A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).
"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).
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terça-feira, setembro 22, 2009
MEIRELLES [In:] O DIA DO FICO
Lula pede e Meirelles deve ficar no Banco Central
A pedido de Lula, Meirelles deve abrir mão de candidatura para ficar no BC |
Autor(es): Cristiano Romero |
Valor Econômico - 21/09/2009 |
Aconselhado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, não deverá sair candidato ao governo de Goiás em 2010. Interessado em ter Meirelles no BC até dezembro do próximo ano, Lula, segundo apurou o Valor, deu a dois ex-ministros de seu governo - Antonio Palocci e Márcio Thomaz Bastos - a missão de convencê-lo a desistir da candidatura.
A conversa com Palocci e Thomaz Bastos surtiu efeito. Na semana passada, durante colóquio com um amigo, Meirelles confidenciou que, hoje, a chance de ele não se candidatar ao governo de Goiás é de 80%. "Com viés de alta", observou o presidente do BC, usando linguagem típica dos comunicados do Comitê de Política Monetária (Copom). À mesma linguagem Meirelles recorreu para falar das chances de se filiar a um partido político até o fim deste mês, quando expira o prazo dos interessados em se candidatar em 2010. "A chance de filiação hoje é 50-50", disse ele a um amigo, segundo relato feito por uma fonte ao Valor. No contato com Meirelles, Palocci e Márcio Thomaz Bastos explicaram que a candidatura em Goiás seria de alto risco. O Estado vive momento de forte polarização política, com o PSDB do senador Marconi Perillo de um lado e o PMDB do prefeito de Goiânia, Iris Rezende, do outro. O atual governador, Alcides Rodrigues (PP), gostaria de lançar Meirelles, mas, para tanto, o presidente do BC teria que se entender com Iris porque não é comum, em Goiás, ter três candidatos fortes disputando o governo. O presidente Lula, por sua vez, tem interesse especial em derrotar o PSDB em Goiás. Por isso, vem defendendo que os partidos da base aliada montem uma frente antiPerillo. Nesse ambiente, prevê-se que a campanha em Goiás será milionária, dos dois lados. "Vai ser uma campanha para políticos profissionais e Meirelles não é um desses políticos", diz um assessor do presidente Lula. Palocci e Thomaz Bastos alertaram Meirelles sobre a possibilidade de a disputa em Goiás ir além do resultado da eleição. Mesmo que ele vença o pleito, corre o risco de ter uma gestão tumultuada por uma oposição aguerrida, que pode, inclusive, tentar derrubá-lo do cargo em processo de impeachment. Os casos recentes de decisões da Justiça Eleitoral na Paraíba, no Maranhão e em Tocantins são lembrados como exemplos disso. Para o presidente Lula, é confortável manter Meirelles no posto até dezembro de 2010. Seria uma forma de evitar ruído na área econômica durante a campanha presidencial. O governo está confiante no fato de que o bom desempenho da economia ajudará a provável candidata de Lula - a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff - a crescer nas pesquisas. Recentemente, Meirelles disse a Lula que, no terceiro trimestre do ano que vem, portanto, na reta final da campanha presidencial, a economia brasileira estará crescendo, na margem, algo entre 6% e 7% ao ano, o mesmo patamar do terceiro trimestre de 2008, o último antes da eclosão da crise financeira mundial. No mercado, a expectativa é que o Copom só volte a aumentar a taxa básica de juros (Selic) no último trimestre de 2010. Por essas razões, Lula avalia que é melhor não mexer no BC. Mesmo não se candidatando ao governo de Goiás e não tendo interesse em disputar uma vaga ao Senado, Meirelles, segundo seus interlocutores mais próximos, considera filiar-se a um partido para manter a possibilidade de disputa em 2010. Só lhe restam, no entanto, duas opções: concorrer à presidência da República ou compor em alguma chapa como candidato a vice-presidente. O PTB, um dos partidos que o vêm sondando para filiação, ofereceu a candidatura à presidência. Meirelles só considera essa hipótese, no entanto, na eventualidade de o atual quadro político-eleitoral se transformar inteiramente, com a possível retirada de cena de alguns dos atuais pré-candidatos. Já a candidatura a vice-presidente seria o alento de Meirelles. E, nesse caso, a alternativa mais forte é integrar a chapa da ministra Dilma Rousseff. |
DELFIN NETTO [IN:] LULA CAPITALISTA
Delfim: ‘Lula salvou o capitalismo’
"O Lula mudou o país de forma a salvar o capitalismo" |
O Globo - 21/09/2009 |
Ex-ministro diz que falta de regulação provocou crise financeira global SÃO PAULO. Homem-forte da economia no regime militar, o ex-ministro Delfim Netto defende a volta do "Estado indutor", em substituição ao "mercado perfeito", que naufragou com a crise global. Em entrevista ao GLOBO, ele disse que a falta de regulação do sistema bancário está na raiz da crise. "Não há mercado sem Estado forte." Um dos principais conselheiros do presidente Lula, Delfim disse ainda que o governo foi o primeiro a perceber que "o mundo não acabaria" e que o capitalismo deve aos programas de distribuição de renda sua sobrevivência no país. "Ele (Lula) mudou o país de forma importante, de forma a salvar o capitalismo". Aos 81 anos e recuperando-se de cirurgia para colocação de dois stents, para ajudar no fluxo sanguíneo do coração, Delfim retoma aos poucos a rotina de trabalho. Chega antes das 7h ao escritório, num casarão do Pacaembu, em São Paulo. Sua sala, no segundo andar, comporta uma mesa com seis cadeiras, uma escrivaninha e duas estantes com 500 livros. É só parte da biblioteca que começou a reunir aos 14 anos, e que soma 250 mil títulos, catalogados e guardados em casa. Ex-ministro da Fazenda e do Planejamento e ex-embaixador na França, ironiza a ideia de escrever suas memórias. "Morro de dar risada dos livros de memórias de meus amigos. Frequentemente, há exagero". Aguinaldo Novo
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GOVERNO LULA: A POUPANÇA DO COLLOR/ZÉLIA
Economia
Ficou pela metade
A decisão de taxar a caderneta de poupança não resolve
o principal problema: a distorção provocada pelo anacrônico
rendimento fixado em lei
Montagem sobre foto de Nicholas Parfit/Getty Images![]() |
Depois de muito protelar, o governo finalmente anunciou as novas regras para a caderneta de poupança. Uma alíquota única de imposto de renda, de 22,5%, vai incidir sobre as cadernetas com saldo superior a 50 000 reais. A taxação será feita sobre o valor que exceder esse patamar (veja o quadro abaixo). Se for aprovada, a mudança valerá a partir de janeiro de 2010. Atingirá apenas 1% das contas, que representam mais de 40% do volume de recursos da poupança, hoje superiores a 282 bilhões de reais. Mesmo deixando de fora a esmagadora maioria dos poupadores, as novas regras não têm apoio nem da base aliada. É mesmo uma decisão política difícil mexer no investimento mais popular do Brasil, mas não havia como escapar.
O objetivo da mudança é recuperar o fôlego dos fundos de investimento, que perderam atratividade para a poupança com a queda dos juros. Zelar pela saúde dos fundos é importante porque eles são grandes compradores de títulos públicos, papéis com os quais o governo capta recursos e rola sua dívida sem emitir dinheiro nem produzir inflação. Essa harmonia fica ameaçada se as cadernetas competirem com os fundos. Além de criar dificuldades para o país financiar sua dívida, uma enxurrada de depósitos na poupança concentraria recursos em financiamento imobiliário, no qual os bancos são obrigados a aplicar 65% dos depósitos. Isso acarretaria escassez de crédito em outros setores, pressionando os juros novamente para cima.
O problema é que o governo não mexeu no principal. As cadernetas são atraentes porque têm rendimentos fixados por lei. Essa regra foi criada num período de inflação descontrolada, e servia não só para proteger o pequeno poupador, mas para incentivar o crédito imobiliário. Agora isso não faz mais sentido, mas optou-se por não corrigir essa distorção. E o motivo está nas eleições do ano que vem. "O governo preferiu empurrar com a barriga. Criou uma medida transitória, para evitar o desgaste político de mexer na caderneta", diz o professor Alexandre Assaf Neto, da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras, ligada à USP. Na avaliação dos especialistas, existe outro problema. A taxação é insuficiente para tornar a caderneta menos atraente que os fundos. Dependendo da taxa de administração cobrada pelos bancos, ela pode continuar oferecendo rendimento melhor.
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http://veja.abril.com.br/230909/ficou-pela-metade-p-092.shtml
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AÇÚCAR: GOSTO OU DESGOSTO?
Especial
AÇÚCAR é a droga da vez?
Nos EUA, especialistas em saúde e nutrição começam a tratar
o açúcar com o mesmo rigor que isolou o tabaco do convívio
social – e o alvo número 1 é o refrigerante
Montagem sobre foto Chris Collins/Corbis/Latin Stock![]() |

O açúcar, em suas várias formas, é o grande promotor da obesidade, mas seus níveis altos no sangue podem ser associados a quase todas as moléstias degenerativas, do ataque cardíaco ao derrame cerebral e ao diabetes. Existem suspeitas científicas sérias de que o açúcar possa até ser uma das causas de alguns tipos de câncer. Na lista, está o câncer de pâncreas, o mesmo que matou o ator Patrick Swayze aos 57 anos na semana passada. Em Harvard, pesquisadores acompanharam 89 000 mulheres e 50 000 homens e descobriram que os refrigerantes podem aumentar o risco de câncer de pâncreas em mulheres, só em mulheres. Antes que os homens se sintam premiados pela natureza, outro estudo, que examinou 1.800 doentes, sugere que uma dieta açucarada pode aumentar o risco de câncer do intestino grosso em homens, só em homens.
Mas, se o açúcar, como o tabaco, subir ao patíbulo, o refrigerante se tornará o cigarro da vez. Nos Estados Unidos, já há um movimento, incipiente mas sólido, integrado pelos cientistas mais reputados do país, contra o consumo de refrigerante. Os estados de Nova York e do Maine discutiram a possibilidade de cortar seu consumo a golpes de imposto. Em Nova York, o governador David Paterson propôs uma alíquota de 18%, mas recuou depois de perceber a má vontade dos parlamentares e a força do lobby do açúcar, cujo poder é lendário na política americana (veja a matéria). Recentemente, um artigo publicado no New England Journal of Medicine causou furor ao defender uma taxa punitiva sobre os refrigerantes. A repercussão se deveu à assertividade do artigo – que sugere tratar o açúcar como se tratou o tabaco – e à identidade de seus autores. Um é Kelly Brownell, renomado epidemiologista da Universidade Yale. O outro é Thomas Frieden, que, trabalhando na prefeitura de Nova York, liderou o combate à gordura trans e fez 300.000 nova-iorquinos largar o cigarro. Agora, Frieden assessora o presidente Barack Obama como cabeça do CDC, órgão que cuida do controle e da prevenção de doenças.
Gilberto Tadday![]() |
EPIDEMIA DE OBESIDADE |
Fechando o cerco, o professor Walter Willett, uma sumidade acadêmica que chefia o departamento de nutrição da escola de saúde pública de Harvard, lidera o lobby para convencer a indústria a adotar uma fórmula de refrigerante menos prejudicial à saúde. Quer que cada latinha ou garrafa tenha, no máximo, 50 calorias, o equivalente a três colheres de chá de açúcar. Uma lata de refrigerante normalmente tem 150 calorias, o equivalente a dez colheres de chá de açúcar. Um adulto que bebe uma lata com 150 calorias por dia pode chegar ao fim de um ano quase 7 quilos mais gordo. Elegantemente, Willett declarou: "Quando um adulto se acostuma a comer tudo doce, fica difícil apreciar a doçura suave de uma cenoura ou uma maçã". No mês passado, outro golpe duríssimo. Pela primeira vez na história, a American Heart Association, a entidade dos cardiologistas, divulgou limites específicos para o consumo de calorias de açúcar. Surpreendentemente, definiu níveis inferiores aos comumente recomendados. As mulheres não devem consumir mais que 100 calorias de açúcar por dia, o que corresponde a pouco mais de seis colheres de chá de açúcar. Para os homens, o limite diário é de 150 calorias, ou dez colheres.
Os EUA são a barricada mais potente contra o açúcar do refrigerante, mas não a única. A Inglaterra e a França estão proibindo a propaganda de refrigerantes na televisão. No México, onde a obesidade cresce num ritmo assustador, o refrigerante está sendo banido das escolas. Na Alemanha e na Bélgica, a proibição vale até para o comércio nas imediações das escolas. Na Irlanda, celebridades não podem fazer comerciais de refrigerantes dirigidos ao público infantil. O açúcar e a obesidade que dele advêm são um problema em todo o planeta, inclusive no Brasil. Examinando dados relativos a 2005, a Organização Mundial de Saúde estimou que 1,6 bilhão de seres humanos estejam acima do peso e 400 milhões, obesos. É um colosso de gordura, uma fartura de matar de inveja nossos ancestrais da savana africana, eles que, coitados, se arrebentavam por uma mísera caloria. Já surgiu um neologismo para sublinhar a dimensão global da obesidade – é a "globesidade". Com sua autoridade científica, Willett prevê: "Obesidade e diabetes serão o desafio de saúde pública do século XXI".
Obviamente, há diferenças entre o açúcar e o tabaco em termos de agressão ao organismo. A começar pelo fato de que nunca precisamos de tabaco para viver, mas necessitamos de açúcar – embora nos baste o açúcar encontrado naturalmente nas frutas, no leite e no mel, nos legumes e temperos. Do ponto de vista exclusivo do funcionamento metabólico humano, é inteiramente desnecessário o açúcar que se adiciona a alimentos e bebidas, sucos, bolos, balas, doces, pudins, chocolates e a uma infinidade de produtos que nem desconfiamos conter açúcar, como cerveja e massa de tomate. Como tudo o que é desnecessário ao metabolismo, o açúcar em excesso faz mal à saúde. Outra diferença é que o tabaco causa 95% dos cânceres de pulmão, mas o açúcar não é, sozinho, o responsável por 95% dos casos de obesidade ou diabetes. A obesidade tem raízes múltiplas. O hábito de comer fora, a popularização das lanchonetes de fast-food, a invenção do freezer e do forno de micro-ondas, o estilo de vida sedentário, a superoferta de alimentos a preços acessíveis, tudo isso contribui para a obesidade. Nos EUA, há um ingrediente adicional: as porções diabolicamente generosas. O americano preza o gigantesco, o monumental. Esse traço cultural aparece na preferência nacional pelas caminhonetes enormes, pelas casas que parecem castelos, pelas calças largas do hip hop e, claro, pelos pratos enormes. A batata frita do McDonald’s é um indicador. Em 1960, cada porção tinha 200 calorias. Essa quantidade subiu para 320, 450, 540 e está em 610! Há estudos teorizando que o americano associa o tamanho das porções ao poder, à masculinidade. Assim, o jovem se sentiria mais macho ao entrar no cinema carregando não um saco, mas um balde de pipoca. Pode ser. Faz sucesso no país um lanche que se chama Del Taco Macho Meal. Pesa quase 2 quilos.
Apesar de todos esses fatores, o açúcar tem papel central na pandemia de obesidade, e o refrigerante é seu veículo mais popular, particularmente nos EUA. A América é a pátria da Coca-Cola, o único país do mundo cuja imagem é associada a um refrigerante. A Coca-Cola é o símbolo do sucesso americano. Ideologizada, sua marca representa o triunfo do capitalismo e, para os velhos comunistas italianos, nada mais era do que l’acqua nera dell’ imperialismo. Os americanos bebem 56 bilhões de litros de refrigerante por ano, quatro vezes o consumo brasileiro. Como um sinal dos tempos, o consumo de bebidas açucaradas cai, enquanto a venda de refrigerantes diet cresce, em média, 3% ao ano – desempenho sem precedentes na indústria. Mas, de todo modo, os americanos são grandes devoradores de açúcar. Do açúcar de cana, consomem 9,6 milhões de toneladas por ano. E ainda devoram outro tanto do açúcar conhecido pela sigla HFCS, um xarope de milho com alto poder edulcorante que é mais rapidamente absorvido pelo organismo humano do que o açúcar de cana refinado.
Americano obeso corre o risco de virar pleonasmo. Eles estão por toda parte. Andam encostados às paredes para descansar a cada dez passos. Usam bengala, cadeira de rodas. Nos hospitais, há mesas de cirurgia especiais para recebê-los. Há fábricas de caixões reforçados para defuntos muito obesos. Os militares dizem que 25% dos jovens são pesados demais para se alistar. Teme-se que, pela primeira vez desde a guerra civil (1861-1865), a expectativa de vida caia devido às mortes por obesidade. A estatística é tenebrosa: 34,3% dos americanos com 20 anos ou mais estão obesos. Entre as crianças de 6 a 11 anos, que bebem hoje mais refrigerante do que leite, a incidência chega a 17%. No Brasil, a situação é menos grave, mas preocupa (veja a tabela).
Edson Silva/Folha Imagem![]() |
O AÇÚCAR ESTÁ EM TODA PARTE O trabalho num armazém de açúcar no interior de São Paulo: ele está na economia e também na alma brasileira |
Desde que o jornalista William Dufty (1916-2002) lançou Sugar Blues nos anos 70, um livro meio panfletário que virou um clássico na demonização do açúcar, disseminou-se cada vez mais a ideia de que açúcar engorda. VEJA consultou seis especialistas sobre os males que, com certeza científica, o açúcar em excesso pode causar, além da obesidade*. O resultado é uma devastação, porque um mal provoca outro, que por sua vez provoca um terceiro, colocando em movimento um carrossel que pode incluir cárie dentária, hipertensão, doenças cardiovasculares, derrame cerebral, falência renal, cegueira, doenças nervosas, amputações – e algo como seis a sete anos de vida a menos. É óbvio que ninguém que consome açúcar obrigatoriamente passará por esse calvário, e ninguém está proibido de beber uma lata de refrigerante, um copo de caldo de cana ou comer uma fatia de bolo. A questão está no excesso ou, mais propriamente, no que pode ser considerado o excesso.
A guerra contra o açúcar e suas diversas encarnações acabará produzindo, cedo ou tarde, mudanças sísmicas na vida de bilhões de pessoas. Ao atravessar o planeta das florestas da Polinésia até as Américas, a cana-de-açúcar alterou a dieta ocidental como talvez nenhum outro produto. Popularizou o sorvete, o chá, o café, o chocolate, o rum. Tomou de assalto nossos rituais afetivos. O açúcar está no chocolate do Dia dos Namorados. Está nos ovos de Páscoa dos pequenos, no pirulito com que docemente chantageamos a criança em troca de lhe sapecar um beijo. Está no bolo diante do qual os noivos bebem a taça de champanhe na festa de casamento. É difícil imaginar o mundo de hoje sem açúcar. O Brasil, então, é impossível.
Maior produtor e maior exportador do mundo, o Brasil está também entre os maiores consumidores. Mais que artigo econômico, o açúcar faz parte da identidade nacional. Na sua herança mais sombria, o açúcar é a escravidão negra, a açucarocracia, regime despótico do senhor de engenho. É o trabalho brutal, exaustivo e mutilante dos canaviais de ontem e hoje. Mas o açúcar também tem seu aspecto iluminado entre nós. Para o sociólogo Gilberto Freyre, ameigou nossas maneiras e gestos, amolengou as palavras do português falado no Brasil, que soa tão desossado, tão doce diante do português salgado e metálico de Portugal. O açúcar integrou-se de tal modo na alma brasileira que inspira sinônimos para todas as gradações. Na dose certa, é meiguice, suavidade, brandura. Com um grão de ousadia, é dengo e sedução. No exagero, é enjoo, tédio. O açúcar, sendo doce e amargo, é uma bela metáfora do próprio brasileiro, que funde em si mesmo, com desembaraço intrigante, o homem cordial e o homem violento. Que o açúcar tenha o destino que tiver de ter para que a humanidade seja saudável e feliz. Se um dia desaparecer da mesa, os brasileiros pelo menos terão o consolo de lembrar dele na doce, sensual e úmida definição do poeta Ferreira Gullar:
"Afável ao paladar
Como beijo de moça, água
Na pele, flor
Que se dissolve na boca."
Paulo Vitale![]() |
* Os especialistas consultados por VEJA: David Ludwig e Frank Hu (Harvard), David Katz e Kelly Brownell (Yale), Silke Vogel (Columbia) e Barry Popkin (Carolina do Norte), esse último autor de O Mundo Está Gordo, recentemente lançado no Brasil pela editora Elsevier.
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http://veja.abril.com.br/230909/acucar-droga-da-vez-p-98.shtml
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"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"
22 de setembro de 2009
O Globo
Manchete: Governo antecipa campanha e ministros somem de Brasília
Em campanha eleitoral antecipada, é cada vez maior a lista de ministros do governo Lula que aproveitam as viagens a seus estados de origem e esticam o fim de semana com eventos às sextas ou segundas-feiras. O ministro da Justiça, Tarso Genro, pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo PT, passou, de abril a agosto deste ano, 38 dias fora de Brasília - 60% deles em solo gaúcho. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (PT), aproveita as sextas e segundas-feiras para agendas no Paraná, onde sua mulher quer disputar o Senado. Em Minas, dois ministros pré-candidatos estão em campanha: Hélio Costa (Comunicações), do PMDB, e Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), do PT. Na última sexta-feira, o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), que disputará pelo PMDB o Senado ou o governo da Bahia, vistoriou obras e recebeu homenagens no interior. No Amazonas, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR), tem feito o mesmo. (págs. 1 e 3)
Brasil abre embaixada para Zelaya tentar retomar poder em Honduras
Num caso sem precedente na história recente da diplomacia brasileira, o Itamaraty abrigou ontem o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, na embaixada em Tegucigalpa. O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, decretou toque de recolher e pediu ao Brasil que entregue Zelaya. Autoridades hondurenhas tacharam o gesto brasileiro de "ingerência em assuntos internos".
O Brasil nega ter participado da entrada de Zelaya, que diz pretender retomar o poder, e pediu garantias da integridade física dele. O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, deve chegar hoje a Honduras para liderar negociação. (págs. 1 e 26)
Foto legenda: Manuel Zelaya acena para seus seguidores, logo depois de chegar à Embaixada do Brasil em Tegucigalpa
Ministro e PT brigam por sangue de estatal
'Petro qualquercoisa'
Juiz suspende condenação de Toffoli
Editorial
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Folha de S. Paulo
Manchete: Zelaya volta e se refugia na embaixada brasileira
O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, deposto em 28 de junho e expulso do país, voltou clandestinamente a Tegucigalpa e se refugiou na embaixada brasileira. Com a notícia, alguns milhares de simpatizantes saíram às ruas da capital hondurenha, onde entraram em confronto com a polícia.
Mais tarde, o governo golpista declarou toque de recolher e exortou o Brasil a entregar Zelaya às "autoridades competentes". Segundo a Folha apurou, a chegada ocorreu sem aviso prévio. Zelaya disse que quer ficar sob a proteção brasileira enquanto tenta um "diálogo de reconciliação". (págs. 1 e Mundo)
Eliane Cantanhêde
Itamaraty vê sinal de prestígio regional
A escolha da embaixada brasileira para a volta de Zelaya foi saudada por Planalto e Itamaraty como sinal da liderança e do poder moderador do país na região.
Pelas versões de Brasília, o presidente Lula não tinha a menor ideia,
pelo menos até domingo, de que o hondurenho estava disposto a bater à porta da embaixada. (págs. 1 e A14)
Foto legenda: O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, acena para simpatizantes após chegar à Embaixada do Brasil em Tegucigalpa
BC condena bancos por ligação com o mensalão
As instituições ainda podem recorrer para evitar a punição de afastamento de seus dirigentes, por até oito anos, do mercado financeiro. O BMG afirmou que os empréstimos concedidos à época
"observaram as regras do sistema financeiro". O Rural diz não comentar ações em trâmite. (págs. 1 e A4)
Para Lula, críticas à indicação de Toffoli para o STF são 'bobagem'
Ombudsman da Folha diz que jornalistas não aceitam críticas
Lins da Silva defendeu meios de autorregulação da mídia. "Ou os jornais se autorregulam para melhorar ou vão ser regulados por alguém, e vai ser muito pior para todo mundo." (págs. 1 e A10)
Foto legenda: Mãos para o céu
Concentração bancária no país cresce na crise
Sem BNDES, JBS não seria o maior, afirma executivo
Editoriais
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O Estado de S. Paulo
Manchete: Santander lidera volta das ofertas de ações
O Santander informou ontem que pretende captar no Brasil entre R$ 11,6 bilhões e R$ 13,2 bilhões. Se os investidores referendarem essa estimativa, será a maior oferta pública de ações da história do mercado nacional, e o valor do Santander na Bovespa pode superar R$ 100 bilhões, passando o Bradesco. A iniciativa indica que o mercado de capitais, a exemplo da economia, está se recuperando antes do que se esperava. Aponta, também, que o segundo semestre deve marcar a volta de operações bilionárias, que, com a crise, haviam rareado no País. A movimentação nos bancos de investimento é intensa. Três empresas do setor de construção civil, dois bancos de pequeno porte e duas companhias que atuam na área de tecnologia de informação estão preparando documentação para abrir o capital. (págs. 1, B1 e B3)
EUA propõem fim do desequilíbrio
Proposta ao G-20 reduz superávit da China e aumenta poupança em países deficitários, como os EUA. (págs. 1 e B15)
De volta, Zelaya busca abrigo na missão brasileira
O presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, deposto e expulso do país em 28 de junho, retornou ontem secretamente a Tegucigalpa e refugiou-se na Embaixada do Brasil. Zelaya é acusado de violar a Constituição hondurenha ao tentar mudá-la para se reeleger. O governo golpista prometeu prendê-lo. Foi decretado toque de recolher na capital. O chanceler Celso Amorim negou que o Brasil soubesse antecipadamente da vinda de Zelaya. Ele afirmou não se tratar de um asilo político, porque Zelaya é o presidente eleito. Amorim informou que o governo pediu aos EUA e à OEA que solicitassem a Honduras garantias de segurança. (págs. 1, A22 e A23)
Foto legenda: Regresso - Zelaya acena na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa: ele disse que levou 15 horas para cruzar a fronteira e chegar à capital
Análise: Roberto Lameirinhas
Fratura social pode se ampliar
Manuel Zelaya conseguiu criar o fato político com o qual pretende evitar a consolidação do regime de Roberto Micheletli. Mas a manobra traz o risco de aprofundar ainda mais a divisão da sociedade hondurenha. (págs. 1 e A20)
Cai efeito de sentença contra Toffoli
'Estado' sob censura há 53 dias (págs. 1 e A18)
Saúde: Obesidade infantil antecipa doenças
Artigo
The New York Times
A reforma que os banqueiros rejeitam
Obama reluta em adotar algo que se assemelhe a uma retórica populista. Ele precisa superar isso, ao mudar o sistema de remuneração dos banqueiros. Está na hora de Obama perceber que, às vezes, o populismo, principalmente o que irrita os banqueiros, talvez seja o remédio de que a economia precisa. (págs. 1 e B16)
Notas e Informações: O Brasil antes da crise
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Jornal do Brasil
Manchete: 32 milhões melhoram de vida
Entre 2003 e 2008, em torno de 26 milhões de brasileiros ascenderam das classes mais baixas para a média, que tem renda domiciliar entre R$ 1.115 e R$ 4.807. Segundo estudo da Fundação Getulio Vargas, feito a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad/2008), do IBGE, no mesmo período outros 6 milhões de pessoas subiram às classes econômicas de maior poder aquisitivo, A e B, cuja renda mensal está acima de R$ 4.807. Quase metade dos mais de 180 milhões de brasileiros (49,22%) encontra-se na classe média - em 2008 era um total de 97,1 milhões de pessoas. A classe alta conta com 10% da população. (págs. 1 e Economia A17)
Foto legenda: Brasil dá abrigo a Zelaya (pág. 1)
Mais apoio à causa dos portadores de deficiência
Novos testes detectam câncer
Coisas da política
Anna Ramalho
Informe JB
Editorial
Sociedade Aberta
Jornalista
Sucessão presidencial: reflexões em voz baixa. (págs. 1 e A9)
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http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Sinopses&Tarefa=Exibir
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