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sexta-feira, junho 06, 2008

ONU [In:] CRISE ALIMENTAR

Cúpula da fome nada propõe contra "situação dramática"


Jacques Diouf, o diretor-geral da FAO, braço da ONU para Alimentação e Agricultura, havia dito, ao inaugurar na terça-feira a Cúpula sobre Segurança Alimentar, que havia passado o tempo das palavras e era hora da ação.
Dois dias depois, a cúpula termina sem ação alguma e quase sem palavras, porque o comunicado final foi sucessivamente adiado, para sair só no início da noite romana, em termos tão aguados que o chanceler italiano, Franco Frattini, reconheceu que o texto "é decepcionante". Emendou Frattini: "Se os líderes mundiais não conseguem pôr-se de acordo ao menos para evitar os danos de uma situação dramática de emergência alimentar, isso me preocupa". A emergência já havia sido quantificada por Diouf no discurso inaugural, ao lembrar que há 832 milhões de pessoas passando fome. Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial, ampliou a dimensão da emergência ao dizer que a disparada dos preços da alimentação colocava 2 bilhões de pessoas em "perigo imediato". Muitos países já enfrentam protestos populares por causa da alta dos alimentos. Três dias de debates e de discursos, com a participação de cerca de 40 governantes, nada produziram, a não ser anúncios de verbas de emergência até agora no valor de US$ 3 bilhões, quando Diouf havia dito que seriam necessários US$ 30 bilhões por ano para criar uma situação de segurança alimentar. O pior é que os delegados se envolveram em discussões absolutamente bizantinas, em torno de um documento que já nasceu aguado por causa das divergências de todos os tipos. Das divergências, passou-se à fofocas sem sentido, que retardaram a divulgação do texto por mais de quatro horas. Uma das fofocas envolveu o Brasil. Delegados europeus disseram aos jornalistas que o Brasil vetava trecho da declaração que considerava crítico aos biocombustíveis, a principal bandeira internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Qual era a suposta crítica? Dizer que "é essencial enfrentar os desafios e oportunidades colocados pelos biocombustíveis em vista das necessidades mundiais de energia, segurança alimentar e ambiental". Ao falar em "segurança alimentar", o trecho insinuaria que os biocombustíveis são deletérios para ela, no pressuposto de que os plantios para obtê-los invadiriam áreas destinados à culturas para a alimentação. A acusação é falsa pela simples e boa razão de que nenhum governo pode se dizer contra a segurança alimentar e ambiental e recusar-se a assinar um documento que as defenda. No caso do Brasil, Lula, em seu discurso na cúpula, deu todas as informações necessárias para demonstrar que o etanol da cana-de-açúcar não interfere no plantio de alimentos -e tampouco na devastação ambiental da Amazônia. O texto final da cúpula, tal como a Folha já havia adiantado desde o princípio dela, não toma partido sobre biocombustíveis. Joga qualquer definição mais concreta para "estudos em profundidade" e um "diálogo internacional". Uma segunda polêmica era igualmente sem sentido. O rascunho pedia aos países-membros que se abstivessem de medidas unilaterais e contrárias às leis internacionais. Os EUA, pela versão que chegou aos jornalistas, entenderam que se tratava de condenar o bloqueio à Cuba, que já dura mais de meio século. De novo, nenhum país pode defender medidas contrárias às leis internacionais, mesmo quando eventualmente as apliquem.
Tudo somado, ficou de concreto o óbvio: um pedido para "ação coordenada e urgente para combater os impactos negativos dos crescentes preços de alimentos sobre os países e populações mais vulneráveis" e a cobrança de mais investimentos na agricultura, além da ajuda imediata para os famintos. Muito menos do que prometia o longo título do encontro: "Conferência de Alto Nível sobre Segurança Alimentar Mundial - os Desafios da Mudança Climática e da Bioenergia".

CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A ROMA - Folha Online, 0606.

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