PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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sexta-feira, junho 10, 2011

XÔ! ESTRESSE [In:] MÁS INFLUÊNCIAS















Homenagem aos chargistas brasileiros.
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ARGENTINA/ELEIÇÕES [In:] CASA ROSADA. VELHOS MORADORES

Oposição rachada facilita o caminho à reeleição de Cristina

Autor(es): Daniel Rittner | De Buenos Aires
Valor Econômico - 10/06/2011

Argentina: Pesquisa indica que presidente, que ainda não anuncia candidatura, venceria no primeiro turno

O garçom Alejandro Morelli ainda não pensou em quem votará na eleição presidencial deste ano. E nem está com vontade de pensar. Ele acha que os preços estão subindo rápido demais na Argentina e que a presidente Cristina Kirchner gasta um tempo desnecessário brigando com o Grupo Clarín. Mas acredita que o país "não vive o caos pintado pelos jornais" e que "faltam propostas" à oposição. "A economia está bem. Eu mesmo troquei de emprego três vezes nos últimos dois anos, e foi sempre para ganhar mais", afirma Morelli, que acaba de comprar um notebook em 12 prestações e exibe um telefone celular com acesso à internet e tela sensível ao toque.

A menos de cinco meses das eleições presidenciais, em 23 de outubro, os argentinos mostram desinteresse pela sucessão na Casa Rosada. Há pouca propaganda política nas ruas de Buenos Aires, e o governo difunde um clima de "já ganhou" para a tentativa de reeleição de Cristina, cuja candidatura nem foi anunciada até agora, enquanto os partidos de oposição brigam entre si e lançam diversos candidatos.

Uma pesquisa divulgada na semana passada pelo instituto OPSM apontou liderança folgada de Cristina, com 44% das intenções de voto, bem à frente do candidato da União Cívica Radical (UCR) Ricardo Alfonsín, com 19%, e do ex-presidente Eduardo Duhalde, que tem 10%. Na Argentina, pode-se ganhar no primeiro turno com apenas 40%, desde que haja uma distância de pelo menos dez pontos percentuais para o segundo colocado.Com a fragmentação da oposição, esse cenário tornar-se cada vez mais provável. O colunista político Joaquín Morales Solá escreveu que, enquanto o governo "embeleza os erros e oculta os problemas", os adversários apresentam "uma mistura inexplicável de egoísmos e de amadorismo, de escassa experiência política e de exígua vontade de poder".

Ele observou que a presidente, emocionalmente abalada pela perda do marido Néstor (morto em outubro do ano passado) e pressionada pela filha a desistir da reeleição, talvez pensasse dezenas de vezes antes de encarar uma campanha indefinida e em dois turnos. Mas o cenário é outro. "A oposição parece ser a primeira a ter se convencido de que Cristina Kirchner já ganhou. Só essa certeza explica tanta desorientação", afirmou Solá.

Pouco a pouco, os principais adversários da presidente foram desistindo ou divergindo entre si, o que vai facilitando o caminho à reeleição de Cristina.

O prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, não conseguiu fechar nenhuma aliança importante e decidiu tentar a reeleição na capital. O cineasta e deputado Fernando Solanas, líder do grupo de esquerda Projeto Sul, desistiu da corrida à Casa Rosada e apresentou sua candidatura à prefeitura de Buenos Aires. Ninguém acreditava que ele teria mais de 10% dos votos nas eleições presidenciais, mas analistas políticos diziam que sua participação era crucial, pois tendia a roubar parte dos votos dados justamente ao kirchnerismo. Além disso, Solanas recusou-se a dar apoio à UCR de Alfonsín. "Somos contra acordos de ocasião. O cidadão vota com a sua consciência", afirmou o deputado ao Valor.

O peronismo dissidente - uma ala do Partido Justicialista que rompeu com Néstor e Cristina Kirchner - também se dividiu. Duhalde, líder nos índices de rejeição, lançou um novo partido (a União Popular) para concorrer à Presidência. Ele vinha sendo acompanhado pelo governador da Província de San Luis, Alberto Rodríguez Saá, mas que também optou por uma candidatura própria à Casa Rosada.

No meio da desorganização política, uma das grandes apostas da oposição havia se tornado o deputado Ricardo Alfonsín, filho do ex-presidente Raúl Alfonsín (1983-1989). Tido como moderado e um dos poucos adversários de Cristina a manter algum tipo de interlocução com o governo, Alfonsín vinha costurando um leque de parcerias e se posicionava como o rival mais forte do kirchnerismo nas eleições de outubro. Com o mesmo bigode, os mesmos trajes e até a mesma secretária que atendia ao pai, Alfonsín ainda é o candidato da oposição com mais intenções de voto. Mas ele não conseguiu concretizar as esperadas alianças que o ajudariam.

Alfonsín perdeu o apoio de dois grupos esquerdistas vistos como fundamentais para reforçar suas pretensões. Elisa Carrió, terceira colocada nas últimas eleições presidenciais e dona de um estridente discurso moralizador, optou também por uma candidatura própria - ela tem 4% na pesquisa da OPSM. O Partido Socialista, que tinha um pré-acordo para indicar o vice-presidente na chapa, viu Alfonsín optar por um ex-presidente ortodoxo do Banco Central. Perplexo, o PS definirá neste fim de semana se lança sua candidatura. "Para fazer alianças, é preciso antes compartilhar propostas", disse ao Valor o influente governador de Santa Fé, Hermes Binner, o provável escolhido do PS para disputar a Casa Rosada.

Os opositores parecem errar não apenas ao dividir-se, mas também no foco das críticas. O alvo preferido tem sido a inflação, que está no patamar de dois dígitos pelo quinto ano seguido e pode chegar a 25% em 2011 (segundo o governo, o índice acumulado em 12 meses está em 9,7%).

Mas quatro em cada dez eleitores têm menos de 35 anos e entraram no mercado de trabalho depois da Lei de Convertibilidade, do início da década de 1990, dando mais importância a problemas como segurança pública e desemprego. Uma pesquisa recente da consultoria Management & Fit mostrou que a inflação é a principal preocupação de apenas 9% dos eleitores - perde para violência urbana, desemprego e acesso à educação.

Foi justamente sobre inflação que Alfonsín falou num evento ontem em Buenos Aires. "Temos a obrigação moral de acabar com a inflação", disse. "Nós temos propostas para reduzir a inflação sem esfriar a economia."






USINA NUCLEAR [In:] A QUEM INTERESSA ?

Pandora e Stradivarius

Autor(es): Frei Betto
Correio Braziliense - 10/06/2011

Escritor, autor de Diário de Fernando - nos cárceres da ditadura militar brasileira (Rocco), entre outros livros

Conta o mito grego que Epimeteu ganhou dos deuses uma caixa que continha todos os males. Advertiu a mulher, Pandora, que de modo algum a abrisse. Mordida pela curiosidade, ela desobedeceu e os males escaparam.

Hoje, uma das caixas de Pandora mais ameaçadoras são as usinas nucleares — 441 em todo o mundo. Por mais que os Epimeteus das ciências e dos governos apregoem serem seguras, os fatos demonstram o contrário. As mãos de Pandora continuam a provocar vazamentos.

O vazamento da usina nuclear de Chernobyl, em 1986, na Ucrânia, afetou milhares de pessoas, sobretudo crianças, e promoveu séria devastação ambiental. Calcula-se que Chernobyl provocou a morte de 50 mil pessoas.

Agora temos o caso da usina japonesa de Fukushima, atingida pelo tsunami. Ainda é cedo para avaliar a contaminação humana e ambiental provocada por vazamento de suas substâncias radioativas, mas o próprio governo japonês admite a gravidade. Se o Japão, que se gaba de possuir tecnologia de última geração, não foi capaz de evitar a catástrofe, o que pensar dos demais países que brincam de fogo atômico?

No Brasil, temos as três usinas de Angra dos Reis (RJ), construídas em lugar de fácil erosão por excesso de chuva, como o comprovam os desmoronamentos ocorridos na região a 1º de janeiro de 2010.

Ora, não há risco zero em nenhum tipo de usina nuclear. Todas são vulneráveis. Portanto, a decisão de construí-las e mantê-las é de natureza ética. Acidentes naturais e falhas técnicas e humanas podem ocorrer a qualquer momento, como já aconteceu nos Estados Unidos, na União Soviética e no Japão.

Em 1979, derreteu o reator da usina de Three Mile Island, nos EUA. Em Chernobyl, o reator explodiu. Em Fukushima, a água abriu fissuras. Portanto, não há sistema de segurança absoluta para essas usinas, por mais que os responsáveis por elas insistam em dizer o contrário.

Ainda que uma usina não venha a vazar, não são seguros os depósitos de material rejeitado pelos reatores. E quando a usina for desativada, o lixo atômico perdurará por muitas e muitas décadas. Haja câncer!

No caso de Angra, se ocorrer algum acidente, não há como evacuar imediatamente a população da zona contaminada. A estrada é estreita, não há campo de pouso para aviões de grande porte e os navios demorariam para aportar nas proximidades.

Cada usina custa cerca de US$ 8 bilhões. O investimento não compensa, considerando que a energia nuclear representa apenas 3% do total de modalidades energéticas em operação no Brasil. Nosso país abriga 12% da água potável do planeta. Com tantos recursos hídricos e enorme potencial de energias solar e eólica, além de energias extraídas da biomassa, não se justifica o Brasil investir em reatores nucleares.

Na Itália, eles foram proibidos por plebiscito. A Suécia agora desativa suas usinas, e a Alemanha decidiu, em maio deste ano, fechar todas as suas usinas nucleares.

Usinas nucleares são como violinos Stradivarius. Antônio Stradivari (1648-1737), italiano, construiu os mais perfeitos violinos. Mais de mil unidades, das quais restam 650. Hoje, um Stradivarius vale, no mínimo, R$ 5 milhões. Um violino nunca é exatamente igual ao outro. As madeiras utilizadas possuem diferentes densidades, a radiação sonora e a vibração diferem e podem ser percebidas por um bom ouvido. Todos os Stradivarius foram feitos por artesãos que souberam guardar os segredos de sua fabricação.

Assim são as usinas nucleares. Não existe uma exatamente igual à outra. Não é previsível o que pode ocorrer no núcleo de uma delas se houver um acidente, incidente ou crise. Assim como se reconhece a qualidade de um violino pelo som, apenas por sinais externos se pode avaliar a gravidade de um vazamento nuclear, verificando a temperatura, a radiação e emissão de isótopos radioativos como iodo 131, césio 137, estrôncio 90 e plutônio 238.

Um detalhe da caixa de Pandora: só não escapou o único bem que se misturava aos males — a esperança. E a ela nos atemos neste momento em que, em todo o mundo, há mobilizações pela desativação de usinas nucleares. É hora de o povo brasileiro reagir, antes que se rompam as cordas do violino e as malditas mãos de Pandora venham a abrir de novo a caixa nuclear.

GOVERNO DILMA/GLEISI [iN:] ... E QUEM PRECISA DE INIMIGO ?

Estilo 'duro' derrubou Gleisi no MS

"Fogo amigo" derrubou Gleisi em MS


Autor(es): Cristian Klein | De São Paulo
Valor Econômico - 10/06/2011

Na função mais semelhante à que exercerá à frente da Casa Civil, a ministra Gleisi Hoffmann ganhou fama de gestora objetiva, dura, implacável, cujo trabalho incomodou tanto os políticos do Mato Grosso do Sul que as pressões levaram à sua queda e de seu marido, o hoje ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, quando eram secretários do governador José Orcírio Miranda, o Zeca do PT.

Entre 1999 e 2000, Gleisi Hoffmann foi responsável por uma profunda reforma administrativa que cortou 1.500 funcionários em cargos em comissão (30% dos existentes à época), reduziu de 15 para 11 o número de secretarias, extinguiu e fundiu empresas públicas (desempregando poderosos presidentes e enxugando estruturas com indicados políticos) e controlou as despesas que poderiam ser efetuadas por outros secretários estaduais.

Apontada como uma das vozes mais críticas dentro do PT, que levaram à queda de seu antecessor, Antonio Palocci, a nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, provou do mesmo "fogo amigo" quando era secretária extraordinária de Reforma Administrativa do ex-governador do Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda, o Zeca do PT.

Responsável por uma reformulação radical num Estado afundado em dívidas, colheu a fama de gestora objetiva, dura, implacável, cujo trabalho incomodou tanto aliados e correligionários que resultou em pressões que provocaram a sua queda e a de seu marido, o também ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, então secretário no mesmo governo.

Entre 1999 e 2000, Gleisi Hoffmann foi responsável por uma profunda reforma administrativa que cortou 1,5 mil funcionários em cargos em comissão (30% dos existentes à época), reduziu de 15 para 11 o número de secretarias, extinguiu e fundiu empresas públicas (desempregando poderosos presidentes e enxugando estruturas com indicados políticos) e controlou com mão de ferro as cotas de despesas que poderiam ser efetuadas pelos outros secretários estaduais.

Gleisi contrariou interesses e, ao lado do marido, passou a sofrer ataques por todos os lados: de adversários da oposição, de legendas da base aliada, como o PDT e o PSB, e até do próprio partido, o PT.

"Meu partido tem dessas coisas, a autofagia. A Gleisi reestruturou toda a máquina do Estado e isso desgasta. Ela teve que adotar medidas muito duras. Cometeu-se uma grande injustiça com ela e o marido", afirma o deputado estadual Paulo Duarte, que lembra até hoje do dia em que Paulo Bernardo saiu e passou a substituí-lo como secretário de Fazenda: 10 de dezembro de 2000.

Interrompia-se ali um trabalho intenso, menos de dois anos após iniciado. Trazido do Paraná, Paulo Bernardo chegou antes. Tomou posse junto com Zeca do PT, em janeiro de 1999. Era um quadro de qualificações técnicas, recomendado pela direção nacional do partido, por não existir no Mato Grosso do Sul. Gleisi veio em seguida, e também logo se impôs pelo trabalho administrativo e pela linha-dura.

O momento exigia. O Estado passava por uma grave crise financeira. A folha de pagamento não era paga em dia havia mais de oito anos; os funcionários não recebiam havia quatro meses e a dívida de curto prazo chegava a R$ 700 milhões, para uma arrecadação de ICMS que não ultrapassava R$ 45 milhões e representava 90% das receitas. Em seis meses, com a ajuda dos dois forasteiros do Paraná, a arrecadação já havia dobrado e, em um ano, o governo acertava 17 folhas de pagamento e punha os salários em dia.

O primeiro cargo de Gleisi foi de secretária-executiva na Casa Civil. Coordenava o chamado Comitê de Gestão Financeira (Cogef). Era uma instância da qual participavam também Paulo Bernardo, secretário da Fazenda, e os chefes das Pastas da Administração e da Casa Civil, os hoje deputados federais Antônio Carlos Biffi e Vander Loubet, ambos do PT. Estipulava cotas para cada secretaria e gastos acima do limite só poderiam ser aprovados pelo comitê - o que provocava queixas generalizadas do secretariado. Gleisi tinha a chave do cofre.

Como só aumentar a receita ou controlar marginalmente as despesas não resolveria a crise, Gleisi foi escalada para comandar a parte mais difícil: cortar a própria carne e fazer uma reforma radical no Estado. No segundo ano de governo, tornou-se secretária extraordinária de Reestruturação Administrativa.

Gleisi mexeu nas funções do próprio marido, ao dividir as atribuições da secretaria de Fazenda em duas Pastas: de Gestão (que pagava as contas) e de Receita e Controle (que arrecadava e fazia auditoria). Mas foi bombardeada mesmo depois de cortar 30% dos cargos em comissão; reduzir o número de secretarias; extinguir e fundir empresas públicas e aplicar outras medidas de austeridade. Gleisi fechou a Lotesul, que promovia jogos de loteria; liquidou a Prodasul, empresa de processamento de dados, que passou a ser uma superintendência ligada à Fazenda; e contingenciou o chamado duodécimo, comprando briga com Assembleia, Tribunal de Contas, Ministério Público e Judiciário, ao restringir a quantia do orçamento destinada a esses poderes.

A reforma administrativa foi a gota d"água. Gleisi ainda reformulou a previdência, ao separar o deficitário Previsul em Caixa de Assistência dos Servidores do Estado (Cassems), que cuida do plano de saúde dos funcionários, e no MSPrev, o instituto de previdência. Mas não resistiu às pressões de políticos e sindicatos.

Apesar da fama de Dama de Ferro, sua qualidade técnica é ressaltada até por adversários. Consultados pelo Valor, três deputados federais e um senador, que lhe faziam oposição, a elogiaram.

"Quando vira ministra, é como a pessoa que morre, não tem mais defeito", brinca Biffi, um dos que reagiram às medidas de Gleisi. Ele diz ter sido "normal" o ciúme que ela e o marido despertaram. "Eles eram do PT, mas do Paraná. Não tinham compromisso conosco. Mas alguém dali, do Estado, não conseguiria fazer o mesmo", reconhece.

GOVERNO DILMA/BASE ALIADA [In:] DANÇA COM LOBOS *

DANÇA DAS CADEIRAS NO GOVERNO DILMA

A MINIRREFORMA DE DILMA NA ESPLANADA


Autor(es): Denise Rothenburg e Ivan Iunes
Correio Braziliense - 10/06/2011

A demissão de Antonio Palocci deixou em aberto a função de articulador político do Planalto. Com a provável saída de Luiz Sérgio da Secretaria de Relações Institucionais, o próximo ocupante da pasta deve se encarregar da tarefa, já que a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, será uma gestora de projetos. A escolha do ministro pode provocar uma minirreforma na equipe da presidente, com o PMDB acumulando mais cargos


Ideli Salvatti é sondada para o cargo de Relações Institucionais e deve abrir vaga na pasta da Pesca. Enquanto peemedebistas dão sinal verde para a troca, petistas brigam pelo espaço a ser aberto por Luiz Sérgio

A troca de comando na Casa Civil e, consequentemente, na articulação política do governo com o Congresso, levou a presidente Dilma Rousseff a esboçar uma minirreforma ministerial e a arbitrar uma guerra por poder dentro do PT. Ontem, parlamentares ligados a Dilma percorreram gabinetes para saber se haveria apoio à nomeação da atual ministra da Pesca, Ideli Salvatti, para o cargo de ministra de Relações Institucionais no lugar de Luiz Sérgio, o que abrirá uma vaga na Esplanada. O PMDB deu o aval, mas alas do PT na Câmara relutaram. O grupo ligado ao presidente da Câmara, Marco Maia, uma das autoridades que faltou à posse de Gleisi Hoffmann na Casa Civil, fez uma ressalva: se mudar o ministro dessa área, tem que mudar também o líder do governo na Câmara. Resultado: a briga ontem à noite era pela liderança do governo.

Ideli reúne atributos que Dilma considera essenciais: é leal, tem com a presidente uma relação excelente, construída desde os tempos em que Dilma ocupava a Casa Civil e Ideli era senadora. Mas, dentro do Senado, Ideli saiu desgastada embates que travou com a defesa intransigente do governo Lula. A imagem dela é de enfrentamento e de falta de jogo de cintura para o diálogo — características que também são cruciais para um ministro de Coordenação Política.

As sondagens ao nome de Ideli surgiram depois que a presidente ficou irritada ao saber que deputados petistas estavam loteando o governo à sua revelia. Na noite de quarta-feira, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, foi ao gabinete de Renan Calheiros conversar sobre a articulação política. Antes disso, uma reunião na Casa de Marco Maia também debateu o assunto. Houve até um desenho que colocaria Vaccarezza no cargo de ministro e André Vargas (PT-PR) na liderança governista.

Dilma não gostou. Afinal, a distribuição de cargos pelos políticos ocorreu antes mesmo de uma conversa definitiva com Luiz Sérgio — é esperado entre alguns petistas que ele entregue a carta de demissão hoje. Ontem, a boataria era tal que o atual ministro Luiz Sérgio divulgou em seu microblog que não pediu o boné. Foi nesse contexto que Dilma sacou o nome de Ideli, de forma a não deixar nenhum dos grupos da Câmara fazer o sucessor de Luiz Sérgio. A ex-senadora já é tratada por funcionários da Pesca como ex-ministra.

Dificuldade de trânsito
Ontem, no meio da tarde, o líder do PT no Senado, Humberto Costa, foi ao gabinete do líder do PMDB, Renan Calheiros. Queria saber o que Renan achava da nomeação de Ideli. Renan não fez objeção. Elogiou a senadora. Na verdade, o peemedebista sabe que pode haver problemas. Mas o partido não vai interferir na escolha. "Estamos com a presidente. O que ela decidir apoiamos. O PMDB quer participar das decisões de governo e não fazer o ministro de Relações Institucionais", disse Renan a Costa, dando a entender que o problema será no PT. O PMDB está convicto de que Ideli não tem trânsito entre os aliados e nem resolve a briga de petistas na Câmara.

Enquanto isso, no Palácio do Planalto, outra reunião, restrita a petistas, ocorria no gabinete do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Ali, Gleisi Hoffmann, o próprio Gilberto e outros integrantes do partido chegavam a conclusões próximas às de Renan: antes de decidir nomes, Dilma tem que apaziguar o PT (leia análise nesta página). A escolha de Ideli não resolve o imbróglio petista na Câmara, onde há dois blocos brigando por espaço. O grupo de Marco Maia reivindica um lugar ao sol na formulação política do governo. E, se Ideli for mesmo confirmada no Ministério de Relações Institucionais, eles vão querer o cargo de Vaccarezza.

Bolsa de apostas
Dentro do Planalto, há a certeza de que é preciso pacificar o PT. O primeiro reflexo disso foi uma reunião promovida ontem por Marco Maia. Num esforço para tentar dizer que não há divisões no PT da Câmara, ele chamou em seu gabinete o líder do partido, Paulo Teixeira, e Vaccarezza, representantes dos dois grupos que se digladiam por poder na Casa (leia mais na página 3). Apesar dos discursos em tom ameno, não houve consenso, uma vez que quem decide é a presidente Dilma. Ela passou a tarde de ontem em Santa Catarina e viajou ao lado de Ideli. A atual ministra da Pesca comentou com amigos que, se virar mesmo ministra da área política do governo, terá que haver mudanças também na liderança do governo na Câmara. Portanto, não está descartada a troca do líder do governo por alguém do grupo de Marco Maia. Um dos nomes que subiu na bolsa de apostas foi o do antigo líder, Henrique Fontana. A expectativa é a de que tudo se resolva nas próximas horas.

Negativa no Twitter
Embora todas as inclinações políticas indiquem que Luiz Sérgio deixa hoje a Secretaria de Relações Institucionais, o ministro negou ontem, pelo microblog Twitter, as reportagens que sustentavam sua queda. "Não pedi para sair do governo", afirmou em uma das postagens. "Há hora de falar e hora de calar. Agora é hora de calar", comentou em outro instante.

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(*) Título de filme.
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''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''

SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS

10 de junho de 2011

O Globo


Manchete: Bombeiros exigem anistia para negociar com Cabral

Governador antecipa reajuste e cria secretaria, mas protesto continua

O governador Sérgio Cabral tentou apagar o incêndio provocado pelo movimento dos bombeiros oferecendo uma antecipação de 5,58%, extensiva a PMs, policiais civis e agentes penitenciários, além de criar uma secretaria só para a Defesa Civil, desvinculando-a da Saúde. Os manifestantes, no entanto, não recuaram: avisaram que os protestos continuarão enquanto os 439 amotinados, presos desde a invasão do Quartel Central, não forem soltos e anistiados. A anistia de crimes só pode ser concedida pelo Congresso. (Págs. 1, 15 a 20 e editorial "Por trás do movimento dos bombeiros")

Contra PT e PMDB, Dilma quer Ideli

Para encerrar a crise da saída de Palocci, a presidente Dilma quer tirar o ministro Luiz Sergio (Relações Institucionais) e por em seu lugar Ideli Salvatti, ministra da Pesca. Dilma se irritou com o PT e a pressão do PMDB por um nome - mas a escolha de Ideli pode ampliar a crise. (Págs. 1, 3, 4, Luiz Garcia, Nelson Motta e Rogério F. Werneck)

Vulcão cancela todos os voos de Porto Alegre

Uma nuvem de cinzas vulcânicas chegou ontem ao Brasil, levando ao cancelamento de voos em Porto Alegre, além de outros aeroportos gaúchos e de Santa Catarina. Na Argentina, mais de 300 voos foram cancelados. (Págs. 1 e 34)


Itália protesta e Battisti quer ficar no Brasil

O governo italiano reagiu à decisão do Supremo Tribunal Federal de libertar Cesare Battisti e reafirmou que recorrerá ao Tribunal Internacional de Haia. Battisti pediu permissão para morar no Brasil. (Págs. 1 e 13)

BC recua e manda trocar nota suspeita

Após críticas, o Banco Central recuou e decidiu que o cliente que sacar nota manchada de rosa num caixa eletrônico não precisará mais ir à delegacia nem corre o risco de ser investigado. O banco será obrigado a trocá-la. (Págs. 1 e 29)


Fabricantes de cigarro no alvo do Cade

A Secretaria de Direito Econômico (SDE) recomendou ao Cade que condene Souza Cruz e Philip Morris por práticas danosas à concorrência nos pontos de venda. A punição é multa de até 30% do faturamento. (Págs. 1 e 25)

Índice que reajusta aluguel pode ficar negativo em junho (Págs. 1 e 27)


Preso que estudar poderá obter redução de pena (Págs. 1 e 14)


Planalto aumenta prazo para regularizar terras (Págs. 1 e 14)


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Folha de S. Paulo


Manchete: Eletropaulo é ineficiente sob chuva, diz Alckmin

Faltam ‘condições mínimas’ à empresa, critica governador, após 2 dias de apagão

O governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que a Eletropaulo, que fornece energia a 6,1 milhões de clientes em 24 cidades, não tem "condições mínimas" de atender em situações climáticas adversas.

Dois dias após um vendaval atingir o Estado, milhares de pessoas ainda estavam sem luz e água, em razão da falta de energia nas estações de bombeamento. Alckmin disse que os clientes terão de ser indenizados.

Na Grande SP, cerca de 110 mil moradores ainda não tinham acesso a água na noite de ontem - problema que deve continuar hoje. Pela manhã, eram 570 mil o total de afetados na região, de acordo com a Sabesp.

Segundo o governador, foram pedidos à Aneel mais fiscais para acompanhar o trabalho da Eletropaulo.

A concessionária não comentou as críticas, disse apenas estar fazendo "todo o possível". (Págs. 1 e Cotidiano C1)

Brasil Foods perde R$ 2 bi em valor na Bolsa após parecer

A Brasil Foods, empresa resultante da união entre Sadia e Perdigão, perdeu R$ 2,26 bilhões em valor de mercado após o início do julgamento do negócio no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica.

O veto à fusão pelo relator causou surpresa: as ações caíram 9,3% em dois dias na BM&FBovespa. (Págs. 1 e Mercado B1)

Dilma mergulha mais na maldição de depender do PMDB

Dilma tem de pôr um petista na articulação política, mas não há ninguém a olho nu. Corre risco de depender mais do poderoso PMDB, avalia Eliane Cantanhêde. Quanto mais Dilma tenta escapar da maldição, mais mergulha nela. (Págs. 1 e Poder A7)

Turma de Battisti sequestrou meu tio; sua soltura me gelou (Págs. 1 e Cotidiano C2)


Situação na Síria preocupa, afirma secretário da ONU

Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, afirmou em entrevista a Álvaro Fagundes estar "extremamente preocupado" com a situação na Síria, onde mais de mil pessoas morreram e milhares foram presas em atos contra o ditador Bashar Assad, desde o início do ano.

Disse ainda que "passou da hora" de reconhecer o Estado palestino. (Págs. 1 e Mundo A10)

Cinzas de vulcão suspendem voos em cidades do Sul

O avanço das cinzas do vulcão chileno afetará hoje o tráfego aéreo no Sul. Em Porto Alegre, seis empresas vão manter pela manhã a suspensão dos voos, iniciada ontem. Caxias, Florianópolis, Navegantes e Chapecó também têm problemas. Na Argentina, o espaço aéreo deve ficar fechado até a tarde. (Págs. 1 e Cotidiano C3)

BC libera troca de nota com mancha sacada em banco (Págs. 1 e C9)


Cotidiano: País deixa vencer 6,5 milhões de vacinas contra a gripe A (Págs. 1 e C5)


Editoriais

Leia “Justiça desfeita", que critica o resultado do caso Battisti no Supremo Tribunal Federal, e “Dinheiro manchado", sobre decisão do Banco Central. (Págs. 1 e Opinião A2)

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O Estado de S. Paulo


Manchete: Ministro da articulação nem saiu e PT se digladia pelo cargo

Luiz Sérgio (Relações Institucionais) ainda está na função, mas já é considerado peça fora do governo

O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) ainda está na cadeira de ministro de Relações Institucionais, mas é considerado peça fora do governo. Humilhado com o processo sucessório deflagrado por seus companheiros de PT na Câmara, o ministro "por enquanto" tem encontro hoje com a presidente Dilma Rousseff para decidir o futuro da articulação política do governo. Ontem, assessores do Planalto cogitavam os nomes do deputado Pepe Vargas (PT-RS), da ministra Ideli Salvatti (Pesca) e do líder do governo na Câmara, Candido Vaccarezza (PT-SP), como substitutos. O líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), condenou a disputa interna pela sucessão de Luiz Sérgio. "Nenhuma movimentação se legitima enquanto ele ainda estiver no cargo", afirmou. (Págs. 1 e Nacional A4 e A6)


Assessoria de Luiz Sérgio
"Ele não se demitiu, mas não tem apego a cargo nem sabe se fica ou sai”

Lula elogia Palocci

Para o ex-presidente Lula, o País perdeu com a saída do ex-ministro Antonio Palocci. "Não é todo país que tem um quadro político da competência do Palocci", disse. Mas acentuou que a presidente "tomou uma atitude no momento correto". (Págs. 1 e Nacional A7)

Itália anuncia que contestará caso Battisti em Haia

Pressionado pela opinião pública, o governo italiano vai recorrer ao Tribunal Internacional de Haia contra a decisão do Brasil de libertar Cesare Battisti. O refúgio concedido a Battisti, condenado à prisão perpétua pela autoria de quatro homicídios, foi duramente criticado. O presidente Giorgio Napolitano afirmou que "negar a extradição de Cesare Battisti tem um significado gravemente lesivo aos acordos subscritos entre a Itália e o Brasil". (Págs. 1 e Nacional A10)

Entrevista: 'Na prisão, entendi o Brasil'

Em seu primeiro dia em liberdade após quatro anos, Cesare Battisti disse ao repórter Fausto Macedo que sua causa, agora, é a literatura. Ele quer contar o que viu na prisão da Papuda, em Brasília. “Entendi o Brasil através dos relatos dessa gente. Cada preso é uma janela do Brasil", disse o ex-ativista. Ele é cauteloso em suas declarações: "Não quero que vejam como celebração de um triunfo". (Págs. 1 e Nacional A9)

Cédula manchada não exigirá extrato

Segundo o Banco Central, os bancos têm em seus sistemas os registros dos saques. Os correntistas devem apenas apresentar a cédula para serem ressarcidos. (Págs. 1 e Cidades C1)

Brasil Foods negocia para aprovar fusão Sadia-Perdigão

O presidente da Brasil Foods, José Antônio Fay, afirmou estar "aberto a negociação" para aprovar a fusão da Sadia com a Perdigão no Cade, informam Raquel Landim e David Friedlander. O processo se tornou desfavorável depois que o relator reprovou o negócio. (Págs. 1 e Economia. B1, B3 e B4)

Estendida moratória para crime ambiental

Prorrogação por 180 dias de decreto que suspende punição, decidida ontem, visa a ganhar tempo para conseguir negociar com o Senado um novo texto para o Código Florestal. (Págs. 1 e Vida A20)

Governo distribui 30% menos camisinhas (Págs. 1 e Vida A18)


Comitê Olímpico elogia Rio e ignora pendência (Págs. 1 e Esportes E1)


Fernando Gabeira

Nuestra América Vermelha

A maioria da América Latina pendeu para a esquerda. Mas suas vitórias eleitorais representam realmente um avanço rumo ao socialismo? (Págs. 1 e Espaço Aberto A2)

Courtland Milloy

O que une Cuba e EUA

Há muitas maneiras de Cuba e EUA se ajudarem. Em vez disso, a arrogância americana e o orgulho cubano nos privam disso. (Págs. 1 e Visão Global A16)

Dora Kramer

Pedagogia do Amém

Até agora, Dilma parece não ter compreendido como lidar com aliados, aplicando, para afirmar autoridade, a pedagogia do Amém. (Págs. 1 e Nacional A6)

Notas & Informações

O novo desafio de Dilma

A presidente tem de formular um modelo de articulação adequado ao presidencialismo brasileiro. (Págs. 1 e A3)

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Correio Braziliense


Manchete: Máfia do transporte usa greve para elevar tarifa

Beneficiados pela omissão de sucessivos governos ao longo da última década, empresários de ônibus assumiram o controle do sistema público de transportes do DF. Nas mãos de três grandes grupos, 10 empresas operam sem licitação, gerenciam a emissão de vale-transporte e de passe estudantil, e são acusadas pela Polícia Civil de colocar em circulação ônibus piratas para não pagar impostos. Os órgãos fiscalizadores não controlam sequer a planilha de custos que serve como base para a definição do valor da tarifa. Para forçar o governo a reajustar as passagens, os patrões contam com a cumplicidade de motoristas e cobradores nas paralisações que infernizam Brasília desde o início da semana. Diariamente desrespeitados em ônibus lotados e sucateados, mais de 1,2 milhão de passageiros pagam a conta desse sistema viciado e fraudulento. (Págs. 1, 19 e 20)

Dança das cadeiras no governo Dilma

A demissão de Antonio Palocci deixou em aberto a função de articulador político do Planalto. Com a provável saída de Luiz Sérgio da Secretaria de Relações Institucionais, o próximo ocupante da pasta deve se encarregar da tarefa, já que a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, será uma gestora de projetos. A escolha do ministro pode provocar uma minirreforma na equipe da presidente, com o PMDB acumulando mais cargos. (Págs. 1 e 2 a 4)

Foto legenda: Perto da presidente, longe do consenso

Ministra da Pesca, Ideli Salvatti é candidata à vaga do enfraquecido Luiz Sérgio. Ideli (foto) passou a quinta-feira com Dilma, em Santa Catarina. Mas ela não é consenso entre as correntes do PT. Cândido Vaccarezza, líder do governo na Câmara, pode ser a alternativa. (Págs. 1 e 2 a 4)

Educação: Enem terá que mudar o edital

Justiça exige a inclusão de prazos para recursos e acesso dos candidatos aos critérios de correção das provas. As inscrições para o exame terminam hoje. No DF, já são 74 mil candidatos. (Págs. 1 e 26)

Consumidor: Calote cresce com inflação e juro alto

Pesquisa divulgada ontem pelo Ipea mostra que 41,7% das famílias não têm condições de quitar contas atrasadas e mais da metade assume estar muito endividada. Em maio, a inadimplência cresceu 8,2%. (Págs. 1 e 8)

Direitos Humanos: Prêmio Nobel fala sobre o horror no Irã

Condecorada com o Nobel da Paz em 2003, Shirin Ebadi se encontrou com parlamentares, mas não conseguiu um encontro com Dilma. Ela contou ao repórter Rodrigo Craveiro sobre a violência no país de Ahmadinejad. (Págs. 1 e 14)

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Valor Econômico


Manchete: Estímulos regionais devem compensar perdas do ICMS

As perdas de receita que os Estados tiverem com a redução das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) serão compensadas pela União por meio de um fundo de ressarcimento a ser criado. Fontes do Ministério da Fazenda informaram ao Valor que essa compensação deverá combinar a transferência direta de verbas da União para investimentos nos Estados com a concessão de estímulos regionais, por meio da redução ou eliminação de tributos federais incidentes sobre os projetos.

O modelo do fundo será apresentado pela Fazenda aos secretários de Finanças dos Estados na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), no dia 8, em Curitiba. Cálculos da área econômica indicam que a redução de 12% para 2% da alíquota interestadual do ICMS trará perda de receita para São Paulo, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, Amazonas e Goiás. As simulações, ainda preliminares, foram feitas a partir da análise das notas fiscais eletrônicas das 27 unidades da Federação e consideraram os montantes que cada Estado pagou e recebeu do imposto em 12 meses. (Pág. 1)

Brasil Foods admite vender até fábricas

Diante da recomendação de veto à sua criação, dada por Carlos Ragazzo, relator do processo no Cade, a BRF - Brasil Foods deverá sugerir a venda de ativos como fábricas e centros de distribuição e também ampliar o número de marcas a serem negociadas. O voto de Ragazzo foi considerado um indicador de que o Cade está agindo de forma independente do governo e das pressões das empresas e deve se focar estritamente em questões técnicas. Analistas do mercado foram surpreendidos pelo julgamento e passaram a colocar entre os cenários possíveis a necessidade de reversão total da fusão entre Perdigão e Sadia. Procurada, a BRF não se manifestou sobre possíveis vendas, mas informou que a "empresa está de coração aberto para negociar". (Págs. 1 e D9)

Estilo 'duro' derrubou Gleisi no MS

Na função mais semelhante à que exercerá à frente da Casa Civil, a ministra Gleisi Hoffmann ganhou fama de gestora objetiva, dura, implacável, cujo trabalho incomodou tanto os políticos do Mato Grosso do Sul que as pressões levaram à sua queda e de seu marido, o hoje ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, quando eram secretários do governador José Orcírio Miranda, o Zeca do PT.

Entre 1999 e 2000, Gleisi Hoffmann foi responsável por uma profunda reforma administrativa que cortou 1.500 funcionários em cargos em comissão (30% dos existentes à época), reduziu de 15 para 11 o número de secretarias, extinguiu e fundiu empresas públicas (desempregando poderosos presidentes e enxugando estruturas com indicados políticos) e controlou as despesas que poderiam ser efetuadas por outros secretários estaduais. (Págs. 1 e A7)

Chances de reeleição na Argentina

A menos de cinco meses da eleição presidencial, os argentinos mostram desinteresse pela sucessão na Casa Rosada. Há pouca propaganda política nas ruas e o governo difunde um clima de "já ganhou" para a tentativa de reeleição da presidente Cristina Kirchner, que sequer foi anunciada candidata, enquanto os partidos de oposição brigam entre si e lançam múltiplas alternativas.

Uma pesquisa do instituto OPSM apontou liderança folgada de Cristina, com 44% das intenções de voto, à frente do candidato da União Cívica Radical (UCR), Ricardo Alfonsín, com 19%, e do ex-presidente Eduardo Duhalde, que tem 10%. Com a fratura da oposição, o cenário torna-se cada vez mais provável. (págs. 1 e A10)

Governo usará restrição ao crédito para garantir etanol

Em sua disposição de endurecer as relações com os usineiros de forma a estimular a oferta de etanol e evitar o aumento dos preços dos combustíveis, o governo planeja usar como arma a restrição ao crédito.

Bancos públicos como BNDES, Banco do Brasil e Banco do Nordeste (BNB) serão orientados a oferecer condições menos vantajosas para financiar a produção de açúcar, limitando os recursos a esses usineiros. "Estamos instruindo os bancos oficiais a reduzir os empréstimos às usinas que produzam só açúcar", disse ao Valor o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

O governo já criou uma linha de crédito de R$ 1 milhão por beneficiário para produtores independentes de cana por quatro safras. Em breve, também anunciará uma linha do BNDES para financiar destilarias de etanol. (Págs. 1 e B12)

Brasil se torna polo de atração de imigrantes

O Brasil cresce como polo de atração de imigrantes desde que saiu da crise e recuperou o ritmo de expansão. Também se verifica o retorno de pessoas vindas de países centrais que se mantêm em crescimento contido.

No ano passado, 5 milhões de estrangeiros entraram no país, entre viajantes em trânsito e imigrantes, com acréscimo em relação aos 3,8 milhões de 2009 e 3 milhões de 2008. Além de trabalhadores qualificados, também se adensa o fluxo dos sem qualificação, não raro ilegais. Segundo o Ministério da Justiça, foram cadastrados em 2011, até abril, 1.459.433 estrangeiros que vivem no Brasil legalmente. Em 2010, quando o governo anunciou a anistia para residentes não legalizados, 43 mil pessoas se apresentaram para regularizar sua situação. (Págs. 1 e Eu&Fim de Semana)

Freio na Indústria

O uso da capacidade instalada na indústria vem se acomodando em nível inferior ao de meados de 2010. Ao mesmo tempo em que deixa de pressionar a inflação, também desestimula investimentos. (Págs. 1 e A3)

Talentos no ensino público

As universidades estaduais paulistas ampliam seus programas de inclusão social voltados para os estudantes de escolas públicas com foco no mérito acadêmico. (Págs. 1 e A14)

Volvo amplia produção

A Volvo vai ampliar a capacidade de pintura de cabines em sua fábrica de Curitiba, que já trabalha em três turnos. O Brasil é o principal mercado para os caminhões da montadora sueca. (Págs. 1 e B1)


Softtek vai às compras

A mexicana Softtek, especializada em serviços de tecnologia da informação (TI), vai investir US$ 100 milhões em aquisições até o fim do ano, com foco nas operações brasileira, americana e mexicana. O Brasil representa 29% das receitas, atrás dos EUA. (Págs. 1 e B2)

Limagrain assume a Brasmilho

O Grupo Otávio Lage, que detém duas usinas de cana em Goiás, vendeu 85% de sua participação na produtora de sementes Brasmilho para a cooperativa francesa Limagrain. O valor da transação não foi divulgado. (Págs. 1 e B11)

Hillary no Bird

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, discute na Casa Branca sua saída do cargo em 2012 para tornar-se presidente do Banco Mundial (Bird), caso o atual presidente da instituição, Robert Zoellick, deixe o posto ao fim de seu mandato, em meados do próximo ano. (Págs. 1 e C8)

Executivo brasileiro eleva ganhos

O real valorizado e o aquecimento do mercado têm acelerado a alta dos salários dos executivos brasileiros, segundo a consultoria Robert Walters. Em algumas áreas, como a financeira, chegam, superar a média de mercados como EUA, Europa e China. (Págs. 1 e D12)

Dano moral em planos de saúde

Tribunais estaduais seguem jurisprudência recente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e passam a condenar operadoras de planos de saúde que recusam coberturas também ao pagamento de danos morais a seus segurados. (Págs. 1 e E1)

Ideias

Assis Moreira

O Brasil vai aumentar muito a abertura de investigações antidumping contra importações desleais. (Págs. 1 e A2)

Ideias

Márcio Garcia

O mais provável é que os problemas fiscais herdados pela presidente sejam legados a seu sucessor bastante agravados. (Págs. 1 e A13)

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