A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).
"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).
"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br
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folha gmail df1lkrha
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sábado, outubro 31, 2009
EDITORIAL: ''A PAZ INVADIU O MEU CORAÇÃO..." *
Do que é feito o Nobel da Paz?
A eleição do presidente Barack Obama ao prêmio Nobel da Paz, anunciada nesta sexta-feira, é um prêmio às boas intenções. Porque essas são, por enquanto, as credenciais de seu governo. Cabe analisar do que é feito, afinal o prêmio Nobel da Paz, a mais simpática e política das seis premiações da Real Academia de Ciências da Suécia. É de ações individuais ou das de governo? No caso de Obama, seu principal gesto individual será a doação do dinheiro do prêmio a instituições de caridade.
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O reposicionamento da política externa americana é resultado do deslocamento do eixo político global com entrada da China e dos outros emergentes no jogo. É resultado também da absurda situação de endividamento legada por George W. Bush, que ele precisa contornar se quiser manter a capacidade de intervenção em conflitos regionais ao redor do mundo. Não se pode dizer que seja uma propensão do presidente à bondade.
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O prêmio que acaba de ganhar criou a suspeita de que os senhores da Nobel Foundation, na Suécia, estão de birra com George W. Bush. Durante o governo do ex-presidente americano, concederam a honraria a alguns de seus principais desafetos ou concorrentes. Assim, como quem não quer nada, em 2002, premiaram Jimmy Carter, que de fato liderou a luta mundial pelos direitos humanos, mas é um integrante do Partido Democrata; o presidente da Agência Internacional de Energia Atômica, Mohamed ElBaradei ganhou em 2005. Seu feito notável foi bater de frente com o governo americano por conta da falsa acusação da existência de armas nucleares no Iraque. Era um opositor de Bush, portanto. Em 2007, o ex-vice presidente Al Gore foi o escolhido, no momento em que se tornou o maior crítico da política ambiental americana.
>09 de outubro de 2009
Um passo para um acordo do clima
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Foto: AFP.
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Blog: Ambiente
Ronaldo França
Coordenador do painel de Ambiente de Veja 40 anos - o Brasil que queremos ser, o editor Ronaldo França destaca aqui assuntos referentes ao tema e discute os conteúdos apresentados pelos leitores.
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(*) A PAZ. Gilberto Gil (Gilberto Gil e João Donato).
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sexta-feira, outubro 30, 2009
ELEIÇÕES 2010 (ILHA DE VERA CRUZ): ''QUEM DIRIA, GRETA GARBO..."
Dilma ao partido de Maluf:
“A gente não sabe onde começa a realização de vocês e onde começa a nossa”
Por Vera Rosa, no Estadão. Comento.
Acusada até por petistas de não ter jogo de cintura política, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, mostrou na noite de quarta-feira que o treinamento para a campanha de 2010 já está surtindo efeito. Após participar de jantar com parlamentares e dirigentes do PP, na casa do líder da bancada na Câmara, Mário Negromonte (BA), Dilma foi até a cozinha agradecer aos empregados.
“E aí, gente? Eu vim cumprimentar vocês”, disse a ministra, sorridente. Candidata do PT à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela beijou a cozinheira, abraçou ajudantes, acenou para garçons e tirou fotos com a equipe responsável pelos quitutes. “Parabéns! Obrigada por tudo”, agradeceu, esbanjando simpatia, após saborear peixe e legumes grelhados.
O clima do jantar também foi de descontração. Diante de deputados, senadores, ministros e dos governadores Alcides Rodrigues (Goiás) e Ivo Cassol (Rondônia), Dilma foi só elogios ao PP - partido do deputado Paulo Maluf (SP) que, num passado não muito distante, era inimigo dos petistas. “Somos parceiros no governo. A gente não sabe onde começa a realização de vocês e onde começa a nossa”, discursou.
Integrante da base de sustentação do governo Lula, o PP comanda o Ministério das Cidades e deve se juntar ao PMDB no apoio a Dilma, apesar da briga com o PT em alguns Estados, como São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás e Mato Grosso do Sul. Em Minas, por exemplo, o partido é aliado do governador Aécio Neves, um dos presidenciáveis do PSDB.
“Não há nada que uma intervenção cirúrgica não resolva”, insistiu Negromonte, alegando que Lula será “o grande cirurgião” dos acordos nos Estados. “Só não podemos deixar nenhum de nossos candidatos na UTI. Aqui
Comento
Judas, ao ficar sabendo do encontro, comentou: “Me incluam fora dessa!”
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http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/
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ELEIÇÕES 2010 (ILHA DE VERA CRUZ): VIOLÊNCIA DE ONTEM E DE HOJE
DILMA E AS PALAVRAS DOCES AOS OUVIDOS DO DEMÔNIO
Alguns textos saem como Deus gosta. Acho que é o caso deste. Avaliem, opinem e vejam se é o caso de passar adiante o link.
Vamos aqui bater um papinho, que eu chamaria de “Considerações sobre o mal”. Não quero, mesmo!, entrar na seara religiosa porque, neste momento, não é o caso. Não que eu integre a marcha dos tolos que dizem: “Religião não se discute”. É claro que se discute. O que me parece que não tem como virar assunto de acirrado debate é a fé — a não ser entre aqueles que partilham de uma mesma crença. Assim, as minhas considerações sobre o “mal” — sobre o, vou empregar a palavra mais comum para designá-lo — “demônio” buscam ser, acima de qualquer outra categoria, puramente lógicas. A questão religiosa concorre apenas com uma informação básica que é preciso ter para acompanhar o pensamento. É com esta informação que encerro este parágrafo para dar seqüência ao tema no próximo. O demônio, na religião, é uma espécie de pedaço desprendido do próprio Deus; é a iluminação que se fez denegação do Bem. O demônio não é estranho à vida do homem e a seu espírito. Ao contrário: ele é seu íntimo; ele é familiar. Por isso mesmo, ele o confunde, com sua linguagem insinuante. E, a exemplo do Bem, é também imortal.
Você pode ser um desses ateus fanáticos, obcecado mesmo pela determinação de negar a existência de Deus; mais do que isso: de provar a sua inexistência, e nem por isso o demônio como metáfora deixará de tentá-lo. O demônio como metáfora é aquela idéia enfeitada como virtude, que, se aplicada, vai destruí-lo. Pode até ser, para me tornar o mais palpável possível, uma escolha profissional errada. Não, o demônio nunca é exótico, absurdo, irracional. Ao contrário. Ainda para ficar no exemplo profissional: ele não lhe vai acenar com a possibilidade de deixar de ser, sei lá, administrador de empresas para se tornar médico. Ele pode aconselhá-lo a simplesmente mudar de emprego na hora errada. O mal é insinuante e jamais escandaloso. Um religioso sente as duas forças em permanente disputa. Um ateu ou agnóstico (coisas distintas, sei bem) dá nomes outros aos impulsos contraditórios que nos assaltam vida afora. Mas a estrutura é sempre mesma: o erro enverga as vestes do acerto; o Mal, as do Bem; o vício, as da virtude.
Atenção: não é que Mal e Bem se diferenciem por linhas tênues, quase imperceptíveis. É que a natureza do Mal é justamente a sedução, o disfarce, a trapaça, a burla. A menos que alguém seja um seu sacerdote, quase sempre aquele que cai em sua teia é uma vítima involuntária. E há as doutrinas essencialmente malignas porque, desde a origem, negam ao homem o direito à sua própria consciência e ao discernimento. Se alguém pensou em comunismo, fez muito bem. Qualquer equação que faça do homem objeto de uma engenharia social é demoníaca — seja na perspectiva religiosa, seja na não-religiosa. O desastre é certo.
Feita esta longa introdução, peço que vocês leiam estas palavras da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) num programa de rádio chamado “Bom Dia, Ministro”. Ela fala sobre a violência nas favelas.
“O crime invadiu essas regiões porque o Estado simplesmente fugiu delas, porque no Brasil não se investia em favelas nem em bairros populares. É possível que a gente dispute com o tráfico e façamos essa disputa do bem que é de fato nossa presença efetiva, com a polícia também, mas também com obras e com serviços públicos de qualidade para essa população.”
São palavras, queira ou não a ministra, demoníacas, que admitem uma espécie de pacto com o Mal, ainda que, segundo seus termos, para combatê-lo. Não! Erro! Quase sou eu mesmo vítima da sedução do mal. Ela não quer combatê-lo, ela quer disputar com ele o que seria o “campeonato do bem”. E isso significa, então, que ela admite que o tráfico, no morro, também está empenhado em fazer o… bem! Governo e tráfico seriam forças que se justificariam no confronto.
Não há como: depreende-se, das palavras de Dilma, que a Polícia, a repressão ao tráfico é uma das ações do estado, mas não, leiam lá, a mais importante. Fundamental, entende a governante, é que o Estado dispute a alma dos viventes com o tráfico, legitimando-o. Para que sua receita dê certo, forçoso seria que o estado fornecesse mais benefícios ao smoradores da favela do que o próprio tráfico, de modo que eles pudessem escolher o que fosse mais vantajoso.
Em vez de se estabelecer, então, um confronto entre avessos — o Bem e o Mal —, travar-se-ia uma disputa, em que o tráfico iria se tornando obsoleto porque o estado estaria cada vez mais presente por meio de benefícios. Lamento dizer: numa perspectiva religiosa ou não, quem fala aí é a voz do demônio; é o Mal assumindo as vestes do bem. É evidente que isso não dará certo. No mínimo, para infortúnio de todos, o narcotráfico acabará sendo o gerente da infra-estrutura que o estado eventualmente implementar no morro. Sem a tomada daquele território pelo estado, não há solução; sem que, lá vou nas metáforas, se exorcize o Mal, os reféns do demônio continuarão a fazer a sua cantilena macabra.
Ademais, já é esta a falsa solução que está hoje em curso no Complexo da Ideologia Alemã — como chamo o Complexo do Alemão. É o que está em curso em boa parte das favelas e áreas pobres das cidades brasileiras. As ONGs e, às vezes, o Estado já tentaram disputar as almas com o narcotráfico. E, em todos os casos, terminaram como seus aliados objetivos, satanizando a polícia e a repressão. Infelizmente, o que Dilma está prometendo não é combate ao narcotráfico, mas um acordo com ele. Dilma acredita em acordo com o demônio. Neste enredo, Judas não se enforca. Ele se orgulha de sua obra.
Os não-religiosos devem reler, se for o caso, o texto sem preconceitos. Não é preciso acreditar em Deus (nem no diabo) para entendê-lo. Basta ter a convicção de que o Bem, qualquer que seja a sua natureza, não nasce do mal. As palavras de Dilma, se tornadas políticas públicas, vão, no máximo, oferecer ao narcotráfico mais condições objetivas para exercer a sua atividade, mantendo reféns milhões de brasileiros.
E noto, para encerrar, que ela também vem com a história de que os governos passados nada fizeram etc. e tal. Seu partido está no poder há longos sete anos. Nesse período, o tráfico internacional de drogas e de armas, cujo combate cabe à Polícia Federal, cresceu exponencialmente. E é ele quem dá as cartas nos morros do Rio. Isentar-se da responsabilidade é outra das artes do demônio, que sabe escarnecer da ignorância alheia.
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http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/dilma-e-as-palavras-doces-aos-ouvidos-do-demonio/
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SENADO/SENADORES: VENEZUELA NO ''MERCOSUL'' (leia-se: ...)
Comissão do Senado aprova entrada da ditadura venezuelana no Mercosul
Por 12 votos a 5, a Comissão de Relações Exteriores do Senado jogou no lixo os protocolos do Mercosul e aprovou o ingresso de uma ditadura no grupo: a Venezuela. O parecer da comissão vai agora ser votado pelo plenário. Abaixo, segue a lista de votação. De senadores que, antes, seriam considerados “de direita” àqueles que, antes, seriam considerados “de esquerda”, há de tudo.
Aprovar o ingresso da Venezuela, segundo os termos do Mercosul, é, obviamente, uma vergonha. O argumento, ao menos, poderia ser claro. Essa história de que isolar uma ditadura é pior do que integrá-la é picaretagem desmoralizada pelos fatos. Segue a lista. Os senadores de oposição, ao menos, votaram unidos. Espero que o mesmo aconteça na votação em plenário.
A favor do ingresso da Venezuela no Mercosul:
Eduardo Suplicy (PT-SP)
Antônio Carlos Valadares (PSB-SE)
João Ribeiro (PR-TO)
João Pedro (PT-AM)
Pedro Simon (PMDB-RS)
Francisco Dornelles (PP-RJ)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Paulo Duque (PMDB-RJ)
Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR)
Flavio Torres (PDT-CE)
Renato Casagrande (PSB-ES)
Inácio Arruda (PCdoB-CE)
Contra o ingresso da Venezuela no Mercosul:
Heráclito Fortes (DEM-PI)
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
José Agripino (DEM-RN)
Arthur Virgílio (PSDB-AM)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
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http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/comissao-do-senado-aprova-entrada-da-ditadura-venezuelana-no-mercosul/
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... SOFISMA OU METÁFORA?
LULA, O EDIR MACEDO DO PT
Na visita que fez ontem a um centro de produção da TV Record, do autoproclamado “bispo” Edir Macedo, Lula afirmou que a Igreja Universal também é alvo de preconceitos. O “também” quer dizer que o presidente acredita que ele próprio é alvo deste sentimento mesquinho. Uma das melhores frases que cravei, há muitos anos, é esta: “A Igreja Universal é o PT da religião, e o PT é a Igreja Universal da política”. Cada vez mais isso se confirma.
Hoje, esses dois, como chamarei?, entes estão mais juntos do que nunca. O grupo Record de comunicação tornou-se uma espécie de extensão do petismo. É uma verdadeira sucursal da Lula News, o brinquedinho caro e sem audiência de Franklin Martins. O “jornalismo” que presta serviço ao governo ou está lotado na tal TV pública ou está na Record. A disputa para saber quem é mais oficialista é acirrada. Pode haver um ou outro independentes nos dois lugares? Pode, sim. Mas são exceções.
Essa união entre a Record e Lula, tornada ainda mais estreita depois que Franklin Martins chegou oficialmente ao poder — a propósito: ele sempre foi muito alto; agora, está cada vez mais largo; espaçoso mesmo, uma verdadeira metáfora de sua importância no esquema lulo-petista —, não deixa de marcar a história das duas organizações: a da Universal e a de Lula.
A dita “igreja” buscou laicizar a sua atuação, tentando fazer de parte de seu esquema de comunicação algo independente da religião. Refiro-me à programação. No financiamento, não dá: a “Igreja” ainda é uma das grandes clientes da emissora. Isso significa que a contribuição dos fiéis, que é isenta de impostos, acaba se transformando em receita publicitária. Em priscas eras, pastores da seita viam na figura de Lula quase a encarnação do capeta. Mas Lula foi provando, com o tempo, que, para os interesses de Macedo, os demônios, na verdade, eram anjos. Macedo descobriu como Lula pode ser generoso com todo aquele que aceite as regras do jogo que ele gosta de jogar. E se tornaram amigos desde a infância.
Franklin, que foi demitido das Organizações Globo, põe gás nessa relação porque, sei lá, nos seus sonhos nada secretos, vislumbra o dia que a Record e sua ética darão as cartas. E, claro, quando se é Franklin Martins, o sonho sempre vira ação — no caso, inutilmente. Isto, sem dúvida, ele é: um homem de ação. O embaixador Charles Burke Elbrick experimentou a coisa de perto.
Muito me perguntam: “Será que um dia a racionalidade gerará frutos no Brasil?” Pois é, queridos… O único Burke que passou por aqui foi seqüestrado e quase lhe meteram um pitoco na cabeça…
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http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/lula-o-edir-macedo-do-pt/
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GOVERNO LULA/PAC & CRONOGRAMA
O PAC da Conversa Fiada
“Agora desgraçou tudo, porque agora os home tão ficando nervoso porque nós tamo inaugurando obra”, desandou o presidente Lula num palanque no Rio, espancando a língua portuguesa com especial selvageria. ”
Calma, que nós ainda nem começamo a inaugurár o que nos temo para inaugurá nesse país. Tem muita coisa pra acontecêr e tem muita coisa que nós vamo fazê ainda pra frente.”
Sempre à frente de uma comitiva de bom tamanho, não vinha de inauguração nenhuma, não estava a caminho de algum canteiro de obras nem aparecera no Rio para inaugurar alguma. Vinha da Procissão dos Pecadores do São Francisco, estava em território carioca para outro comício e, de lá para cá, só inaugurou pela segunda vez uma quadra usada na Mangueira.
Pelo andar da carruagem, Lula corre o risco de terminar o segundo mandato sem ter deixado pronta uma única obra física efetivamente relevante. A transposição do Rio São Francisco, as grandezas do pré-sal, as hidrelétricas do Rio Madeira, pontes, rodovias ─ tudo vai demorar. Acossado pelo tempo cada vez mais curto, o maior dos governantes culpa o Tribunal de Contas da União, o Ibama, o fiscal da esquina, o cartório, qualquer coisa. Quer inaugurar qualquer irrelevância. Até quadras de segunda mão.
Incapaz de criar, o governo não cuida direito nem do que existe, confirmou nesta quarta-feira o levantamento da Confederação Nacional dos Transportes sobre a situação das estradas do país. O estudo abrangeu quase 90 mil quilômetros de rodovias pavimentadas. Desse total, quase 70 % foram reprovados. A rede federal é a mais devastada. Segundo a CNT, a recuperação da malha rodoviária exige investimentos que somam R$ 32 bilhões. Seis vezes mais do que o governo Lula gastou em 2008. O PAC vai acabar programando outra operação tapa-buraco para 2010. E o chefe já prometeu outro PAC para 2011, com prazo de validade até 2015.
Por enquanto, só avança em bom ritmo o PAC da Conversa Fiada.
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GOVERNO LULA: EXPRESSO 2222 *
Volta ao mundo em 81 dias
Lula visitará 30 países só este ano |
O Globo - 30/10/2009 |
Ele ficará fora do Brasil por 81 dias no total BRASÍLIA. Até o fim de dezembro, Lula passará mais 13 dias fora do país, totalizando 81 dias no exterior em 2009. Neste ano, se concretizar a programação, terá ido a 30 países — quatro a mais que no ano passado, quando passou 70 dias longe do Brasil. Hoje, Lula está na Venezuela, onde se encontra com Hugo Chávez. Semana que vem, em Londres, Lula participará de seminário do “Financial Times” e receberá o prêmio Chathan House Prize (por sua trajetória política e seu trabalho na redução das desigualdades). Está sendo articulado encontro com a rainha Elizabeth II, no Palácio de Buckingham, além de café com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown. Será a segunda visita de Lula ao Reino Unido este ano. Em abril, ele participou da reunião do G-20 (grupo de países ricos e emergentes) e foi recebido pela rainha e pelo primeiroministro. Também esteve mais de uma vez em outros países, especialmente na América do Sul. Nos dias 15 e 16 de novembro, Lula deve ir a Roma, para o encontro do Programa das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Em dezembro, a programação segue por Estoril, em Portugal, para a Cúpula Ibero-americana, além de visitas à Ucrânia e à Alemanha. Antes do fim do ano, Lula tem programado encontro com o presidente Alan García, no Peru, e reunião do Mercosul, no Uruguai. Sua agenda reserva dois dias para a cúpula sobre clima em Copenhague, na Dinamarca. Mas o presidente só irá se outros líderes mundiais comparecerem. Este ano, Lula recebeu 27 chefes de Estado, como o presidente da França, Nicolas Sarkozy, Gordon Brown e colegas da América Latina. -------------- (*) EXPRESSO 2222 (Gilberto Gil). |
SENADO CEDE E APROVA VENEZUELA NO MERCOSUL
LOBBY DE LULA E EMPRESÁRIOS COLOCA VENEZUELA A UM PASSO DO MERCOSUL |
Autor(es): Christiane Samarco e Eugênia Lopes, |
O Estado de S. Paulo - 30/10/2009 |
O ingresso da Venezuela no Mercosul foi aprovado ontem, na Comissão de Relações Exteriores do Senado, por 12 votos favoráveis e apenas 5 contrários. O placar é produto da força do lobby dos empreiteiros e empresários que têm interesses econômicos na Venezuela, somada à pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula, que está em sua quarta visita este ano à Venezuela, pode dar pessoalmente a boa notícia ao presidente Hugo Chávez, na certeza de que o plenário do Senado confirmará, na semana que vem, a decisão da comissão. ---------------- Como o Protocolo de Adesão da Venezuela ao Mercosul já foi aprovado pela Câmara, o governo não terá dificuldade em repetir a façanha no plenário do Senado. Para isso, bastará garantir a presença mínima de 41 dos 81 senadores e o voto favorável da maioria destes, ou seja, 21. A força dos lobbies do empresariado pode ser traduzida em números. A Venezuela importa 70% de tudo o que consome e representa o maior superávit da balança comercial brasileira. Já é nosso sexto maior destino comercial. Nos primeiros cinco anos de governo Lula, as exportações para a Venezuela cresceram de 758%, saltando de US$ 608 milhões para US$ 5,15 bilhões. Cerca de 72% dessas exportações são de produtos industrializados, com elevado valor agregado e alto potencial de geração de empregos. Hoje, o Brasil tem com o país vizinho seu maior saldo comercial: US$ 4,6 bilhões, 2,5 vezes superior ao obtido com os Estados Unidos (US$ 1,8 bilhão). Foi diante desse quadro que empreiteiras e representantes de vários setores da produção atuaram no Congresso em favor de Chávez. Um dos líderes da base aliada comentou que o embaixador Paulo de Tarso Flecha de Lima foi à Comissão de Relações Exteriores, "com toda a elegância", em defesa dos interesses da construtora Norberto Odebrecht. Teria argumentado que, se o Senado não ampliasse o Mercosul, a Venezuela se abriria aos produtos chineses em detrimento dos brasileiros. APELO A VIRGÍLIO Nas três horas e meia de debates, o líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM), contou que as entidades empresariais do Amazonas lhe apelaram em favor da Venezuela. Ainda assim, ele se manteve alinhado ao parecer do relator Tasso Jereissati (PSDB-CE), que recomendara o veto à adesão. Como alternativa, Virgílio e o líder do DEM, José Agripino (RN), argumentaram que a saída seria a criação de área de livre comércio com a Venezuela. "Dessa forma não precisaríamos segurar o ônus do palanque anti-EUA que Chávez montará", justificou o tucano. A esperança da oposição, agora, é que o próprio Chávez ponha a perder a aprovação iminente no plenário. Avaliam que o venezuelano é "incontrolável" e, por isso mesmo, corre o risco de falar algo que contamine a votação no Senado. Esperam, ainda, contar com a presença do senador Fernando Collor (PTB-AL) para virar votos à última hora. Raro caso de governista que defendeu publicamente o veto à Venezuela, Collor passou esta semana viajando e faltou à votação de ontem, depois de ter sido chamado ao Planalto por Lula, que assumiu a defesa pública do governo Chávez e entrou pessoalmente na caça aos votos. A maioria governista também prevaleceu na votação do requerimento apresentado pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), propondo que um grupo de senadores fosse à Venezuela para verificar as violações à democracia denunciadas pelo prefeito de Caracas, Antonio Ledezma. A proposta foi derrubada por 10 votos contrários, frente aos 8 senadores que queriam usar a visita para adiar a decisão do Mercosul. Tasso ainda frisou que, do ponto de vista econômico, será impossível manter uma relação comercial com políticas tributárias, fiscais e um acordo tarifário comum. "Não queremos derrubar o governo Chávez. O que queremos é o respeito às regras do Mercosul", insistiu Tasso. Não convenceu. |
"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"
30 de outubro de 2009
O Globo
Ministro Tarso Genro manda apurar, mas diz que demora é “inaceitável”
O Ministério Público Federal abriu ontem dois procedimentos para investigar se foram praticados crimes ou atos de improbidade na aquisição e no abandono de equipamentos para detecção de armas e drogas, num galpão da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no Rio. Como O GLOBO noticiou ontem, 55 esteiras de raios X e quatro portais com scanners gigantes estão se deteriorando no depósito, que alaga quando chove. O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que já mandou apurar se houve descaso. Ele se mostrou indignado, querendo saber por que os equipamentos estão praticamente dentro da água. Mas revelou tolerância com o fato de o equipamento ainda estar encaixotado: "É até aceitável a demora na transferência do material para os órgãos, devido à burocracia de trâmite da documentação. O que é inaceitável é a condição em que o material está armazenado", disse Tarso. (págs. 1, 15 e 16)
Foto legenda: País do desperdício
Tomógrafo na caixa: Pacientes sofrem na fila, enquanto um tomógrafo ficou encaixotado meses no Hospital Rocha Faria, em 2005.
Dengue: Flagrante de carros para combate à dengue abandonados num depósito da prefeitura, enquanto a epidemia crescia. (págs. 1 e 16)
Vergonha: Os equipamentos de última geração para detecção de armas e drogas encaixotados no depósito da Polícia Rodoviária Federal.
Contradição sobre valores do material
Apesar de o Ministério da Justiça afirmar que o equipamento custou R$ 19 milhões, só um dos quatro pórticos com scanner saiu por R$ 6 milhões. (págs. 1 e 15)
Apreensão de armas pela Polícia Rodoviária Federal caiu mais de três vezes desde 2007
Um levantamento da superintendência da Polícia do Rio revela que o índice de apreensão de armas caiu nos últimos dois anos. Em 2007, 132 foram apreendidas na Operação Podium. Em 2008, já de posse dos equipamentos de detecção que não foram utilizados, a PRF recolheu apenas 40. Este ano, foram 46 apreensões. (págs. 1 e 15)
'Quantas pessoas foram mortas por falta da operação desses equipamentos?’
Maurício Fernandes Figueiredo, em comentário no site do GLOBO
EUA: fim da recessão; Brasil: mais subsídios
Déficit público piora e cai ao nível de 1997
Despejo pode sair em 4 meses
Com Maluf, Lula critica a imprensa
Volta ao mundo em 81 dias
Venezuela está com o pé no Mercosul
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Folha de S. Paulo
Manchete: Elétricas admitem devolver dinheiro
As grandes distribuidoras do país admitiram na CPI das Tarifas de Energia Elétrica que devolverão o dinheiro cobrado a mais dos consumidores por erro no cálculo dos reajustes tarifários.
O problema foi revelado em reportagem da Folha publicada no último dia 18.
Além disso, as empresas assumiram o compromisso de discutir com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) os ajustes na legislação do setor elétrico para eliminar a distorção já nos próximos reajustes.
O tamanho da conta ainda não é conhecido. O TCU (Tribunal de Contas da União) estimou o prejuízo dos consumidores em R$ 1 bilhão por ano, desde 2002. Para especialistas, pode superar os R$ 10 bilhões.
A nova posição das distribuidoras representa um recuo, já que a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica chegou a publicar nota nos jornais em que afirmava não ter havido nenhuma cobrança adicional. A entidade não se manifestou a respeito da nova posição das empresas.
A expectativa dos órgãos de defesa do consumidor é que a devolução seja feita por meio de descontos nos índices de reajuste. (págs. 1 e B1)
Foto legenda: Amargo regresso
Após 1 ano, economia dos EUA volta a crescer
A expansão do PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano teve o ritmo mais elevado desde o terceiro trimestre de 2007. O resultado sinaliza tecnicamente que a recessão dos EUA acabou.
A confirmação, porém, depende da análise do Escritório Nacional de Pesquisa Econômica. O resultado puxou o índice Dow Jones, que subiu 2,05%. A Bovespa teve alta de 5,91%. (págs. 1, B5 e B8)
Vinícius Torres Freire
Retomada é efeito de gasto público e crédito estatizado (págs. 1 e B4)
Comissão do Senado aprova Venezuela no Mercosul
Os Congressos de Argentina e Uruguai já aprovaram a adesão. Além do brasileiro, falta o do Paraguai. (págs. 1 e A4)
Foto legenda: A olho nu
Estatais fazem seguro contra dano causado por dirigentes
Especialistas dizem temer que a "blindagem" dos dirigentes facilite atos descuidados ou polêmicos do ponto de vista legal. (págs. 1 e C4)
IPI menor para linha branca será estendido com restrições
O benefício fiscal acabaria no final deste mês. Desta vez, porém, só haverá imposto menor para os equipamentos que sejam mais eficientes no consumo de energia, identificados por um selo do governo. (págs. 1 e B7)
Operação policial prende 2.191 em SP
Brasil: Lula usa decreto para restringir compra de terra por estrangeiro (págs. 1 e A8)
Dinheiro: Despesa dispara, e governo central tem rombo de R$ 7,63 bi (págs. 1 e B6)
Editoriais
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O Estado de S. Paulo
Manchete: Senado cede e aprova Venezuela no Mercosul
O ingresso da Venezuela no Mercosul foi aprovado ontem, na Comissão de Relações Exteriores do Senado, por 12 votos favoráveis e cinco contrários. A decisão resultou de pressão do presidente Lula e de empresários que têm interesses na Venezuela. O tema irá agora ao plenário, e o governo não deverá ter dificuldade para obter a aprovação. A questão era controversa por causa das acusações de que o governo de Hugo Chávez atenta contra a democracia e adota modelo econômico contrário aos interesses do Mercosul. Os senadores da base governista que eram contrários à aprovação transformaram suas críticas em "ressalvas". (págs. 1, A4 e A6)
Análise: Rubens Ricupero, ex-embaixador na OMC
Um lamentável fato consumado
O ingresso da Venezuela no Mercosul não deveria ter sido tratado como caso político. O carro foi colocado na frente dos bois. O Brasil assinou a adesão antes das negociações de redução tarifária. É algo inédito. (págs. 1 e A4)
Foto legenda: Obama: Homenagem aos soldados mortos
Eletrodomésticos terão 'IPI verde'
O governo anunciou a renovação, até 31 de janeiro, da redução do IPI para eletrodomésticos da linha branca, mas apenas para produtos de baixo consumo de energia. O "IPI verde" é a primeira medida tributária do atual governo com viés ambiental, tema que deverá ter peso na eleição de 2010. "Qualquer medida será interpretada como eleitoral, mas eu, como ministro da Fazenda, tenho de pensar em crescimento e no bem-estar das pessoas", afirmou Guido Mantega. As grandes lojas decidiram manter a redução mesmo para produtos que consomem mais energia, até o fim dos estoques. (págs. 1, B1 e B3)
Governo admite manobra para garantir superávit
Em razão da deterioração das contas públicas, o governo federal admitiu ontem que terá de deduzir, do cálculo do superávit primário, até R$ 28 bilhões em investimentos. A manobra contábil, que é legal, visa a garantir o cumprimento da meta de economia para este ano, de 2,5% do PIB. (págs. 1 e B4)
Fim da recessão
O PIB dos EUA subiu 3,5% entre junho e setembro. (págs. 1 e B9)
Chip no carro vai controlar de velocidade a imposto
Nova Lei do Inquilinato pode ter vetos de Lula
Governo de facto aceita exigência de Zelaya
Senado tem servidores que ganham sem trabalhar
'Estado' sob censura há 91 dias (págs. 1 e A12)
Amazônia: Avião desaparece com 11 a bordo
Dengue: Casos aumentam em seis Estados
Notas e Informações: Resposta ao protecionismo
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Jornal do Brasil
Manchete: Economia americana supera a depressão
A economia dos EUA registrou crescimento de 3,5% no terceiro trimestre de 2009. O resultado quebra uma série de quatro trimestres de queda, iniciada ano passado - quando a contração foi de 2,7%. Para o presidente Barack Obama, os números confirmam que a recessão diminuiu. A preocupação agora é com a estabilidade da retomada, já que a taxa de desemprego, a mais alta em 26 anos, deve superar 10%. No Brasil, a indústria cresceu 0,9% em setembro relativamente a agosto, em todos os setores - menos a produção de carros. (págs. 1 e Economia A19)
Rio recebe hoje parcela de royalty
Foto legenda: O luto de Obama
Dengue tem sua maior queda no Rio
Coisas da política
Anna Ramalho
Hildegard Angel
Editorial
Sociedade Aberta
Doutor em direito ambiental
O papel do Brasil nos cenários energético e ambiental. (págs. 1 e A18)
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http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Sinopses&Tarefa=Exibir
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quinta-feira, outubro 29, 2009
ELEIÇÕES 2010 [ILHA DE VERA CRUZ]: PMDB´s
29/10/2009
PRÉ-ACORDO COM DILMA ABRE GUERRA INTERNA NO PMDB
Júlio Gabardo/Divulgação
Requião ao PMDB-PR: 'Quem quer candidato próprio?' Unanimidade
Até a a semana passada, havia dois PMDBs na vitrine –o pedaço pró-Dilma, majoritário; e o naco pró-Serra. Surgiu um terceiro PMDB.
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Deve-se a novidade a Roberto Requião. Lulista de mostruário, o governador peemedebista do Paraná é o mais novo anti-Dilma da praça.
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Não defende a adesão a Serra. Pôs-se a empinar o sonho de uma candidatura própria do PMDB.
Pendurado ao telefone, Requião convoca para o dia 21 de novembro, em Curitiba, uma reunião com os “militantes do velho MDB de guerra”.
Idealiza um encontro com representantes dos 27 diretórios estaduais do partido. Começou a erguer suas barricadas pela região Sul.
Conversou com José Fogaça, prefeito de Porto Alegre e alternativa do PMDB para o governo do Rio Grande do Sul.
Presidido pelo senador Pedro Simon, o PMDB gaúcho é um ninho de simpatia à tese do presidenciável próprio. Estará na reunião de Requião.
O governador paranaense tocou o telefone para o colega de Santa Catarina, Luiz Henrique, um expoente do PMDB pró-Serra.
Expôs os seus planos. Encontrou receptividade instantânea. Luiz Henrique descrê das chances de o PMDB ir a 2010 com um nome próprio. Porém...
Porém, o aliado catarinense de Serra viu na iniciativa de Requião uma nova frente de oposição ao matrimônio com Dilma Rousseff. Algo a ser estimulado.
Em telefonema a outro pemedebê associado aos interesses do presidenciais do tucano José Serra, Luiz Henrique festejou: “Isso vai ser bom pra nós”.
Informado, o senador Jarbas Vasconcelos, mandachuva do PMDB de Pernambuco, também fechado com Serra, teve reação semelhante.
Reservadamente, Jarbas diz que, se convidado, o diretório pernambucano irá à reunião de Curitiba.
Orestes Quércia, gerente dos interesses de Serra no PMDB, também soltou rojões. Para ele, tudo o que prejudica Dilma é bem-vindo.
Em privado, Requião refere-se ao pedaço do PMDB que se achegou a Dilma como “o pessoal do arroto de Brasília”. Contra o "arroto", sugere "política séria".
Por trás da animosidade de Requião está um personagem recém-desembarcado desembarcado do governo Lula: o ex-ministro Roberto Mangabeira Unger.
Demitiu-se da pasta de Assuntos Estratégicos para retomar a cadeira de professor de Harvard, nos EUA. Súbito, voltou a dar as caras no Brasil.
Mangabeira filiou-se ao PMDB e pôs-se a medir asfalto. Percorre o país como um mercador da terceira via. Fala para platéias de peemedebistas.
Esteve em Goiânia. Passou por Cuiabá. Há 15 dias, esteve na Curitiba de Requião. O governador levou-o à sede local do PMDB. Discorreu sobre programa de governo e candidato próprio.
Ao abrir o encontro, Requião perguntou aos pemedebês presentes: “Quem aqui [...] acredita que o partido deve ter um candidato à Presidência da República?”
Todos os braços que o rodeavam se ergueram. A cena pode ser conferida na foto lá do alto. “Maravilha!”, disse Requião. “Nós temos uma unanimidade...”
“...Por isso eu me entusiasmei quando o Roberto Mangabeira me ligou numa manhã dessas dizendo que estaria disposto a vir à Curitiba [...]”.
Mas e quanto ao nome do candidato? Embora frequentem o debate com cara de alternativas, Mangabeira e Requião dizem que isso é coisa para depois.
Primeiro o projeto. Depois o candidato. “Parece piada”, disse ao repórter um dirigente do PMDB que negocia o apoio a Dilma.
Um apoio que, para virar realidade, depende da aprovação da convenção nacional da legenda, marcada para junho de 2010.
Os votantes da convenção virão dos Estados. A turma pró-Serra tenta tocar fogo nos diretórios estaduais.
Num instante em que o time de Dilma apresenta o pré-acordo selado em Brasília como um extintor, Requião irrompe no palco munido de gasolina.
Sentindo o cheiro de queimado, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, pede pressa ao PT.
Para evitar surpresas na convenção de junho, Henrique Alves, Dilma desde menino, quer acelerar o fechamento dos acordos estaduais entre PMDB e PT.
A caligrafia de Mangabeira Unger salpica no novo capítulo da guerra interna do PMDB uma pitada de ironia.
Mangabeira não é um noviço no partido. Jacta-se de ter sido um dos primeiros a assinar o documento de fundação do PMDB.
Contudo, entre a saída e a reentrada, Mangabeira revelou-se uma cintura com roldanas. Foi guru de Leonel Brizola, no PDT...
...Coordenou a primeira candidatura presidencial de Ciro Gomes, à época no PPS.
Como articulista de jornal, pespegou na gestão Lula a pecha de “governo mais corrupto da história”. Virou ministro de Lula. E agora, fora da Esplanada, conspira contra Dilma, a candidata do ex-chefe.
Escrito por Josias de Souza às 05h44
-----------Folha.
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RIO DE JANEIRO: MORRO E ASFALTO...
29/10/2009 - 07h00
"Favela é mais segura do que Copacabana", diz ex-chefe do tráfico, hoje no AfroReggae
Enviada especial do UOL Notícias
No Rio de Janeiro
Feijão é mediador de conflitos do grupo AfroReggae, como o colega que trabalhava na favela vizinha, Parada de Lucas, Evandro João da Silva, morto bem longe dali, após um assalto no centro do Rio. O crime aconteceu por volta da 1h de 18 de outubro. Câmeras de circuito interno flagraram a liberação dos dois assaltantes por dois policiais militares, que não prestaram socorro. "Se fosse aqui em Vigário, Parada, ele poderia andar até as 4h, 5h, que dificilmente aconteceria alguma coisa", afirma.
Esquina das ruas do Carmo e do Ouvidor, no centro do Rio, onde aconteceu o assassinato do coordenador do AfroReggae
No lugar onde Evandro João da Silva, 42, foi encontrado ainda com vida por um amigo, a população se queixa da falta de segurança diária
Com medo, os comerciantes não querem falar sobre o crime;
O descaso tem dois lados
"Aqui é perigoso diariamente, não dá para falar ao telefone, descuidar da bolsa, não tem policiamento. Depois das 20h, fica tudo deserto, e mesmo de sábado e domingo, nem durante o dia é bom andar não", diz a filha do dono da banca de jornal. "Teve um dia que PMs assaltaram uma loja e levaram os eletrodomésticos durante a noite. Ninguém teria visto não fosse um mendigo, que fez a denúncia", conta o taxista Antonio.
Em comparação com a região que compreende Vigário, Parada de Lucas e outras favelas violentas, como as do Complexo do Alemão, o número de ocorrências é 60% menor em média. Lá, no entanto, quase todos os crimes diminuíram no mesmo período, exceto a lesão corporal dolosa (10%), homicídios (14%) e tentativas (85%) que, ainda assim, cresceram em escalas menores.
"É uma ironia. O Evandro foi criado dentro da favela, e a violência pega ele onde as pessoas se sentem mais seguras", diz o presidente do AfroReggae, Altair Martins. "Na favela está mais seguro do que em Copacabana", complementa Feijão.
Sob o comando do tráfico
Chegou a ser preso, tem marcas de bala pelo corpo. Só largou o crime com o nascimento do primeiro filho. "Quando se é moleque na favela, a gente fica seduzido por aquilo, tênis, roupa de marca, e os chefes do tráfico tinham isso tudo. Eram meus ídolos. Mas nenhum bandido quer ver seu filho no crime, e eu percebi que aquilo era uma prisão. Não morri por sorte."
O tráfico cruel
"Na minha época, a gente se apelidava com os nomes do tráfico. Eles sorteavam brinquedos pra gente, queriam conquistar. Mas a violência não é novidade não. Do lado da minha casa, toda sexta, saía uma carroça para jogar corpos, uns 15, 20, no valão. Vítimas dos traficantes", conta Altair, que entre as histórias de infância, lembra ainda da "casa do volt", onde pessoas eram eletrocutadas com água jogada no chão, além de torturas com tacos de beisebol.
Vigário Geral é palco de confrontos há mais de 20 anos. Na madrugada de 30 de agosto de 1993, um grupo de homens encapuzados invadiu a favela para vingar a morte de quatro policiais militares por traficantes. Foram assassinados 21 moradores, sem antecedentes ou ligação com o tráfico.
A mesma opinião tem Feijão. "Esses confrontos sempre existiram. Só chegaram na televisão porque as balas perdidas chegaram lá na zona sul. Eu comecei a tomar consciência porque, a cada amigo que eu perdia, era um pouco de mim que morria. Parei de contar no 300. Mas eu sei que eu fui uma exceção no meu tempo, eu me via na necessidade de retribuir pra comunidade onde eu nasci, eu conhecia as pessoas. Era um bandido atípico", diz ele.
Largando o crime
É com a experiência de quem sabe o preço a pagar pela vida no tráfico que, hoje, ex-traficantes, como Feijão, trabalham para conscientizar jovens da comunidade, através da música, da arte e da cultura.
Há também os que não estiveram no crime, mas conviveram com ele. "Eu, assim como o Evandro, nunca mexi com o tráfico, mas eu quis sair da favela por causa disso", afirma Altair. "Antes de conhecer o AfroReggae, eu nunca tinha ido ao cinema. Então, hoje, eu quero ajudar a abrir a cabeça desses jovens para o que o mundo oferece."
Ex-chefe do tráfico em Acari, Washington Rimas, o Feijão, largou a vida do crime e hoje trabalha como mediador de conflitos no AfroReggae
O grupo, com uma sede nova em construção em Vigário, onde trabalha Feijão, quer conscientizar jovens das comunidades com arte, cultura e música;
Uma nova sede do AfroReggae está sendo construída em Vigário Geral, com salas de aula, auditório, cinema, onde já acontecia uma sessão vespertina, e acesso à internet. O wi-fi já estava ligado, e em breve deverá servir a toda a favela. Um dos computadores trazia a página aberta de José Junior no Twitter. Naquele momento, era preso o segundo suspeito pela morte de Evandro, o acusado de apertar o gatilho.
"Nós perdemos um homem que fazia questão de proliferar o respeito entre seres humanos, uma pessoa do bem. Nós perdemos um grande guerreiro nessa nossa batalha diária, mas isso só nos dará mais força para continuar o trabalho que era dele e continua sendo o nosso", diz Altair.
É quase noite, e o número de sentinelas aumentou na saída de Vigário, cada um com um fuzil. "Outro dia veio um deles e falou que me viu na Globo. Eu disse pra ele: 'tá na hora né'. Ele respondeu: 'é, tô pensando'. E assim vamos, um por um", se despede Feijão.
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