PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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terça-feira, abril 17, 2007

"CAI O PANO" (*): HOMENAGEM A NAIR BELO (atriz-comediante) & MARIA LENK (ex-atleta olímpica)


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(*) "Cai o pano" [Hercule Poirot's Last Case], último obra de Agatha Christie.

PF: OPERAÇÃO COBRA D´ÁGUA (FRONTEIRA BR-PARAGUAI)

PF prende 57 em operação na fronteira com Paraguai.

Curitiba - A Polícia Federal realizou na manhã desta terça-feira, na fronteira do Brasil com o Paraguai, a Operação Cobra D'Água, de combate ao contrabando e descaminho (exportação clandestina). Prendeu 57 pessoas em flagrante e cumpriu 57 mandados de busca e apreensão e 46 de prisão preventiva, segundo a assessoria da PF.
PF faz paralisação geral nesta quarta-feira
Após cinco meses de investigação, a PF afirma ter desmantelado seis quadrilhas, com 80 integrantes ao todo, que compunham uma rede de contrabando na região de fronteira. Eles usavam barcos para trazer mercadorias do Paraguai ilegalmente. De acordo com a assessoria, 280 policiais participaram da Operação Cobra D'Água, que recebeu este nome pela semelhança entre a mobilidade das cobras na água e o meio de transporte utilizado pelos contrabandistas. As mercadorias apreendidas eram, na maior parte, caixas de cigarro, equipamentos de informática, munições e roupas, além de documentos de 21 carros pertencentes aos contrabandistas.A operação foi realizada nos municípios de Guaíra, Umuarama, Altonia, Loanda, Goiôre e Tuneiras do Oeste. Uma das prisões ocorreu em Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul. Em outra operação, a PF prendeu nesta terça-feira 22 pessoas na região metropolitana de São Paulo acusadas de cometer crimes fiscais, financeiros e de lavagem de dinheiro. A ação faz parte da Operação Kaspar, que também está sendo realizada no Rio de Janeiro, Bahia e Amazonas. Todos os detidos foram encaminhados para a Superintendência da PF de São Paulo. A polícia também está cumprindo 52 mandados de busca e apreensão em imóveis comerciais e residenciais localizados, em sua maioria, na região metropolitana de São Paulo, para apreender provas. Rombo no Detran paranaense. Nesta terça-feira, 23 pessoas de vários Estados brasileiros acusadas de participar de um esquema que deixou um rombo de mais de R$ 19 milhões nos cofres do Departamento de Trânsito do Paraná, em 2002, através da compra ilegal de créditos tributários “podres” da empresa Vale Couros Trading S/A, forma presas em uma força-tarefa do Núcleo de Repressão aos Crimes Econômicos (Nurce) da Polícia Civil do Paraná e Ministério Público Estadual. ultimosegundo.ig.com

PF: OPERAÇÃO KASPAR (e NÃO ERAM DE "FANTASMINHAS CAMARADAS")

PF prende 22 em operação contra crime financeiro e lavagem de dinheiro.

A Polícia Federal informou que prendeu hoje 22 pessoas acusadas de envolvimento em crime financeiro e lavagem de dinheiro na operação intitulada "Kaspar", deflagrada em três Estados --São Paulo, Bahia e Amazonas. Segundo a PF, a investigação criminal teve início em setembro de 2006, a partir da identificação do "doleiro" Marco Antonio Cursini, que operava para um escritório de representação de um banco suíço, em São Paulo, promovendo o câmbio ilegal de moedas. Em sete meses de investigações, foram identificados os líderes e integrantes de cinco grupos de doleiros na capital paulista, que vinham atuando no mercado "negro" de câmbio de moedas para promover a evasão de divisas do país e garantir o uso de recursos financeiros de origem ilícita. Entretanto, segundo a PF, o doleiro Marco Antonio Cursini, seu filho Caio Vinicius Cursini e Nick Salussoia --que está no exterior-- continuam foragidos. Os policiais estão cumprindo hoje 52 mandados de busca e apreensão em imóveis comerciais e residenciais localizados na região metropolitana de São Paulo e também nos Estados do Rio de Janeiro, Bahia e Amazonas para apreender objetos e documentos que constituam provas de crimes contra o sistema financeiro nacional e de lavagem de dinheiro. Estão entre os alvos de busca e apreensão empresas que transacionavam regularmente com os grupos de doleiros e seus representantes, por suspeita de crimes fiscais, financeiros e de lavagem de dinheiro. Foram ainda "congeladas" 19 contas bancárias no Brasil utilizadas pelos doleiros e seus maiores clientes para movimentar valores provenientes dos crimes financeiros e também solicitado o bloqueio de seis contas bancárias nos Estados Unidos, Portugal e Panamá, pertencentes aos suspeitos. Folha Online.

CÚPULA ENERGÉTICA SUL-AMERICANA (CASA): "OPEP DO GÁS" EN-GAS-GA EM "CASA".

Amorim rejeita idéia de Brasil entrar para ´Opep do Gás. O ministro também foi contrário à menção do possível cartel na declaração final que os presidentes farão após o término da cúpula de energia sul-americana.

ISLA MARGARITA, Venezuela - O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, se mostrou contrário a duas iniciativas relacionadas à formação da chamada "Opep do Gás": a idéia de inclusão do Brasil nesse mecanismo em gestação pelos governos da Venezuela, Argentina e Bolívia; e a possibilidade de ser feita menção à "Opep do Gás" na declaração final que os presidentes dos países da América do Sul assinarão até o final da manhã desta terça-feira, 17, na Venezuela, que encerrará a 1ª Cúpula Energética Sul-Americana. Amorim afirmou que a "Opep do Gás" é apenas uma "figura de retórica" e que não haverá, no documento final da cúpula, nenhuma referência a essa nova organização de países produtores e exportadores de gás. "Não podemos negar que as pessoas façam o que quiserem, mas não podemos fazer um esforço de integração e ficar dividindo consumidores e produtores. Se esse é um esforço de integração, temos que conciliar e harmonizar os interesses de produtores e consumidores", afirmou o chanceler brasileiro ao responder a uma pergunta da imprensa sobre a tendência dessa entidade de se transformar em um novo cartel. "Não tem cabimento, em uma reunião desse tipo (a cúpula energética), defender a ´Opep do Gás´", afirmou Amorim. Denise Chrispim Marin, O Estadão.

POLÍCIA CIVIL-PR: OPERAÇÃO DETRAN (HAJA PRESÍDIO!!!)

Polícia do PR prende 23 por desvio de dinheiro público. Prejuízo aos cofres públicos seria de R$ 20 milhões, segundo o governo do estado. Cinco dos presos são ex-diretores e funcionários do Detran do Paraná.

A Polícia Civil do Paraná prendeu, na manhã desta terça-feira (17), 23 pessoas acusadas de desviar cerca de R$ 20 milhões dos cofres do estado. As prisões, realizadas em quatro estados (Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul), envolvem tanto ex-membros do governo paranaense quanto diretores e funcionários de empresas envolvidas no esquema, informou a secretaria. Todos os detidos em outros estados estão sendo trazidos de avião para Curitiba. Entre as seis pessoas presas na capital paranaense, cinco são ex-diretores e funcionários do departamento financeiro do Detran do estado. A investigação do esquema, que envolvia a negociação de créditos de ICMS inexistentes, está sendo feita desde 2004 pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, a pedido do governador do Paraná, Roberto Requião. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, somente o Detran do estado gastou cerca de R$ 9,5 milhões em dinheiro público para comprar créditos de ICMS uma empresa de São Paulo. O problema é que a empresa não tinha nenhum crédito a receber. A negociação de créditos tributários é uma operação comum entre empresas. A companhia que tem dinheiro a receber do governo - por ter pago impostos a mais - pode repassar esse direito para outra. A empresa compradora, por sua vez, usará o crédito para abater suas próprias dívidas com o fisco. O problema, entretanto, é que o Detran do Paraná teria pago por créditos que não existiam. g1.com.

OPERAÇÃO HURRICANE: PF "REVIRANDO O BAÚ DA FELICIDADE"

PF apreende jóias, dinheiro e carros em 70 buscas. Uma das apreensões curiosas foi o veleiro batizado com o nome "Bandida".

BRASÍLIA - Mais de 130 anéis, 40 pulseiras, correntes de ouro, dezenas de relógios de marcas de luxo, cheques e dinheiro em espécie - e até um veleiro de 41 pés batizado com o nome "Bandida", de propriedade de um dos advogados presos. Estes são alguns dos itens incluídos na lista de bens apreendidos pela Polícia Federal, na Operação Hurricane (furacão, em inglês), ao cumprir as 70 ordens de busca e apreensão expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No escritório do desembargador José Eduardo Carreira Alvim, do TRF da 2ª Região, por exemplo, foram apreendidos mais de 500 cheques, a maioria de R$ 200,00 que somam mais de R$ 100 mil, relativos ao "pagamento de cursos". Juntamente com os cheques estavam dezenas de recibos. Além de desembargador, Alvim, preso na operação, é também professor de Direito e autor de vários livros. No caso do desembargador José Ricardo Siqueira Regueira, colega de Alvim no TRF, foi apreendida uma pistola Taurus 380 e 150 cartuchos de munição, além de munição para armas calibre 22 e um carregador para uma pistola 9 mm. Enquanto isso, na residência do delegado-chefe da polícia federal em Niterói (RJ), Carlos Pereira da Silva, a apreensão incluiu US$ 66,2 mil em espécie, outros R$ 19,2 mil, também em dinheiro, quatro pistolas de várias marcas, um revólver e muita munição. Na residência de Luiz Paulo Mattos e Susie Mattos, esta última corregedora da Agência Nacional do Petróleo (ANP), foram apreendidos US$ 12 mil em espécie, além de dois revólveres. No total, 25 armas foram reunidas pela PF, das quais 18 eram pistolas e 7 eram revólveres de diversos calibres. As informações são de O Estado de S.Paulo. Sônia Filgueiras

MST: "NÓS VAMOS INVADIR TUA" PRAÇA !

MST chega ao Paraná e praças de pedágio são invadidas. No "abril vermelho", integrantes do movimento liberam carros da cobrança da taxa.

PARANÁ - As manifestações do chamado "abril vermelho", programadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), chegou ao Paraná. Desde a madrugada desta terça-feira, 17, integrantes do movimento faziam invasões em praças de pedágio pelo Estado. Nas invasões, os integrantes liberavam as cancelas para todos os veículos passarem sem pagar as taxas. Até por volta das 8 horas, já havia 13 praças invadidas e há informações de que em alguns lugares equipamentos foram danificados. Na segunda-feira, 16, o MST intensificou a ofensiva de invasões em todo o País, como parte do “abril vermelho” - a jornada marcada para lembrar o massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, que completa nesta terça 11 anos, e chamar a atenção do governo para os conflitos no campo e a lentidão da reforma agrária. Além de invasões, atos públicos e marchas em dez Estados, cerca de 800 sem-terra ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Brasília. Nem mesmo uma área do Exército em Santa Catarina foi poupada da ação dos sem-terra. No Pontal do Paranapanema e na região da Alta Paulista, no extremo oeste de São Paulo, o MST mobilizou cerca de 550 militantes para invadir uma fazenda e quatro órgãos públicos, em ações quase simultâneas. Um grupo de 100 integrantes invadiu a Fazenda São Luiz, em Presidente Bernardes, no Pontal, e destruiu a plantação de cana-de-açúcar. Outras invasões também foram feitas na sede do Incra em Teodoro Sampaio, onde integrantes também dirigiu-se à sede do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) e montou acampamento na entrada do edifício. O procedimento foi repetido no escritório do Itesp em Rosana. Já o Incra de Andradina foi invadido por 150 militantes. Em Ribeirão Preto, 100 integrantes do MST acamparam diante do prédio da Justiça Federal, para pressionar o Judiciário a julgar ações referentes ao processo de desapropriação da Fazenda da Barra. O grupo levou colchões, fogões e comida para se instalar no local. “Estamos preparados para ficar aqui até um mês, se for preciso”, afirmou Kelli Mafort, integrante da direção estadual do MST. Evandro Fadel, O Estadão.

OPERAÇÃO HURRICANE: STF MANTEM "GATOS NA TUBA"

PF vai cumprir mais mandados de prisão; STF rejeita liberar juízes. Nova fase da operação contra esquema de venda de sentenças pode incluir políticos e mais advogados.

Iniciada na madrugada da sexta-feira, a Operação Hurricane (Furacão, em inglês) terá uma segunda etapa. Fontes da Polícia Federal e do Ministério Público disseram ao Estado que vão cumprir mais ordens de prisão e mandados de busca e apreensão já expedidos pela Justiça. Para fazer isso e coletar todas as informações com as 25 pessoas detidas, a PF decidiu pedir hoje a prorrogação por mais cinco dias da prisão temporária de todas elas, inclusive de dois desembargadores do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região, no Rio. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cezar Peluso, que preside o inquérito, negou ontem a transferência dos detidos para celas especiais. Sobre quatro pedidos de relaxamento de prisão encaminhados nos últimos dias ao Supremo, o ministro mandou ouvir o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, antes de tomar uma decisão.O prazo das prisões temporárias vence às 6 horas de amanhã. Com base no exame de documentos apreendidos, os delegados esperam obter novas informações para prosseguir no interrogatório. Além disso, a polícia avalia que há o risco de, em liberdade, os envolvidos tentarem intimidar testemunhas, ocultar provas e destruir documentos. À polícia, caberá sugerir a prorrogação, mas a decisão final caberá ao Peluso.A nova rodada de execução das ordens de prisão deve alcançar mais advogados e políticos, vinculados à máfia do jogo ilegal. Na fase inicial, a PF prendeu delegados federais, juízes e desembargadores suspeitos de vender decisões judiciais que beneficiam bicheiros e controladores de bingos. Entre eles estão os desembargadores José Eduardo Alvim e Ricardo Regueira, do TRF do Rio. Outro alvo dos agentes foi a cúpula do jogo do bicho no Rio. As ordens de prisão foram expedidas por Peluso, a pedido da Procuradoria-Geral da República. O inquérito corre em segredo de Justiça, mas o vazamento de imagens da operação, exibidas no Fantástico, da TV Globo, irritou ministros do Supremo. A partir de agora, a PF se dedicará ao exame das quase 2 toneladas de documentos apreendidos em papel e em meio magnético (disquetes e CDs). Ontem à noite chegaram a Brasília cinco caminhões-cegonha com os 51 carros apreendidos com os acusados - cujo valor supera R$ 10 milhões. Três depoimentos foram colhidos ontem e outros cinco devem ser tomados hoje. Alguns dos detidos optaram por colaborar com as investigações. Mas grande parte negou-se a depor alegando que não tinha conhecimento das acusações. Peluso recebeu ontem a cúpula da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em seu gabinete no Supremo. Depois de ouvir as reclamações dos advogados que defendem os investigados pela Operação Hurricane, dirigentes da OAB pediram ao ministro que liberasse a consulta ao inquérito e permitisse o contato com os presos. “Nunca vi nada como o que está acontecendo nem na ditadura”, disse Nélio Machado. Advogado de presos políticos, ele defende três acusados pela PF e alegou cerceamento de defesa. Em documento entregue a Peluso e à presidente da STF, Ellen Gracie, a OAB pediu que os advogados detidos fossem transferidos da Superintendência da PF em Brasília para uma sala de Estado-Maior. Essas salas, que ficam em instalações militares, não têm grades e são mais confortáveis. Segundo a OAB, os advogados foram colocados em “enxovias” (cárceres úmidos e sujos), alegação contestada pela PF. Ficou definido que a polícia informará Peluso sobre o estado de saúde de dois presos e o local onde estão recolhidos os advogados. Peluso manteve os presos na superintendência, mas determinou que os arquivos - em processo de digitação - sejam liberados para advogados, assim como visitas aos clientes. Para convencer o ministro a facilitar a consulta ao inquérito, a OAB citou várias decisões do STF que reconhecem direitos de investigados.A OAB questionou ainda o fato de a PF só permitir a comunicação entre advogados e presos por interfone. “Isso atenta contra o caráter pessoal da conversa”, alegou, em nota oficial. Expedito Filho, Sônia Filgueiras e Mariângella Gallucci, BRASÍLIA, O Estadão.

CÚPULA ENERGÉTICA SUL-AMERICANA (CASA): BRASIL & VENEZUELA (ALGUNS CONFLITOS EM "CASA")

Divergência sobre biocombustíveis ameaça Cúpula Energética. Presidente brasileiro não aceita ceder em sua defesa dos biocombustíveis, mesmo que isto signifique sair ilha venezuelana de Margarita sem um documento final.

PORLAMAR, Venezuela - A disputa entre Brasil e Venezuela sobre os biocombustíveis ameaça o sucesso da Cúpula Energética Sul-Americana que começou na segunda-feira, 16, na ilha venezuelana de Margarita. Os ministros de Energia da região não chegaram a um consenso sobre a declaração final da Cúpula após 11 horas de uma reunião que deveria ter durado só duas ou três. Autoridades e funcionários de vários países confirmaram que os ministros de Energia, que começaram seu trabalho às 11h30 (12h30 de Brasília), ainda estavam reunidos depois das 22 horas (23 horas de Brasília). Enquanto os ministros discutiam, os presidentes começavam seu primeiro ato oficial, um jantar oferecido pelo anfitrião Hugo Chávez. Eles tiveram também uma primeira reunião de trabalho centrada na união política da América do Sul. Os ministros de Relações Exteriores, que deveriam assumir as negociações à tarde, começaram sua reunião com três horas e meia de atraso, devido à falta de consenso. Eles não puderam estudar a declaração que devem entregar nesta terça-feira, 17, aos presidentes. Brasil. Fontes brasileiras informaram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não cederá em sua defesa dos biocombustíveis. Mesmo que isso signifique sair de Margarita sem um documento final. O ministro da Agricultura, Pecuária e Pesca do Uruguai, José Mujica, ao responder à Efe sobre a proposta de criar uma união energética regional, disse: "É uma discussão imbecil, estamos discutindo tolices". Um porta-voz presidencial declarou à Efe que a polêmica sobre os biocombustíveis foi a principal causa de discórdia. Ele culpou o Brasil, que se opõe firmemente às tentativas de outros países de criticar a iniciativa na declaração final. O Brasil é um dos principais defensores do uso de combustíveis derivados de produtos agrícolas, especialmente a cana de açúcar. Venezuela e Bolívia, além de Cuba, dizem que a proposta põe em perigo a alimentação de milhões de pobres. Chávez e Fidel. Chávez e o líder cubano, Fidel Castro, criticam o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, por seu plano de transformar produtos agrícolas como o milho em etanol, para substituir até 20% dos combustíveis fósseis. "Ninguém quer semear feijões, só milho. E não para fazer tortilhas nem pão, mas para vender aos EUA para produzir etanol. Isso é uma loucura!", criticou Chávez este domingo. Marco Aurélio Garcia, assessor especial para Assuntos Internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que o argumento demonstra que Castro e Chávez têm "certa incompreensão" sobre os biocombustíveis e a realidade mundial. "O problema do mundo é a falta de renda, não de alimentos", disse García. Ele explicou que no Brasil a produção de biocombustíveis não reduzirá as áreas cultivadas para a alimentação, nem "significará derrubar uma árvore da floresta amazônica". Unasur. No entanto, no debate político desta tarde entre os presidentes, segundo Chávez, houve consenso para dar o nome de "Unasur" à integração dos 12 países da região. "Não tínhamos decidido o nome, mas resolvemos hoje que ela se chamará ´Unasur´, União de Nações Sul-Americanas, um tremendo conceito", disse Chávez aos jornalistas ao fim de um "Diálogo Político" com presidentes de outros países da região, no primeiro dia da I Cúpula Energética Sul-Americana. O presidente venezuelano considerou "extraordinária" a primeira reunião de 10 dos 12 presidentes sul-americanos. Os ausentes são Alan García, do Peru, e Tabaré Vázquez, do Uruguai. "Foi uma reunião muito intensa, produtiva, com a tomada de decisões muito importantes para o conceito da união sul-americana", comentou. "Decidimos algo que vínhamos discutindo desde as cúpulas de Cochabamba (Bolívia, em dezembro de 2006) e Rio de Janeiro (janeiro de 2007)", explicou, ao falar sobre a nova fase do processo regional que centralizará os esforços de integração. Chávez acrescentou que a União terá uma secretaria permanente com sede em Quito. Ele disse que estiveram em debate temas de fundo e houve consenso entre os governantes. Efe, O Estadão.

"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

Governador da Virgínia declara estado de emergência. Tim Kaine interrompeu também sua visita ao Japão por causa do ataque. WASHINGTON - O governador do estado americano da Virgínia, Tim Kaine, interrompeu nesta terça-feira, 17, a sua visita ao Japão e declarou estado de emergência em seu estado. A decisão foi tomada após receber a notícia do massacre na Universidade Politécnica da Virgínia, na segunda-feira, 16, no qual morreram 33 pessoas. Agências internacionais, O Estadão.
Da Vinci é o próximo livro da coleção sobre mestres da pintura. Há 555 anos nascia Leonardo, filho do tabelião Ser Piero com Caterina de Anchiano, na cidade de Vinci, na Itália. Desde então, Leonardo Da Vinci tornou-se sinônimo de genialidade, de uma maneira que poucas outras pessoas conseguiram, ao longo da história. No próximo domingo, dia 22, Da Vinci é o tema do terceiro volume da Coleção Folha Grandes Mestres da Pintura, que começou a ser vendida no domingo nas bancas, com o lançamento dos dois primeiros números, dedicados aos modernistas Vincent Van Gogh e Paul Cézanne (...). As publicações apresentam uma biografia detalhada de cada artista e uma galeria, na qual são analisadas cerca de 30 obras importantes. Folha de São Paulo.
Governo dos EUA sofre avalanche de críticas após massacre de 32 em escola. As críticas da população norte-americana ocorrem porque a chacina resultou de dois ataques, que tiveram um intervalo de quase duas horas. Apesar disso ninguém no campus foi informado de que havia ocorrido uma primeira morte, até que o assassino --até agora não identificado, outro motivo de pesadas críticas-- começasse a trancar outras vítimas em outra região do campus e passasse a fuzilá-las, uma a uma.Mais de 20 pessoas também ficaram feridas, muitas em estado grave. Folha Online.
Atirador de universidade nos EUA era sul-coreano de 23 anos. O Departamento de Polícia da universidade Virginia Tech confirmou nesta terça-feira, 17, a identidade do responsável pelo tiroteio que deixou 32 mortos no campus na manhã de segunda. O jovem, que se suicidou após o massacre, é o sul-coreano Cho Seung-Hui, de 23 anos, segundo informações do site oficial da instituição. Agências Internacionais, O Estadão.
PF deve pedir prisão de mais 40 em megaoperação. A Polícia Federal estuda pedir a prisão temporária de mais 40 pessoas ligadas ao esquema de exploração de jogos ilegais. Na sexta-feira, a PF prendeu 25 pessoas durante a Operação Hurricane (furacão, em inglês) --que cumpriu 70 mandados de busca e apreensão. Folha Online.
Sandy & Junior anunciam separação. A dupla Sandy & Junior anunciou sua separação após 17 anos de carreira em entrevista coletiva em São Paulo nesta terça-feira (17). Os irmãos disseram que o disco "Acústico MTV", cuja gravação está marcada para o próximo mês de maio, será o último da carreira. (...) Sobre a recente polêmica em que o duo teria sido vetado na apresentação ao Papa Bento XVI por pressão de setores católicos, Sandy e Junior disseram que foi justamente esse momento de definição da carreira que contribuiu no recuo ao convite. g1.com.
Morre em São Paulo a atriz e comediante Nair Bello. A atriz Nair Bello, de 75 anos, que estava internada há cinco meses, após sofrer uma parada cardíaca na manhã do dia 11 de novembro em um cabeleireiro de Higienópolis, morreu nesta terça-feira, 17, no Hospital Sírio-Libanês. Seu corpo seguirá para o velório na Assembléia Legislativa, mas a família ainda não informou o local e o horário do enterro. O Estadão.
Para ex-atletas, esporte está de luto. A notícia da morte da nadadora Maria Lenk, nesta segunda-feira, pegou os ex-esportistas de surpresa. O recém-aposentado Fernando Scherer, o Xuxa, não acreditou no falecimento daquela que, para ele, foi um exemplo de vida. Gustavo Borges declarou ser uma tristeza muito grande para o esporte nacional, principalmente para a natação. Globoesporte.com
Grandes nomes da natação brasileira sentem a morte de Maria Lenk, aos 92 anos
Guerra do tráfico deixa oito mortos em morro do Rio; nove foram presos. Oito pessoas morreram nos intensos tiroteios ocorridos na manhã desta terça-feira no morro da Mineira, na região central do Rio. De acordo com a PM (Polícia Militar), o grupo chegou a ser levado ao Hospital Souza Aguiar pelo carro blindado da corporação, chamado de Caveirão, mas não resistiu e morreu. Nove suspeitos foram presos. Folha Online.
Chávez dá sinal de concordância com etanol em reunião. O presidente venezuelano propôs na cúpula que o plano de integração energética inclua a construção de usinas de etanol ao lado das refinarias de petróleo. Denise Chrispim Marin, O Estadão.

OPERAÇÃO HURRICANE: "FORTES VENTOS (AINDA) A ESTIBORDO..."

Ministro do STF mantém prisões da Operação Hurricane. Desse modo, os 25 investigados continuarão presos na Superintendência da PF.

Apesar da pressão dos advogados, o ministro Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve nesta segunda-feira, 16, a prisão dos 25 investigados pela Operação Hurricane (furacão em inglês). Por enquanto, todos continuarão presos na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Um dos investigados, que alega sérios problemas de saúde, passará por uma avaliação médica por determinação de Peluso e, se for o caso, será internado. O ministro autorizou os advogados dos investigados a consultarem o inquérito na secretaria do tribunal. Se quiserem tirar cópia, terão de pedir autorização para Peluso. Por decisão dele, os advogados poderão se reunir pessoal, direta e reservadamente com seus clientes que estão presos na PF. A polícia terá de informar ao ministro sobre o estado de saúde de dois presos e sobre o local onde estão recolhidos os advogados. Sobre os quatro pedidos de relaxamento de prisão encaminhados nos últimos dias ao Supremo, o ministro mandou ouvir o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Peluso tomou as decisões após receber a cúpula da OAB em seu gabinete no STF. Depois de ouvir as reclamações dos advogados que defendem os investigados pela Operação Furacão, dirigentes da OAB pediram pessoalmente ao ministro que liberasse a consulta ao inquérito e permitisse o contato com os presos. Eles também estiveram com a presidente do STF, Ellen Gracie. "Nunca vi nada como o que está acontecendo, nem mesmo na ditadura militar", afirmou durante reunião ocorrida pela manhã na OAB Nélio Machado. Ele foi advogado de presos políticos e defende três presos na Operação Furacão. No documento entregue a Peluso e a Ellen Gracie, a OAB pediu que os advogados presos fossem transferidos da carceragem da Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília para uma sala de Estado Maior. Existentes normalmente em instalações militares, essas salas não têm grades e são mais confortáveis. Segundo a OAB, os advogados foram colocados em "enxovias" (cárcere úmido e sujo). Para convencer Peluso a liberar a consulta ao inquérito, a OAB afirmou que, apesar de o caso tramitar em regime de sigilo, os indiciados e advogados têm o direito de acesso. A entidade citou várias decisões do STF que reconhecem os direitos dos investigados. "Assiste ao investigado, bem assim ao seu advogado, o direito de acesso aos autos, podendo examiná-los, extrair cópias ou tomar apontamentos", afirmou. A OAB também questionou o fato de a PF permitir a comunicação entre advogados e presos na operação Furacão apenas por meio de interfone. A entidade afirmou que a legislação garante contato pessoal e reservado. "A imposição ao advogado de que sua conversa com o seu assistido se dê por meio de um interfone atenta contra o caráter pessoal da conversa", disse. Para facilitar a consulta ao inquérito, o STF está digitalizando todos os documentos. Os advogados dos investigados receberão uma senha para acessar o conteúdo. Essa estratégia já foi adotada recentemente no inquérito que apura o pagamento do mensalão e no qual são investigadas 40 pessoas. Mariângela Gallucci, O Estadão.

CONTROLADORES DE VÔOS: "CHEIRO DE PIZZA SABOR-BRIGADEIRO NO AR"

Para presidente de associação de controladores, motim foi "erro estratégico".

Herói para uns, traidor para outros, Wellington Rodrigues, presidente da ABCTA (Associação Brasileira de Controladores de Tráfego Aéreo) avalia que a rebelião que paralisou os aeroportos do país no dia 30 foi um "erro estratégico" porque deixou os controladores num impasse e no "fundo do poço". O resultado são controladores desiludidos e desconcentrados, o que significa um risco à segurança aérea. Apesar disso, afirma que voar é seguro. Apesar da posição de liderança durante toda a crise aérea, Rodrigues revela que a categoria é fracionada e sua capacidade de "segurar" o grupo se esgotou. Conta os bastidores do motim --que ele chama de insurgência-- no qual foram os controladores "exaltados" que induziram a paralisação total, contando com a insatisfação latente em todo o país. Rodrigues considera agora que o recuo do governo é reflexo da falta de confiança de ambos lados. Porém, afirma que não acredita que o governo iria cumprir as promessas feitas. Rodrigues, que já teve o "sabre alado" (brasão da FAB) tatuado (e hoje substituído por um Batman), diz respeitar o militarismo, mas insiste que o sistema é completamente incompatível com a atividade de controle aéreo civil. Ele falou à Folha após a abertura da Conferência da Ifatca (federação internacional da categoria), em Istambul. Folha - Você estava no olho do furacão nos dois mais graves momentos do controle aéreo brasileiro, nos dias do acidente e da rebelião, no Cindacta-1. Qual foi o seu papel?Rodrigues -No primeiro evento, foi de confortar os controladores responsáveis, dar apoio e solidariedade e acompanhar os desdobramentos. O que nos deixou chateados foi a pecha de sabotadores. Nesse momento fui a público para defender os controladores. No segundo evento, foi mais crítico. Eu não vim a público de forma enfática. Foi algo forte, de contrasenso. A associação era contra movimentos radicais ou drásticas. Buscamos o entendimento. Queremos ser mediadores. Essa é a função na qual eu me vejo hoje, de levar as demandas e anseios dos controladores para quem de direito. Fiquei mais calado porque fui atropelado pela forma como se deu o processo. Porém, não poderia deixar de entender a situação, que chegou a esse ponto. Temos que ter honestidade, assumir os nossos atos, porem tem que ser apurado de forma honesta. E nunca analisar somente as conseqüências, e sim as causas. Por que chegou a esse ponto? Temos ótimos controladores, ótimas pessoas, que não são bandidos, não são de maus caráteres, pelo contrário, ganharam prêmios como controladores, no entanto tiveram momentos de desilusão, descontentamento, descrença e decidiram por algo mais radical. Folha - Por que chegou a esse ponto? Rodrigues -Temos o antes e depois do acidente. Antes, falava-se sempre que o tráfego aéreo no país só iria mudar depois de um acidente. Isso, todo controlador falava isso ainda na escola. Depois do acidente, vimos que muita coisa não ia mudar. Foi um erro da Força Aérea negar no começo que havia falhas de comunicações, que havia falhas de radar. Isso deixou o controlador desamparado pela sua instituição. Se não existe esses problemas, então o problema é o controlador?Folha - Quando surgiu o tópico desmilitarização?Rodrigues -Desde que entrei no Cindacta-1 já se falava de controle aéreo civil. Isso não é novidade. Os anseios são antigos. O termo desmilitarização está sendo empregado de forma errada. Tem conotação negativa. A intenção é mostrar que existe sim uma incompatibilidade entre ser militar, a carreira militar e a carreira de controlador de tráfego aéreo. Muitas vezes a regra da vida militar está acima da regra do controle, isso não pode existir. Folha - Por exemplo? Rodrigues -A mudança de cargas horárias para formação de controlador. Depois da crise a carga foi reduzida pela metade para acelerar a formação dos controladores que vieram comissionados de outros locais. Tem impacto na qualidade. Nunca pode diminuir a formação. Tem uma turma nova que vai ser formada em um ano, metade do tempo. Não acredita-se que a qualidade vai se manter. Essa crítica a gente faz, sobre a qualidade da formação. Folha - E a gratificação, que é a bandeira de muitos? Rodrigues -Não podemos ser hipócritas e dizer que o salário não é importante. Claro que é importante. Mas não foi o primeiro objetivo. Por isso, muitos controladores, por isso, me bateram. A questão salarial é para conter a evasão, manter controladores de nível e atrair controladores com nível superior. Hoje o controlador já chega estudando para ir embora. A maioria tem ou está fazendo curso superior. Folha - De outubro a fevereiro, houve o desgaste da crise. Mas a categoria também se organizou. Você viajou pelo país todo. Rodrigues -Nossa intenção sempre foi, desde a primeira semana após o acidente, passar no ssa experiência. O pesadelo se tornou realidade para nós. Muita coisa foi colocada na imprensa que não é verdade. A associação foi vista como um sindicato e nosso trabalho não aparecia. Nossa mensagem foi mostrar o que aconteceu de fato, o que era verdade, o que era fantasia. Havia muitos boatos. E queríamos mostrar certos procedimentos que o controlador deveria tomar a partir daquele momento para que ele não pudesse ser pego numa situação de responsabilidade civil. Já tinhamos essa preocupação em setembro, alertamos quanto ao perigo da negligência, imperícia e imprudência. Folha - Que preucações são essas? Rodrigues -Cumprir o que está previsto. É pelo que estava previsto que o controlador vai ser julgado. Enquanto as coisas estão dando certo, tapinha nas costas. No dia que derem errado, você responde pelo que fe z. Se você não cumpre o que está previsto, você vai ser julgado. Folha - Em que situação o controlador é culpado? Rodrigues -Quando ele deixa de cumprir os regulamentos, aceitando excesso de tráfego, o famoso número 14, que se tornou um número cabalístico. No início da crise não tínhamos nem controlador para chegar a 14. Se houver excesso, controlador e supervisor foram negligentes. Agora ficam falando em operação padrão, nossa profissão tem que ser padrão mesmo. Folha - O seguimento estrito das normas segue mantido?Rodrigues -A vida inteira. Já era e agora mais do que nunca. Folha - O que você viu e ouviu nos APPs e Cindactas pelo país? Rodrigues -Uma ansiedade, aflição, angústia e revolta porque o controlador estava sendo colocado como bandido. De anjo da guarda, passou a bandido, então a revolta era grande. Fomos sempre recebidos como verdadeiros heróis porque começamos a mostrar para as autoridades e sociedade o que estava acontecendo. Não podiam debitar coisas na nossa conta. Todos os órgão era a mesma coisa, angústia e revolta. O controlador nunca aparece quando a notícia é boa. Folha - A revolta e ansiedade foram ingredientes para o dia 30?Rodrigues -Sim. Folha - O que aconteceu lá dentro naquele dia? Rodrigues -O manifesto estava rodando há uma semana na internet. As pessoas foram chegando e se acumulando. Já no meio do dia as pessoas estavam exaltadas. Eu peguei vários pelo braço e falava: "não faça isso". Estava preocupado com a questão da responsabilidade civil, de cumprir o previsto. Só iria complicar a nossa situação. Na hora que parar, todas as falhas do sistema seriam esquecidas. Como foram. Agora a culpa é única e exclusiva do controlador. Folha - A categoria é dispersa?Rodrigues -Muito mais do que se imagina. São grupos de pessoas, dez, cinco, se falam. A gente só sabe quando um conta. No dia da reunião com o Paulo Bernardo, quando saímos para almoçar e esperávamos ser chamados para voltar, já recebemos um telefonema com um dizendo: "Já estamos reunidos aqui, a imprensa tá dizendo que não vai sair nada". No meio da tarde, de novo. Consegui segurar. Por outro lado, por estar segurando, estava recebendo muita crítica. Nesse tempo todo, continuei como coordenador de instrução, muitos entregaram a instrução. Não queriam mais dar instrução e eu tinha a mais alta carga horária. Muitos me chamaram de traidor. Falavam: "Olha o Wellington dando instrução. Não é mais para formar ninguém". Folha - Não era para formar possíveis substitutos? Rodrigues -Sim. Eu deixo claro, meu profissionalismo não vai ser mudado. Não sou niilista, não sou terrorista. Vou fazer meu trabalho. Muitos instrutores não aguentaram a pressão. Para mim, isso chegou de forma velada. Eu sempre disse, sei o que estou fazendo. Folha - De volta ao dia 30. Rodrigues -O estopim mesmo foi na reunião com o comandante do Cindacta. Ele de forma alguma foi mal-educado. Folha - Soubemos que ele ameaçou aplicar o regulamento militar. Rodrigues -Não foi nem ameaça. Desde o primeiro dia que ele assumiu, fui até ele, disse minha função e a forma como agia. Ele só me conhecia por meio da imprensa. Apresentei o que sou. Fui o primeiro controlador aqui a ganhar um prêmio de operador-padrão, tenho medalha pelo bom serviço prestado e sou profissional para caramba. Mas fui colocado como um grande vilão. Como se tivesse causado tudo isso. Muito pelo contrário, estamos segurando por muito tempo. Mas eu estou apanhando demais. Demais. Quem mais está batendo nesse tempo todo são os controladores. Entre Força Aérea, imprensa e controladores, quem mais bate são os controladores. Eles querem algo mais radical. Falei ao comandante que se não pudesse mais segurar, estaria com ele para dizer que não daria mais conta. Mesmo porque, não é minha função ficar segurando ninguém. Mas fiz pela posição de liderança e por saber que o radicalismo ia estragar o trabalho pela mudança. Mas o comandante foi lá, falou. Não foi rude. No que ele saiu, muitos já falaram: "Ninguém sai". Eu levantei e disse: "Estou me retirando, não compartilho da decisão dessa forma".Fui conversar com o comandante. O novo comandante, que assumiu agora, coronel Raulino, estava lá e ficamos conversando. Expliquei a situação, o descontentamento, a desilusão e a forma como estavam sendo tratados na sala de controle. De forma rude, alguns de forma irônica. Folha - Houve um endurecimento prévio então? Rodrigues - Sim, muito. Um endurecimento muito grande. Agora, é normal, na vida militar. Não deveria ser no controle, mas na vida militar é assim. Quando acontece uma insubordinação, vão querer corrigir e cobrando mais. Somos militares e estamos sujeitos a isso. Disse ao comandante que assim que terminasse a reunião [dos controladores] eu iria subir, saber a decisão e trazer para ele. Subi mesmo, perguntei pro pessoal, saindo da sala agitadíssimos. Perguntei: "E aí?" A reposta foi "Nós vamos parar". "Como é?". "Nós vamos parar". Voltei para o coronel e falei a decisão do grupo, iriam realmente parar. Folha - Qual foi a reação dele? Rodrigues - Ele só respondeu, "Wellington, nós vamos cumprir então o que está previsto". Fiquei passado. Na posição descansar, sem reação mesmo. Mas o problema é que não foi nada planejado. Se fossemos civis, não teria acontecido daquela forma. As pessoas criticam que se fossemos civis vamos fazer greve. Mas o civil iria cumprir a lei sindical, de avisar três dias antes, manter 30% funcionando. Foi uma insurgência mesmo. Folha - Um motim. Rodrigues - Tá errado. Motim seria pegar armas para tomar o controle da situação. Não foi isso. Foi uma insurgência de não cumprir as ordens. Folha - E quando o ministro Paulo Bernardo chegou? Rodrigues - Fui pego de surpresa. Não sabia disso. Estávamos aguardando a chegada do procurador militar para fazer pos enquadramentos. Começou a vazar que tinham 18 presos. Nosso advogado ficou louco. Ele veio, pediu para entrar. Foi nessa hora que ele saiu nervoso e deu aquela declaração, que a Páscoa seria um inferno. Nessa hora entrou um carro, placa verde e amarela. Eu subi para ver o que ia acontecer. Ele se reuniu, éramos uns 160 controladores. Ele nós deu a voz, mas eu fiquei quieto. Foi aí que vi, decidiram fazer algo, mas não tinham encaminhamento, não sabia como fazer nem como sair da situação. Aí pensei, quero ver o que vai acontecer. Folha - Foi impensado? Rodrigues - Foi um desespero, de "não temos mais nada a perder". Folha - Como se fez a negociação? Rodrigues - Primeiro todos ficaram calados. Então expliquei a ele que, no meio militar, não há esse caminho de diálogo, então há uma barreira e medo de se expor e falar o que pensa. Ele disse que estava tudo aberto. Um controlador exaltado começou, estava metendo os pés pelas mãos. Chegou a ser duro com o ministro. Aí eu levantei a mão. Nesse momento levantei a mão, pedi para todo mundo ficar quieto, pedi desculpas ao ministro pela forma que o controlador falou. Mas expliquei o motivo. Eu condeno a grosseria e o radicalismo, mas eu entendo. Não posso chamar de completamente errado. Disse que havia uma revolta muito grande.Aí vi o quanto a nossa relação, entre controladores, estava desgastada. Aquela fala estava sendo gravada e vazou para a imprensa. Nem me respeitam mais. E senti mal pelo ministro. Era um momento crítico e reservado. Já senti que haveria uma ruptura, não há confiança de nenhum lado. Folha - E o acordo? Rodrigues - Ele mesmo propôs, disse que já viu o manifesto, os quatro ou cinco reivindicações. Ele disse que iria atendê-las. O mesmo exaltado pediu que fosse por escrito. Eu sei lá, acredito nas pessoas, achei que não era necessário. Afinal, era um ministro, representando o presidente. Se a gente não acreditar nele, vamos acreditar em quem? Mas os controladores forçaram para que fosse por escrito. A redação foi muito discutida e depois ele assinou. Folha - E o recuo do governo? Rodrigues - Dois momentos foram explorados que não pegou bem. Mas também não sei, talvez esse recuo aconteceria de qualquer forma. As declarações do advogado foram expostas, mas foram ditas antes no meio da exaltação. E também a indicação de greve do sindicato. Folha - Foi por isso? Rodrigues - Eu não sei mais nada. Eu não sei se isso aconteceria da mesma forma. Não sei se o governo ia mesmo manter a palavra. Hoje eu já não acredito. Folha - Mas você foi para a reunião. Rodrigues - Também não pensaram isso. Se fosse alguém do grupo dos exaltados, ficariam expostos. Seriam "naturalmente selecionados". Então lá foi a associação. O ministro já chegou exaltado, disse que o governo não negocia com a faca no pescoço, devido às declarações.Porém o canal de comunicações estava aberto. Ele recebeu um telefonema, aquele famoso telefonema de meio de reunião, disse que teria que se retirar. Aí alguns já se exaltaram, disseram, "não vai ter encaminhamento, não vai ter nada". Pedi de novo, vamos acreditar. Vamos confiar. Acho que sou muito bobo, a verdade é essa. Folha - Por quê? Rodrigues - Eu simplesmente confio nas pessoas. Eu não estou errado. Tem que ser uma relação honesta dos dois lados. Eu procuro ser honesto. Mas infelizmente eu sei que do meu lado tem pessoas que não agem de forma honesta. Folha - A insurgência foi um erro?Rodrigues - Estrategicamente, politicamente, sim. Não quero explorar isso e dizer que o ato em si foi um erro. A gente está cansado de ouvir, foi um crime por isso e aquilo. Estrategicamente não deveria ter acontecido porque as falhas foram esquecidas. Ficou somente a insurgência em si. Folha - A FAB já resumiu tudo como "um problema de controlador". Rodrigues - Agora o erro do controlador foi a impaciência e incredulidade que hoje eu começo a dar razão. Acredito que vai mudar e melhorar, mas estou ficando incrédulo pelo histórico. Não temos proposta de mudança. A chuva cortou cabo ótico em Curitiba. Congonhas fechou um milhão de vezes. As empresas aéreas diziam que eram os controladores e a FAB não desmentia com tanta força. Por mais que a gente pedisse, não havia força de vontade para nos defender. Ficamos órfãos. O pior é que nesse grupo radical, muitos controladores estavam aproveitando de uma situação que não foi causada por eles para dizer que eram eles, para mostrar o poder deles. Muitos faziam isso, fiquei sabendo que ligavam para a imprensa para dizer: "É operação-padrão mesmo". Eu só queria saber que é esse burro que está falando isso. Para provar, o canal não estava aberto. Era mais interessante dizer que era uma operação-padrão. Folha - E quando os oficiais deixaram as salas de controle no dia 31 de março e 1º de abril? Rodrigues - Acho que tava todo mundo ainda meio entorpecido pelo acontecimento. Nós estamos acostumados a trabalhar, o que pegou mesmo foram as questões administrativas. Pessoas tinham medo que o contracheque ia rodar.Mas a parte operacional, os controladores levam. Mas e os técnicos? Iam dar o apoio ou não? Agora, muitos colocaram a situação de que foi um abandono do serviço por parte deles. Há crime nessa parte. Já ouvimos que o Ministério Público é independente e tem que dar justificativa para a sociedade. Agora, o MP abriu sozinho esse IPM, tem poder para isso. Mas disse que só abre contra os oficiais se fosse feito um encaminhamento por parte do Comando da Aeronáutica, o que não vai ser feito nunca. O regulamento só existe para punir o graduado. Entrei para ser militar, da Infantaria. Fui com 16 anos para a escola, não sabia o que era controle de tráfego aéreo. Vi um filme, coloquei como primeira opção. Sempre fui caxias. Concorri para ser o aluno padrão. Tinha o Sabre Alado (brasão da Aeronáutica) tatuado. Era alvo de piada, me chamavam de material-carga da FAB. Folha - Já tirou? Rodrigues - Tirei, virou um Batman. Folha - Você diz que ama ser controlador. E ser militar? Rodrigues - Na verdade, eu entrei para ser militar. Mas ao ser controlador, vi que tinha muita coisa que entrava em choque. A questão mesmo da responsabilidade civil. As regras tem que estar acima das regras militares. A gente não vê isso. Hoje eu defendo a mudança de gestão por causa da completa incompatibilidade. Mas não tenho crítica nenhuma à carreira militar. Ela está em seu contexto. Mas a carreira de controlador não está nesse contexto. Folha - Como você gostaria de ver a desmilitarização? Rodrigues - A palavra está errada. Se fala muito em duplicação do sistema. O que está sendo pedido é manter a integração entre controle aéreo e Defesa Aérea. Não precisa duplicar sistema. Hoje já trabalhamos separados. A única integração que existe é do radar de solo, ele envia o sinal para o Cindacta e é tratado, vai para a aviação geral e para a defesa aérea. Já temos equipamentos e salas separadas, formações militares diferentes. Já é separado. O sargento da aviação civil não pode entrar na Defesa Aérea. O que está sendo pedido é que aquela sala onde se controla vôo civil seja feito por civis. Isso é mudança de gestão. Folha - E a chefia? Rodrigues - Civil. Folha - E a integração? Rodrigues - A questão é a destinação de recursos para a manutenção dos equipamentos, o que também não é problema. Hoje se sabe quanto se gasta. O dinheiro é vai para quem fizer a manutenção. Acho correto ficar com a Força Aérea porque são radares de Defesa Aérea. A preocupação da Aeronáutica, correta, é de perder recursos para isso. Folha - Sim, as salas são divididas, mas e os radares em campo? Rodrigues - Em campo, muitos radares tem segurança militar. Onde está integrado, a informação vai para os dois, deve prevalescer o militar, é questão de segurança nacional. Onde é estritamente civil, deve ser feito por civil. Onde é estritamente militar, deve feito por militar. É totalmente compatível a convivência de civis ali no Cindacta. Vão para as salas de civis. Isso já acontece na Alemanha. Mas o Brasil vende muito esse lance do modelo pioneiro. Não há dúvida. É o primeiro país que usou esse modelo de integração. É um modelo econômico, foi usado por falta de recursos, não precisa ter dois radares. O Brasil foi o primeiro, mas também o único. Chamamos o Cindacta de ponto turístico. O que vai lá de delegações... elogiam. Mas ninguém leva pro país deles. Tecem altos elogios, só que não aplicam. Folha - Por que não? Rodrigues - Por causa dessa incompatibilidade de militares no tráfego aéreo. Folha - E a situação agora, você falou em impasse, em fundo do poço. Rodrigues - Sim. Folha - Essa combinação dá no que? Rodrigues - É o fundo do poço porque o que podia ter acontecido de pior já aconteceu. Uma colisão e uma parada total. O controlador está no fundo do poço mesmo. Não vê luz, não vê alternativas. O que a gente vê hoje é uma enorma quantidade de controladores trabalhando sem concentração. O papo entre o controlador e seu assitente é sobre o seu futuro. Isso, um controlador desconcentrado... pelo amor de Deus. O que mais faço é pedir calma, mas não adianta. Folha - Sei que isso não significa que é inseguro voar, mas isso é um risco à segurança. Rodrigues - É uma situação de risco à segurança. Folha - Explique. Rodrigues - O primeiro item do manual do controlador diz que ele deve estar fisica e psicologicamente habilitado e capaz para estar em seu posto de trabalho. E nada disso está acontecendo. Minha preocupação é que se tiver um novo acidente agora, apaga a luz fecha a porta e vamos embora. Folha - É uma possibilidade? Rodrigues - Todo dia, no Brasil e em qualquer parte do mundo. Folha - Mas vamos lá. Existem três fatores. Humano, Equipamento e Procedimentos. O humano está nessa situação. E os equipamentos. Rodrigues - Vamos ser sinceros e honestos. Há sim um grande esforço por parte da Aeronáutica em resolver. Mas o problema é que acumulou muito. No Cindacta-1 as frequências melhoraram muito. Aquela região que chamaram de buraco negro. Folha - A zona cega? Rodrigues - Isso, não tinhamos a visualização radar. Foi mandado para a gente essa visualização. Folha - Funciona bem? Rodrigues - Está lá, melhorou muito. O pessoal acha até covardia. É como tirar uma catarata, agora estão enxergando. Folha - Mas vocês controlavam naquela região como se tivesse serviço radar. Rodrigues - Não, era encerrado. E os pilotos informados. Folha - Não aconteceu com o jato Legacy. Rodrigues - Pagou em "blind". Avisou às cegas que o serviço radar foi encerrado. Quando não consegue contato de rádio é assim. Folha - Equipamentos então, algumas melhoras. Qual a nota de zero a dez que você dá ao equipamento? Rodrigues - Hoje? Tenho que ser honesto. Sete.Folha - E os outros Cindactas? Rodrigues - Ah, o Cindacta-1 é a elite. Folha - Mais que o 4 [Manaus, sede do Sivam], a pérola da FAB? Rodrigues - É, mas em questão de procedimentos, ele está aquém das normas de tráfego. São muito mais violadas que no Cindacta-1. Meu sonho era controlar no Cindacta-4 com o tráfego e recursos no Cindacta-1. Lá é a pérola, mas nós a vedete, 75% do tráfego passa lá. Folha - E Recife (Cindacta-3)? Rodrigues - Tem muitos problemas. Curitiba também. Folha - Procedimentos? Rodrigues - Chegou um pedido do Decea em dezembro para que fossem feitos alertas e treinamentos específicos para situações que estavam envolvidos no acidente em si. Folha - Foi encaminhado? Rodrigues - Na questão do software, onde há a mudança automática dos níveis de vôo, acontece ainda hoje. Tá dependendo da Atech, que precisa desenvolver um software para mudar isso. Tem certas mudanças que dependem de mudança de software ou programações.Mas vamos ter mudanças de curto, médio e longo prazo, este último só daqui a cinco anos. Agora para nós a questão da mudança automática de nível é crucial e o pessoal reclama muito. Mas por outro lado vejo uma desatenção muito grande por parte do controlador. Isso não é bom para ninguém. Folha - Então o risco existe. Rodrigues - A verdade é a seguinte. O que estava ruim antes do acidente ficou pior depois do dia 30. Houve uma ruptura de fato. Eu declaro que é seguro. Não gosto de fazer esse tipo de alarma. Mas os componentes estão aí. Eu confio nos controladores, mas tenho muito receio na falta de atenção e vontande de desenvolver seu trabalho. O controlador tem um super-ego inflamado. Hoje está no limbo. Folha - E a ameaça de baixa é real? Rodrigues - É real. Ouvi que há um grupo em torno de 50. As pessoas querem mudar para a melhor. Se tem algo melhor lá fora ou está tão desiludido e não quer ser controlador, então tem quer sair mesmo. Ele não pode mais continuar. O controlador tem que vibrar pelo que faz. A hieraquia atravanca tudo. Mas a disciplina é inerente, para civil ou militar. Quem gosta do que faz, não deve pedir baixa. Tem que lutar pelas mudanças, de forma honesta. Folha - A FAB disse que baixa é tiro no pé. Mas também diz ter um plano de contingência pronto, com controladores da reserva e pessoal da Defesa Aérea. Rodrigues - Se essa solução é tão fácil, porque não estava pronta antes? Nós não temos controladores. Se acontecer uma grande saída, em todos os centros... o pessoal da Defesa já está com déficit. Dos que vieram da reserva, não tem nem três ou quatro no Cindacta-1.'Muitos não passaram no exame médico ou psicotécnico. Tem alguns nas torres. Mas há poucos controladores aposentados, muitos foram embora antes. Folha - E esse ingresso neste ano de mais de 500 novos controladores? Rodrigues - Tenho preocupação pela qualidade nessa aceleração. Vai ser inferior. Mas também, hoje não temos estrutura para dar o devido estágio aos que vão chegar. A prova foi quando vieram os comissionados. Não tinhamos posição ou estrutura para dar instrução. Isso vai acontecer. Folha - Então não dá para correr atrás do prejuízo? Rodrigues - Faltou uma visão de longo prazo. Até diminuiu o número de aviões, mas eles voam muito mais, quase 24h. Tenho receio e reserva sobre a qualidade desses profissionais. Folha - O que você espera deste encontro na Turquia? Rodrigues - Perdi o encontro regional em São Paulo, que foi logo depois do acidente. Seria o primeiro contato com a Ifatca. E agora, depois do 30 de março quase que não pude vir aqui também. Mas a diretoria achou que seria importante. Como você viu, estamos mais.. claro, uma colisão e uma greve, aconteceu tudo de ruim. Mas queremos aprender e buscar apoio. Reafirmar que não somos bandidos, que não foi uma greve, foi uma insurgência. E queremos trazer o encontro para o Rio em 2010. Também queremos convênios para fazer intercâmbio na Europa e Estados Unidos, para ver o gerenciamento do tráfego. Nós estamos alienados. Dá pra ver o quão distantes estamos desta busca que há aqui pelo profissionalismo. Hoje, o controlador está saindo da caverna de Platão. Precisamos de apoio e profissionalização. Folha - Como foi recebido aqui? Rodrigues - Gostei da solidariedade. Fiquei emocionado. Até de controladores dinamarqueses. LEILA SUWWAN Enviada especial da Folha de S.Paulo a Istambul.