realização de auditoria. O governador comunicou que não pediu prorrogação dos contratos da Delta. O compromisso será rompido em 10 dias porque a Delta teria utilizado um documento irregular no processo de licitação. Agnelo informou ainda que não tem nenhuma relação e nunca esteve com o dono da Delta, Fernando Cavendish, e também com o ex-diretor da construtora no Centro-Oeste Cláudio Abreu.
Sobre Cachoeira, o petista afirmou que se encontrou uma única vez com o bicheiro, em uma visita que fez como diretor da Anvisa ao laboratório Vitapan, de propriedade do contraventor. Nesse momento, o deputado Carlos Sampaio perguntou quem o convidou para a visita. Agnelo respondeu que foi a empresa.
"A organização tramou a minha derrubada. E não agiu sozinha. Valeu-se das falsas acusações plantadas no noticiário. Tudo com o objetivo de desgastar e me retirar do Governo do Distrito Federal"
Agnelo Queiroz, governador do DF
Com a sala da CPI lotada, depoimento foi transmitido em um telão
Dois intervalos
O depoimento do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), começou às 10h26 e terminou às 20h25. Ao longo das 10 horas de depoimento, que teve apenas dois pequenos intervalos, ambos de menos de cinco minutos, quase todos os parlamentares presentes pediram a palavra, diferentemente do que vinha ocorrendo na maior parte das outras sessões. Como de costume, oposição e base aliada gastaram mais tempo com ataques partidários do que com perguntas que tinham como objetivo a pura e simples apuração dos fatos.
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''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''
SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS
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Sobram temas e falta consenso entre os diplomatas que negociam o texto final para a Conferência das Nações Unidas, a Rio+20, no Riocentro. Energia, clima, reforma do sistema financeiro e biodiversidade estão entre os grandes assuntos ainda em aberto. Em 81 páginas do documento que está em discussão, há 835 colchetes, o que, na linguagem da diplomacia, significa que ficam pendentes para serem resolvidos num segundo momento, como informam LIANA MELO e ELIANE OLIVEIRA. Mas o tempo está se esgotando. Tanta discordância já leva técnicos a apostar que será impossível fechar a última rodada de negociações até amanhã, como previsto. Boa parte da decisão final deverá mesmo ficar para os chefes de Estado e governo e chanceleres. A questão da erradicação da pobreza é outro tema polêmico: os EUA querem que se coloque a palavra “extrema” antes de pobreza. Já os países pobres e emergentes rechaçam a ideia. (Págs. 1 e Caderno Especial Rio+20)
Fotolegenda: Pronto para a batalha, navio do Greenpeace passa em frente a uma plataforma de petróleo, dentro da Baía de Guanabara, próximo a Ponte Rio-Niterói: fóssil x verde.
Ex-diretora de empresa do grupo Brookfield disse à Folha e ao Ministério Público que a multinacional pagou R$ 1,6 milhão em propina para aprovar obras irregulares dos shoppings Pátio Higienópolis e Pátio Paulista, relatam Rogério Pagnan e Evandro Spinelli.
Segundo Daniela Gonzalez, o dinheiro do suborno foi entregue a Hussain Aref Saab, ex-diretor do setor de aprovação de prédios da prefeitura, e ao vereador Aurélio Miguel (PR), que tem influência política na CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). (Págs. 1 e Cotidiano C1)
O governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), foi aplaudido pelos parlamentares governistas, que, em tese, investigam a suposta ligação de seu governo com Cachoeira. Tucanos já haviam feito o mesmo com o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). (Págs. 1 e Poder A8)
A presidente Dilma Rousseff receberá os 27 governadores amanhã para anunciar novas medidas econômicas. A ideia é “mobilizar os Estados e garantir a ampliação do investimento público como ferramenta anticíclica contra a crise internacional”, disse o governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT). Dilma deverá anunciar crédito do BNDES superior a R$ 10 bilhões, e o Banco do Brasil entrou no filão de empréstimos aos governadores. Segundo interlocutores, a presidente está inconformada porque a economia não reage, apesar das medidas já anunciadas, e elegeu investimentos como “prioridade zero”. O governo vai baratear o financiamento de investimentos em infraestrutura com os Fundos de Desenvolvimento da Amazônia e do Nordeste. (Págs. 1 e Economia B1, B3 e B4)
Quebra de sigilos vai a votação
A CPI do Cachoeira votará hoje os pedidos de quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico de Agnelo Queiroz e Marconi Perillo. A decisão ocorreu após Queiroz ter concordado em abrir dados. (Págs. 1 e A4)
Dilma Rousseff
Presidente
“Não consideramos que o respeito ao meio ambiente só se dá em fase de expansão do ciclo econômico”
Fotolegenda: Tribo
Índios chegam à Aldeia Kari-Oca, montada em Jacarepaguá para a participação deles na Rio+20.
Um grupo de cientistas conseguiu mapear o impacto do comércio internacional sobre o risco de extinção de espécies ameaçadas. (Págs. 1 e Vida A23)
O embate entre PT e PSDB muda o roteiro original, que parecia fadado a produzir uma conta de soma zero, e leva luz aos trabalhos da CPI. (Págs. 1 e Nacional A6)
O País se defronta com uma crise e a presidente discorre sobre problemas com chavões de comício. (Págs. 1 e A3)
A pressão do Supremo Tribunal Federal — que ameaça derrubar todos os incentivos fiscais concedidos sem prévia aprovação do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) — contribuiu para esse roteiro. Os secretários de Fazenda discutem uma saída e ela pode desembocar na reforma do ICMS, algo que União e Congresso tentam fazer desde 1995. (Págs. 1, A2 e A3)
Proposta do G-77, de criação de um fundo de US$ 30 bilhões a ser aplicado anualmente a partir de 2017 para financiar o desenvolvimento sustentável, é rejeitada pelos países ricos. O G-77, ao qual está se juntando a China, defende que o fundo seja suprido com recursos novos e adicionais aos repasses já previstos para cooperação internacional. (Págs. 1 e A6)
O texto substitutivo do deputado Marcos Montes (PSD-MG), que derrotou o relatório original de Beto Faro (PT-PA), excluiu as restrições atuais, que limitam essas aquisições a um teto em operações de compra e arrendamento. O parecer foi apoiado pela bancada ruralista, contra a vontade do governo. (Págs. 1 e A9)
Sobre o setor de fraldas, que a P&G lidera com 30% das vendas, seu presidente Tarek Farahat, diz que “os clientes não estão satisfeitos porque não estamos abastecendo o mercado de forma suficiente”. Segundo ele, a expansão no Brasil se dá pelo aumento no volume de vendas e pela sofisticação do consumo, com produtos de preços mais altos. (Págs. 1 e B1)
Comprovada a viabilidade do projeto, os investimentos podem atingir US$ 480 milhões (US$ 3 mil por hectare), que serão divididos pela empresa e seus fornecedores. A implementação total nas seis usinas levaria cinco anos. Um projeto-piloto começou a ser desenvolvido na usina Gaza, em Andradina (SP). (Págs. 1 e B16)
Impulsionada pelo sucesso do compacto March, a Nissan mais do que dobrou as vendas neste ano e alcançou fatia de mercado de 3,5%. Já a Renault cresce a um ritmo de 30% ao ano e se consolida como a quinta marca. Juntas, têm mais de 10% de participação e ultrapassam a quarta colocada, a Ford (9,4%). A boa performance reflete a decisão de explorar os segmentos mais populares e de expandir a rede de distribuição. “A Nissan sempre foi muito focada em produtos de alto valor agregado. O acerto da marca foi apostar também no mercado de compactos e sedãs pequenos”, diz Raphael Galante, analista da Oikonomia, consultoria especializada no mercado automotivo. (Págs. 1 e B10)
Há outros fatores que explicam o desempenho fraco, como o menor crescimento da economia, o aumento da inadimplência e a aversão dos investidores a risco, mas tem prevalecido o receio de risco sistêmico, especialmente dos bancos que atuam com pessoas físicas, nicho do Cruzeiro do Sul. (Págs. 1 e C1)
Dos mandatários desde a redemocratização, apenas FHC tenta emular o espírito de estadista. Lula voltou à planície. (Págs. 1 e A10)
George Soros
Nos anos 80, a América Latina sofreu uma década perdida e um destino semelhante aguarda agora a Europa. (Págs. 1 e A13)