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sexta-feira, julho 25, 2008

KRUGMAN: ''WE ARE (ALL) KEYNESIANS''

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Krugman diz que hoje somos todos keynesianos

A recessão americana provocada pela crise do crédito imobiliário de alto risco será leve e irá durar dois anos. A previsão é do economista Paul Krugman, professor da Universidade Princeton e colunista do jornal The New York Times, reproduzido pela Gazeta Mercantil. Para ele, o Brasil é um emergente diferente da China e Índia: não tem a moeda atrelada ao dólar, tem taxas de juros flutuantes e é grande exportador de commodities, o que o habilita a enfrentar o cenário atual com melhores condições. Na prática, é um país de sorte, pois está do lado das economias que estão ganhando com o cenário de crise internacional. Para Krugman, o banco central norte-americano e o Tesouro agiram corretamente ao socorrer instituições. "Hoje somos todos keynesianos", brinca ele, comentando que até os economistas mais conservadores apóiam a intervenção. "O Consenso de Washington foi seriamente afetado com esta crise", defende.
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B2(Gazeta Mercantil/1ª Página - Pág. 1)(Ana Cecilia Americano) - 2507-2008.
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Krugman defende ação do Banco Central no Brasil

Não, não vai ser a China. O papel de grande líder das nações emergentes caberá ao Brasil, na avaliação do economista americano Paul Krugman, 55, embora a economia brasileira esteja crescendo menos do que poderia, segundo ele. As deficiências do Brasil, porém, impedem um crescimento maior sem inflação agora. "Não se pode ter uma política que leve o crescimento a um ritmo superior ao seu potencial", disse.
Por isso o economista apóia a elevação dos juros pelo BC.

A seguir, trechos da entrevista que concedeu ontem à Folha, por telefone, do Rio. Ele esteve no Brasil por dois dias participando de seminários.

Folha - Qual é a sua análise da atuação dos bancos centrais dos emergentes, como o brasileiro, que acaba de elevar os juros?
Paul Krugman - Eu diria que faz sentido, mas não posso julgar se o tamanho e o ritmo do aumento de juros estão certos.
Nos países avançados, o problema é a deflação e uma ameaça de colapso no mercado financeiro. Na maior parte do mundo emergente, as pressões são inflacionárias.
Folha - Aumentar os juros é a melhor alternativa no caso de uma inflação causada primeiramente pela alta dos preços das commodities?
Krugman - A minha avaliação é de que, nos EUA, não é desejável usar a política monetária para lutar contra a inflação de commodities. No Brasil, muito do que está acontecendo é explicado pelos alimentos, mas não tudo. Olhando para os EUA, temos um mercado de trabalho muito fraco. No Brasil, é o contrário.
Folha - É possível combater a inflação sem desistir totalmente de crescer?
Krugman - Sim. Entretanto, se os indicadores dizem que o país está crescendo acima do potencial, é preciso fazer alguma coisa para segurar a inflação. Não tenho provas convincentes de que o Brasil possui uma taxa de crescimento potencial de mais de 5% [ao ano]. Não se pode ter uma política que leve o crescimento a um ritmo superior ao seu potencial.
Folha - Como vê o novo cenário mundial, em que EUA e Europa continuam sendo as economias mais importantes, porém surgem novos grandes atores, como China e Índia?
Krugman - Ninguém sabe realmente como esse novo mundo vai se desenvolver, se será preciso um poder hegemônico ou não. Esperamos que não, porque não temos um.
Folha - E qual é o papel do Brasil nesse mundo?
Krugman - O Brasil está em uma posição bastante interessante porque é o maior país em desenvolvimento que não é a China nem a Índia. A China e a Índia têm as suas especificidades, e é difícil colocar qualquer uma delas no papel de líder para os outros emergentes, porque, de certa forma, elas são grandes demais para fazer parte de alianças. Então, é o Brasil que está rumando para a função de líder dos emergentes.
Folha - Nas comparações com o crescimento da Índia e da China, o Brasil fica em desvantagem. O senhor está dizendo, então, que essa comparação não é justa?
Krugman - Apesar de tudo, o Brasil é um país muito mais rico. Não é razoável esperar que o Brasil cresça tão rápido como a China. A China partiu de uma pobreza tão grande que um mínimo de modernidade é um avanço notável. Comparar com o crescimento da China é injusto, mas o Brasil está crescendo menos do que poderia.
Folha - A que se deve isso?
Krugman - As explicações usuais dizem respeito à educação, que não é boa como deveria ser. Nos países asiáticos de elevado crescimento, a educação é surpreendentemente melhor do que se esperaria, mesmo o país tendo muita pobreza. Se esse é o motivo? Não sei.
Folha - Os EUA já se encontram mergulhados em uma recessão?
Krugman - A definição oficial de recessão nos EUA é dada por um comitê. Não temos uma definição formal, então fica difícil. Independentemente da palavra, a situação que temos claramente nos últimos seis meses é a economia crescendo, mas devagar demais. A questão é se o comitê vai decidir chamar isso de recessão, porque a maior parte de nós sente como uma recessão, com certeza.
Folha - O presidente George W. Bush e o presidente do Fed (banco central americano), Ben Bernanke, poderiam ter feito alguma coisa diferente para evitar que a situação chegasse ao ponto em que está?
Krugman - O melhor teria sido tomar uma posição [quanto às operações com hipotecas de alto risco] entre o final de 2004 e o começo de 2005. Se o Fed tivesse começado a cortar os juros no começo de 2007, talvez pudesse ter evitado isso tudo. A redução da taxa só veio em agosto de 2007, pois antes não estava óbvio para todo mundo que havia um problema. No entanto, acho que Bernanke tem o crédito de estar agindo com a agressividade que um banco central nunca teve.
Folha - Quais são os principais desafios para o próximo presidente?
Krugman - Ele vai ter que mostrar trabalho imediatamente. Em um ano os resultados precisam aparecer, senão terá que assumir a recessão como sua.
Ademais, será necessário fazer a reforma do sistema de saúde.
Folha - Em termos de projetos, dá para saber para qual direção Barack Obama e John McCain (candidatos à Presidência dos EUA) estão caminhando?
Krugman - McCain quer fazer o que Bush fez, só que melhor, e isso é o máximo que é possível dizer. Sobre Obama, não sabemos ainda. Ele claramente é um democrata liberal, mas não sabemos se é um reformador modesto ou se é alguém que vai realizar grandes mudanças.
Folha - Alguma esperança em relação a ele?
Krugman - Eu tenho esperança. Se bem que, falando de Obama, não se pode usar a palavra "esperança" [risos]. Sempre que uso o termo "esperança" na minha coluna. recebo dezenas de cartas perguntando se estou tirando sarro de Obama [o candidato utiliza a palavra nos seus slogans]. Estou preocupado, acho que ele tem uma tendência de ser cauteloso demais, de correr para o que as pessoas chamam de centro. Espero que se mostre mais determinado.
Folha - Para os que reclamam do protecionismo dos EUA, quem, entre Obama e Mccain, seria mais liberal em termos de comércio?
Krugman - Nenhum dos dois. Não vamos ter novamente um grande apoio dos EUA à globalização. Mas provavelmente também não teremos um período de grande protecionismo.
É provável que McCain seja mais protecionista. Para Obama, se existem acordos [multilaterais], os EUA devem obedecer a eles, enquanto McCain pode dizer que os tratados existem mas o país mudou de idéia.
Folha - Algum dos dois poderia ser mais simpático ao álcool de cana-de-açúcar, considerando que o biocombustível de milho não parece ser uma boa idéia e o preço do petróleo está nas alturas?
Krugman - Os 5% da população dos EUA a quem interessa que o país mantenha essas medidas malucas [de incentivo ao álcool de milho] são os que têm poder de decisão política. A resposta é não, nada vai acontecer.
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DENYSE GODOY, da Folha de S.Paulo - 2507.

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