PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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valor ...ria...nine

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terça-feira, setembro 22, 2009

XÔ! ESTRESSE [In:] FESTA DE @

...














[Homenagem aos chargistas brasileiros].
...

MEIRELLES [In:] O DIA DO FICO

Lula pede e Meirelles deve ficar no Banco Central

A pedido de Lula, Meirelles deve abrir mão de candidatura para ficar no BC


Autor(es): Cristiano Romero
Valor Econômico - 21/09/2009

Aconselhado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, não deverá sair candidato ao governo de Goiás em 2010. Interessado em ter Meirelles no BC até dezembro do próximo ano, Lula, segundo apurou o Valor, deu a dois ex-ministros de seu governo - Antonio Palocci e Márcio Thomaz Bastos - a missão de convencê-lo a desistir da candidatura.

A conversa com Palocci e Thomaz Bastos surtiu efeito. Na semana passada, durante colóquio com um amigo, Meirelles confidenciou que, hoje, a chance de ele não se candidatar ao governo de Goiás é de 80%. "Com viés de alta", observou o presidente do BC, usando linguagem típica dos comunicados do Comitê de Política Monetária (Copom).

À mesma linguagem Meirelles recorreu para falar das chances de se filiar a um partido político até o fim deste mês, quando expira o prazo dos interessados em se candidatar em 2010. "A chance de filiação hoje é 50-50", disse ele a um amigo, segundo relato feito por uma fonte ao Valor.

No contato com Meirelles, Palocci e Márcio Thomaz Bastos explicaram que a candidatura em Goiás seria de alto risco. O Estado vive momento de forte polarização política, com o PSDB do senador Marconi Perillo de um lado e o PMDB do prefeito de Goiânia, Iris Rezende, do outro. O atual governador, Alcides Rodrigues (PP), gostaria de lançar Meirelles, mas, para tanto, o presidente do BC teria que se entender com Iris porque não é comum, em Goiás, ter três candidatos fortes disputando o governo.

O presidente Lula, por sua vez, tem interesse especial em derrotar o PSDB em Goiás. Por isso, vem defendendo que os partidos da base aliada montem uma frente antiPerillo. Nesse ambiente, prevê-se que a campanha em Goiás será milionária, dos dois lados. "Vai ser uma campanha para políticos profissionais e Meirelles não é um desses políticos", diz um assessor do presidente Lula.

Palocci e Thomaz Bastos alertaram Meirelles sobre a possibilidade de a disputa em Goiás ir além do resultado da eleição. Mesmo que ele vença o pleito, corre o risco de ter uma gestão tumultuada por uma oposição aguerrida, que pode, inclusive, tentar derrubá-lo do cargo em processo de impeachment. Os casos recentes de decisões da Justiça Eleitoral na Paraíba, no Maranhão e em Tocantins são lembrados como exemplos disso.

Para o presidente Lula, é confortável manter Meirelles no posto até dezembro de 2010. Seria uma forma de evitar ruído na área econômica durante a campanha presidencial. O governo está confiante no fato de que o bom desempenho da economia ajudará a provável candidata de Lula - a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff - a crescer nas pesquisas.

Recentemente, Meirelles disse a Lula que, no terceiro trimestre do ano que vem, portanto, na reta final da campanha presidencial, a economia brasileira estará crescendo, na margem, algo entre 6% e 7% ao ano, o mesmo patamar do terceiro trimestre de 2008, o último antes da eclosão da crise financeira mundial. No mercado, a expectativa é que o Copom só volte a aumentar a taxa básica de juros (Selic) no último trimestre de 2010. Por essas razões, Lula avalia que é melhor não mexer no BC.

Mesmo não se candidatando ao governo de Goiás e não tendo interesse em disputar uma vaga ao Senado, Meirelles, segundo seus interlocutores mais próximos, considera filiar-se a um partido para manter a possibilidade de disputa em 2010. Só lhe restam, no entanto, duas opções: concorrer à presidência da República ou compor em alguma chapa como candidato a vice-presidente.

O PTB, um dos partidos que o vêm sondando para filiação, ofereceu a candidatura à presidência. Meirelles só considera essa hipótese, no entanto, na eventualidade de o atual quadro político-eleitoral se transformar inteiramente, com a possível retirada de cena de alguns dos atuais pré-candidatos. Já a candidatura a vice-presidente seria o alento de Meirelles. E, nesse caso, a alternativa mais forte é integrar a chapa da ministra Dilma Rousseff.

DELFIN NETTO [IN:] LULA CAPITALISTA

Delfim: ‘Lula salvou o capitalismo’

"O Lula mudou o país de forma a salvar o capitalismo"


O Globo - 21/09/2009

Ex-ministro diz que falta de regulação provocou crise financeira global

SÃO PAULO. Homem-forte da economia no regime militar, o ex-ministro Delfim Netto defende a volta do "Estado indutor", em substituição ao "mercado perfeito", que naufragou com a crise global. Em entrevista ao GLOBO, ele disse que a falta de regulação do sistema bancário está na raiz da crise. "Não há mercado sem Estado forte." Um dos principais conselheiros do presidente Lula, Delfim disse ainda que o governo foi o primeiro a perceber que "o mundo não acabaria" e que o capitalismo deve aos programas de distribuição de renda sua sobrevivência no país. "Ele (Lula) mudou o país de forma importante, de forma a salvar o capitalismo". Aos 81 anos e recuperando-se de cirurgia para colocação de dois stents, para ajudar no fluxo sanguíneo do coração, Delfim retoma aos poucos a rotina de trabalho. Chega antes das 7h ao escritório, num casarão do Pacaembu, em São Paulo. Sua sala, no segundo andar, comporta uma mesa com seis cadeiras, uma escrivaninha e duas estantes com 500 livros. É só parte da biblioteca que começou a reunir aos 14 anos, e que soma 250 mil títulos, catalogados e guardados em casa. Ex-ministro da Fazenda e do Planejamento e ex-embaixador na França, ironiza a ideia de escrever suas memórias. "Morro de dar risada dos livros de memórias de meus amigos. Frequentemente, há exagero".

Aguinaldo Novo


Um ano depois da quebra do Lehman Brothers, ainda se discute a origem da crise. Por que não foi possível prever o desastre?

DELFIM NETTO: As crises são próprias ao capitalismo. Nos últimos 150 anos, houve 42 crises. Umas maiores, outras menores. Esta foi diferente no sentido de que foi uma crise de omissão do Estado. Criou-se a mitologia de que o mercado era perfeito, resolveria sozinho qualquer problema. O mercado é um instrumento poderosíssimo, mas precisa de regras. Não há mercado sem Estado forte, justamente para garantir seu funcionamento. Não houve só um fracasso dos economistas. Houve um fracasso, na verdade, da orientação da teoria econômica.

Como Alan Greenspan (ex-presidente do banco central americano) sai da crise?

DELFIM: Ele disse que não entendia o que estava acontecendo. Meu Deus, ele era o Fed! Por definição, era o repositório de todo o conhecimento econômico dos últimos 250 anos. Essa crise misturou economistas que se pretendiam matemáticos e físicos desempregados, que construíram fórmulas que pretensamente seriam capazes de estimar o risco.

O pior da crise já passou?

DELFIM: É muito pouco provável que você tenha uma nova recaída, porque já existe liquidez e investimentos. O que vai acontecer agora é que os economistas vão se dedicar à criação de ciclos alfabéticos. Tem a crise do tipo A, que vai e volta e faz um corte. A do tipo B, que são duas bolinhas ligadas por um traço. Do L, que baixa e vai. A do W: já foi, voltou, mas vai ter outra.

Mas nenhuma das medidas prometidas, como maior regulamentação do mercado, saiu ainda do papel.

DELFIM: Talvez nos próximos 20 anos não tenhamos mais 40% ou 50% de alavancagem (volume de empréstimos em relação ao capital próprio dos bancos). Agora, não dá para garantir o futuro. A memória é curta e os lucros exercem fascínio sobre o homem.

Por que o Brasil foi um dos últimos a entrar e um dos primeiros a sair da crise?

DELFIM: O mercado interno estava organizado e resistiu à crise. Além disso, não tínhamos nenhum problema bancário. O Proer (editado durante o governo Fernando Henrique Cardoso) higienizou o sistema bancário brasileiro.

Qual deve ser o resultado do PIB neste ano?

DELFIM: Pode ser -0,4%, -0,5% ou 0,2% positivo. É pouco provável que seja significativamente diferente de zero. Para 2010, você tem uma fatalidade aritmética. Quando estivermos nas eleições, a economia estará correndo a 4,7%, 4,8% anualizados, o que vai garantir uma eleição tranqüila.

Tranquila como?

DELFIM: No velho Oeste americano, existia o sujeito que vendia óleo de cobra. Curava de unha encravada a câncer no cérebro. O Brasil está cheio desses vendedores. Com o avanço do PIB, eles sumirão.

Qual o mérito do presidente Lula na recuperação?

DELFIM: O Lula foi o primeiro economista a dizer que, se todos procurassem por liquidez, morreríamos por excesso de liquidez. Os economistas mais sofisticados ironizaram isso. O que ele queria dizer era que o pânico não era parte da solução, mas o problema. O governo foi o único agente a dizer que o mundo não acabaria.

A maior presença do Estado na economia não é tão perigosa quanto sua ausência?

DELFIM: Esse mundo sem intervenção estatal começou com o (Ronald) Reagan e com a (Margaret) Thatcher e terminou como terminou: mal. O mundo vai voltar a ter aquela intervenção que sempre teve. É uma ilusão pensar o contrário. Os EUA sempre tiveram a maior intervenção estatal do mundo, que acabou por produzir as grandes inovações.

O governo deu maior poder à Petrobras e se fala também em aumentar a presença do Estado na petroquímica e mineração. Qual o risco de se confundir maior peso do Estado com reestatização?

DELFIM: Quando digo Estado, é o Estado indutor. Não há desenvolvimento que não tenha sido estimulado por um Estado. Agora, o Estado produtor é uma porcaria. No Brasil, vejo grupos, não a nação querendo a reestatização.

Mas o sr. considera legítimas as críticas do Lula à administração da Vale, uma empresa que foi privatizada?

DELFIM: Legítima é uma expressão complicada. O Lula tem virtudes e desvirtudes. Ele mudou o Brasil de forma importante, de forma a salvar o capitalismo. O capitalismo é um processo de competição feroz, é uma corrida. E o que se exige numa corrida? Pelo menos que o ponto de partida seja o mesmo e que as pessoas tenham duas pernas. Uma igualdade de oportunidades para o sujeito que foi produzido na suíte nupcial do Waldorf Astoria e para o produzido debaixo do lampião. A crença na sociedade de que se caminha para uma igualdade de fato vem acontecendo, com melhor distribuição de renda. Isso é fundamental para salvar o capitalismo.

Não é uma contradição para um governo eleito com as bandeiras da esquerda?

DELFIM: A última coisa que este governo fez foi se opor ao capitalismo. E muito menos ser marxista ou outra coisa. Digo que há coisas acontecendo que são fundamentais para a sobrevivência do processo.

Banco público no Brasil tem de dar lucro?

DELFIM: Banco público é um poderoso instrumento de política pública. A crítica fácil que se faz hoje, de que eles só puderam expandir o crédito porque não prestaram atenção à inadimplência futura, vai se revelar absolutamente falsa. Não vamos cair na conversa mole de que eles prejudicam o sistema privado. Quando não funciona, dá cobertura para o privado ser mais ineficiente. Quando funciona, obriga o privado a ser mais eficiente. É o que acontece agora.

Quando o sr. esteve no governo, foi chamado até de "czar" da economia. Foi uma qualificação justa?

DELFIM: Era simplesmente confundido com o sucesso da política econômica do governo, o que contrariava as pessoas da oposição.

Parte dessa oposição está no PT. E o sr. hoje é conselheiro do presidente Lula. O que aconteceu?

DELFIM: Basta olhar os meus trabalhos desde 1954, quando saí da escola: não mudaram muito. Mas a esquerda mudou. Ela demora, mas aprende.

O sr. vai escrever um livro de memórias?

DELFIM: Posso talvez deixar alguma coisa. Mas falta tempo e também não é o meu objetivo. Morro de dar risada dos livros de memórias dos meus amigos, porque os conheço. Frequentemente, há algum exagero.



Como gostaria de ser lembrado?

DELFIM: Como alguém que trabalhou, nada mais.

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GOVERNO LULA: A POUPANÇA DO COLLOR/ZÉLIA

Economia

Ficou pela metade

A decisão de taxar a caderneta de poupança não resolve
o principal problema: a distorção provocada pelo anacrônico
rendimento fixado em lei


Ronaldo Soares
Montagem sobre foto de Nicholas Parfit/Getty Images


Depois de muito protelar, o governo finalmente anunciou as novas regras para a caderneta de poupança. Uma alíquota única de imposto de renda, de 22,5%, vai incidir sobre as cadernetas com saldo superior a 50 000 reais. A taxação será feita sobre o valor que exceder esse patamar (veja o quadro abaixo). Se for aprovada, a mudança valerá a partir de janeiro de 2010. Atingirá apenas 1% das contas, que representam mais de 40% do volume de recursos da poupança, hoje superiores a 282 bilhões de reais. Mesmo deixando de fora a esmagadora maioria dos poupadores, as novas regras não têm apoio nem da base aliada. É mesmo uma decisão política difícil mexer no investimento mais popular do Brasil, mas não havia como escapar.

O objetivo da mudança é recuperar o fôlego dos fundos de investimento, que perderam atratividade para a poupança com a queda dos juros. Zelar pela saúde dos fundos é importante porque eles são grandes compradores de títulos públicos, papéis com os quais o governo capta recursos e rola sua dívida sem emitir dinheiro nem produzir inflação. Essa harmonia fica ameaçada se as cadernetas competirem com os fundos. Além de criar dificuldades para o país financiar sua dívida, uma enxurrada de depósitos na poupança concentraria recursos em financiamento imobiliário, no qual os bancos são obrigados a aplicar 65% dos depósitos. Isso acarretaria escassez de crédito em outros setores, pressionando os juros novamente para cima.

O problema é que o governo não mexeu no principal. As cadernetas são atraentes porque têm rendimentos fixados por lei. Essa regra foi criada num período de inflação descontrolada, e servia não só para proteger o pequeno poupador, mas para incentivar o crédito imobiliário. Agora isso não faz mais sentido, mas optou-se por não corrigir essa distorção. E o motivo está nas eleições do ano que vem. "O governo preferiu empurrar com a barriga. Criou uma medida transitória, para evitar o desgaste político de mexer na caderneta", diz o professor Alexandre Assaf Neto, da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras, ligada à USP. Na avaliação dos especialistas, existe outro problema. A taxação é insuficiente para tornar a caderneta menos atraente que os fundos. Dependendo da taxa de administração cobrada pelos bancos, ela pode continuar oferecendo rendimento melhor.

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http://veja.abril.com.br/230909/ficou-pela-metade-p-092.shtml

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AÇÚCAR: GOSTO OU DESGOSTO?

Especial

AÇÚCAR é a droga da vez?

Nos EUA, especialistas em saúde e nutrição começam a tratar
o açúcar com o mesmo rigor que isolou o tabaco do convívio
social – e o alvo número 1 é o refrigerante


André Petry, de Nova York
Montagem sobre foto Chris Collins/Corbis/Latin Stock



No dia em que o primeiro europeu colocou uma pitada de açúcar na boca, o mundo começou a girar mais rápido. A data precisa desse acontecimento não foi registrada pela história, mas se deu em algum momento da Idade Média. De lá para cá, na vertigem da descoberta do açúcar, a civilização ocidental passou a mudar num ritmo intenso. "O açúcar redesenhou o mapa demográfico, econômico, ambiental, político, cultural e moral do mundo", diz a historiadora canadense Elizabeth Abbott, autora de um livro sobre a civilização do açúcar, Sugar, a Bittersweet History
(Açúcar, uma História Agridoce). Em séculos de tragédia e glória, o açúcar transformou a alimentação do Ocidente, escravizou gerações de africanos nas Américas, foi combustível da Revolução Industrial, promoveu guerras e impérios, dizimou paraísos ecológicos, ergueu e pulverizou fortunas – e, nos trópicos, moldou a identidade brasileira. Movido pela sua energia calórica, o mundo segue girando rápido, tão rápido que estamos agora na soleira de outra mudança vertiginosa: o açúcar começa a ser considerado um vilão da saúde humana, um veneno tão prejudicial que merece ser tratado com o mesmo rigor empregado contra – suprema decadência! – o tabaco. Está mais perto o dia em que um pacote de açúcar trará a inscrição: "O Ministério da Saúde adverte: este produto é prejudicial à saúde".

O açúcar, em suas várias formas, é o grande promotor da obesidade, mas seus níveis altos no sangue podem ser associados a quase todas as moléstias degenerativas, do ataque cardíaco ao derrame cerebral e ao diabetes. Existem suspeitas científicas sérias de que o açúcar possa até ser uma das causas de alguns tipos de câncer. Na lista, está o câncer de pâncreas, o mesmo que matou o ator Patrick Swayze aos 57 anos na semana passada. Em Harvard, pesquisadores acompanharam 89 000 mulheres e 50 000 homens e descobriram que os refrigerantes podem aumentar o risco de câncer de pâncreas em mulheres, só em mulheres. Antes que os homens se sintam premiados pela natureza, outro estudo, que examinou 1.800 doentes, sugere que uma dieta açucarada pode aumentar o risco de câncer do intestino grosso em homens, só em homens.

Mas, se o açúcar, como o tabaco, subir ao patíbulo, o refrigerante se tornará o cigarro da vez. Nos Estados Unidos, já há um movimento, incipiente mas sólido, integrado pelos cientistas mais reputados do país, contra o consumo de refrigerante. Os estados de Nova York e do Maine discutiram a possibilidade de cortar seu consumo a golpes de imposto. Em Nova York, o governador David Paterson propôs uma alíquota de 18%, mas recuou depois de perceber a má vontade dos parlamentares e a força do lobby do açúcar, cujo poder é lendário na política americana (veja a matéria). Recentemente, um artigo publicado no New England Journal of Medicine causou furor ao defender uma taxa punitiva sobre os refrigerantes. A repercussão se deveu à assertividade do artigo – que sugere tratar o açúcar como se tratou o tabaco – e à identidade de seus autores. Um é Kelly Brownell, renomado epidemiologista da Universidade Yale. O outro é Thomas Frieden, que, trabalhando na prefeitura de Nova York, liderou o combate à gordura trans e fez 300.000 nova-iorquinos largar o cigarro. Agora, Frieden assessora o presidente Barack Obama como cabeça do CDC, órgão que cuida do controle e da prevenção de doenças.

Gilberto Tadday

EPIDEMIA DE OBESIDADE
Cena comum nas ruas de Nova York: um dia, americano obeso será pleonasmo?

Fechando o cerco, o professor Walter Willett, uma sumidade acadêmica que chefia o departamento de nutrição da escola de saúde pública de Harvard, lidera o lobby para convencer a indústria a adotar uma fórmula de refrigerante menos prejudicial à saúde. Quer que cada latinha ou garrafa tenha, no máximo, 50 calorias, o equivalente a três colheres de chá de açúcar. Uma lata de refrigerante normalmente tem 150 calorias, o equivalente a dez colheres de chá de açúcar. Um adulto que bebe uma lata com 150 calorias por dia pode chegar ao fim de um ano quase 7 quilos mais gordo. Elegantemente, Willett declarou: "Quando um adulto se acostuma a comer tudo doce, fica difícil apreciar a doçura suave de uma cenoura ou uma maçã". No mês passado, outro golpe duríssimo. Pela primeira vez na história, a American Heart Association, a entidade dos cardiologistas, divulgou limites específicos para o consumo de calorias de açúcar. Surpreendentemente, definiu níveis inferiores aos comumente recomendados. As mulheres não devem consumir mais que 100 calorias de açúcar por dia, o que corresponde a pouco mais de seis colheres de chá de açúcar. Para os homens, o limite diário é de 150 calorias, ou dez colheres.

Os EUA são a barricada mais potente contra o açúcar do refrigerante, mas não a única. A Inglaterra e a França estão proibindo a propaganda de refrigerantes na televisão. No México, onde a obesidade cresce num ritmo assustador, o refrigerante está sendo banido das escolas. Na Alemanha e na Bélgica, a proibição vale até para o comércio nas imediações das escolas. Na Irlanda, celebridades não podem fazer comerciais de refrigerantes dirigidos ao público infantil. O açúcar e a obesidade que dele advêm são um problema em todo o planeta, inclusive no Brasil. Examinando dados relativos a 2005, a Organização Mundial de Saúde estimou que 1,6 bilhão de seres humanos estejam acima do peso e 400 milhões, obesos. É um colosso de gordura, uma fartura de matar de inveja nossos ancestrais da savana africana, eles que, coitados, se arrebentavam por uma mísera caloria. Já surgiu um neologismo para sublinhar a dimensão global da obesidade – é a "globesidade". Com sua autoridade científica, Willett prevê: "Obesidade e diabetes serão o desafio de saúde pública do século XXI".

Obviamente, há diferenças entre o açúcar e o tabaco em termos de agressão ao organismo. A começar pelo fato de que nunca precisamos de tabaco para viver, mas necessitamos de açúcar – embora nos baste o açúcar encontrado naturalmente nas frutas, no leite e no mel, nos legumes e temperos. Do ponto de vista exclusivo do funcionamento metabólico humano, é inteiramente desnecessário o açúcar que se adiciona a alimentos e bebidas, sucos, bolos, balas, doces, pudins, chocolates e a uma infinidade de produtos que nem desconfiamos conter açúcar, como cerveja e massa de tomate. Como tudo o que é desnecessário ao metabolismo, o açúcar em excesso faz mal à saúde. Outra diferença é que o tabaco causa 95% dos cânceres de pulmão, mas o açúcar não é, sozinho, o responsável por 95% dos casos de obesidade ou diabetes. A obesidade tem raízes múltiplas. O hábito de comer fora, a popularização das lanchonetes de fast-food, a invenção do freezer e do forno de micro-ondas, o estilo de vida sedentário, a superoferta de alimentos a preços acessíveis, tudo isso contribui para a obesidade. Nos EUA, há um ingrediente adicional: as porções diabolicamente generosas. O americano preza o gigantesco, o monumental. Esse traço cultural aparece na preferência nacional pelas caminhonetes enormes, pelas casas que parecem castelos, pelas calças largas do hip hop e, claro, pelos pratos enormes. A batata frita do McDonald’s é um indicador. Em 1960, cada porção tinha 200 calorias. Essa quantidade subiu para 320, 450, 540 e está em 610! Há estudos teorizando que o americano associa o tamanho das porções ao poder, à masculinidade. Assim, o jovem se sentiria mais macho ao entrar no cinema carregando não um saco, mas um balde de pipoca. Pode ser. Faz sucesso no país um lanche que se chama Del Taco Macho Meal. Pesa quase 2 quilos.

Apesar de todos esses fatores, o açúcar tem papel central na pandemia de obesidade, e o refrigerante é seu veículo mais popular, particularmente nos EUA. A América é a pátria da Coca-Cola, o único país do mundo cuja imagem é associada a um refrigerante. A Coca-Cola é o símbolo do sucesso americano. Ideologizada, sua marca representa o triunfo do capitalismo e, para os velhos comunistas italianos, nada mais era do que l’acqua nera dell’ imperialismo. Os americanos bebem 56 bilhões de litros de refrigerante por ano, quatro vezes o consumo brasileiro. Como um sinal dos tempos, o consumo de bebidas açucaradas cai, enquanto a venda de refrigerantes diet cresce, em média, 3% ao ano – desempenho sem precedentes na indústria. Mas, de todo modo, os americanos são grandes devoradores de açúcar. Do açúcar de cana, consomem 9,6 milhões de toneladas por ano. E ainda devoram outro tanto do açúcar conhecido pela sigla HFCS, um xarope de milho com alto poder edulcorante que é mais rapidamente absorvido pelo organismo humano do que o açúcar de cana refinado.

Americano obeso corre o risco de virar pleonasmo. Eles estão por toda parte. Andam encostados às paredes para descansar a cada dez passos. Usam bengala, cadeira de rodas. Nos hospitais, há mesas de cirurgia especiais para recebê-los. Há fábricas de caixões reforçados para defuntos muito obesos. Os militares dizem que 25% dos jovens são pesados demais para se alistar. Teme-se que, pela primeira vez desde a guerra civil (1861-1865), a expectativa de vida caia devido às mortes por obesidade. A estatística é tenebrosa: 34,3% dos americanos com 20 anos ou mais estão obesos. Entre as crianças de 6 a 11 anos, que bebem hoje mais refrigerante do que leite, a incidência chega a 17%. No Brasil, a situação é menos grave, mas preocupa (veja a tabela).

Edson Silva/Folha Imagem
O AÇÚCAR ESTÁ EM TODA PARTE
O trabalho num armazém de açúcar no interior de São Paulo: ele está na economia e também na alma brasileira


O refrigerante não virou o alvo número 1 do cerco ao açúcar apenas por causa do alto consumo. Há pesquisas mostrando que a ingestão de caloria em forma líquida pode ser mais prejudicial à saúde que a de caloria de alimentos sólidos. Por motivos ainda desconhecidos, a caloria em forma líquida dribla o radar do apetite humano e retarda a sensação de saciedade, o que nos leva a comer mais, e engordar. Com a caloria em forma sólida ocorre o contrário. Sempre que passa pela catraca, o apetite registra seu ingresso, reduzindo a quantidade do que precisamos comer para nos sentir satisfeitos. Tal como fez a turma do tabaco há meio século, os fabricantes de refrigerantes contestam essas informações científicas e usam suas próprias pesquisas. Susan Neely, presidente da American Beverage Association, que reúne as indústrias, já disse inclusive que não há prova de que o refrigerante cause obesidade. Como a venda tem caído e a obesidade não, isso é um sinal, diz ela, de que uma coisa não decorre da outra (como se fosse possível a obesidade oscilar no gráfico das vendas do atacado e do varejo). O professor David Ludwig, de Harvard, foi direto ao ponto. Examinou 111 artigos científicos. Descobriu que, dos estudos sem patrocínio da indústria de refrigerante, quase 40% apresentam conclusões contrárias aos interesses dos fabricantes. Dos artigos financiados pela indústria, todos – todos! – trouxeram conclusões que lhe são favoráveis.

Desde que o jornalista William Dufty (1916-2002) lançou Sugar Blues nos anos 70, um livro meio panfletário que virou um clássico na demonização do açúcar, disseminou-se cada vez mais a ideia de que açúcar engorda. VEJA consultou seis especialistas sobre os males que, com certeza científica, o açúcar em excesso pode causar, além da obesidade*. O resultado é uma devastação, porque um mal provoca outro, que por sua vez provoca um terceiro, colocando em movimento um carrossel que pode incluir cárie dentária, hipertensão, doenças cardiovasculares, derrame cerebral, falência renal, cegueira, doenças nervosas, amputações – e algo como seis a sete anos de vida a menos. É óbvio que ninguém que consome açúcar obrigatoriamente passará por esse calvário, e ninguém está proibido de beber uma lata de refrigerante, um copo de caldo de cana ou comer uma fatia de bolo. A questão está no excesso ou, mais propriamente, no que pode ser considerado o excesso.

A guerra contra o açúcar e suas diversas encarnações acabará produzindo, cedo ou tarde, mudanças sísmicas na vida de bilhões de pessoas. Ao atravessar o planeta das florestas da Polinésia até as Américas, a cana-de-açúcar alterou a dieta ocidental como talvez nenhum outro produto. Popularizou o sorvete, o chá, o café, o chocolate, o rum. Tomou de assalto nossos rituais afetivos. O açúcar está no chocolate do Dia dos Namorados. Está nos ovos de Páscoa dos pequenos, no pirulito com que docemente chantageamos a criança em troca de lhe sapecar um beijo. Está no bolo diante do qual os noivos bebem a taça de champanhe na festa de casamento. É difícil imaginar o mundo de hoje sem açúcar. O Brasil, então, é impossível.

Maior produtor e maior exportador do mundo, o Brasil está também entre os maiores consumidores. Mais que artigo econômico, o açúcar faz parte da identidade nacional. Na sua herança mais sombria, o açúcar é a escravidão negra, a açucarocracia, regime despótico do senhor de engenho. É o trabalho brutal, exaustivo e mutilante dos canaviais de ontem e hoje. Mas o açúcar também tem seu aspecto iluminado entre nós. Para o sociólogo Gilberto Freyre, ameigou nossas maneiras e gestos, amolengou as palavras do português falado no Brasil, que soa tão desossado, tão doce diante do português salgado e metálico de Portugal. O açúcar integrou-se de tal modo na alma brasileira que inspira sinônimos para todas as gradações. Na dose certa, é meiguice, suavidade, brandura. Com um grão de ousadia, é dengo e sedução. No exagero, é enjoo, tédio. O açúcar, sendo doce e amargo, é uma bela metáfora do próprio brasileiro, que funde em si mesmo, com desembaraço intrigante, o homem cordial e o homem violento. Que o açúcar tenha o destino que tiver de ter para que a humanidade seja saudável e feliz. Se um dia desaparecer da mesa, os brasileiros pelo menos terão o consolo de lembrar dele na doce, sensual e úmida definição do poeta Ferreira Gullar:

"Afável ao paladar
Como beijo de moça, água
Na pele, flor
Que se dissolve na boca."


Paulo Vitale


* Os especialistas consultados por VEJA: David Ludwig e Frank Hu (Harvard), David Katz e Kelly Brownell (Yale), Silke Vogel (Columbia) e Barry Popkin (Carolina do Norte), esse último autor de O Mundo Está Gordo, recentemente lançado no Brasil pela editora Elsevier.

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http://veja.abril.com.br/230909/acucar-droga-da-vez-p-98.shtml

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"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

22 de setembro de 2009

O Globo

Manchete: Governo antecipa campanha e ministros somem de Brasília

Tarso busca votos no RS em 60% do tempo que passa fora da capital

Em campanha eleitoral antecipada, é cada vez maior a lista de ministros do governo Lula que aproveitam as viagens a seus estados de origem e esticam o fim de semana com eventos às sextas ou segundas-feiras. O ministro da Justiça, Tarso Genro, pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo PT, passou, de abril a agosto deste ano, 38 dias fora de Brasília - 60% deles em solo gaúcho. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (PT), aproveita as sextas e segundas-feiras para agendas no Paraná, onde sua mulher quer disputar o Senado. Em Minas, dois ministros pré-candidatos estão em campanha: Hélio Costa (Comunicações), do PMDB, e Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), do PT. Na última sexta-feira, o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), que disputará pelo PMDB o Senado ou o governo da Bahia, vistoriou obras e recebeu homenagens no interior. No Amazonas, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR), tem feito o mesmo. (págs. 1 e 3)

Brasil abre embaixada para Zelaya tentar retomar poder em Honduras

Governo interino decreta toque de recolher e reclama de ingerência

Num caso sem precedente na história recente da diplomacia brasileira, o Itamaraty abrigou ontem o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, na embaixada em Tegucigalpa. O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, decretou toque de recolher e pediu ao Brasil que entregue Zelaya. Autoridades hondurenhas tacharam o gesto brasileiro de "ingerência em assuntos internos".
O Brasil nega ter participado da entrada de Zelaya, que diz pretender retomar o poder, e pediu garantias da integridade física dele. O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, deve chegar hoje a Honduras para liderar negociação. (págs. 1 e 26)

Foto legenda: Manuel Zelaya acena para seus seguidores, logo depois de chegar à Embaixada do Brasil em Tegucigalpa

Ministro e PT brigam por sangue de estatal

Uma guerra política paralisa há 15 dias a Hemobrás, estatal criada por Lula para produzir hemoderivados: o ministro da Saúde, José Temporão, tenta emplacar na presidência o ex-assessor Romulo Maciel, mas uma frente de 60 parlamentares liderada por PT e PMDB quer a recondução de João Baccara, cujo mandato terminou dia 5. (págs. 1 e 10)

'Petro qualquercoisa'

A ministra Dilma Rousseff disse que o governo deverá procurar outro nome para a estatal que vai gerir o pré-sal, pois PetroSal já tem dono. "Pode ser PetroUnião, PetroBrasil, Petroqualquercoisa", disse ela. (págs. 1 e 20)

Juiz suspende condenação de Toffoli

O juiz da 2ª Vara Cível de Macapá, Mário Mazurek, suspendeu a condenação do advogado-geral da União, José Antonio Toffoli, que teria que devolver R$ 700 mil. Indicado de Lula ao STF, o governo agora quer antecipar a sabatina. (págs. 1 e 5)

Editorial

Ao mostrar que somos cada vez mais miscigenados, Pnad golpeia o desvario de se injetar no país o vírus do racismo. (págs. 1 e 6)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Zelaya volta e se refugia na embaixada brasileira

Governo golpista pede que Brasil entregue presidente deposto de Honduras

O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, deposto em 28 de junho e expulso do país, voltou clandestinamente a Tegucigalpa e se refugiou na embaixada brasileira. Com a notícia, alguns milhares de simpatizantes saíram às ruas da capital hondurenha, onde entraram em confronto com a polícia.

Mais tarde, o governo golpista declarou toque de recolher e exortou o Brasil a entregar Zelaya às "autoridades competentes". Segundo a Folha apurou, a chegada ocorreu sem aviso prévio. Zelaya disse que quer ficar sob a proteção brasileira enquanto tenta um "diálogo de reconciliação". (págs. 1 e Mundo)

Eliane Cantanhêde
Itamaraty vê sinal de prestígio regional

A escolha da embaixada brasileira para a volta de Zelaya foi saudada por Planalto e Itamaraty como sinal da liderança e do poder moderador do país na região.

Pelas versões de Brasília, o presidente Lula não tinha a menor ideia,
pelo menos até domingo, de que o hondurenho estava disposto a bater à porta da embaixada. (págs. 1 e A14)

Foto legenda: O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, acena para simpatizantes após chegar à Embaixada do Brasil em Tegucigalpa

BC condena bancos por ligação com o mensalão

Os bancos Rural e BMG, acusados de envolvimento no escândalo do mensalão em 2005 (pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio ao Planalto), sofreram as primeiras condenações administrativas do Banco Central, que analisa três processos sobre o caso, informa Felipe Seligman.

As instituições ainda podem recorrer para evitar a punição de afastamento de seus dirigentes, por até oito anos, do mercado financeiro. O BMG afirmou que os empréstimos concedidos à época
"observaram as regras do sistema financeiro". O Rural diz não comentar ações em trâmite. (págs. 1 e A4)

Para Lula, críticas à indicação de Toffoli para o STF são 'bobagem'

"Alguns dos maiores cientistas foram péssimos alunos", diz presidente a Mônica Bergamo; juiz suspende condenação de Toffoli no AP. (págs. 1, A6 e E2)

Ombudsman da Folha diz que jornalistas não aceitam críticas

Em sabatina, o ombudsman da Folha, Carlos Eduardo Lins da Silva, 56, disse que jornais e jornalistas são arrogantes e não aceitam contestações: "Não gostam de ouvir críticas em nenhuma hipótese e não querem ser melhorados".

Lins da Silva defendeu meios de autorregulação da mídia. "Ou os jornais se autorregulam para melhorar ou vão ser regulados por alguém, e vai ser muito pior para todo mundo." (págs. 1 e A10)

Foto legenda: Mãos para o céu

Manifestantes meditam no vão livre do Masp, em São Paulo, no evento "A Paz é Contagiante"; ato foi interrompido por apitaço de ambientalistas que aconteceu em 200 pontos do país, incluindo a av. Paulista; hoje é celebrado o Dia Mundial sem Carro (págs. 1 e pág. esp. C2)

Concentração bancária no país cresce na crise

Um ano após o agravamento da crise mundial, em setembro, o setor bancário brasileiro está mais concentrado. Segundo o Banco Central, a fatia dos cinco maiores bancos do país nos ativos totais do setor passou de 66% para 77%, refletindo as uniões de Itaú/Unibanco e de BB/Nossa Caixa. (págs. 1 e B1)

Sem BNDES, JBS não seria o maior, afirma executivo

A JBS-Friboi, que se tornou a maior indústria de proteína animal do mundo após a compra da americana Pilgrim's Pride, não teria atingido a liderança sem o apoio do BNDES, avalia o seu presidente, Joesley Batista. Ele diz ainda que não pretende competir com a Brasil Foods no país. (págs. 1 e B12)

Editoriais

Leia "Inimigo imaginário", sobre a melhora na área social e a elevação do gasto público; e "A renovação do álcool". (págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Santander lidera volta das ofertas de ações

Banco quer captar até R$ 13,2 bi; mercado se movimenta

O Santander informou ontem que pretende captar no Brasil entre R$ 11,6 bilhões e R$ 13,2 bilhões. Se os investidores referendarem essa estimativa, será a maior oferta pública de ações da história do mercado nacional, e o valor do Santander na Bovespa pode superar R$ 100 bilhões, passando o Bradesco. A iniciativa indica que o mercado de capitais, a exemplo da economia, está se recuperando antes do que se esperava. Aponta, também, que o segundo semestre deve marcar a volta de operações bilionárias, que, com a crise, haviam rareado no País. A movimentação nos bancos de investimento é intensa. Três empresas do setor de construção civil, dois bancos de pequeno porte e duas companhias que atuam na área de tecnologia de informação estão preparando documentação para abrir o capital. (págs. 1, B1 e B3)

EUA propõem fim do desequilíbrio

Proposta ao G-20 reduz superávit da China e aumenta poupança em países deficitários, como os EUA. (págs. 1 e B15)

De volta, Zelaya busca abrigo na missão brasileira

Embaixada em Honduras recebe o deposto; Amorim nega ter sido avisado

O presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, deposto e expulso do país em 28 de junho, retornou ontem secretamente a Tegucigalpa e refugiou-se na Embaixada do Brasil. Zelaya é acusado de violar a Constituição hondurenha ao tentar mudá-la para se reeleger. O governo golpista prometeu prendê-lo. Foi decretado toque de recolher na capital. O chanceler Celso Amorim negou que o Brasil soubesse antecipadamente da vinda de Zelaya. Ele afirmou não se tratar de um asilo político, porque Zelaya é o presidente eleito. Amorim informou que o governo pediu aos EUA e à OEA que solicitassem a Honduras garantias de segurança. (págs. 1, A22 e A23)

Foto legenda: Regresso - Zelaya acena na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa: ele disse que levou 15 horas para cruzar a fronteira e chegar à capital

Análise: Roberto Lameirinhas

Fratura social pode se ampliar

Manuel Zelaya conseguiu criar o fato político com o qual pretende evitar a consolidação do regime de Roberto Micheletli. Mas a manobra traz o risco de aprofundar ainda mais a divisão da sociedade hondurenha. (págs. 1 e A20)

Cai efeito de sentença contra Toffoli

Em apenas dez dias, o advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, conseguiu sustar os efeitos da sentença contra ele e seu escritório de advocacia que os obrigava a devolver R$ 420 mil ao Estado do Amapá. Indicado pelo presidente Lula ao Supremo Tribunal Federal, Toffoli é acusado de firmar contrato irregular. Seus advogados alegaram cerceamento de defesa. (págs. 1 e A4)

'Estado' sob censura há 53 dias (págs. 1 e A18)

Saúde: Obesidade infantil antecipa doenças

Problemas cardíacos aparecem 20 anos mais cedo, diz estudo. (págs. 1 e A23)

Artigo

Paul Kulgman
The New York Times

A reforma que os banqueiros rejeitam

Obama reluta em adotar algo que se assemelhe a uma retórica populista. Ele precisa superar isso, ao mudar o sistema de remuneração dos banqueiros. Está na hora de Obama perceber que, às vezes, o populismo, principalmente o que irrita os banqueiros, talvez seja o remédio de que a economia precisa. (págs. 1 e B16)

Notas e Informações: O Brasil antes da crise

A pergunta inevitável é se as perdas a serem contabilizadas pela próxima Pnad serão menos ou mais intensas do que os ganhos desta em comparação com a de 2007. (págs. 1 e A3)

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Jornal do Brasil

Manchete: 32 milhões melhoram de vida

Quase metade dos 180 milhões de brasileiros já passou a integrar a classe média

Entre 2003 e 2008, em torno de 26 milhões de brasileiros ascenderam das classes mais baixas para a média, que tem renda domiciliar entre R$ 1.115 e R$ 4.807. Segundo estudo da Fundação Getulio Vargas, feito a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad/2008), do IBGE, no mesmo período outros 6 milhões de pessoas subiram às classes econômicas de maior poder aquisitivo, A e B, cuja renda mensal está acima de R$ 4.807. Quase metade dos mais de 180 milhões de brasileiros (49,22%) encontra-se na classe média - em 2008 era um total de 97,1 milhões de pessoas. A classe alta conta com 10% da população. (págs. 1 e Economia A17)

Foto legenda: Brasil dá abrigo a Zelaya (pág. 1)

Mais apoio à causa dos portadores de deficiência

Ontem, Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, a campanha por melhor acessibilidade criada em 2005, recebeu a adesão do governo do Rio, das prefeituras de Mauá (SP), Diadema (SP) e São Bernardo do Campo (SP) e da Central Única dos Trabalhadores. O Brasil tem 25 milhões de portadores de alguma deficiência. (págs. 1 e Tema do dia A2 e A3)

Novos testes detectam câncer

Dois novos testes de sangue vão ajudar médicos a diagnosticarem câncer de cólon e estômago, sem a necessidade de procedimentos invasivos. Marcadores genéticos no sangue indicam a probabilidade de à pessoa desenvolver a doença. (págs. 1 e Vida, Saúde & Ciência A24)

Coisas da política

Zelaya terá de desafiar elite em Honduras. (págs. 1 e A2)

Anna Ramalho

Marina Silva diz que não fará oposição a Lula. (págs. 1 e A14)

Informe JB

Turbulência nos depósitos judiciais. (págs. 1 e A4)

Editorial

Ganhos mútuos devem ser meta democrática. (págs. 1 e A8)

Sociedade Aberta

Wilson Figueiredo
Jornalista

Sucessão presidencial: reflexões em voz baixa. (págs. 1 e A9)
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http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Sinopses&Tarefa=Exibir
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