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sexta-feira, maio 11, 2007

ENERGIA & MEIO AMBIENTE: RECUPERANDO HIDRELÉTRICAS INSTALADAS - 1a. parte

ENTREVISTA CÉLIO BERMANN
Alternativa econômica a novas hidrelétricas, repotenciação tem prazo.
Recuperar equipamentos desgastados de usinas com mais de 20 anos pode adicionar 8 mil megawatts ao estoque de energia gerada hoje, o que atenderia grande parte dos 12,3 mil MW exigidos pelo PAC. É mais barato e menos impactante que novas hidrelétricas. Mas se o país optasse por essa alternativa, teria de implementá-la já.

SÃO PAULO - Não é nova a tese de que uma boa revisão nas hidrelétricas com mais de 20 anos poderia gerar grande parte da demanda estimada de energia elétrica para o futuro próximo. Ainda em 2004, o professor de pós-graduação em Energia do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP, Célio Bermann, coordenou um extenso estudo sobre a chamada repotenciação de usinas hidrelétricas e sugeriu que, sem a construção de uma única nova unidade, o estoque atual de energia poderia ter um acréscimo de 8 mil megawatts, se 70 das 157 hidrelétricas de grande porte do país fossem repotenciadas. Com o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo passou a insistir na urgência de possibilitar a oferta de 12,3 mil megawatts adicionais à eletricidade gerada atualmente através de novas grandes obras, como as hidrelétricas do rio Madeira (RO) e Belo Monte (PA), e a usina atômica de Angra 3. A que custo?, questiona Bermann. Segundo o pesquisador, as usinas do Madeira são um exemplo do risco econômico em que se transformaram as hidrelétricas na Amazônia. Além dos mais de 25 bilhões previstos na construção das usinas, há que se adicionar ainda o custo das linhas de transmissão que levariam a energia do coração da floresta ao consumidor do Centro-sul. Além do custo do manejo socioambiental do projeto, já que o desastre ambiental e o genocídio social causados por usinas como Samuel (RO), Balbina (AM) e Tucuruí (PA) não são mais pensáveis. Evitar, atender e gerenciar passivos socioambientais é um elemento novo e caro neste negócio. Por outro lado, segundo Bermann não só é menos impactante e muito mais barato trocar turbinas e geradores de velhas usinas, como também o retorno do investimento na repotenciação se dá em no máximo cinco anos (sendo que este prazo, para novas hidrelétricas, é de 20 anos). Apesar de ter manifestado algum interesse no tema em 2004 e durante a elaboração do Plano de Governo do PT na campanha de 2006, o governo nunca incluiu a repotenciação como uma opção real no seu projeto energético. Internamente, se comenta, à boca pequena, que esta alternativa foi folclorizada e jamais considerada seriamente. Agora, se a repotenciação for efetivamente incorporada nos planos de geração de energia do país, há pressa. Ainda existe uma folga, uma sobra de energia que permitiria um processo planejado de retirada do mercado de certo número de usinas para que sejam realizados os trabalhos de repotenciação. Mas o tempo está se esgotando, alerta Bermann. Leia a seguir os principais trechos de sua entrevista à Carta Maior.RepotenciaçãoQuando fazemos o trabalho de repotenciação de uma hidrelétrica, avaliamos o quanto uma usina gera em função da disponibilidade hídrica e de suas condições de operação, e sugerimos modificações no isolamento dos diversos componentes, ou a troca dos equipamentos. Turbinas, gerador, rotor, são equipamentos que podem ser substituídos, e o custo é substancialmente inferior ao da construção de uma nova usina (que, além destes equipamentos, tem que incorporar também os custos com as obras civis. O que é relevante entender: a usina mais antiga não está quebrada nem precisa ser desativada. Ela simplesmente perdeu eficiência na geração de energia elétrica, por uma série de razões. Com uma repotenciação pesada, onde se troca o conjunto de turbinas e geradores, é possível teóricamente alcançar um ganho de cerca de 23% na sua capacidade de geração. O nosso estudo de avaliação do potencial de repotenciação é uma avaliação teórica. Ele precisa ser detalhado com base em evidencias concretas, em estudos caso a caso. No Brasil, já tivemos vários trabalhos neste sentido, cujos resultados foram utilizados como base da avaliação do potencial de repotencição das usinas hidrelétricas com mais de 20 anos - cerca de 70 estão atualmente nessa situação. Em 20 anos, a perda mínima da capacidade geradora de uma hidrelétrica é de 3% em função da deterioração do equipamento, mas pode chegar a 25%. Se considerada a repotenciação das 70 usinas mencionadas, temos a possibilidade concreta de um acréscimo de 8 mil megawatts à geração atual de energia. Isso corresponderia a um aumento de 8% da atual capacidade instalada de energia, sem a construção de uma nova usina. Um grande obstáculo à repotenciação é que a legislação atual não permite que uma usina possa paralisar a produção de energia. As usinas são obrigadas pela legislação a garantir energia em conformidade ao montante estabelecido no contrato de concessão. Uma usina que, por alguma razão, para de entregar para o sistema a quantidade de energia assegurada é penalizada. Isso desestimula as empresas geradoras a fazer a repotenciação. Por isso, é necessário modificar a legislação, criando normas que permitam este processo. Verena Glass - Carta Maior

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