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terça-feira, novembro 29, 2011

EDUCAÇÃO [in:] MERITOCRACIA

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O segredo dos grandes colégios de Fortaleza

Por Beth Koike | De Fortaleza
Jarbas Oliveira/Valor/Jarbas Oliveira/Valor
Oto (foto) criou o colégio Ari de Sá Cavalcante em 2000, após romper a sociedade que mantinha com seu irmão Tales no tradicional colégio Farias Brito

Alunos que conquistam medalha de ouro em Olimpíadas de Matemática têm direito a uma bolsa de estudos e outras benesses em colégios premium de Fortaleza (CE). Esse é um dos atrativos oferecidos pelas escolas locais no acirrado mercado de escolas particulares da capital cearense. A disputa por alunos que obtêm notas acima da média em seus boletins escolares é liderada por quatro colégios: Ari de Sá, Christus, Farias Brito e 7 de Setembro.

Os quatro colégios de grande porte, que juntos possuem 35,5 mil alunos, têm em comum o alto índice de aprovação em importantes vestibulares do país, com destaque para o ITA. No processo seletivo da faculdade de São José dos Campos, considerado o mais difícil do país, cerca de 30% dos aprovados são procedentes do Ceará, segundo o ITA. Desse grupo cearense, a maioria é proveniente dos quatro colégios.

O que leva o cearense a figurar na lista de importantes vestibulares não passa por fórmulas matemáticas complexas. A reportagem do Valor entrevistou vários professores e alunos para entender os motivos que levam a esse bom desempenho. O que se constatou é que existe uma combinação de alguns fatores: professores preparados, com cursos regulares de atualização; boa formação do aluno, desde o ensino fundamental; e uma grande dose de determinação e dedicação por parte do aluno e dos familiares. Não é raro parentes contribuírem, em dinheiro, para ajudar a financiar a vida escolar de uma criança (ver nesta página).

"O cearense é teimoso", diz Henrique Soárez, diretor e neto do fundador do colégio 7 de Setembro. "O cearense é muito obstinado. É como se fosse o japonês da década de 70", diz Luiz Carlos Rossato, coordenador do vestibular do ITA. "Não acredito em QI alto. Passamos na faculdade porque estudamos muito", diz o cearense Ricardo Sales, 25 anos, ex-alunos do Farias Brito, formado pelo ITA. Hoje, ele trabalha em um banco de investimento americano em São Paulo.

Os quatro colégios de Fortaleza contam com turmas especiais a partir do ensino médio - período de três anos em que há uma forte carga horária de disciplinas de exatas e professores altamente especializados. Os salários de professores especializados que ministram aulas no terceiro ano e em cursos preparatórios para o vestibular chegam a R$ 25 mil - cifra superior a de professores universitários de São Paulo. "Normalmente, os professores das turmas especiais são formados pelo ITA e convidados a voltar para Fortaleza", diz Tales de Sá Cavalcante, presidente do Farias Brito.

A onda de aprovações de cearenses no ITA e, posteriormente, em outros importantes vestibulares começou na década de 1990 com o colégio GEO Studio, que inicialmente era focado em geografia e outros cursos na área de humanas. "Até o começo dos anos 90, não havia aprovados do Ceará, chegamos a pensar em cancelar o vestibular em Fortaleza. Mas os diretores do GEO nos procuraram afirmando que iam um criar um curso focado em ITA. Dois anos depois já conseguiram bons resultados e as outras escolas seguiram os mesmos passos", disse o coordenador da faculdade de São José dos Campos, lembrando que o criador do ITA, Casimiro Montenegro Filho, é do Ceará.


Tales, presidente do colégio Farias Brito

Atualmente, a aprovação em renomadas faculdades é usada como ferramenta de marketing pelas escolas. Estas espalham outdoors e cartazes com fotos dos seus aprovados pela cidade. Os alunos tornam-se celebridades e ajudam a atrair novas matrículas. Portanto, quanto maior o número de ingressantes em universidades de excelência, maiores são as chances de a instituição de ensino crescer.

Os 35,5 mil alunos do Ari de Sá, Christus, Farias Brito e 7 de Setembro representam cerca de 15% do total de matriculados em escolas particulares de Fortaleza. O Christus, envolvido no vazamento das questões do Enem deste ano, não atendeu o Valor.

A disputa na cidade é tamanha que é comum o "aluno medalhista", ou seja, aquele com grandes chances de ser aprovado no vestibular, receber proposta de colégios concorrentes para que mude de escola em troca de bolsa de estudo, pagamento de transporte e alimentação, entre outras regalias.

Essa migração não é bem vista pelo mercado e nenhuma das escolas assume que adota essa prática. "Esse tipo de transferência não é ética porque a formação educacional foi toda trabalhada por um determinado colégio e aí chega o concorrente oferecendo uma proposta pouco tempo antes do vestibular apenas para aumentar o volume de aprovados", diz Airton de Almeida Oliveira, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe).

A forte concorrência acabou por tirar do mercado o colégio pioneiro na preparação de alunos para o ITA, o GEO Studio. "Decidimos sair de Fortaleza no fim da década de 1990 por causa da canibalização. Os outros colégios tiravam os melhores alunos da nossa escola e do colégio militar", diz Daniel Machado, diretor do GEO, que atualmente tem um sistema de ensino em parceria com a Abril Educação e algumas escolas franqueadas com a marca GEO, em Pernambuco.

Com a saída do GEO abriu-se um espaço no mercado que foi rapidamente ocupado por uma nova escola, a Ari de Sá Cavalcante - fruto da cisão do tradicional colégio Farias Brito. No ano 2000, o engenheiro Oto de Sá Cavalcante, o mais velho dos cinco irmãos que comandavam o Farias Brito, saiu da sociedade para abrir sua própria escola.

Na época, o Farias Brito tinha quatro unidades em Fortaleza. Duas escolas e a marca Farias Brito ficaram com os irmãos Tales, Hilda e Dayse. Oto, por sua vez, ficou com duas unidades que se transformaram em Ari de Sá Cavalcante. "Foi um processo traumático por causa da mudança da marca. Mas felizmente não houve evasão de alunos e também não precisamos reduzir o preço das mensalidades para segurar gente", diz o dono da Ari de Sá, a segunda maior escola da cidade perdendo apenas para o colégio de seus irmãos.

Segundo Oto, para evitar a evasão foram feitos altos investimentos nas unidades, cujo valor ele não revela. "Investi com recursos que recebi da venda minha parte em uma construtora da família, alguns imóveis e também recebi um dinheiro ao me desfazer da marca Farias Brito", explicou.

De lá para cá, os dois colégios dobraram de tamanho. O Farias Brito saiu de 6,7 mil para 12,3 mil alunos, em dez anos, e é o único a ter uma unidade fora de Fortaleza, em Sobral. Também tem uma faculdade, com quatro cursos e 1,2 mil matriculados.

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