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sexta-feira, agosto 31, 2012

O FIM ESTÁ PRÓXIMO



O fim de um ciclo especial de redução da taxa de juro



Valor Econômico - 31/08/2012
 

O Banco Central, após nove reduções consecutivas da taxa básica de juros, resolveu acenar com o fim do ciclo de baixa. O comunicado do Comitê de Política Monetária aponta para no máximo mais um corte, de 0,25 ponto percentual. Para o BC, a economia entrou em rota de recuperação e ainda é preciso esperar pelos efeitos "cumulativos e defasados" das reduções realizadas. O cenário para a inflação, por outro lado, começou a indicar riscos que não existiam antes, aconselhando mais cautela daqui para a frente, ainda que não se vislumbre no curto prazo qualquer movimento altista relevante nos preços.
O BC prefere agora avaliar o vigor que a economia exibirá nos próximos meses - até junho pelo menos, com todo o alívio monetário e com a parafernália de incentivos, a reação foi tímida - e, em princípio, a dose de cortes parece ser a adequada. Ao interromper as quedas, o BC agiu também para coordenar expectativas, pois as projeções de inflação para este ano e o próximo voltaram a subir.
O BC fez uma aposta de risco há um ano, quando, na contramão dos mercados e sob pesadas críticas, resolveu em agosto iniciar a redução dos juros. Ele pôde colher o trunfo de ter visto à frente dos mercados os perturbadores efeitos da crise na zona do euro, sua tendência desinflacionária e força de retração. Além disso, realizou com determinação algo que não havia sido feito antes - aproveitar a crise que paralisa os países desenvolvidos e o mar de liquidez existente para testar o nível de baixa dos juros domésticos. A redução atingiu 5 pontos percentuais e o juro real chegou a 2%. O Brasil deixou de frequentar as três primeiras posições dos rankings de taxas mais altas do mundo.
O BC também quebrou uma das mais custosas tradições do país, a de ter uma taxa de juros sempre muito alta quando um ciclo de prosperidade dava lugar a outro, de aperto monetário. Nos ciclos de queda, a inflação doméstica servia de escudo para evitar o corte mais acentuado no custo do dinheiro.
A ousadia do BC foi facilitada pelo mais longo período de juros próximos a zero nas principais economias desenvolvidas, que tornou a Selic brasileira uma aberração global. Ela atraiu para o país uma leva de capital especulativo, que reforçou a valorização tendencial do câmbio. Raras vezes uma oportunidade dessas ocorre e o BC de Alexandre Tombini não desperdiçou a oportunidade - mas poderia, caso seguisse os conselhos vindos dos mercados.
O BC tornou na prática mais flexível o sistema de metas de inflação para derrubar as taxas a níveis historicamente baixos. Nos últimos dois anos, a inflação fugiu bem do centro da meta de 4,5% e, no ano passado, por pouco não rompe o teto - o IPCA fechou em 6,5%. Ao longo do ciclo de baixa, poucas vezes as projeções encostaram nos 4,5%, mas isso não deteve os cortes, algo que em outras circunstâncias e com outro comando no BC, possivelmente não aconteceria. Esse pleno uso das possibilidades da banda tem contra-indicações, mas dessa vez o BC parece ter se concentrado mais nos benefícios da quebra de um paradigma. E, com tudo isso, sua credibilidade não foi arranhada.
Há arestas a serem aparadas, como a do câmbio. Ainda que não seja política oficial, o piso de R$ 2 por dólar vai se consolidando. A desvalorização cambial serviu de complemento para as medidas prudenciais destinadas a deter a enxurrada de capitais atrás de farta remuneração em um mundo onde ela escasseou. Enquanto diminuiu a diferença entre as taxas domésticas e externas, a taxa de câmbio também se moveu, encerrando o ganho certo e sem riscos de arbitragem a que os investidores se acostumaram.
O "piso" cambial, porém, é particularmente inadequado para enfrentar choques externos, que têm sido demasiadamente frequentes para serem ignorados. Nuvens negras já se formaram no ambiente das commodities agrícolas, após a devastadora seca americana, coadjuvada pelas estiagens domésticas. Como a inflação já não está sendo acomodada no centro da meta, imprevistos dessa natureza deixariam o BC com pouca margem de ação antes de recorrer à arma de aumento dos juros para conter os efeitos secundários de um choque. A flutuação cambial amortece o impacto sobre os preços e o BC já usou isso a seu favor para deter a inflação no passado. Não deveria deixar que se consolide a impressão de que não o fará novamente.
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