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quarta-feira, março 14, 2012

BRASIL e ALEMANHA [In:] TECNOLOGIAS EM COMPARAÇÃO


A tecnologia do Brasil de Dilma na Alemanha de Merkel


Autor(es): Gilberto Lima Jr.
Correio Braziliense - 14/03/2012

Consultor em negócios internacionais, presidente da Going Global Consulting e membro do Conselho do World Trade Center

Hannover, Alemanha, 2001. No emblemático ano da Odisseia, vivi situação no mínimo curiosa envolvendo a imagem do Brasil na Europa. No final de semana que antecedia a participação de uma delegação de empresários brasileiros do setor de software na maior feira de tecnologia da informação do mundo, a CeBIT, em Hannover, resolvemos visitar Berlim. No confortável trem de alta velocidade, a revista de bordo era lida pela maioria dos passageiros, e a matéria de capa era dedicada ao Brasil. Nela constavam duas mulheres muito atraentes, em biquínis minúsculos na praia de Copacabana, posando com copos de caipirinha em mãos.

Numa única foto, vários símbolos identificavam nosso país: a sensualidade da mulher, a beleza de nossas praias e a exótica e apreciada bebida nacional. Todo o conteúdo da matéria girava em torno desses símbolos e limitava-se a tratar do modo de vida despojado, festivo e descomprometido de nosso povo. Indaguei-me sobre tantos outros aspectos não retratados na matéria, como as características culturais, industriais, tecnológicas, comerciais e outras que ajudassem a melhor compreender o Brasil. Conversando com amigos brasileiros em sua maioria executivos de destaque residentes na Alemanha, eles foram unânimes em lamentar a imagem de nosso país no Velho Continente, sempre atrelada à marginalidade, ao futebol, à pobreza e ao carnaval, é claro.

Na feira, acompanhei um empresário do Rio Grande do Sul em visita ao estande de uma empresa alemã voltada ao segmento de automação de clínicas e hospitais, área de atuação deste brasileiro. Após 40 minutos de monólogo no qual o alemão fez a máxima questão de frisar sua tradição, os 5 mil usuários de sua solução, sua competência tecnológica etc., etc., etc., ouvimos a seguinte pergunta: "Então, vocês têm interesse em nos representar no Brasil? Quais são suas qualificações?"

Com muita habilidade, nosso empresário disse ter uma empresa voltada para o desenvolvimento de software na mesma área e que vislumbrava, na verdade, uma parceria entre as duas empresas, visando à comercialização mútua nos mercados latino e europeu. Observamos enorme surpresa de nosso interlocutor, que perguntou em tom de ironia: "Vocês querem me convencer que o Brasil produz software?"

No mesmo instante, aquela revista de bordo e os comentários dos executivos brasileiros vieram a minha cabeça e não hesitei: "Sim, o Brasil não apenas produz software, como tem um mercado superior a US$ 7 bilhões nessa área (na época)".

Lembrei-o que nossa automação bancária era (e ainda é) considerada a melhor do mundo e que não usávamos cédulas de papel nas eleições, mas urnas eletrônicas capazes de coletar e apurar mais de 100 milhões de votos em poucas horas, que nossa declaração de Imposto de Renda era feita via internet em minutos e, tomado por uma brasilidade ainda maior, sem perder o tom diplomático, abri uma revista alemã que trazia uma matéria sobre a modernização da Bolsa de Valores de Frankfurt, com o apoio de uma empresa carioca! Confesso que senti o gostinho brazuca de vê-lo estarrecido. Arrematei ao afirmar que a empresa gaúcha não tinha 5 mil pontos instalados, mas 15 mil usuários de suas soluções no Brasil. Notei o seu espanto e o seu respeito e pudemos ser ouvidos com a atenção merecida.

Onze anos transcorreram e, na semana passada (6 a 10 de março), saltamos da condição de desconhecidos e estereotipados para a condição de país homenageado da CeBIT. Na cerimônia de abertura, a presidente Dilma Rousseff, acompanhada dos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; das Relações Exteriores; das Comunicações; da Ciência, Tecnologia & Inovação e de dois governadores, sob o
olhar atento da anfitriã, a chanceler alemã Angela Merkel, afirmou que as soluções verde-amarelas auxiliam a competitividade brasileira prestes a alcançar a posição de quinta economia do mundo. Em 2012, o mercado brasileiro deverá crescer acima da média internacional no setor de TI – tecnologias da informação, previsto para 4,6%. Cresceremos 10%, atingindo o investimento de US$ 143,8 bilhões, segundo o Instituto de Pesquisas Gartner.

Em onze anos, saímos de um acanhado estande para um espaço de 1.200 metros quadrados distribuídos em quatro pavilhões. Em vez de uma infinidade de nomes e logos, uma identidade visual única estampava a marca: Brasil IT + conferindo seriedade e profissionalismo à presença brasileira organizada pela Sociedade Softex e apoiada pelos diversos órgãos governamentais brasileiros.

A saga prestigiada por mais de 130 empresas e organizações nacionais, além da Embraer e da Petrobras, não serviu apenas para colocar o Brasil definitivamente no radar mundial como opção das grandes corporações globais na hora de especificar as demandas por sistemas e soluções de informática, gerou US$ 60 milhões em negócios e a certeza de que o mundo mudou. Afinal, em pouco mais de uma década, os termos terceiro mundo ou país subdesenvolvido que nos rotulavam deu lugar à expressão economia emergente e bola da vez.
Talvez seja cedo para afirmar que consolidamos nosso espaço em meio à odisseia da competição global, mas dá gosto verificar que, no país do futebol, a tecnologia também bate um bolão.

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