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quinta-feira, maio 27, 2010

VENEZUELA DE HUGO CHÁVEZ

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Chávez enfrenta urnas com a economia cada vez mais frágil

Valor Econômico - 27/05/2010

A crise venezuelana se aprofunda à medida que o calendário eleitoral registra um teste importante para o longevo governo de Hugo Chávez. Com a popularidade em baixa, mas ainda forte, Chávez enfrentará eleições legislativas que, seja qual for o resultado, acabarão com a confortável situação de ausência de oposição no Congresso - graças à estupidez dos partidos opositores, que boicotaram o pleito. O estado debilitado da economia tende a atrair mais votos contra o líder bolivariano. O Produto Interno Bruto caiu 3,3% em 2009 e em 2010 a Venezuela deverá ser o único país latino-americano que não terá crescimento, mas recuo de 2,6%, segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional.

Depois de ter colocado no já grande rol de empresas privatizadas alguns supermercados, sob argumento de remarcação disfarçada de preços, o presidente Chávez agora resolveu caçar corretores de câmbio que estariam especulando com a moeda venezuelana. Ainda que isso possa ser verdade, em alguma medida, as ações de Chávez estão levando o caos ao sistema cambial do país e intrinsecamente facilitando a corrupção. Em janeiro, o governo desvalorizou o bolívar, ao criar dois tipos de câmbio - um para produtos essenciais, a 2,60 bolívares por dólar, e outro, para importações não prioritárias e exportações de petróleo, a 4,30 bolívares. As compras externas de alimentos, remédio e bens de capital ficaram 17% mais caras e as demais dobraram de valor.

O duplo câmbio não amorteceu o sistema implantado em 2003, pelo contrário, o reforçou. Diante da proposital lentidão da liberação de dólares por parte do Cadivi, o órgão responsável, empresas e importadores recorreram a um legal mercado paralelo, onde obtinham dólar ao comprar com bolívares bônus denominados na moeda americana. Por esse mercado, estima-se, passam o pagamento de 30% das importações e 70% das saídas de capital. O resultado é que no câmbio paralelo a cotação chegou a 8,1 bolívares por dólar, valor 47% acima do câmbio oficial. Por isso, na quinta-feira, Chávez o colocou sob supervisão do Banco Central e criou um sistema de bandas cambiais, cujo piso e teto serão divulgados em algum momento das próximas duas semanas.

O governo interveio em 31 das 107 corretoras existentes para conter a "especulação", enquanto o presidente dava entrevistas para assegurar que a cotação do mercado paralelo não ficaria muito acima dos 4,3 bolívares por dólar. Dessa forma, é quase certo que empurrará a fila dos que precisam da moeda americana para um quarto mercado ou acelerará a tendência atual de interrupção de pagamentos das empresas que atuam no país, por falta de disponibilidade de dólares. Enquanto as multinacionais têm como obter linhas de financiamento para continuarem a operar no país, as companhias venezuelanas que não importam bens essenciais tornam-se cada vez mais um risco para seus fornecedores, que tenderão cada vez mais a exigir o pagamento à vista - impossível de ser cumprido.

As reservas venezuelanas, US$ 27,8 bilhões, são baixas para sustentar um sistema de bandas baseado na liberação a conta-gotas de divisas. Dessa forma, à escassez de alguns gêneros alimentícios básicos - o país importa quase tudo o que consome - se somará a dos bens supérfluos. Chávez flerta com uma crise cambial, mas não se incomoda porque conta com as volumosas receitas do petróleo. Elas não estão fortalecendo as reservas como deveriam - uma parcela vai para um fundo sob controle da Presidência.

Depois da desvalorização cambial, a inflação, que já era alta, dá sinais de descontrole. Apenas em abril foi de 5,2% e a acumulada em doze meses atingiu 30,4%. Dentro do modelo do socialismo bolivariano, feito ao sabor dos caprichos do líder Chávez, é uma questão de tempo até que os preços saiam totalmente de controle. São os mais pobres, a base do chavismo, as maiores vítimas da disparada dos preços.

As chances da oposição nas eleições são, agora, melhores. Nas eleições presidenciais, a oposição obteve 37% dos votos e, nas eleições para os governos regionais, 46,5%, ganhando nas cidades mais populosas, inclusive Caracas. Chávez certamente encontrará bodes expiatórios para seus erros, como sempre faz, e manobrará para reduzir a volta ao Congresso de seus adversários. Terá, porém, de governar com limites dados por uma oposição parlamentar, algo a que definitivamente já se desacostumou.

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