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sexta-feira, junho 10, 2011

ARGENTINA/ELEIÇÕES [In:] CASA ROSADA. VELHOS MORADORES

Oposição rachada facilita o caminho à reeleição de Cristina

Autor(es): Daniel Rittner | De Buenos Aires
Valor Econômico - 10/06/2011

Argentina: Pesquisa indica que presidente, que ainda não anuncia candidatura, venceria no primeiro turno

O garçom Alejandro Morelli ainda não pensou em quem votará na eleição presidencial deste ano. E nem está com vontade de pensar. Ele acha que os preços estão subindo rápido demais na Argentina e que a presidente Cristina Kirchner gasta um tempo desnecessário brigando com o Grupo Clarín. Mas acredita que o país "não vive o caos pintado pelos jornais" e que "faltam propostas" à oposição. "A economia está bem. Eu mesmo troquei de emprego três vezes nos últimos dois anos, e foi sempre para ganhar mais", afirma Morelli, que acaba de comprar um notebook em 12 prestações e exibe um telefone celular com acesso à internet e tela sensível ao toque.

A menos de cinco meses das eleições presidenciais, em 23 de outubro, os argentinos mostram desinteresse pela sucessão na Casa Rosada. Há pouca propaganda política nas ruas de Buenos Aires, e o governo difunde um clima de "já ganhou" para a tentativa de reeleição de Cristina, cuja candidatura nem foi anunciada até agora, enquanto os partidos de oposição brigam entre si e lançam diversos candidatos.

Uma pesquisa divulgada na semana passada pelo instituto OPSM apontou liderança folgada de Cristina, com 44% das intenções de voto, bem à frente do candidato da União Cívica Radical (UCR) Ricardo Alfonsín, com 19%, e do ex-presidente Eduardo Duhalde, que tem 10%. Na Argentina, pode-se ganhar no primeiro turno com apenas 40%, desde que haja uma distância de pelo menos dez pontos percentuais para o segundo colocado.Com a fragmentação da oposição, esse cenário tornar-se cada vez mais provável. O colunista político Joaquín Morales Solá escreveu que, enquanto o governo "embeleza os erros e oculta os problemas", os adversários apresentam "uma mistura inexplicável de egoísmos e de amadorismo, de escassa experiência política e de exígua vontade de poder".

Ele observou que a presidente, emocionalmente abalada pela perda do marido Néstor (morto em outubro do ano passado) e pressionada pela filha a desistir da reeleição, talvez pensasse dezenas de vezes antes de encarar uma campanha indefinida e em dois turnos. Mas o cenário é outro. "A oposição parece ser a primeira a ter se convencido de que Cristina Kirchner já ganhou. Só essa certeza explica tanta desorientação", afirmou Solá.

Pouco a pouco, os principais adversários da presidente foram desistindo ou divergindo entre si, o que vai facilitando o caminho à reeleição de Cristina.

O prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, não conseguiu fechar nenhuma aliança importante e decidiu tentar a reeleição na capital. O cineasta e deputado Fernando Solanas, líder do grupo de esquerda Projeto Sul, desistiu da corrida à Casa Rosada e apresentou sua candidatura à prefeitura de Buenos Aires. Ninguém acreditava que ele teria mais de 10% dos votos nas eleições presidenciais, mas analistas políticos diziam que sua participação era crucial, pois tendia a roubar parte dos votos dados justamente ao kirchnerismo. Além disso, Solanas recusou-se a dar apoio à UCR de Alfonsín. "Somos contra acordos de ocasião. O cidadão vota com a sua consciência", afirmou o deputado ao Valor.

O peronismo dissidente - uma ala do Partido Justicialista que rompeu com Néstor e Cristina Kirchner - também se dividiu. Duhalde, líder nos índices de rejeição, lançou um novo partido (a União Popular) para concorrer à Presidência. Ele vinha sendo acompanhado pelo governador da Província de San Luis, Alberto Rodríguez Saá, mas que também optou por uma candidatura própria à Casa Rosada.

No meio da desorganização política, uma das grandes apostas da oposição havia se tornado o deputado Ricardo Alfonsín, filho do ex-presidente Raúl Alfonsín (1983-1989). Tido como moderado e um dos poucos adversários de Cristina a manter algum tipo de interlocução com o governo, Alfonsín vinha costurando um leque de parcerias e se posicionava como o rival mais forte do kirchnerismo nas eleições de outubro. Com o mesmo bigode, os mesmos trajes e até a mesma secretária que atendia ao pai, Alfonsín ainda é o candidato da oposição com mais intenções de voto. Mas ele não conseguiu concretizar as esperadas alianças que o ajudariam.

Alfonsín perdeu o apoio de dois grupos esquerdistas vistos como fundamentais para reforçar suas pretensões. Elisa Carrió, terceira colocada nas últimas eleições presidenciais e dona de um estridente discurso moralizador, optou também por uma candidatura própria - ela tem 4% na pesquisa da OPSM. O Partido Socialista, que tinha um pré-acordo para indicar o vice-presidente na chapa, viu Alfonsín optar por um ex-presidente ortodoxo do Banco Central. Perplexo, o PS definirá neste fim de semana se lança sua candidatura. "Para fazer alianças, é preciso antes compartilhar propostas", disse ao Valor o influente governador de Santa Fé, Hermes Binner, o provável escolhido do PS para disputar a Casa Rosada.

Os opositores parecem errar não apenas ao dividir-se, mas também no foco das críticas. O alvo preferido tem sido a inflação, que está no patamar de dois dígitos pelo quinto ano seguido e pode chegar a 25% em 2011 (segundo o governo, o índice acumulado em 12 meses está em 9,7%).

Mas quatro em cada dez eleitores têm menos de 35 anos e entraram no mercado de trabalho depois da Lei de Convertibilidade, do início da década de 1990, dando mais importância a problemas como segurança pública e desemprego. Uma pesquisa recente da consultoria Management & Fit mostrou que a inflação é a principal preocupação de apenas 9% dos eleitores - perde para violência urbana, desemprego e acesso à educação.

Foi justamente sobre inflação que Alfonsín falou num evento ontem em Buenos Aires. "Temos a obrigação moral de acabar com a inflação", disse. "Nós temos propostas para reduzir a inflação sem esfriar a economia."






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