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segunda-feira, dezembro 31, 2012

DROGAS? 'TÔ FORA !



Enfrentar ou liberar as drogas?



Autor(es): Osmar Terra
O Globo - 31/12/2012
O dilema entre enfrentar ou liberar as drogas no Brasil exige mais do que uma opinião ideológica ou sociológica sobre o tema. Exige conhecimento da história, das pesquisas científicas mais atuais, do porquê e como um ser humano fica dependente das drogas, das políticas públicas e da experiência das famílias que vivem esse drama. Sem pretensão de fazer aqui um tratado sobre o tema posso dizer que um ponto central desse conhecimento científico sobre as drogas, e que é rigorosamente ignorado pelos defensores da liberação, é o de que a dependência química produz uma mudança estrutural, definitiva, no cérebro humano.

Fruto do estímulo continuado da droga, é produzido um novo tipo de memória de longo prazo da sensação causada, com novas conexões entre os neurônios no centro de recompensa cerebral, e que permanecerá para o resto da vida.

Obedecendo a um mecanismo ancestral de sobrevivência, essa estrutura modificada passa a comandar a motivação do dependente e irá direcionar seus interesses e ações na busca da droga, em detrimento de todas as demais atividades. Mesmo tratado, o dependente recairá de forma cíclica, e a vitória maior será mantê-lo em abstinência prolongada.

Assim funciona com qualquer droga. Do cigarro ao crack, passando pelo álcool e a maconha. Todas atuam na mesma região do cérebro com as mesmas consequências.
O que varia é a rapidez e a intensidade com que isso acontece. Tais alterações, depois de estabelecidas, caracterizam uma forma de doença crônica, até agora incurável, e que exigirá cuidados médicos permanentes. Junto com isso temos um percentual elevado de portadores de alguma outra forma de transtorno mental (ao redor de 20% da população), que são muito mais vulneráveis à dependência química que os não portadores.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) produziu um livro com consensos científicos internacionais sobre o assunto, “Neurociência do uso e da dependência de substancias psicoativas” (editora Roca), que pode ser consultado.

Na minha opinião, como médico estudioso do assunto, como secretário estadual da Saúde que fui por oito anos no Rio Grande do Sul e ex-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, afirmo que estamos diante do mais grave problema de saúde pública e de segurança no Brasil. A progressiva liberação das drogas produzirá uma oferta ampliada e multiplicará rapidamente o número de dependentes.

Criaremos uma enorme legião de doentes crônicos, com dificílima readaptação a uma vida produtiva. E com custos humanos e financeiros extraordinários para o Brasil.

Entendo que a liberação seria muito mais desumana e onerosa para o país que qualquer forma de enfrentamento ao tráfico. Até porque, liberadas, as drogas seriam “traficadas” por grandes indústrias e ter iam uma oferta colossal. Todos os países que liberaram as drogas, como a Suécia, até 1969, e a China, no século XIX, tiveram que voltar atrás, em função dos problemas sociais e de segurança, e têm hoje leis duríssimas sobre o assunto.

As experiências pontuais de liberação parcial do uso como a de Portugal fracassaram, aumentando o número de dependentes em tratamento e multiplicando os homicídios. Vide relatórios do Instituto Nacional de Administração (INA, dezembro de 2004), do governo português. Ao contrário do que afirmam os defensores da liberação, nos países que tomaram medidas mais firmes contra o consumo de drogas, como Suécia e EUA, houve diminuição de dependentes e de homicídios.

Desde a década de 80 os homicídios caíram pela metade nos EUA e na Suécia morrem assassinadas 30 vezes menos pessoas, proporcionalmente, que no Brasil. Em outras palavras, se aqui tivéssemos as taxas de homicídios da Suécia, 48 mil pessoas deixariam de morrer assassinadas a cada ano. Com essa visão e acompanhando o sofrimento de muitas famílias é que me motivei a propor as mudanças na lei sobre drogas, enfrentando, e não liberando seu consumo. Elas deverão ser votadas ainda no primeiro semestre de 2013 na Câmara dos Deputados.

Osmar Terra é deputado federal (PMDB-RS).
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2 comentários:

Unknown disse...

"Entendo que a liberação seria muito mais desumana e onerosa para o país que qualquer forma de enfrentamento ao tráfico."

O combate ao tráfico já vem sendo feito ha décadas, implicando em gastos extraordinários, seus resultados foram insatisfatórios dado que as pessoas simplesmente não pararam de usar drogas, pelo contrário, de acordo com a OMS, o número de usuários no mundo aumenta a cada ano.

O melhor exemplo que temos dos reais efeitos da proibição e combate às drogas é o ocorrido durante o período da lei seca nos EUA, quando o consumo de alcool foi proibido por lei, abrindo o caminho para ascensão de grandes mafiosos como o Al Capone. http://pt.wikipedia.org/wiki/Al_Capone

Ao contrário do que se afirma no texto, a liberalização das drogas na China do séc. XIX, mais precisamente o ópio, se deu por meio de pressões dos interesses Ingleses na comercialização dessa substância dentro da então colonia britânica o que culminou no famoso episódio histórico que foi a Guerra do Opio. http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_do_%C3%B3pio

Não acredito que violência e opressão sejam o caminho para a resolução de nenhum problema ou questão. A discussão e encaminhamento de possíveis soluções para a resolução dos problemas causados pelas drogas exige uma mobilização pacífica de toda a sociedade, uma vez que implica no conhecimento e compreensão desta sociedade que tanto se entorpece.

MEDEIROS, Natalino Henrique disse...

Olá Peter! Desculpe-me pelo atraso no comentário ("é a alma dos nossos negócios" - Chico Buarque). Concordo com os teus comentários. Não obstante, como "delegar" a nossa sociedade (atual) a mobilização? Veja: a moção pró-"impeachment" do Sen. Renan Calheiros colheu em torno de 1,6 milhão de assinaturas eletrônicas, contudo, uma "passeata minúscula" no momento do protocolo. (A)onde foram parar os "caras pintadas"? Muitos se "vendilharam" por cargos públicos; outros, eleitos, se corromperam nos "corredores do PlanalTo". "Eu prô meu lado" (como diria Raul) tento nos "títulos das postagens" neste blogue chamar a atenção com muita ironia; igualmente tento (nem sempre consigo) levar meus alunos a pensar sobre tudo (sobretudo) isso. Abraços. Prof. Medeiros