PENSAR "GRANDE":

***************************************************
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
***************************************************


“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

----

''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

=========
# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
1Radio 1455824919 nhm...

valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

***

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

NOVO PT [In:] VINHO, CHARUTOS & "ARMANI"

>
O pragmatismo e a mutação petista


Autor: Zander Navarro
Gazeta Mercantil - 19/02/2009


- O período pós-constituinte tem sido fértil em novidades políticas, rejuvenescendo os processos de decisão e fazendo o Brasil, provavelmente, a mais democrática de todas as nações. Além disto, não obstante os pessimistas profissionais e seu uso oportunista do catastrofismo, ocorreram profundas alterações na estrutura de poder. E não foram sempre para pior.

Se o foco for o poder econômico, pode ser desalentador, pois uma brutal revolução na velha economia afastou os antigos capitães da indústria, substituídos por operadores financeiros, muitos meros marionetes do capital transnacionalizado. Mas, se analisado o poder político entranhado na ação governamental, nos partidos e na sociedade civil, o fenômeno mais promissor foi a emergência, inicialmente lenta, depois acelerada, do Partido dos Trabalhadores.

A data da virada é de fácil identificação, pois 1995 observou a entronização de José Dirceu e seu grupo, e os caminhos, desde então, foram a institucionalização e o gradual descolamento com o passado mais ideológico.

Anos depois, já integrante do clube dos grandes e comandando a nação, a sensação é que esta transição foi concluída e poucos reconhecem no partido atual as vísceras da agremiação dos heróicos anos iniciais, quando a rebelde recusa a tudo que fosse associado à ordem parecia ser a sua única marca. O que ocorreu? Simplificando ao extremo, creio serem duas as grandes mutações que o PT sofreu, mas ambas associadas a uma continuidade, e esta combinação gramsciana do "novo que quer nascer, mas impregnado do velho" produz inquietante ambigüidade.

Primeiramente, um processo social: o crescimento do partido desencadeou um amplo movimento de ascensão social para milhares, talvez dezenas de milhares de pessoas, dos militantes aos beneficiados pelas políticas organizadas pelo partido. Trata-se de um processo de mobilidade social sem precedentes na nossa história, oportunizando chances jamais sonhadas para, sobretudo, a classe média baixa ou os mais pobres. Acuado por esses novos interesses, o partido foi abandonando o vetor da "grande mudança".

Para aquele amplo contingente, manter a nova posição social se tornou o único norte, assim produzindo moderação e desideologizando o partido. A outra mutação diz respeito à formação da "vontade geral" do partido e se refere ao crescente raquitismo do debate interno. O PT, simplesmente, parou de pensar, liquidando as conversas que antes fermentavam idéias inovadoras e mantinham acesa a chama da mudança.

Se alguém duvidar, basta comparar as publicações petistas, pois sumiram os densos documentos analíticos do passado. Finalmente, a terceira grande característica indica preocupante continuidade, a qual contribui fortemente para embaralhar a ação partidária. Trata-se da persistência do "pensamento mágico", ou as bandeiras, palavras-de-ordem e o jargão subjacente a uma vaga, nunca definida, "transformação radical" que o partido, algum dia, operaria.

Esta continuidade é que explica porque setores petistas ainda recebem o conhecimento científico com desconfiança e até hostilidade, propõem fantasias políticas que causam perplexidade, ou ainda batem continência a ícones que nem mesmo a arqueologia marxista reconhece mais. Não há outro rincão planetário onde se invoque Trotsky, sem corar. É no campo petista onde vicejam idéias milenaristas de uma "sociedade alternativa", que ninguém, claro, jamais foi capaz de descrever. Mas tais subgrupos mobilizam adeptos e exercem influência, até mesmo elegendo representantes.

Assim, o espectro da irracionalidade ainda assombra o partido, mas as duas grandes mudanças citadas igualmente imobilizam-no. O resultado? Dominam hoje o pragmatismo, o cotidiano e as "coisas práticas". Desapareceram o futuro e a ideologia. O PT continuará na elite política, pois hoje conhece todas as armas para se manter neste grupo. Mas sua linhagem começa a se perder nas brumas da mesmice partidária brasileira.

Nenhum comentário: