PENSAR "GRANDE":

***************************************************
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
***************************************************


“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

----

''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

=========
# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
1Radio 1455824919 nhm...

valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

***

quarta-feira, março 13, 2013

A RESGATAR OS VALORES ÉTICOS: AINDA É (DÁ) TEMPO

13/03/2013
Educar para a ética 

:: Ruy Martins Altenfelder

Presidente da Academia Paulista de Letras Jurídicas (APLJ) e do Conselho do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).

O transcurso do aniversário da triste e emocionante despedida do governador Mário Covas, em 6 de março de 2001, me fez lembrar o diálogo entre dois personagens do dramaturgo alemão Bertold Brecht (1898-1956) na peça Vida de Galileu. Um deles afirma, enfaticamente: “Infeliz do país que não tem heróis”. O outro rebate: “Não, amigo, infeliz do país que precisa de heróis”. Os intermitentes casos de corrupção nos cinco séculos de história e os problemas que ainda se verificam no cotidiano nacional demonstram que o Brasil — apesar de todos os esforços e avanços hoje verificados na ética e na valorização da cidadania — lamentavelmente ainda se enquadra no segundo caso.
Essas palavras, que iniciaram meu artigo no transcurso do primeiro ano da sua morte, continuam válidas e, o que é mais triste, com maior atualidade ainda, nestes tempos em que escândalos de toda a ordem vêm a público quase diariamente, destruindo reputações até então tidas como ilibadas e exemplares para a sociedade. Covas governou os paulistas por dois mandatos consecutivos, de janeiro de 1995 a janeiro de 2001, quando se afastou do cargo em decorrência do câncer que o vitimaria. Antes disso, cumprira uma longa trajetória política, iniciada na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, época em que foi eleito vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Engenheiro civil, começou a vida pública em 1961 com uma derrota, ao candidatar-se à prefeitura de Santos, sua cidade natal. No ano seguinte, foi eleito deputado federal e, como líder do MDB (único partido de oposição ao regime militar), foi cassado pelo AI-5, em 1968, voltando à engenharia. Dez anos depois, de posse dos direitos políticos, retomou a vida pública: deputado federal e prefeito de São Paulo. Sua brilhante gestão rendeu-lhe a maior votação para cargo eletivo registrada até então no Brasil, com os 7,7 milhões de votos que o conduziram ao Senado e à liderança da bancada do PMDB (partido que sucedeu o MDB) na Constituinte de 1988 e dali para o governo do estado de São Paulo.

Administrador competente e político hábil, talvez o maior legado de Covas tenha sido a verdadeira escola de governo que montou, atraindo com seus parâmetros éticos a fidelidade de seguidores e o respeito de correligionários e adversários — afinal, nenhuma denúncia manchou sua longa folha de serviços prestados ao país.
A grande lição de Covas ganha relevância numa era em que a sociedade valoriza, de maneira crescente, a sustentabilidade econômica e social como o pilar central na construção do desenvolvimento.

E essa sustentabilidade tem, entre seus fundamentos essenciais, a ética na política — cuja ausência vem acarretando consequências danosas para um Brasil emergente, em que há muito a fazer para a redução dos agudos problemas sociais, para a consolidação da ainda recente democracia e para a expansão da economia, com o aumento da riqueza nacional e a garantia de trabalho para mais e mais cidadãos.
Quando se observam nos poderes constituídos a nociva prevalência de interesses pessoais, corporativos ou de grupos, torna-se necessário repudiar, denunciar e punir corruptos e corruptores, para quebrar a longa tradição de tolerância com os malfeitos, na apropriada expressão da presidente Dilma, que tanto maculam a nossa história. E também para evitar a repetição de vícios milenares denunciados com clareza no livro Arqueologia da ética, do psiquiatra Carlos Roberto Aricó: “Desde tempos históricos, é frequente observar-se que os chefes políticos se transformam em proprietários do Estado (...). É oportuno considerarmos que as leis objetivam domesticar as paixões. Desejos, talentos e acaso, aliados a pessoas ambiciosas e covardes, foram os elementos básicos na desigualdade entre os homens”.

E mais: cabe a todos os cidadãos responsáveis educar para a ética, em especial as novas gerações, e difundir esse conceito, como contribuição para a edificação de uma sólida ponte de acesso a um futuro mais feliz. 

Futuro em que os brasileiros não vão mais precisar se socorrer da memória de heróis como Covas para encontrar sua identidade como povo e assegurar uma dose de autoestima. Mas sempre poderão — e deverão — reverenciá-los como expressão máxima de cidadania.
------------

Nenhum comentário: