A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
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"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).
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sexta-feira, junho 10, 2011
ARGENTINA/ELEIÇÕES [In:] CASA ROSADA. VELHOS MORADORES
Oposição rachada facilita o caminho à reeleição de Cristina
Autor(es): Daniel Rittner | De Buenos Aires |
Valor Econômico - 10/06/2011 |
Argentina: Pesquisa indica que presidente, que ainda não anuncia candidatura, venceria no primeiro turno
O garçom Alejandro Morelli ainda não pensou em quem votará na eleição presidencial deste ano. E nem está com vontade de pensar. Ele acha que os preços estão subindo rápido demais na Argentina e que a presidente Cristina Kirchner gasta um tempo desnecessário brigando com o Grupo Clarín. Mas acredita que o país "não vive o caos pintado pelos jornais" e que "faltam propostas" à oposição. "A economia está bem. Eu mesmo troquei de emprego três vezes nos últimos dois anos, e foi sempre para ganhar mais", afirma Morelli, que acaba de comprar um notebook em 12 prestações e exibe um telefone celular com acesso à internet e tela sensível ao toque. A menos de cinco meses das eleições presidenciais, em 23 de outubro, os argentinos mostram desinteresse pela sucessão na Casa Rosada. Há pouca propaganda política nas ruas de Buenos Aires, e o governo difunde um clima de "já ganhou" para a tentativa de reeleição de Cristina, cuja candidatura nem foi anunciada até agora, enquanto os partidos de oposição brigam entre si e lançam diversos candidatos. Uma pesquisa divulgada na semana passada pelo instituto OPSM apontou liderança folgada de Cristina, com 44% das intenções de voto, bem à frente do candidato da União Cívica Radical (UCR) Ricardo Alfonsín, com 19%, e do ex-presidente Eduardo Duhalde, que tem 10%. Na Argentina, pode-se ganhar no primeiro turno com apenas 40%, desde que haja uma distância de pelo menos dez pontos percentuais para o segundo colocado.Com a fragmentação da oposição, esse cenário tornar-se cada vez mais provável. O colunista político Joaquín Morales Solá escreveu que, enquanto o governo "embeleza os erros e oculta os problemas", os adversários apresentam "uma mistura inexplicável de egoísmos e de amadorismo, de escassa experiência política e de exígua vontade de poder". Ele observou que a presidente, emocionalmente abalada pela perda do marido Néstor (morto em outubro do ano passado) e pressionada pela filha a desistir da reeleição, talvez pensasse dezenas de vezes antes de encarar uma campanha indefinida e em dois turnos. Mas o cenário é outro. "A oposição parece ser a primeira a ter se convencido de que Cristina Kirchner já ganhou. Só essa certeza explica tanta desorientação", afirmou Solá. Pouco a pouco, os principais adversários da presidente foram desistindo ou divergindo entre si, o que vai facilitando o caminho à reeleição de Cristina. O prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, não conseguiu fechar nenhuma aliança importante e decidiu tentar a reeleição na capital. O cineasta e deputado Fernando Solanas, líder do grupo de esquerda Projeto Sul, desistiu da corrida à Casa Rosada e apresentou sua candidatura à prefeitura de Buenos Aires. Ninguém acreditava que ele teria mais de 10% dos votos nas eleições presidenciais, mas analistas políticos diziam que sua participação era crucial, pois tendia a roubar parte dos votos dados justamente ao kirchnerismo. Além disso, Solanas recusou-se a dar apoio à UCR de Alfonsín. "Somos contra acordos de ocasião. O cidadão vota com a sua consciência", afirmou o deputado ao Valor. O peronismo dissidente - uma ala do Partido Justicialista que rompeu com Néstor e Cristina Kirchner - também se dividiu. Duhalde, líder nos índices de rejeição, lançou um novo partido (a União Popular) para concorrer à Presidência. Ele vinha sendo acompanhado pelo governador da Província de San Luis, Alberto Rodríguez Saá, mas que também optou por uma candidatura própria à Casa Rosada. No meio da desorganização política, uma das grandes apostas da oposição havia se tornado o deputado Ricardo Alfonsín, filho do ex-presidente Raúl Alfonsín (1983-1989). Tido como moderado e um dos poucos adversários de Cristina a manter algum tipo de interlocução com o governo, Alfonsín vinha costurando um leque de parcerias e se posicionava como o rival mais forte do kirchnerismo nas eleições de outubro. Com o mesmo bigode, os mesmos trajes e até a mesma secretária que atendia ao pai, Alfonsín ainda é o candidato da oposição com mais intenções de voto. Mas ele não conseguiu concretizar as esperadas alianças que o ajudariam. Alfonsín perdeu o apoio de dois grupos esquerdistas vistos como fundamentais para reforçar suas pretensões. Elisa Carrió, terceira colocada nas últimas eleições presidenciais e dona de um estridente discurso moralizador, optou também por uma candidatura própria - ela tem 4% na pesquisa da OPSM. O Partido Socialista, que tinha um pré-acordo para indicar o vice-presidente na chapa, viu Alfonsín optar por um ex-presidente ortodoxo do Banco Central. Perplexo, o PS definirá neste fim de semana se lança sua candidatura. "Para fazer alianças, é preciso antes compartilhar propostas", disse ao Valor o influente governador de Santa Fé, Hermes Binner, o provável escolhido do PS para disputar a Casa Rosada. Os opositores parecem errar não apenas ao dividir-se, mas também no foco das críticas. O alvo preferido tem sido a inflação, que está no patamar de dois dígitos pelo quinto ano seguido e pode chegar a 25% em 2011 (segundo o governo, o índice acumulado em 12 meses está em 9,7%). Mas quatro em cada dez eleitores têm menos de 35 anos e entraram no mercado de trabalho depois da Lei de Convertibilidade, do início da década de 1990, dando mais importância a problemas como segurança pública e desemprego. Uma pesquisa recente da consultoria Management & Fit mostrou que a inflação é a principal preocupação de apenas 9% dos eleitores - perde para violência urbana, desemprego e acesso à educação. Foi justamente sobre inflação que Alfonsín falou num evento ontem em Buenos Aires. "Temos a obrigação moral de acabar com a inflação", disse. "Nós temos propostas para reduzir a inflação sem esfriar a economia." |
USINA NUCLEAR [In:] A QUEM INTERESSA ?
Pandora e Stradivarius
Autor(es): Frei Betto |
Correio Braziliense - 10/06/2011 |
Escritor, autor de Diário de Fernando - nos cárceres da ditadura militar brasileira (Rocco), entre outros livros Conta o mito grego que Epimeteu ganhou dos deuses uma caixa que continha todos os males. Advertiu a mulher, Pandora, que de modo algum a abrisse. Mordida pela curiosidade, ela desobedeceu e os males escaparam. Hoje, uma das caixas de Pandora mais ameaçadoras são as usinas nucleares — 441 em todo o mundo. Por mais que os Epimeteus das ciências e dos governos apregoem serem seguras, os fatos demonstram o contrário. As mãos de Pandora continuam a provocar vazamentos. O vazamento da usina nuclear de Chernobyl, em 1986, na Ucrânia, afetou milhares de pessoas, sobretudo crianças, e promoveu séria devastação ambiental. Calcula-se que Chernobyl provocou a morte de 50 mil pessoas. Agora temos o caso da usina japonesa de Fukushima, atingida pelo tsunami. Ainda é cedo para avaliar a contaminação humana e ambiental provocada por vazamento de suas substâncias radioativas, mas o próprio governo japonês admite a gravidade. Se o Japão, que se gaba de possuir tecnologia de última geração, não foi capaz de evitar a catástrofe, o que pensar dos demais países que brincam de fogo atômico? No Brasil, temos as três usinas de Angra dos Reis (RJ), construídas em lugar de fácil erosão por excesso de chuva, como o comprovam os desmoronamentos ocorridos na região a 1º de janeiro de 2010. Ora, não há risco zero em nenhum tipo de usina nuclear. Todas são vulneráveis. Portanto, a decisão de construí-las e mantê-las é de natureza ética. Acidentes naturais e falhas técnicas e humanas podem ocorrer a qualquer momento, como já aconteceu nos Estados Unidos, na União Soviética e no Japão. Em 1979, derreteu o reator da usina de Three Mile Island, nos EUA. Em Chernobyl, o reator explodiu. Em Fukushima, a água abriu fissuras. Portanto, não há sistema de segurança absoluta para essas usinas, por mais que os responsáveis por elas insistam em dizer o contrário. Ainda que uma usina não venha a vazar, não são seguros os depósitos de material rejeitado pelos reatores. E quando a usina for desativada, o lixo atômico perdurará por muitas e muitas décadas. Haja câncer! No caso de Angra, se ocorrer algum acidente, não há como evacuar imediatamente a população da zona contaminada. A estrada é estreita, não há campo de pouso para aviões de grande porte e os navios demorariam para aportar nas proximidades. Cada usina custa cerca de US$ 8 bilhões. O investimento não compensa, considerando que a energia nuclear representa apenas 3% do total de modalidades energéticas em operação no Brasil. Nosso país abriga 12% da água potável do planeta. Com tantos recursos hídricos e enorme potencial de energias solar e eólica, além de energias extraídas da biomassa, não se justifica o Brasil investir em reatores nucleares. Na Itália, eles foram proibidos por plebiscito. A Suécia agora desativa suas usinas, e a Alemanha decidiu, em maio deste ano, fechar todas as suas usinas nucleares. Usinas nucleares são como violinos Stradivarius. Antônio Stradivari (1648-1737), italiano, construiu os mais perfeitos violinos. Mais de mil unidades, das quais restam 650. Hoje, um Stradivarius vale, no mínimo, R$ 5 milhões. Um violino nunca é exatamente igual ao outro. As madeiras utilizadas possuem diferentes densidades, a radiação sonora e a vibração diferem e podem ser percebidas por um bom ouvido. Todos os Stradivarius foram feitos por artesãos que souberam guardar os segredos de sua fabricação. Assim são as usinas nucleares. Não existe uma exatamente igual à outra. Não é previsível o que pode ocorrer no núcleo de uma delas se houver um acidente, incidente ou crise. Assim como se reconhece a qualidade de um violino pelo som, apenas por sinais externos se pode avaliar a gravidade de um vazamento nuclear, verificando a temperatura, a radiação e emissão de isótopos radioativos como iodo 131, césio 137, estrôncio 90 e plutônio 238. Um detalhe da caixa de Pandora: só não escapou o único bem que se misturava aos males — a esperança. E a ela nos atemos neste momento em que, em todo o mundo, há mobilizações pela desativação de usinas nucleares. É hora de o povo brasileiro reagir, antes que se rompam as cordas do violino e as malditas mãos de Pandora venham a abrir de novo a caixa nuclear. |
GOVERNO DILMA/GLEISI [iN:] ... E QUEM PRECISA DE INIMIGO ?
Estilo 'duro' derrubou Gleisi no MS
"Fogo amigo" derrubou Gleisi em MS |
Autor(es): Cristian Klein | De São Paulo |
Valor Econômico - 10/06/2011 |
Na função mais semelhante à que exercerá à frente da Casa Civil, a ministra Gleisi Hoffmann ganhou fama de gestora objetiva, dura, implacável, cujo trabalho incomodou tanto os políticos do Mato Grosso do Sul que as pressões levaram à sua queda e de seu marido, o hoje ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, quando eram secretários do governador José Orcírio Miranda, o Zeca do PT. Entre 1999 e 2000, Gleisi Hoffmann foi responsável por uma profunda reforma administrativa que cortou 1.500 funcionários em cargos em comissão (30% dos existentes à época), reduziu de 15 para 11 o número de secretarias, extinguiu e fundiu empresas públicas (desempregando poderosos presidentes e enxugando estruturas com indicados políticos) e controlou as despesas que poderiam ser efetuadas por outros secretários estaduais.
Apontada como uma das vozes mais críticas dentro do PT, que levaram à queda de seu antecessor, Antonio Palocci, a nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, provou do mesmo "fogo amigo" quando era secretária extraordinária de Reforma Administrativa do ex-governador do Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda, o Zeca do PT. Responsável por uma reformulação radical num Estado afundado em dívidas, colheu a fama de gestora objetiva, dura, implacável, cujo trabalho incomodou tanto aliados e correligionários que resultou em pressões que provocaram a sua queda e a de seu marido, o também ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, então secretário no mesmo governo. Entre 1999 e 2000, Gleisi Hoffmann foi responsável por uma profunda reforma administrativa que cortou 1,5 mil funcionários em cargos em comissão (30% dos existentes à época), reduziu de 15 para 11 o número de secretarias, extinguiu e fundiu empresas públicas (desempregando poderosos presidentes e enxugando estruturas com indicados políticos) e controlou com mão de ferro as cotas de despesas que poderiam ser efetuadas pelos outros secretários estaduais. Gleisi contrariou interesses e, ao lado do marido, passou a sofrer ataques por todos os lados: de adversários da oposição, de legendas da base aliada, como o PDT e o PSB, e até do próprio partido, o PT. "Meu partido tem dessas coisas, a autofagia. A Gleisi reestruturou toda a máquina do Estado e isso desgasta. Ela teve que adotar medidas muito duras. Cometeu-se uma grande injustiça com ela e o marido", afirma o deputado estadual Paulo Duarte, que lembra até hoje do dia em que Paulo Bernardo saiu e passou a substituí-lo como secretário de Fazenda: 10 de dezembro de 2000. Interrompia-se ali um trabalho intenso, menos de dois anos após iniciado. Trazido do Paraná, Paulo Bernardo chegou antes. Tomou posse junto com Zeca do PT, em janeiro de 1999. Era um quadro de qualificações técnicas, recomendado pela direção nacional do partido, por não existir no Mato Grosso do Sul. Gleisi veio em seguida, e também logo se impôs pelo trabalho administrativo e pela linha-dura. O momento exigia. O Estado passava por uma grave crise financeira. A folha de pagamento não era paga em dia havia mais de oito anos; os funcionários não recebiam havia quatro meses e a dívida de curto prazo chegava a R$ 700 milhões, para uma arrecadação de ICMS que não ultrapassava R$ 45 milhões e representava 90% das receitas. Em seis meses, com a ajuda dos dois forasteiros do Paraná, a arrecadação já havia dobrado e, em um ano, o governo acertava 17 folhas de pagamento e punha os salários em dia. O primeiro cargo de Gleisi foi de secretária-executiva na Casa Civil. Coordenava o chamado Comitê de Gestão Financeira (Cogef). Era uma instância da qual participavam também Paulo Bernardo, secretário da Fazenda, e os chefes das Pastas da Administração e da Casa Civil, os hoje deputados federais Antônio Carlos Biffi e Vander Loubet, ambos do PT. Estipulava cotas para cada secretaria e gastos acima do limite só poderiam ser aprovados pelo comitê - o que provocava queixas generalizadas do secretariado. Gleisi tinha a chave do cofre. Como só aumentar a receita ou controlar marginalmente as despesas não resolveria a crise, Gleisi foi escalada para comandar a parte mais difícil: cortar a própria carne e fazer uma reforma radical no Estado. No segundo ano de governo, tornou-se secretária extraordinária de Reestruturação Administrativa. Gleisi mexeu nas funções do próprio marido, ao dividir as atribuições da secretaria de Fazenda em duas Pastas: de Gestão (que pagava as contas) e de Receita e Controle (que arrecadava e fazia auditoria). Mas foi bombardeada mesmo depois de cortar 30% dos cargos em comissão; reduzir o número de secretarias; extinguir e fundir empresas públicas e aplicar outras medidas de austeridade. Gleisi fechou a Lotesul, que promovia jogos de loteria; liquidou a Prodasul, empresa de processamento de dados, que passou a ser uma superintendência ligada à Fazenda; e contingenciou o chamado duodécimo, comprando briga com Assembleia, Tribunal de Contas, Ministério Público e Judiciário, ao restringir a quantia do orçamento destinada a esses poderes. A reforma administrativa foi a gota d"água. Gleisi ainda reformulou a previdência, ao separar o deficitário Previsul em Caixa de Assistência dos Servidores do Estado (Cassems), que cuida do plano de saúde dos funcionários, e no MSPrev, o instituto de previdência. Mas não resistiu às pressões de políticos e sindicatos. Apesar da fama de Dama de Ferro, sua qualidade técnica é ressaltada até por adversários. Consultados pelo Valor, três deputados federais e um senador, que lhe faziam oposição, a elogiaram. "Quando vira ministra, é como a pessoa que morre, não tem mais defeito", brinca Biffi, um dos que reagiram às medidas de Gleisi. Ele diz ter sido "normal" o ciúme que ela e o marido despertaram. "Eles eram do PT, mas do Paraná. Não tinham compromisso conosco. Mas alguém dali, do Estado, não conseguiria fazer o mesmo", reconhece. |
GOVERNO DILMA/BASE ALIADA [In:] DANÇA COM LOBOS *
DANÇA DAS CADEIRAS NO GOVERNO DILMA
A MINIRREFORMA DE DILMA NA ESPLANADA |
Autor(es): Denise Rothenburg e Ivan Iunes |
Correio Braziliense - 10/06/2011 |
A demissão de Antonio Palocci deixou em aberto a função de articulador político do Planalto. Com a provável saída de Luiz Sérgio da Secretaria de Relações Institucionais, o próximo ocupante da pasta deve se encarregar da tarefa, já que a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, será uma gestora de projetos. A escolha do ministro pode provocar uma minirreforma na equipe da presidente, com o PMDB acumulando mais cargos Ideli Salvatti é sondada para o cargo de Relações Institucionais e deve abrir vaga na pasta da Pesca. Enquanto peemedebistas dão sinal verde para a troca, petistas brigam pelo espaço a ser aberto por Luiz Sérgio
A troca de comando na Casa Civil e, consequentemente, na articulação política do governo com o Congresso, levou a presidente Dilma Rousseff a esboçar uma minirreforma ministerial e a arbitrar uma guerra por poder dentro do PT. Ontem, parlamentares ligados a Dilma percorreram gabinetes para saber se haveria apoio à nomeação da atual ministra da Pesca, Ideli Salvatti, para o cargo de ministra de Relações Institucionais no lugar de Luiz Sérgio, o que abrirá uma vaga na Esplanada. O PMDB deu o aval, mas alas do PT na Câmara relutaram. O grupo ligado ao presidente da Câmara, Marco Maia, uma das autoridades que faltou à posse de Gleisi Hoffmann na Casa Civil, fez uma ressalva: se mudar o ministro dessa área, tem que mudar também o líder do governo na Câmara. Resultado: a briga ontem à noite era pela liderança do governo. Ideli reúne atributos que Dilma considera essenciais: é leal, tem com a presidente uma relação excelente, construída desde os tempos em que Dilma ocupava a Casa Civil e Ideli era senadora. Mas, dentro do Senado, Ideli saiu desgastada embates que travou com a defesa intransigente do governo Lula. A imagem dela é de enfrentamento e de falta de jogo de cintura para o diálogo — características que também são cruciais para um ministro de Coordenação Política. As sondagens ao nome de Ideli surgiram depois que a presidente ficou irritada ao saber que deputados petistas estavam loteando o governo à sua revelia. Na noite de quarta-feira, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, foi ao gabinete de Renan Calheiros conversar sobre a articulação política. Antes disso, uma reunião na Casa de Marco Maia também debateu o assunto. Houve até um desenho que colocaria Vaccarezza no cargo de ministro e André Vargas (PT-PR) na liderança governista. Dilma não gostou. Afinal, a distribuição de cargos pelos políticos ocorreu antes mesmo de uma conversa definitiva com Luiz Sérgio — é esperado entre alguns petistas que ele entregue a carta de demissão hoje. Ontem, a boataria era tal que o atual ministro Luiz Sérgio divulgou em seu microblog que não pediu o boné. Foi nesse contexto que Dilma sacou o nome de Ideli, de forma a não deixar nenhum dos grupos da Câmara fazer o sucessor de Luiz Sérgio. A ex-senadora já é tratada por funcionários da Pesca como ex-ministra. Dificuldade de trânsito Enquanto isso, no Palácio do Planalto, outra reunião, restrita a petistas, ocorria no gabinete do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Ali, Gleisi Hoffmann, o próprio Gilberto e outros integrantes do partido chegavam a conclusões próximas às de Renan: antes de decidir nomes, Dilma tem que apaziguar o PT (leia análise nesta página). A escolha de Ideli não resolve o imbróglio petista na Câmara, onde há dois blocos brigando por espaço. O grupo de Marco Maia reivindica um lugar ao sol na formulação política do governo. E, se Ideli for mesmo confirmada no Ministério de Relações Institucionais, eles vão querer o cargo de Vaccarezza. Bolsa de apostas Negativa no Twitter |
(*) Título de filme.
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