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sexta-feira, maio 28, 2010

BRASIL/ECONOMIA [In:] BOLHA DE CONSUMO ? (II)

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"A próxima bolha já está em formação"

Autor(es): Juliana Schincariol
Isto é Dinheiro - 24/05/2010

Markku Wilenius
vice-presidente do Grupo Allianz

O mundo ainda sente os efeitos do estouro da bolha do mercado imobiliário americano, que devastou o crescimento em dezenas de países em 2008 e 2009

Enquanto governos e empresas elaboram estratégias para driblar a recessão e o desemprego elevado neste e nos próximos anos, o executivo finlandês Markku Wilenius está de olho nas tendências desta e da próxima década. Responsável pela área de macrotendências do Grupo Allianz, maior seguradora da Europa, Wilenius enxerga no mercado de tecnologias limpas o risco da próxima bolha financeira global. A demanda por produtos ecologicamente corretos e novas fontes de energia está aumentando e os investidores buscam projetos e empresas para ganhar dinheiro com esse fenômeno. Ninguém sabe no que isso vai dar, afirma Wilenius. Em recente passagem pelo Brasil, ele falou à DINHEIRO.


DINHEIRO Qual será o perfil do consumidor no futuro?

MARKKU WILENIUS
Na próxima década, pela primeira vez na história do mundo moderno as nações emergentes e os países industrializados terão a mesma fatia do consumo mundial. Isso se dará, sobretudo, pelo crescimento da Ásia. A China e os outros países da região representarão 40% do PIB global. Hoje em dia, as empresas que foram pioneiras em captar as demandas específicas dos diferentes mercados estão se dando melhor. A Nokia é um exemplo. Ela começou a produzir produtos baratos ao sul (do Equador), mas de ótima qualidade, e venceu nos mercados emergentes. Seus produtos têm poucos aplicativos, mas são funcionais. Já no norte, o que fez muito sucesso foram os smartphones, os aparelhos mais desenvolvidos.

DINHEIRO Qual é a chave para entender este novo consumidor?

WILENIUS
É a classe média. Começa a surgir um tipo diferente de classe média, com atributos e com uma ideia muito específica sobre a qualidade do produto que quer. A classe média é quem produz a escala do mercado.


DINHEIRO Quais são as demandas básicas desta nova classe média?

WILENIUS
São quatro. Primeiro, o consumidor olha precisamente o valor do produto e do serviço que está comprando. Não precisa ser necessariamente o mais barato, mas o que lhe agrega mais valor. A crise financeira fez o consumidor ver suas necessidades verdadeiras. Isso aconteceu principalmente nos países industrializados, mas já ocorria antes nos emergentes. O segundo ponto é a transparência. O consumidor requer clareza sobre o que está levando para casa. Ele odeia que a empresa diga uma coisa e faça outra. O terceiro é o autocontrole. Quem compra quer ter controle sobre o que está consumindo. O acesso à informação também gera mais oportunidades de escolha. O quarto ponto é o consumo consciente. Isso é bastante visível na Europa e em outros mercados mais desenvolvidos e vai se espalhar pelo mundo. As preocupações ambientais estão começando a fazer parte do processo de tomada de decisão do consumidor, que quer entender como as suas compras podem ajudar a equilibrar o mundo, sem agredir tanto o meio ambiente.

DINHEIRO Quando o consumo consciente se tornará uma tendência global?

WILENIUS
Até 2020, isso deve ser uma tendência em todo o mundo. Será a primeira década marcada por negociações dramáticas e novas descobertas sobre como realmente a situação do planeta está ruim. A pressão dos consumidores, e não a dos governos, levará as empresas a oferecer produtos amigáveis ao ambiente.

DINHEIRO Isso se aplica ao consumidor financeiro?

WILENIUS
A indústria financeira foi o centro da última crise. Não foi simplesmente uma crise bancária. Havia muito dinheiro nos mercados e não havia como sustentar esse fluxo abundante. Também surgiram novas maneiras de fazer aplicações e as pessoas não sabiam que tipo de efeito isso teria no longo prazo. O resultado foi a falta de confiança no mercado financeiro por parte dos consumidores.

DINHEIRO E como retomar a confiança?

WILENIUS
As quatro tendências de consumo que mencionei anteriormente são os veículos para restaurar a confiança. As mudanças regulatórias estão a caminho para tentar criar um sistema global, em que todas as instituições ajam da mesma forma. É a primeira vez que isso acontece. Não há uma agência responsável pela supervisão do sistema financeiro global e isso vai mudar. Existe um grande fluxo de informação, consumo e dinheiro que quebra a ideia de mercados segmentados.

DINHEIRO Quais são os riscos de uma nova regulação global?

WILENIUS
Existe um perigo de efeito contrário, o risco de inibir os mercados nacionais de atuar globalmente. Isso faria com que voltássemos ao sistema de protecionismo. No passado, o Brasil era uma economia nacional. Hoje é radicalmente diferente. A abertura de novos mercados é o ponto principal para a prosperidade global. É preciso encontrar princípios e padrões para que todos os atores no mercado financeiro possam seguir. Isso requer um entendimento absoluto das regulamentações. É o maior desafio para a comunidade internacional.

DINHEIRO Quais são os princípios comuns?

WILENIUS
No futuro, haverá entidades que cuidarão das operações das empresas em todos os mercados. Isso significa acesso à informação e controle dos mercados com base nas operações das empresas. A função da nova autoridade global de controle é fiscalizar e controlar os mercados financeiros. Essa entidade será subordinada ao Fundo Monetário Internacional. Será encarregada de cuidar dos fluxos financeiros globais. Haverá, ainda, outra entidade que cuidará dos participantes dos mercados. Esse sistema em dois níveis permitirá que o mercado seja controlado e cuidado. A regulamentação sobre a liquidez das empresas será mais rígida e pode afetar alguns mercados. Acima desta entidade reguladora ficará o FMI e acima do FMI, o G-20. Até 2020, o G-20 será um G-24 ou G-27.

DINHEIRO Quais são os outros quatro ou sete países que integrarão este grupo?

WILENIUS
São países dos mercados emergentes. Os mais importantes já estão lá. A Indonésia, por exemplo, é um mercado imenso, mas não possui uma participação muito ativa na economia global.

DINHEIRO Como o sr. vê a crise financeira nos países desenvolvidos?

WILENIUS
Há dúvidas sobre os fatores que afetarão o mercado nos próximos três anos. As dívidas dos governos estão crescendo muito, principalmente nos países mais atingidos. Os governos injetaram bastante dinheiro nos mercados para apoiar a recuperação. Ninguém sabe qual vai ser o resultado dessas políticas. A Grécia é um exemplo. Pode haver mudanças dramáticas. Os mercados estão voláteis. Lidar com esta sensibilidade requer bastante cautela por parte dos participantes, muita inteligência por parte dos governos e também dos bancos centrais, que devem jogar com as taxas de juros de maneira inteligente.

DINHEIRO O que os investidores devem esperar desta situação?

WILENIUS
Existe uma nova normalidade. Não se pode esperar o mesmo tipo de retorno elevado que se tinha no passado. Isso é a coisa mais difícil de se controlar nos mercados financeiros.

DINHEIRO Qual será a próxima bolha?

WILENIUS
Se há um ramo especial da indústria que pode crescer muito nos próximos anos é a indústria relacionada à redução das emissões de carbono, ou seja, tecnologias limpas, renováveis, biotecnologia, processos que utilizem recursos naturais de maneira mais inteligente. Essa indústria será a chave principal nos mercados desenvolvidos. A crescente demanda por decisões de governo para incentivar a biotecnologia e reduzir as emissões de carbono deve aumentar o fluxo de dinheiro para estes mercados. Nos anos 90, houve um superaquecimento do mercado de tecnologia, na bolha das empresas pontocom. As ações dessas empresas foram às alturas e caíram rapidamente. Isso pode acontecer novamente. Desta vez, a situação é um pouco diferente.

DINHEIRO Por quê?

WILENIUS
Porque agora existe uma demanda real por investimentos nesta área, o que não se via no início do caso das pontocom. Nos Estados Unidos, os volumes de negociação nos mercados estão crescendo, numa tentativa de ajuste às margens de ganho menores. Ninguém sabe no que isso vai dar. Se há uma injeção de dinheiro no mercado que não consegue encontrar os esquemas corretos de investimentos, as perdas serão muito maiores. E isso pode aumentar o risco de colapso. Essas mudanças não vão acontecer da noite para o dia. Os booms que acontecem nas atividades baseadas na indústria nem sempre podem ser controlados nos mercados financeiros. E o uso de novos instrumentos de controle, como a agência de regulação global, pode causar erupções de mercado mais rápidas. Os riscos podem ser lentos para aparecer, mas também podem acontecer em segundos. É a primeira vez que isso acontece.

DINHEIRO Qual é o papel do Brasil neste cenário?

WILENIUS
O Brasil pode ter um papel muito importante. Hoje em dia, o País tem uma participação maior nas exportações globais, mas a grande maioria ainda é de commodities básicas. O potencial econômico é bastante grande, mas ainda não tem nenhum tipo de tecnologia inovadora e nenhum serviço com alto valor agregado. O investimento em etanol é um grande passo para reduzir ou eliminar o consumo de combustível fóssil. Sabe-se que as maiores emissões de gás carbônico ocorrem no trânsito. Esse é um dos principais desafios para as economias globais. Se o Brasil puder desenvolver uma solução que possa ajudar outros países na briga pela redução do carbono, será realmente muito importante mundialmente. Cabe ao Brasil decidir como vai direcionar estes ciclos de inovação.

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ISTOé DINHEIRO.

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