PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
1Radio 1455824919 nhm...

valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

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segunda-feira, março 29, 2010

XÔ! ESTRESSE [In:] ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS *

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[Homenagem aos chargistas brasileiros].
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(*) "Alice in Wonderland"; by Charles Lutwidge Dodgson.
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BRASIL/BEBIDA ALCÓOLICA [In:] SE FOR GOVERNAR, NÃO BEBA!!!

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Pileque precoce

Autor(es): Agencia O Globo/Frei Betto
O Globo - 29/03/2010

A cultura consumista a todos oferece, em cálice dourado, o elixir da eterna juventude. Jovens não querem deixar de ser jovens; adultos e idosos insistem em imitar os jovens. O principal fator de afirmação é a glamourização do corpo.

O jovem atual, na falta de motivação religiosa, experiência espiritual e ideologia altruísta, tende a buscar na bebida e na droga a alteração de seu estado de consciência.

Sem isso não se sente suficientemente relaxado, divertido, ousado. No Brasil, a ingestão de bebidas alcoólicas é legalmente proibida a menores de 18 anos.


A fiscalização pouco funciona e o Estado permite a publicidade de cerveja a qualquer hora em rádio e TV concessões públicas e o estímulo ao consumo precoce. Inclusive a utilização publicitária de pessoas famosas das áreas de entretenimento, artes e esportes, para suscitar em crianças e jovens reações miméticas de consumo de álcool.

Dados do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas informam que 42% das crianças brasileiras com idade entre 10 e 12 anos já consumiram bebida alcoólica, e 10% dos jovens de 12 a 17 anos podem ser classificados como dependentes de álcool.

Adolescentes acreditam que um copo de chope não implica risco para a saúde. Talvez.

O problema é que, ao se enturmar num bar, ele bebe oito ou dez. Ou apela para o mais barato, no duplo sentido da palavra custo e efeito: uma garrafa de cachaça ou vodca custa menos que uma rodada de chope e provoca rápido um barato...

O Ministério da Saúde já calculou quanto o alcoolismo custa aos cofres públicos? Quanto gasta o INSS com os afastados do trabalho por dependência do álcool? De que adiantam as campanhas de prevenção se atletas de renome fazem propaganda de bebida alcoólica? A publicidade de bebida destilada cachaça, uísque, vodca obedece à restrição de horários, regulados pela lei 9.294/1996. Entre 6h e 21h é vetada a publicidade de destilados, embora muitas rádios burlem a proibição. A cerveja, que responde por 70% de todo álcool ingerido no Brasil, é livre de regulamentação. E é por ela que muitos jovens ingressam na dependência química.

Pela lei 9.294, bebida alcoólica é a que possui mais de 13 graus na escala Gay-Lussac.

Todas as demais leis do Brasil de trânsito, fabricação etc consideram alcoólica toda bebida com mais de 0,5º GL. Verifique com lupa o rótulo de uma cerveja dita sem álcool.

Com exceção de uma marca, as demais possuem 0,5º GL, ou seja, fazem, com respaldo da lei, propaganda enganosa.


Assim, pais desavisados deixam crianças ingerirem a cerveja sem álcool e alcoólatras em tratamento são vítimas do mesmo engodo.

Vêm aí a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

Se permanecer liberado o direito de associar desportistas com bebidas alcoólicas a Lei Seca, com certeza, vai fazer água...

O argumento de que regular a publicidade é censura ou fere a liberdade de expressão é mero terrorismo consumista centrado em sobrepor interesses privados ao interesse público, como é o caso da proteção da saúde da população, em especial de nossas crianças e adolescentes.

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ELEIÇÕES 2010 [In:] PAC 2. QUE FIM LEVOU O PAC 1 ? (''O que foi feito de Vera, deveras!'') *

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Dilma lança hoje PAC 2 sem revelar dados sobre a 1ª etapa

Dilma lança PAC 2 sem abrir caixa-preta


Autor(es): EDUARDO SCOLESE DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Folha de S. Paulo - 29/03/2010

Governo não informa andamento e execução orçamentária de mais de 90% das obras da primeira versão do programa


Balanços quadrimestrais detalham só 6% das ações do PAC, cuja nova edição marca a saída da ministra para disputar as eleições


A dois dias de deixar o governo para a corrida presidencial, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) lança hoje a segunda versão do PAC sem ter aberto a caixa-preta que sustenta a propaganda da primeira versão do Programa de Aceleração do Crescimento.
Segundo levantamento feito pela Folha, não se sabe com precisão o que aconteceu com 2.321 (94%) das 2.471 ações ditas como "monitoradas" pelo programa. Como até a lista desse montante de obras é mantida sob sigilo, não há informações também sobre o andamento e a execução orçamentária de cada uma delas.
Desde o ano passado, o presidente Lula tem usado eventos do PAC para apresentar Dilma aos eleitores. Ele aponta o programa de infraestrutura, lançado em 2007, como uma espécie de atestado gerencial de sua pré-candidata ao Planalto.
Na garupa de Lula e em ascensão nas pesquisas, Dilma divulga balanços que enaltecem o programa, mas mantém sob sigilo toda a base de dados. Faz isso, apesar de a Presidência propagandear na internet que "a gestão do PAC tem como fundamento a transparência e a divulgação dos dados".

Ritmo "adequado"
Assim como fez no balanço de três anos do programa, no mês passado, a ministra fala na conclusão de metade das ações, mas não as identifica. Aponta o "monitoramento" de 2.471 ações, mas só apresenta detalhes de 150 delas (6%). Sobre as obras em andamento, anuncia um ritmo de execução "adequado" em quase 90% delas, mas também não as enumera.
Além disso, como a Folha revelou no início deste mês, os balanços do programa são maquiados para esconder atrasos nas principais obras. Assim, uma obra atrasada em meses ou anos aparece na estatística oficial com o carimbo de ritmo "adequado".
Com números gerais maquiados e a base de informações sob sigilo, Dilma constrói balanços coloridos, recheados com fotos e carimbos verdes (de ritmo "adequado").
Além dos balanços quadrimestrais, que detalham apenas 6% das ações do programa, na página da Presidência na internet há listas de centenas de obras divididas por Estado.
Para cada uma delas há apenas duas informações: previsão geral de investimento e o estágio físico atual (como "em licitação", "em obra", "concluída"). Não consta a meta de conclusão nem o carimbo que aponta o ritmo de execução, como ocorre em relação às 150 obras detalhadas no balanço quadrimestral mais recente.

Segredo
Ainda na internet, o governo anuncia que as informações do programa estão "disponíveis a qualquer interessado". Como não estão, a reportagem as solicitou diretamente à Casa Civil.
Em e-mail encaminhado no dia 3 de março à assessoria de Dilma, a reportagem pediu, entre outros pontos, a lista com as 2.471 ações do PAC "monitoradas" pelo governo federal.
Para cada uma dessas ações, solicitou ainda os seguintes dados: data prevista de conclusão, valor de investimento e o respectivo carimbo sobre o ritmo de execução ("preocupante", "atenção" ou "adequado").
Nesse intervalo, a solicitação foi reforçada por e-mail ou por telefone ao menos uma vez por semana. Como opção, a reportagem sugeriu manusear os documentos na sala do comitê gestor do PAC.
A Casa Civil nada encaminhou de volta e vetou o acesso direto às planilhas. Como justificativa, informou via assessoria que não conseguiu entregar as informações por conta dos preparativos do PAC 2, que será lançado hoje em megafesta.
Para o evento, o governo alugou auditório com capacidade para 1.200 pessoas, num dos badalados centros de convenções da capital. Além de ministros e congressistas, convidou sindicalistas, empresários e representantes da sociedade civil.

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(*) O Que Foi Feito Deverá/o Que Foi Feito De Vera (Milton Nascimento).

"(...) O que foi feito
É preciso conhecer
Para melhor prosseguir
Falo assim sem tristeza
Falo por acreditar
Que é cobrando o que fomos
Que nós iremos crescer
Outros outubros virão
Outras manhãs plenas de sol e de luz..."
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www.vagalume.com.br
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HERBICIDAS [In:] A CHINA ENTRE A NORTOX e a MONSANTO

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Nortox pede fim de antidumping sobre glifosato chinês

Autor(es): Mauro Zanatta, de Brasília
Valor Econômico - 29/03/2010

A paranaense Nortox S.A protocolou no Ministério do Desenvolvimento, na sexta-feira, um pedido de extinção da sobretaxa de 2,1% aplicada nas importações de glifosato originário da China. O produto, cujas vendas superam R$ 1,2 bilhão anuais, serve como matéria-prima para herbicidas usados na maioria das lavouras brasileiras.

Maior produtora nacional de agrotóxicos, a Nortox argumenta que o fim do antidumping, revalidado em fevereiro de 2009, elevará a oferta de glifosato no país, reduzindo os preços finais aos produtores rurais, e ajudará no aumento da atividade industrial local com a formulação do glifosato, além de diminuir a concentração da produção, hoje nas mãos da Monsanto. "Temos que oferecer preços competitivos e o produtor não pode perder espaços lá fora", diz o coordenador de Assuntos Corporativos da Nortox, João Bello Neto.

A briga entre os importadores da matéria-prima barata da China e a Monsanto se arrasta desde 2003, quando a tarifa foi fixada em 35,8%. Em 2008, a sobretaxa foi reduzida para 11,7%. Depois, caiu a 2,9% e chegou aos atuais 2,1% em fevereiro de 2009. A tarifa é a diferença entre o preço do produto no porto brasileiro e o preço posto na fábrica da Monsanto. Se a Camex tivesse optado por aplicar o antidumping calculado à época, a tarifa ficaria acima de 40%, o que seria difícil de defender por causa da disparada nos preços internacionais do glifosato.

Diante da redução nos preços internacionais do glifosato, a Monsanto tem insistido com o governo em substituir a sobretaxa por um preço mínimo de referência de US$ 4,60 por quilo ou litro. Alega prejuízos a sua fábrica em Camaçari (BA) causados pela competição com o produto chinês. A Nortox alega que os preços voltaram à média histórica de US$ 3,70 registrada na última década, já que o glifosato tornou-se uma "commodity" em razão da disseminação das sementes transgênicas.

Em fevereiro, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu, em reunião informal dos sete ministros, aplicar um preço de referência de US$ 3,60 por quilo ou litro. Mas não publicou portaria. Nos bastidores, também ficou acertado que a Camex controlaria as importações por meio de licenças não-automáticas.

Pelas regras de defesa comercial, o pedido da Nortox deve suspender novas decisões da Camex sobre o tema. A solicitação abrirá espaço a um novo processo de avaliação dos prejuízos causados pela importação do glifosato chinês. "Agora, todos os dados e cálculos devem ser revistos pelo Decom. Qualquer decisão sobre tarifas ou preços mínimos devem aguardar nova análise", defende Bello Neto. A Monsanto informou não ter pedido revisão formal da atual tarifa nem ter conhecimento sobre a ação da concorrente Nortox.

Semana passada, a bancada ruralista entrou na briga para defender sua base política, a maior consumidora de agrotóxicos. A Comissão de Agricultura da Câmara aprovou convite aos ministros da Camex para explicar o antidumping. A Monsanto, segundo o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), detém 70% da produção doméstica porque importa de suas fábricas na Argentina e EUA o mesmo glifosato chinês que tenta impedir de entrar no Brasil. O mercado interno consome 280 milhões de litros anuais de glifosato e a Monsanto produz menos de 100 milhões, diz.

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EDUCAÇÃO e CULTURA [In:] ANALFABETISMO e DOMÍNIO RELIGIOSO (IV)

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Milagres e milhões

Com promessas de cura e até de ressurreição, o apóstolo Valdemiro Santiago transformou sua Igreja Mundial num novo império evangélico


Mariana Sanches e Ricardo Mendonça. Com Juliana Arini, de Cuiabá (MT)
Revista Época
FLAGRANTE
Um policial exibe fuzis apreendidos com pastores da Igreja Mundial em Mato Grosso do Sul. O próprio Valdemiro já foi preso com armas ilegais.

Ainda que a cúpula da Mundial mantenha segredo sobre a movimentação financeira da igreja, todos concordam que o gasto mais relevante é com mídia. Um membro da cúpula afirmou que o desembolso total nessa rubrica está em torno de R$ 13 milhões por mês. “No Canal 21, o apóstolo deve estar pagando uns R$ 7 milhões, daí para mais. Na Rede TV! foi renovado por R$ 1,9 milhão. E na CNT uns R$ 800 mil”, diz o assessor Jorge Lisboa sobre os três principais contratos. Para filmar eventos externos, a Mundial contratou a produtora de TV Casablanca, a maior do setor no Brasil.

A nova ambição de Valdemiro é política. Seguindo a tendência de outras igrejas, ele quer criar sua própria bancada em Brasília e eleger um representante seu em cada Assembleia Legislativa do país. “A estratégia do apóstolo é lançar só um federal e um estadual por Estado. É para não ter competição interna”, diz Irio Rosa, escalado para ser candidato a deputado estadual no Paraná pelo nanico PSC (Partido Social Cristão). A legenda, cujos maiores expoentes são o senador Mão Santa (PI) e o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, deverá lançar a maioria dos candidatos da Mundial. Rosa, exibido constantemente na TV da Mundial, admite que mal conhece o Paraná.“Eu queria sair candidato por Brasília, mas o apóstolo não deixou. Então, faz um ano que estou morando em Curitiba”, diz.

Um dos colaboradores mais importantes de Valdemiro fará dobradinha com Rosa no Paraná. É o executivo Ricardo Arruda Nunes, ex-presidente do desativado Banco de Crédito Metropolitano, conhecido como o banco da Igreja Universal. Nunes diz ser hoje responsável pela “estratégia financeira” da Mundial. Ele já foi investigado pela Polícia Federal e pela Procuradoria da República por suas supostas relações com empresas-fantasmas que teriam sido criadas pela Universal para lavar dinheiro. Agora, prestador de serviços para a Mundial, frequenta os cultos de Valdemiro todo domingo.

Em janeiro, Valdemiro Santiago quase recebeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu altar. A ocasião era um culto no Paço Municipal de São Bernardo do Campo, com público estimado em 50 mil pessoas. Lula chegou a confirmar presença, mas não apareceu, porque teve uma crise de hipertensão. Para representá-lo, compareceram dois petistas: o prefeito Luiz Marinho e o senador Aloizio Mercadante. “Eu não conhecia Valdemiro”, disse Mercadante. “É mesmo impressionante. Ele prega de forma muito direta, autêntica e popular. Lembra as manifestações que a gente fazia aqui neste mesmo lugar com os trabalhadores, um movimento forte, espontâneo e que incomoda as elites.” Mercadante prometeu articular um encontro de Valdemiro com Lula. Até a semana passada, nenhuma reunião tinha sido agendada.

Valdemiro procura cultivar contatos com políticos de diversas tendências. Mantém boas relações com o tucano Marconi Perillo, senador por Goiás, e com Ivo Cassol (PP), governador de Rondônia. “Imagine uma pessoa íntegra, boa, verdadeira. É ele, Valdemiro. Ele faz coisas que só Deus pode fazer”, diz Cassol. Ele costuma recebê-lo em sua fazenda, em Rondônia, para pescar. Entre os políticos de destaque, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), é o único com quem Valdemiro tem relacionamento dúbio. Em 2008, Valdemiro pediu votos para Kassab. No ano passado, quando a sede da Mundial no Brás, centro de São Paulo, foi lacrada por falta de segurança e excesso de barulho, Kassab passou a ser tratado como inimigo.

A sede do Brás é um galpão enorme e antigo, que funcionava como fábrica da família Matarazzo. Ocupa uma área de 43.000 metros quadrados e foi comprado pela igreja por R$ 60 milhões em 60 parcelas. O embargo ocorreu porque o imóvel tinha fiação exposta, piso e teto comprometidos e não contava com saídas de emergência, além de produzir muito barulho. Enquanto providenciava reformas, Valdemiro dizia que o fechamento era uma “perseguição dos poderosos à obra de Deus”. Várias vezes ameaçou retaliar Kassab nas urnas. A sede, que ficou 53 dias lacrada, é a principal fonte de renda da Mundial. “O fechamento da nossa igreja provocou um prejuízo de milhões e milhões de reais”, disse Valdemiro num culto em fevereiro, enquanto pedia mais ofertas aos seguidores.

De todos os assuntos relacionados à vida de Valdemiro, um dos mais polêmicos e misteriosos é sua saída da Universal. Valdemiro é o único dissidente de Edir Macedo que prosperou criando sua própria igreja. Depois de ocupar posições de destaque em São Paulo, Paraíba, Pernambuco e em Moçambique, Valdemiro rompeu com a Universal em 1997. Sua importância pode ser medida pelas participações societárias que acumulou. No último ano de Universal, tinha em seu nome duas TVs e três rádios FM da igreja. Há várias versões para a ruptura. Alguns dizem que Valdemiro foi expulso por desviar dinheiro da Universal. Outros dizem que ele discordou de Edir Macedo na nomeação de um bispo. Há quem diga que ele caiu em desgraça porque brigou com autoridades de Moçambique e atrapalhou a expansão da igreja por lá. Sua saída não foi amigável. “Sabe o que o Macedo fez com ele? Deu R$ 50 mil e um Gol velho. Jogou na mesa. Foi assim que o Macedo fez, ó: ‘Se você ficar, vou te dar uma liderança forte, um Audi, tudo. Se sair, leva R$ 50 mil e um Gol velho’”, afirma Didini, que deixou a Universal na mesma época. “Ganhei R$ 100 mil quando saí. O cara (Valdemiro) foi um líder, trabalhou 18 anos lá, deu a vida pela igreja e só levou R$ 50 mil.”

Parte importante do sucesso da Mundial é resultado da crise da Igreja Universal. Lideranças evangélicas dizem que a Universal começou a enfrentar problemas quando Edir Macedo passou a dedicar a maior parte de sua atenção à TV Record. “Ele deixou de ser igrejeiro, virou empresário e foi morar nos Estados Unidos, longe dos fiéis”, afirma o ex-bispo Marcelo Pires, que atuou na Universal e hoje move processos judiciais contra a igreja. “O seguidor da Universal nem vê mais o Edir pregando. Como não sente o carinho de seu líder, procura outras igrejas.” Há também o desgaste provocado pelas denúncias recentes de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito contra líderes da Universal.

Desde a criação da Mundial, Edir Macedo nunca manifestou nenhum tipo de temor sobre a concorrente. Dias atrás, ele publicou um post em seu blog em que cita pela primeira vez a Mundial. Edir Macedo reproduziu a carta de uma fiel que teria passado pela igreja de Valdemiro. Ela diz que na Mundial viu sua vida espiritual “caindo a cada dia”. Os parceiros de Valdemiro comemoraram. Para eles, Edir Macedo passou um atestado de preocupação.

Rogério Cassimiro
PODER
Acima, Valdemiro com o prefeito Luiz Marinho (à esq.) e o senador Mercadante, que representaram Lula em São Bernardo. Abaixo, com Kassab em 2005, citado nos templos como inimigo da Mundial
Jorge Lisboa

Alto escalão

Os principais nomes da cúpula da Igreja Mundial

Fotos: reprodução (2), Rogério Cassimiro/Época e Danilo Verpa/Folha Imagem



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http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI129355-15223-4,00-MILAGRES+E+MILHOES.html
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EDUCAÇÃO e CULTURA [In:] ANALFABETISMO e DOMÍNIO RELIGIOSO (III)

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Milagres e milhões

Com promessas de cura e até de ressurreição, o apóstolo Valdemiro Santiago transformou sua Igreja Mundial num novo império evangélico

Mariana Sanches e Ricardo Mendonça. Com Juliana Arini, de Cuiabá (MT)
Rogério Cassimiro

No culto em São Bernardo, um bebê é levado de mão em mão sobre o público até o altar, onde depois recebeu a bênção de Valdemiro.


Como outras igrejas neopentecostais, a Mundial também não se acanha em pedir ofertas. Apesar do perfil pobre do público, os pregadores não hesitam em estabelecer valores altos para as contribuições. Valdemiro já pediu até 30% da renda do fiel, o que foi batizado de “trízimo” : “Você vai dizer para Deus o seguinte: ‘Senhor, 70% de tudo o que o Senhor me der neste mês é meu. E 30% são da sua obra’”, disse. Depois, associou o “30” à “Santíssima Trindade”. Apesar de dizer que não faz distinção entre doadores, a Mundial qualifica as ofertas em categorias: ouro (R$ 300), prata (R$ 100) e bronze (R$ 50). “Quando Jesus nasceu, recebeu três presentes: ouro, incenso e mirra. Qual foi o mais importante?”, disse Valdemiro num culto. E respondeu: “O ouro!”.

O ex-pastor Rafael Ferreira, um dos raros dissidentes da Mundial, dá detalhes das táticas de arrecadação: “Em Mato Grosso havia uma meta de R$ 1 milhão por mês, além dos R$ 500 mil para pagar a TV. Eu era responsável pelos depósitos. Todo dia ia ao Bradesco do centro de Cuiabá e depositava de R$ 80 mil a R$ 100 mil na conta da igreja”. Ferreira atuou por três anos na Mundial. Ele conta como eram os “cursos de pregação”: “O bispo Sidney Furlan mandava a gente subir no altar e orientava sobre o que falar para comover o povo. Dizia que era preciso fazer um teatrinho, um sensacionalismo para o povo acreditar que a igreja era responsável pelas curas e milagres”. Ferreira, que se diz ex-homossexual, foi expulso da Mundial em dezembro. Ele pede R$ 1 milhão na Justiça por discriminação e calúnia. Os representantes da igreja em Cuiabá não quiseram comentar suas afirmações.

Problemas com a Justiça não são uma novidade para a Mundial. No começo do mês, três pastores da igreja foram presos pela Polícia Rodoviária em Mato Grosso do Sul. Com eles foram apreendidos sete fuzis, que, segundo a polícia, saíram da Bolívia e seriam entregues para traficantes no Rio de Janeiro. O próprio Valdemiro já foi apanhado em situação parecida. Em abril de 2003, o Ford Mondeo que dirigia foi parado numa blitz em Sorocaba. No carro, havia 26 cartuchos de munição e três armas: uma carabina calibre 22 e espingardas calibres 12 e 15. “Ele disse que era caçador. Falou que tinha morado na África, onde caçava elefantes”, diz o policial Danilo Ramos, que atuou no flagrante. Na casa do apóstolo, “um lugar sujo, nos fundos de um quintal”, segundo Ramos, os policiais acharam mais duas espingardas ilegais. Na delegacia, Valdemiro afirmou que ganhava “aproximadamente R$ 500 por mês” e não tinha imóvel nem dinheiro no banco. Passou a madrugada preso. Em 2005, foi condenado a dar três cestas básicas a uma instituição de caridade.

Ainda em 2003, Valdemiro voltou a esbarrar na ilegalidade. Ao renovar a carteira de motorista, usou o RG 16.717.037, que pertence a uma mulher nascida em Paraibuna, no interior de São Paulo. A habilitação, com o número de RG errado, venceu em 2008. Não consta que ele tenha tido problema por ter circulado com um documento com informação falsa.

Valdemiro já pediu até 30% da renda do fiel – o que foi batizado de “trízimo”

Com o crescimento da Mundial, o padrão de vida de Valdemiro mudou radicalmente, embora ele continue cultivando a imagem de interiorano simplório diante dos fiéis. Valdemiro mora num condomínio de luxo em Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo. Quando precisa se deslocar, usa dois helicópteros e um jato Citation Excel, de R$ 18,5 milhões, alugado há cinco meses. O helicóptero menor é um Bell Jet Ranger 206B3, avaliado em R$ 1,3 milhão. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ele já pertenceu à apresentadora Xuxa. Hoje, está em nome de uma factoring chamada Athenabanco, que diz ter vendido o aparelho à Mundial no fim de 2008, em 12 parcelas. “O pedido de transferência para a igreja está na Anac há dois meses, mas o processo é lento”, diz Robinson Leite, diretor da Athenabanco.

O helicóptero grande é um Agusta A109-C, comprado pela Mundial em setembro de 2009, por R$ 5,1 milhões. Potente, luxuoso e seguro, o Agusta é um dos aparelhos mais cobiçados do mercado. Para embarques e desembarques perto de casa, Valdemiro usa o heliponto de Amilcare Dallevo, dono da Rede TV!. É uma situação provisória (que Dallevo prefere não comentar). Em pouco tempo, Valdemiro deverá construir seus próprios helipontos. A amigos, disse que vai construir um perto de sua casa e outro perto do enorme templo que está erguendo na Zona Sul de São Paulo.

A frota de aeronaves já parece insuficiente para o apóstolo. Há algumas semanas, corretores foram acionados para tentar vender o Agusta por US$ 2,5 milhões. “O plano de Valdemiro é comprar um Agusta Grand, o mais sofisticado da marca, que custa uns US$ 7 milhões”, diz um profissional do mercado. O avião também pode estar com os dias contados. “Eu já disse para o Valdemiro que ele precisa comprar um jato intercontinental. A igreja está em expansão na África”, afirma Ronaldo Didini.

Em seu próprio nome, o patrimônio de Valdemiro é bem menor. Com a mulher, a bispa Franciléia, ele é sócio de uma empresa de comunicação e de uma gravadora de CDs, que trabalham para a igreja. Franciléia é uma loira de 44 anos. Com joias e roupas chamativas, ela acompanha Valdemiro nos cultos e ora chorando. Ainda é sócia da editora que publica livros da Mundial. Oficialmente, a renda do casal sai apenas da venda dos livros e CDs. Os outros bens de Valdemiro são um Fusca 1969, uma moto 125 cilindradas e uma picape Dodge RAM 2.500 avaliada em R$ 100 mil.

O motor do crescimento acelerado da Mundial é sua estratégia de mídia, considerada a mais agressiva entre os evangélicos. Até dois anos atrás, a Mundial disputava fiéis pela TV em pé de igualdade com os concorrentes, alugando pequenas faixas da programação. Em agosto de 2008, deu um salto. Valdemiro fechou um acordo com a família Saad, do Grupo Bandeirantes de Comunicação, e passou a ocupar 22 horas diárias da grade da Rede 21, canal UHF com alcance nacional. O negócio, que garantiu presença avassaladora da Mundial na TV, foi articulado por Didini, que ficou com o cargo de gestor de conteúdo da emissora.

A Mundial tem também acordos com a Rede TV! – em que ocupa três horas e meia da programação diária – e com a CNT – oito horas por dia. Transmite por satélite para cinco países da África. No rádio, mantém operações em vários Estados. As mais relevantes no Rio e em São Paulo, onde a Mundial arrendou uma emissora FM para transmitir 24 horas por dia.

Fotos: Rogério Cassimiro
RIQUEZA
Valdemiro cultiva uma imagem de frugalidade. Mas tem um padrão de vida sofisticado. Um helicóptero Agusta (foto inferior, à esq.), um Bell (foto maior) e um jato Citation de R$ 18,5 milhões (foto superior, à esq.) ficam a sua disposição.
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EDUCAÇÃO e CULTURA [In:] ANALFABETISMO e DOMÍNIO RELIGIOSO (II)

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Milagres e milhões


Com promessas de cura e até de ressurreição, o apóstolo Valdemiro Santiago transformou sua Igreja Mundial num novo império evangélico


Mariana Sanches e Ricardo Mendonça. Com Juliana Arini, de Cuiabá (MT)
Fotos: Rogério Cassimiro
DINHEIRO
Na multidão, uma fiel dá R$ 20 à Mundial. Nos grandes cultos, as doações são recolhidas por mais de 200 voluntários (à esq.). Depois, as sacolinhas são entregues numa cabine improvisada, de onde saem malas cheias (à dir.)

Além dos “livramentos”, a Mundial ostenta ainda outras três distinções em relação às concorrentes. A principal é a ênfase na cura. Diferentemente da Universal, que cresceu preconizando o exorcismo, ou da Renascer, que concentra o foco na prosperidade, a Mundial promete soluções divinas para doenças terrenas. O discurso não é novo. Nos anos 50, milagres de cura eram o mote da Igreja do Evangelho Quadrangular e da igreja O Brasil para Cristo, de Manoel de Mello. Valdemiro remasterizou o tema. Para dar credibilidade ao discurso, às vezes recorre ao médico Wandemberg Barbosa, que sobe ao altar para dizer que a medicina não explica certos fenômenos. “Há casos que só podem ser milagres”, diz Barbosa. “Tomo cuidado com o que falo porque existe a fiscalização do CRM (Conselho Regional de Medicina), mas Valdemiro não provoca a descrença na medicina. Ele nunca manda ninguém interromper o tratamento.”

Outra característica que distingue a Mundial é a sacralização do suor. A cada culto, Valdemiro passa quase três horas no altar. Ali, ele grita, canta, ri, chora, pula, se ajoelha e sua. Sobretudo sua. Quando a reunião termina, seu suor é disputado pelos fiéis. Mais de 200 chegam a cercá-lo. Tremendo, chorando, eles usam toalhinhas fornecidas pela igreja para coletar alguma umidade. Depois, esfregam o pano no próprio corpo, em fotos ou documentos. “A valorização do suor, que ocorre com vários líderes da Mundial, é uma novidade completa entre os protestantes”, diz o sociólogo e teólogo Ricardo Bitun, da Universidade Mackenzie. “Valdemiro é corajoso ao permitir que o público toque em seu corpo. Nenhum outro líder evangélico faz isso”, afirma o sociólogo Antônio Flávio Pierucci, da Universidade de São Paulo (USP).

O terceiro elemento distintivo da Mundial é a composição de uma cúpula majoritariamente negra. Os bispos Josivaldo Batista, o segundo na hierarquia, e Roberto Damásio, o terceiro, também são negros. Valdemiro fala com orgulho sobre a presença de negros na direção da igreja. E afirma já ter sido discriminado por sua cor. Eis o que diz o jornalista Ronaldo Didini, ex-homem de confiança de Edir Macedo que hoje trabalha como consultor de mídia para Valdemiro: “Uma vez, numa reunião de lideranças da Universal, Valdemiro foi indicado para liderar a igreja no Paraná. Macedo foi contra, dizendo que a sociedade paranaense era elitizada e que não mandaria um negro para lá. Quem defendeu o Valdemiro foi o Honorilton (Gonçalves), hoje presidente da Record. Mas não adiantou”. Por meio de sua assessoria, a Universal afirmou que tem vários pastores e bispos negros e que a acusação de discriminação contra Valdemiro é improcedente.

A Mundial não vive só de inovação. Noutros aspectos, aproveita o know-how dos concorrentes, como a prática de distribuir bens em nome de terceiros para esconder o enriquecimento das lideranças. “A Mundial cresceu muito. Então há coisas que o apóstolo coloca no nome de outros. Eu já tive veículos da igreja em meu nome”, diz Jorge Lisboa, obreiro e assessor da Mundial, presença frequente no altar ao lado de Valdemiro. “O primeiro carro que o apóstolo comprou pela igreja colocou no meu nome. Muita coisa é assim. Sabe por que o R.R. Soares está estacionado? Porque dedicou tudo à família. O dirigente tem de confiar nos outros. Se comprar dez emissoras de rádio, tem de colocar em nome de pessoas diferentes.” O missionário R.R. Soares não respondeu aos pedidos de entrevista de ÉPOCA.

A prática descrita por Lisboa é confirmada pelo advogado Fausto Bossolo, membro da Mundial e assessor do vereador José Olímpio (PP), representante da igreja na Câmara Municipal de São Paulo. “Como é que você vai declarar isso no Imposto de Renda? A Igreja Evangélica tem um crescimento absurdo e a demanda é muito grande”, diz ele. “Então é complicado colocar (tudo)

no nome de uma pessoa só. Você tem uma casa e daqui a um ano tem 20. E aí? Como fica?”

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EDUCAÇÃO e CULTURA [In:] ANALFABETISMO e DOMÍNIO RELIGIOSO

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Milagres e milhões


Com promessas de cura e até de ressurreição, o apóstolo Valdemiro Santiago transformou sua Igreja Mundial num novo império evangélico


Mariana Sanches e Ricardo Mendonça. Com Juliana Arini, de Cuiabá (MT)
Rogério Cassimiro
CARISMA
De chapéu, uma de suas marcas, o apóstolo Valdemiro Santiago comanda um culto para 50 mil pessoas em São Bernardo do Campo, São Paulo, em janeiro.

– Uma das histórias que mais me impressionou (sic) foi de um homem que morreu. Como se diz no Nordeste, ele estava na pedra. A família já tinha recebido atestado de óbito. A filha dele chegou em mim na igreja, me abraçou e disse: “Se o senhor disser que ele está vivo, ele viverá”. O que houve ali foi pela fé dela. Comovido, respondi: “Então, está vivo”. Quando ela voltou para casa, estavam se preparando para velar o corpo e receberam a notícia de que o homem havia voltado à vida. Os médicos tentaram justificar, mas não conseguiram entender como o coração dele voltou a bater. Foi uma ressurreição.

O relato acima foi feito em 2009 pelo líder evangélico Valdemiro Santiago de Oliveira numa de suas raras entrevistas, concedida a uma publicação evangélica chamada Eclésia.

Alto, negro, extrovertido, de fala rouca cheia de erros de português e forte sotaque mineiro, Valdemiro, de 46 anos, é o criador, líder absoluto e autoproclamado “apóstolo” da Igreja Mundial do Poder de Deus. Caçula entre as neopentecostais, a igreja foi fundada em 1998, em Sorocaba, interior de São Paulo. Mineiro de Palma, região de Juiz de Fora, Valdemiro gosta de se definir como “homem do mato” ou “um simples comedor de angu”. Na pregação diária de bispos e pastores e no boca a boca de milhares de fiéis, é reverenciado como milagreiro. Além de afirmar ressuscitar os mortos, cultiva a fama de curar de aids, câncer, cegueira, surdez, tuberculose, hanseníase, paralisia, alergias, coceiras e dores em qualquer parte do corpo e da alma. Num domingo com três cultos, Valdemiro chega a apresentar mais de 30 testemunhos de cura. ÉPOCA tentou falar com Valdemiro durante dois meses. As solicitações foram feitas por meio de assessores e bispos e diretamente a ele, na saída de cultos. Em duas ocasiões, ele prometeu dar entrevista, mas nunca agendou.

Dissidência da Igreja Universal do Reino de Deus, a Mundial é a menos organizada das evangélicas. Seus templos têm instalações precárias. A pregação é classificada por alguns como “primitiva”. Há gritos, choros e performances espalhafatosas. Até suas publicações são visivelmente mais pobres que as das concorrentes. Apesar de fazer quase tudo no improviso, a Mundial já é considerada o maior fenômeno religioso do Brasil desde a criação da Igreja Universal, em 1977, sob a liderança do bispo Edir Macedo. Mais que isso, a Mundial começa a se firmar como ameaça ao império que a Universal ergueu no campo das neopentecostais.

Carismático, intuitivo, meio desafiador, meio fanfarrão, Valdemiro comanda uma estrutura que, de acordo com números da igreja, reúne 2.350 templos, cerca de 4.500 pastores e tem sedes em mais 12 países. Só em aluguéis de imóveis para cultos a Mundial gasta R$ 12 milhões por mês, segundo estima o diretor de compras da igreja, Mateus Oliveira, sobrinho de Valdemiro. Em número de templos, a Mundial superou duas de suas três concorrentes neopentecostais: a Internacional da Graça, do missionário R.R. Soares, e a Renascer, do casal Estevam e Sônia Hernandes. Nos últimos dois anos, a Mundial praticamente multiplicou por dez seu tamanho (em 2008, eram 250 templos). Mantido o atual ritmo de crescimento, ela ultrapassaria a Universal até 2012. A igreja de Edir Macedo afirma ter 5.200 templos e 10 mil pastores.

Uma característica nova na expansão da Mundial está naquilo que o sociólogo Ricardo Mariano, estudioso de religião na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, chama de “pescar no próprio aquário evangélico”. Estudos sugerem que a maior parte dos seguidores da Mundial veio de outras neopentecostais, principalmente da Universal. Poucos eram do meio católico, tradicional fornecedor de fiéis para denominações evangélicas. “Calculo que mais de 50% dos membros da Mundial saíram da Universal, uns 30% da Internacional da Graça e o resto das demais evangélicas ou outras religiões”, diz Paulo Romeiro, professor de teologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e autor de um livro sobre a igreja.

Na cúpula da Mundial, a presença de ex-membros da Universal é expressiva. Estima-se que 90% dos bispos e até 80% dos pastores tenham sido formados por Edir Macedo. O próprio Valdemiro tem origem na Universal, onde atuou por 18 anos. O apetite com que a Mundial avança sobre a Universal aparece até na distribuição geográfica dos templos. Valdemiro tem predileção por instalar igrejas em imóveis que já foram ocupados pela Universal.

Parte do encanto de Valdemiro está na imagem messiânica que ele construiu em torno de si, contando histórias mirabolantes. A mais espetacular está no livro O grande livramento: ele descreve um naufrágio que sofreu em Moçambique em 1996, quando ainda era da Universal. Valdemiro diz que ele e três conhecidos foram vítimas de uma sabotagem, que fez a embarcação afundar a 20 quilômetros da costa. A partir daí, a história ganha ares cinematográficos.

Valdemiro na época pesava 153 quilos (anos depois, ele faria uma cirurgia de redução de estômago). Ele diz que deu os únicos três coletes aos colegas e começou a nadar a esmo. Diz ter nadado oito horas “contra forte correnteza”, “ondas gigantes” e cercado por “tubarões-brancos assassinos” e “barracudas agressivas”. Na travessia, prossegue sua narrativa, um pedaço de sua perna foi arrancado e seus olhos foram queimados por “águas-vivas gigantes”. Quando finalmente chegou à praia, diz ele, dormiu na areia e acordou nos braços de dois estranhos, “africanos seminus”. “Tive a clareza de que os anjos do Senhor haviam me visitado e me dado o livramento”, diz. Dos três companheiros, dois morreram e um foi resgatado. Na época, jornais noticiaram o naufrágio, mas muita gente na igreja duvidou do relato. Um bispo foi à África fazer uma sindicância, mas isso não sanou as dúvidas.

Valdemiro também conta outros três causos de “livramento”. Diz que, numa ocasião, caiu do 8º andar de uma obra, mas nada sofreu. Afirma também que, passeando de carro “na África”, uma bomba de um campo minado explodiu “arremessando nosso carro uns 3 metros para o alto”. Diz ainda que sofreu uma tentativa de assassinato, mas os “matadores profissionais” erraram os cinco tiros. “Assustados, jogaram o rifle para dentro do carro e fugiram”, afirma.

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EDUCAÇÃO [In:] O GOSTO PELA ''LEITURA'' (desenvolvimento da imaginação) LEVARÁ AO GOSTO PELO ''CÁLCULO''

Como se forma um bom aluno


Todo pai quer que seu filho vá bem na escola. Só querer não basta. A seguir, oito lições de crianças que se destacam nos estudos


Camila Guimarães com Juliana Arini,
Marco Bahé e
Nelito Fernandes

Não há pai ou mãe que não sonhe com isso: que seu filho vá bem na escola, encontre uma vocação e faça sucesso. É por isso que os pais brasileiros, ouvidos em uma pesquisa do Movimento Todos pela Educação, disseram participar com afinco da vida escolar de seus filhos. Essa participação, porém, tem suas falhas – como mostra um detalhamento da pesquisa de 2009, feito com exclusividade para ÉPOCA. Em alguns casos, há falta de tempo (a queixa mais comum de quem tem filho em escola particular). Em outros, o principal obstáculo é o desconhecimento do conteúdo ensinado (para quem tem filho em escola pública).

A pesquisa também detectou conceitos ultrapassados de como impulsionar o conhecimento. A maioria dos pais presta demasiada atenção às notas e preocupa-se menos em estimular a leitura ou acompanhar se a criança está aprendendo.

Em outras palavras: há mais cobrança que incentivo. É como se os pais considerassem que sua tarefa principal é garantir o acesso à escola – a partir daí, a responsabilidade seria dos professores. Isso é pouco, principalmente num país que não tem avançado satisfatoriamente na área da educação. O nível de ensino das escolas brasileiras, mesmo as de elite, é baixo, na comparação com os países mais avançados. Um relatório do Ministério da Educação, ainda incompleto, mostra que atingimos apenas um terço das metas do Plano Nacional de Educação, entre 2001 e 2008. A evasão escolar no ensino médio aumentou de 5% para 13%. Só 14% dos jovens estão na universidade. Menos de um quinto das crianças até 3 anos frequenta creches.

E, no entanto, há ilhas de excelência. Há alunos brilhantes, curiosos, esforçados, interessados, capazes. Não estamos falando de superdotados. São meninos e meninas comuns, de colégios públicos e particulares, pobres ou ricos, que vão para a escola e... aprendem. Mais: formam-se. Estão no caminho de se tornar cidadãos melhores, pessoas melhores, gente de sucesso. Fazer com que uma criança seja assim não está inteiramente ao alcance dos pais. Pesquisas mundiais mostram que o envolvimento paterno responde por, no máximo, 20% da nota final. O restante seria determinado pela qualidade da escola, a relação com os professores, a influência dos colegas e, claro, seu próprio talento. Mas há, em cada um desses fatores, também uma influência dos pais. Cabe a eles analisar a escola, monitorar os professores, perceber o ambiente em que seu filho vive, estimular-lhe os talentos naturais. Talvez não seja possível fabricar bons alunos. Mas, como atestam as experiências dos garotos e das garotas desta reportagem, há boas receitas para ajudá-los a descobrir esse caminho.

Se os pais não sabem reconhecer as paixões naturais dos filhos,
inibem o aprendizado, em vez de promovê-lo

Renato Stockler
UMA HISTÓRIA FELIZ
Pedro Manzaro lê um livro na biblioteca do colégio. Ele tinha dificuldades na escola. Recuperou-se graças ao gosto pela leitura.

1. O PODER DO INCENTIVO

O menino Pedro Manzaro seria um personagem improvável para uma reportagem sobre bons alunos. Aos 7 anos, ele começava o 3o ano sem saber escrever direito e com falhas de leitura. Em breve iniciaria aulas de reforço, com pouco resultado. Pedro era um retardatário na turma de alfabetização. Naquele momento, a diretora do colégio, de uma rede particular de São Paulo, chamou seus pais para uma conversa. Era preciso agir. Quando estão aprendendo as letras, as crianças têm um “clique”, um momento muito pessoal a partir do qual a escrita e a leitura deslancham. O “clique” de Pedro estava demorando demais.

Que pai não ficaria apreensivo com uma situação dessas? Foi como Andréia e Sidnei Manzaro se sentiram. Mas logo trataram de agir. A estratégia foi usar a leitura – o menino adorava livros, vivia com eles embaixo do braço, apesar da dificuldade de entendê-los. Na casa da família, já havia a tradição de cada criança (Pedro tem dois irmãos mais novos) ter seu “dia de filho único”, quando os pais ficam só com ele. Durante a recuperação de Pedro, que levou um ano, seus dias de filho único eram sempre passados dentro de livrarias. Andréia passou a ler os livros de aventura, gênero favorito de Pedro, para conversar com ele sobre os vaivéns dos heróis das histórias (ela pegou gosto: está lendo agora o segundo livro da série Píppi Meialonga, sobre uma garota que viaja pelo mundo e odeia a escola).

Hoje, Pedro é considerado um aluno acima da média. Não é um colecionador de notas 10. Mas isso não preocupa ninguém. “O principal é ele gostar do que está fazendo”, afirma Andréia. O sucesso foi resultado de um esforço conjunto. A escola lhe deu atenção especial, com correção cuidadosa dos textos. O hábito da leitura fez outro tanto. Ler estimula a capacidade de compreender um texto, é um hábito fundamental na formação de seres pensantes. Está entre os quatro fatores comuns aos melhores alunos, segundo uma pesquisa feita pelo Ministério da Educação em 2007 (os outros são fazer lição de casa, ter atividades extracurriculares e pais engajados).

O terceiro impulso, crucial, para a recuperação de Pedro foi a torcida dos pais. O incentivo e os elogios deles ajudaram a construir autoconfiança e gosto pelo esforço. “A gente vivia dizendo para ele: ‘Filho, olha o que você conseguiu!’”, diz Andréia. O elogio é capaz de transformar. Mas é preciso ter cuidado com ele. Há uma ciência em seu uso. Segundo pesquisas americanas, crianças que recebem congratulações por seu desempenho e seu talento tendem a ficar mais preguiçosas e menos criativas. Aparentemente, ficam com medo de arriscar, porque um fracasso destruiria a imagem que conquistaram. Crianças que recebem elogios por seu trabalho duro, pelo esforço despendido para chegar àquele resultado têm reação inversa. Tornam-se mais persistentes, desenvolvem gosto pelo risco. E, quando fracassam, atribuem isso a um esforço insuficiente, não à incapacidade. Foi o que aconteceu com Pedro. “Mesmo com os sucessivos erros, nunca ouvi o Pedro se recusar a escrever um texto”, diz Beatriz Loureiro, a professora que acompanhou sua recuperação.

Se os pais não sabem reconhecer as paixões naturais dos filhos, inibem o aprendizado, em vez de promovê-lo

Rogério Cassimiro
BRINCADEIRA
Guilherme e seus dinos, em uma praça. A paixão ensina a pesquisar e tirar conclusões.

2. O PRAZER DE APRENDER

Guilherme Ortolan, de 9 anos, tem dificuldade de passar para a próxima fase. Não na escola. Essa ele tira de letra. O problema de Guilherme é que, quando joga um de seus games preferidos com o pai, esquece o objetivo. “Ele para o jogo para me dizer que a classificação de um dos bichos na tela está errada: aquele dinossauro não pode ser herbívoro e viver naquela parte da floresta se tem dentes tão pontiagudos, típicos dos carnívoros”, diz o pai, também Guilherme. A paixão do menino pelos dinossauros começou cedo. Ele nem era alfabetizado. Os pais souberam estimular seu interesse. Começaram comprando lagartos de brinquedo. Depois vieram os livros. E as pesquisas na internet. E os recortes de jornais e revistas (muitos deles presenteados pelos professores). A família inteira ficou envolvida pela mania, e Guilherme acabou virando “especialista”. Quando vai brincar com seus dinossauros, ele os organiza por período geológico. Ou por hábitos alimentares.

Esse processo mostra como uma paixão ajuda a estimular a criatividade, ensina a pesquisar por conta própria, tirar conclusões, fazer conexões. Se os pais e professores não sabem reconhecer e estimular as paixões naturais das crianças, se insistem para ela “largar de bobagens e se concentrar no que é sério”, inibem o aprendizado, em vez de promovê-lo. Com Guilherme, aconteceu o contrário. “O repertório dele é superior ao dos colegas”, diz Maria Isabel Gaspar, coordenadora pedagógica da escola em que ele estuda, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. “Não são raras as vezes em que ele já tem informações sobre o que está sendo ensinado na sala de aula.”

Esse tipo de aluno – capaz de fazer associações e reflexões mais sofisticadas – as melhores universidades do país procuram. Em seus vestibulares, elas evoluíram da cobrança de acúmulo de informações para a capacidade de solucionar problemas. O Enem, a prova unificada de seleção aplicada pelo Ministério da Educação, segue a mesma linha.

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SOCIOLOGIA e IDEOLOGIA [In:] A SERVIÇO DE QUEM?

Educação

Ideologia na cartilha

Agora obrigatórias no ensino médio brasileiro,
as aulas de sociologia e filosofia abusam de conceitos
rasos e tom panfletário. Matemática que é bom...


Marcelo Bortoloti
Fotos
À caça de bons mestres
O colégio paulistano São Domingos e o estadual Pedro Álvares Cabral (no detalhe), no Rio: um desafio em comum.


Os 8 milhões de estudantes brasileiros matriculados no ensino médio passaram a receber neste ano aulas de sociologia e filosofia - disciplinas que, por lei, se tornaram obrigatórias em escolas públicas e particulares. Com base nas diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Educação, cada estado fez o seu currículo, no qual a maioria dos colégios privados também se espelha em algum grau. A leitura atenta desse material traz à luz um festival de conceitos simplificados e de velhos chavões de esquerda que, os especialistas concordam, estão longe de se prestar ao essencial numa sala de aula: expandir o horizonte dos alunos. Não faltam exemplos de obscurantismo. Para se ter uma ideia, no Acre uma das metas do currículo de sociologia é ensinar os estudantes a produzir regimentos internos para sindicatos de trabalhadores - verdadeiro absurdo. Um dos explícitos objetivos das aulas em Goiás, por sua vez, é incrustar no aluno a ideia de que "a constante diminuição de cargos em empresas do mundo capitalista é um fator estrutural do sistema econômico" (visão pedestre que desconsidera o fato de que esse mesmo regime resultou em mais e melhores empregos no curso da história). Sem dar às questões a complexidade que elas merecem, as aulas abrangem de tudo: no Espírito Santo, por exemplo, a filosofia abarca da culinária capixaba aos ritmos indígenas. Conclui o sociólogo Simon Schwartzman: "Tratadas com superficialidade e viés ideológico, essas disciplinas só tendem a estreitar, no lugar de ampliar, a visão de mundo".

O viés presente nas aulas de sociologia e filosofia tem suas raízes fincadas nas faculdades de ciências sociais - de onde saíram, ou a que ainda pertencem, os professores responsáveis pela confecção dos atuais currículos. Desde a década de 70, quando se firmaram como trincheiras de combate à ditadura militar nas universidades, tais cursos se ancoram no ideário marxista, à revelia da própria implosão do comunismo no mundo - e estão cada vez mais distantes do rigor e da complexidade do pensamento do alemão Karl Marx (1818-1883). Diz a doutora em ciências sociais Eunice Durham, da Universidade de São Paulo: "Boa parte dessas faculdades propaga apenas panfletos pseudomarxistas repletos de clichês e generalizações, sem se dar sequer ao trabalho de consultar o original". Isso se reflete agora, e de forma acentuada, nos currículos escolares de sociologia e filosofia, criticados até mesmo por quem participou da feitura deles. À frente da equipe que compôs os do Rio de Janeiro, a educadora Teresa Pontual, subsecretária estadual de Educação, chega a reconhecer: "Se criássemos diretrizes distantes demais da realidade dos professores, eles simplesmente não as aplicariam na sala de aula - fomos apenas realistas".

Sob a influência francesa, a sociologia e a filosofia começaram a ganhar espaço no ensino médio brasileiro no fim do século XIX, até se tornarem obrigatórias, ainda que com pequenas interrupções, entre 1925 e 1971. Seu retorno definitivo ao currículo, sacramentado por uma lei aprovada no Congresso dois anos atrás para entrar em vigor justamente agora, era um pleito antigo dos sindicatos dos profissionais dessas áreas. Em 2001, projeto de lei com o mesmo propósito havia passado pelo Congresso, só que acabou vetado pelo então presidente (e sociólogo) Fernando Henrique Cardoso. À época, um parecer do MEC afirmava que os gastos para os estados seriam altos demais e que não havia no país professores em número suficiente para atender à nova demanda. Desta vez, o próprio ministro Fernando Haddad, filósofo de formação, empenhou-se para aprovar o texto. Daqui para a frente, de acordo com um levantamento do Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo, serão recrutados mais 20 000 professores no país inteiro. Trata-se de algo temerário, segundo alerta o sociólogo Bolívar Lamounier: "Não há tanta gente qualificada para desempenhar tal função no Brasil". A experiência recente das próprias escolas já sinaliza isso. "Está sendo duríssimo achar professores dessas áreas que sejam desprovidos da visão ideológica", conta Sílvio Barini, diretor do São Domingos, colégio particular de São Paulo.

Ao obrigar as escolas a ensinar sociologia e filosofia a todos os alunos, o Brasil se junta à maioria dos países da América Latina - e se distancia dos mais avançados em sala de aula, que oferecem essas disciplinas apenas como eletivas. Deixá-las de fora da grade fixa é uma decisão que se baseia no que a experiência já provou. Resume o economista Claudio de Moura Castro, articulista de VEJA e especialista em educação: "Os países mais desenvolvidos já entenderam há muito tempo que é absolutamente irreal esperar que todos os estudantes de ensino médio alcancem a complexidade mínima dos temas da sociologia ou da filosofia - ainda mais num país em que os alunos acumulam tantas deficiências básicas, como o Brasil". Em outros países da América Latina, esse tipo de iniciativa também costuma resvalar em aulas contaminadas pela ideologia de esquerda, preponderante nas escolas. Não será desse jeito que o Brasil dará o necessário passo rumo à excelência.



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''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''

29 de março de 2010

O Globo

Manchete: PAC-2 vai ser lançado hoje, mesmo com PAC-1 atrasado
Governo só pagou, em 3 anos, 16,4% das obras anunciadas em estradas


O governo federal, que lançará hoje o PAC-2, não tem conseguido cumprir os investimentos previstos para a construção e a recuperação de rodovias federais, incluídas na primeira versão do PAC. Segundo dados oficiais, obtidos em fontes como o Sistema Integrado de Administração Financeira só R$ 7,4 bilhões (16,41%) dos recursos anunciados foram pagos de 2007 a 2009, em relação ao que se espera desembolsar até 2010. No relatório de três anos de balanço do PAC, o governo alega que foram investidos R$ 20,8 bilhões em obras concluídas. (págs. 1 e 3)

O procurador do TCU defende punição rigorosa contra a falta de prestação de contas de repasses feitos pela União, como noticiou O Globo. (págs. 1 e 4)

Lindberg ganha prévia e disputará o Senado

O prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, derrotou a secretária estadual de Assistência Social, Benedita da Silva, nas prévias do PT, e será o candidato do partido ao Senado em outubro. O diretório regional anunciou o resultado ontem à noite, mesmo sem o fim da apuração, porque as projeções indicavam uma diferença de votos que não poderia ser alcançada. Lindberg integrará a chapa que apoia o governador Sérgio Cabral (PMDB), de quem já foi ferrenho crítico. (págs. 1 e 4)

Casal Nardoni quer novo julgamento

Os advogados de Alexandre Nardoni e Anna Jatobá, condenados pela morte da menina Isabel1a, querem a realização de novo julgamento, o que gerou polêmica no meio jurídico. Para alguns criminalistas, o casal tem esse direito porque o crime foi cometido na época em que a lei previa um segundo tribunal do júri para penas de prisão acima de 20 anos. Outros acham que vale a lei atual. (págs. 1 e 10)

Papa diz em missa que não se deixará intimidar

Numa alusão indireta às acusações que o levaram ao centro do escândalo de abusos sexuais de menores por religiosos católicos, o Papa Bento XVI disse ontem, na missa de Domingo de Ramos na Praça de São Pedro, que "Deus dá coragem para que não nos deixemos intimidar pelas fofoquinhas da opinião dominante". Clérigos católicos saíram em defesa do Pontífice, mas, em Londres, manifestantes pediram sua abdicação. Já o presidente da Suíça sugeriu a criação de um cadastro de padres pedófilos. (págs. 1 e 22)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Mudança na lei dá mais espaço na TV a candidatos

Presidenciável poderá aparecer em programa estadual de aliado nacional

Presidenciáveis vão ter mais espaço no horário gratuito graças a nova regra que permite, por exemplo, a aparição de Lula e Dilma Rousseff no programa estadual de partidos da aliança nacional, ainda que o PT não integre a coligação no Estado.
A mudança foi aprovada pelo Congresso em 2009. Antes, a presença de um político no horário gratuito estava restrita ao tempo de seu partido ou sua coligação.
A norma tende a beneficiar o presidente e sua candidata, já que o PT terá mais tempo no horário eleitoral em razão das suas coligações nacionais - Dilma e Lula poderão aparecer em programas em vários Estados. Embora a regra se aplique a José Serra, pré-candidato do PSDB, o arco de alianças da oposição e o tempo dela na TV devem ser menores.
Candidatos a presidente, governador e senador também vão poder "invadir" os programas de postulantes a vagas de deputado. (págs. 1 e A10)

Alckmin dispara em SP; pelo PT, Suplicy supera Mercadante

No primeiro levantamento do Datafolha em 2010 para avaliar as intenções de voto ao governo de São Paulo, o ex-governador tucano Geraldo Alckmin aparece disparado à frente dos seus potenciais adversários.
No cenário mais favorável, Alckmin tem 53% das intenções de voto. A pesquisa alternou os nomes de Eduardo Suplicy e Aloizio Mercadante como candidatos do PT. Eles aparecem com 19% e 13%, respectivamente.
Celso Russomano (PP) tem 10%, Fabio Feldmann (PV), 3%, e Ivan Valente (PSOL), 1%. Paulo Skaf (PSB) tem 2% se for candidato. Ainda há incertezas sobre as candidaturas dos partidos no Estado. (págs. 1 e A4)

Fernando de Barros e Silva
Dupla de direita, manda brasa na eleição paulista

Se confirmado o favoristismo de Geraldo Alckmin e Guilherme Afif, voltará ao poder o núcleo mais conservador e menos cerebral do tucanato, a turma cujo lema é "amassar barro". (págs. 1 e A2)

União de redes de varejo cria gigante e mira Nordeste e RJ

As redes de móveis e eletrodomésticos Insinuante (BA) e Ricardo Eletro (MG) devem anunciar até amanhã a união de suas operações.
Com 480 lojas em 17 Estados, a nova empresa deve ser a segunda colocada no ranking do varejo, atrás de Pão de Açúcar/Casas Bahia, e quer ampliar seus negócios no Nordeste, no interior paulista e no Rio de Janeiro.
O controle será meio a meio, e cada rede possuirá 50% de participação. (págs. 1 e A13)

Dilma lança hoje PAC 2 sem revelar dados sobre a 1ª etapa

Ministra da Casa Civil deixará o cargo daqui a dois dias para disputar Presidência; governo não divulga informações de 94% das ações do programa. (págs. 1 e A11)

Papa diz que não será intimidado por "fofocas"

Alvo de críticas por acobertar casos de pedofilia envolvendo padres, o papa Bento 16 disse em missa no Domingo de Ramos, no Vaticano, que a fé lhe dá coragem. Para ele, vem de Deus a "coragem que não se deixa intimidar por fofocas de opiniões dominantes". (págs. 1 e A14)

Fracassa plano para tratar água do rio Pinheiros

Fracassou a tentativa do governo paulista de tratar a água do rio Pinheiros para levá-la à represa Billings, que abastece a capital. Após dois anos de testes e R$ 80 milhões, a limpeza não atingiu o exigido pelo Ministério Público. O governo quer melhorar o sistema. (págs. 1 e C1)

Editoriais

Leia "Menos embaraços", sobre normas cambiais; e "Clube nuclear", acerca de acordo entre EUA e Rússia. (págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: MP cobra governo sobre venda de terra a estrangeiros

Ministério Público diz que transações não são fiscalizadas como manda a lei e aponta riscos à soberania nacional

A compra de terras por estrangeiros no Brasil está ocorrendo sem controle das autoridades. A constatação é do Ministério Público Federal, que decidiu cobrar do governo a fiscalização dessas transações. Os procuradores também querem que a Corregedoria Nacional de Justiça alerte os cartórios de imóveis sobre a lei que impõe registro especial para negócios de terras com pessoas do exterior, procedimento que nem todos os tabeliões realizam. A procuradoria defende o controle da venda de terras a estrangeiros com argumentos em defesa da soberania nacional e manifesta preocupação com a formação de enclaves controlados do exterior. Os estados mais procurados são Mato Grosso, São Paulo e Mato Grosso do Sul. (págs. 1 e Nacional A4)

Meirelles vai deixar o BC para concorrer

Os nove pontos de vantagem que o Datafolha deu a José Serra (PSDB) sobre Dilma Rousseff (PT) animaram o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a sonhar com a vaga de vice na chapa da ministra ao Planalto, relatam Fernando Nakagawa e Sônia Racy. Oficialmente, ele quer o Senado. (págs. 1 e Nacional A10)

Fusão criará novo gigante do varejo

Mais um negócio para reforçar a consolidação do varejo deve ser anunciado hoje. A rede Insinuante, com sede na Bahia e líder no Nordeste, deverá se unir à mineira Ricardo Eletro. Vão criar a segunda maior empresa de eletroeletrônicos e móveis do País, com faturamento estimado em mais de R$ 4 bilhões. (págs. 1 e Economia B8)

Promotor pede punição no caso Metrô

O Ministério Público ingressa amanhã com ação para que o Consórcio Via Amarela pague R$ 238 milhões pelo desabamento nas obras da Linha 4 do Metrô, que causou sete mortes em 2007. (págs. 1 e Cidades C1)

Obama faz visita surpresa

Obama visita base dos EUA no Afeganistão, onde pediu ao governo que ataque a corrupção. (págs. 1 e Internacional A15)

Brasil ajuda e refém das Farc é resgatado

A bordo de um helicóptero do Exército brasileiro, uma missão humanitária conseguiu resgatar ontem o soldado colombiano Josué Daniel Calvo. Ele era refém das Farc desde abril do ano passado. (págs. 1 e Internacional A12)

Repasse federal gera corrupção, diz estudo (págs. 1 e Economia B1)

Carros esperam mais um dia por Rodoanel (págs. 1 e Cidades C3)

Visão global

Nova luta mexicana

Nenhuma análise de custo-benefício justifica o prosseguimento da guerra contra o narcotráfico no México, escreve Jorge Castañeda.(págs. 1 e Internacional A16)

Carlos A. Sardenderg

Alguém vai se decepcionar

A conta não fecha com as promessas do governo. E aí? Ai é que muita coisa não vai acontecer. (págs. 1 e Economia B2)

Notas e Informações

A China e a crise no Mercosul

A presença chinesa no Mercosul causou desvios de comércio dentro do bloco. (págs. 1 e A3)

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Jornal do Brasil

Manchete: Vasco tira o pé da lama

Com uma goleada de 3 a 0 sobre o Fluminense, no Maracanã, o Vasco espantou a crise e voltou a depender de si para chegar à semifinal da Taça Rio. Os gols foram de Thiago Martinelli, Dodo e Fágner - hoje, às 19h30, o Botafogo pega o Boavista. Na F-1, Flipe Massa foi o terceiro na Austrália e é o vice-líder do campeonato. No GP Class 1 de Motonáutica, na baía de Guanabara, vitória da equipe árabe Victory, com os barcos Fazza 3 e Fazza 1. (págs. 1, Esportes D3 a D6 e D8)

Sempre o Império...

No Engenhão, o Flamengo bateu o América por 2 a 1 de virada, gols de Adriano e Vagner Love. (págs. 1 e Esportes D7)

Toda a fé dos jovens para 2014

União - O arcebispo do Rio, D. Orani Tempesta, comandou a massa jovem no Centro do Rio, na comunhão do sonho de trazer para a cidade a 29ª edição da Jornada Mundial da Juventude, em 2014, com a presença do papa. (págs. 1 e Cidade A14)

Lindberg é o candidato do PT do Rio ao Senado

Lindberg Farias é o candidato do PT ao Senado pelo Rio. Na prévia disputada ontem, o prefeito de Nova Iguaçu concorria com a ex-senadora Benedita da Silva pela vaga. Para Lindberg, o resultado é uma demonstração do desejo dos militantes do PT no Rio de maior presença no governo. "O PT sai unido. O grupo da Benedita irá nos apoiar na campanha", festejou o vencedor. (págs. 1 e Cidade A14)

Defesa dos Nardoni ainda luta

A defesa de Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá confia na anulação do julgamento do casal, por causa da lei, em vigor à época do crime, que previa novo júri popular em casos de condenações iguais ou superiores a 20 anos de detenção. (págs. 1 e País A5)

Brasil ajuda a resgatar refém

O soldado colombiano Josué Calvo, refém da guerrilha das Farc há quase um ano, foi libertado ontem com a ajuda de dois helicópteros militares brasileiros, na zona rural de Meta, ao centro-leste da Colômbia. Calvo foi entregue a delegados da Cruz Vermelha, à senadora Piedad Córdoba e ao monsenhor Leonardo Gómez Seena.(págs. 1 e Internacional A17)

Estrelas e gafes na Amazônia

O Fórum Internacional de Sustentabilidade fez de Manaus um palco para discussões ecológicas e um desfile de estrelas como o ex-vice-presidente americano Al Gore e o cineasta James Cameron. Este cometeu uma gafe ao criticar a construção da usina de Belo Monte "no Amazonas", quando ela será em Altamira, no Pará. (págs. 1 e Tema do dia A2 a A4)

Sociedade Aberta

Paulo Viegas
Consultor legislativo do Senado

Deve-se chegar a um bom termo na questão dos royalties. (págs. 1 e A11)

Sociedade Aberta

Maria Alice Setúbal
Socióloga

Escola: opção cultural da criança à TV. (págs. 1 e A8)

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Valor Econômico

Manchete: Tereos traz sede e ativos de € 1 bilhão para o Brasil

O grupo francês Tereos, dono da Açúcar Guarani, quarta maior empresa do setor sucroalcooleiro nacional, escolheu o Brasil para ser o centro financeiro de seu negócio. A companhia trará seus ativos da Europa e da região do Oceano Índico - estimados em € 1 bilhão - para uní-los com a Guarani, numa operação que totaliza € 1,7 bilhão.

Será criada a Tereos Internacional, que abrigará os ativos estrangeiros, com exceção da produção de açúcar de beterraba na França, e terá sede no Brasil. Essa companhia vai incorporar a Guarani. (págs. 1 e B15)

Miniapagões cresceram até 70% no verão

Os miniapagões de energia e1étrica passaram a fazer parte do dia a dia dos consumidores de três grandes regiões do país - São Paulo, Rio e Distrito Federal. A duração total desses miniblecautes aumentou de 5O% a 70% nos últimos doze meses até o auge do verão de 2010, em comparação com igual período anterior. O número de horas/ano sem energia subiu de 10 a 11 em 2009 para 15 a 17 em 2010, dependendo da concessionária. O grande apagão de novembro - relatório divulgado pela Aneel responsabilizou Furnas por esse evento - responde por boa parte desse aumento. Os indicadores de qualidade, entretanto, pioraram tanto nos meses anteriores quanto nos posteriores a novembro. (págs. 1, A3 e A4)

Juiz de Fora terá nova usina de aço

Juiz de Fora, em Minas, vai ter uma segunda siderúrgica de grande porte - já conta com usina do grupo ArcelorMittal, de 1 milhão de toneladas/ano. A nova unidade, com capacidade para 3,5 milhões de toneladas anuais, será construída pela Ferrous Resources do Brasil, subsidiária da Ferrous Resources Limited, companhia com sede na Ilha de Man, controlada por grandes fundos. O projeto, que exigirá investimentos de R$ 8,8 bilhões, faz parte de plano de R$ 17,94 bilhões que inclui também cinco minas de ferro em Minas Gerais. (págs. 1 e B1)

Cartão é arma do Itaú para chegar à classe C

O Itaú Unibanco está utilizando o cartão de crédito como principal instrumento para chegar à classe C e assegurar a presença em um mercado onde seus principais concorrentes, Bradesco e Banco do Brasil, mostram-se agressivos. O Itaú concluiu que, quando se trata de atender ao público de menor renda, a abordagem ostensiva não é a mais adequada. Por essa razão, fechou a financeira Taií e as lojas de rua da Fininvest, herdadas do Unibanco, que atendiam os não correntistas, um total de 470 pontos de atendimento.
Estar presente no ponto de consumo por meio de parcerias com varejistas, estimulando o uso do cartão, mostrou-se mais eficiente. Diferentemente da conta corrente tradicional que necessita de uma estrutura de rede de agências com custo fixo elevado, o cartão chega de forma mais fácil à classe C, com renda entre R$ 1 mil e R$ 2 mil. Permite ainda um relacionamento mais próximo e conhecimento do histórico de consumo do não-correntista, que o crédito pessoal não fornece. "Como é uma operação muito flexível e de custo operacional mais baixo, tem potencial muito grande para fazer transação e concessão de crédito", diz Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco. (págs. 1 e C1)

Compra da Volvo por US$ 1,8 bi põe grupo Chinês Geely entre os grandes (págs. 1 e B13)

Siemens aposta em tecnologias ambientais para crescer, diz o CEO mundial, Peter Lörscher (págs. 1 e B10)

Copa verde

Obras para a Copa do Mundo de 2014 terão de cumprir padrões de sustentabilidade. "Queremos organizar a Copa mais verde da história", diz o ministro dos Esportes, Orlando Silva. (págs. 1 e A2)

Economia real do jogo virtual

Empresas de tecnologia descobrem nos "jogos sociais", disponíveis em sites de relacionamento, uma nova fonte de receita. Estimativas apontam que esse segmento deverá movimentar US$ 2 bilhões em 2012. (págs. 1 e B2)

O chefão das montadoras

Presidente da Fiat no Brasil desde 2004 e no comando do grupo na América Latina há 5 anos, Cledorvino Belini, que também é um dos 12 membros do "board" internacional, assume a Anfavea no fim de abril. (págs. 1 e B11)

Nortox quer fim de sobretaxa

A paranaense, Nortox, maior produtora nacional de agrotóxicos, tenta derrubar a sobretaxa cobrada na importação de glifosato chinês, matéria-prima para a produção de herbicidas. (págs. 1 e Bl5)

Verticalização no MT

Atraídas pela matéria-prima farta e de qualidade, empresas de tecelegam e fiação investem no Mato Grosso - maior produtor de algodão do país há quase um década. (págs. 1 e B16)

Seguro chega às favelas

Depois dos seguros massificados, as apólices residenciais chegam à baixa renda. O Bradesco já está oferecendo o produto nas favelas de Heliópolis, em São Paulo, e da Rocinha, no Rio. (págs. 1 e C3)

Sem fronteiras

Passado o pior momento da crise internacional, fundos multimercados começam a explorar a possibilidade de investir parte de seu patrimônio no mercado externo. (págs. 1 e D1)

Trimestre do minério de ferro

Ao contrário do que se esperava no início do ano, as ações de empresas voltadas ao consumo interno não brilharam. Siderurgia e mineração têm os melhores retornos até agora. (págs. 1 e D2)

Subscrição da Braskem

A uma semana do prazo para adesão dos minoritários ao aumento de capital da Braskem, preço das ações abaixo do estipulado na operação desestimula subscrições. (págs. 1 e D5)

Foco logístico

Em meio à crise, necessidade de ganhar eficiência e reduzir custos trouxe uma revalorização dos profissionais da área de logística, e com melhores postos e salários. (págs. 1 e D10)

Ideias

Miguel Jorge: retaliação cruzada contra os EUA pode abrir nova fase de respeito às decisões da OMC. (págs. 1 e A12)

Ideias

Pedro Cavalcanti e Renato Frageli: câmbio desvalorizado não garante desenvolvimento econômico. (págs. 1 e 13)
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RADIOBRAS.
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