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sexta-feira, maio 11, 2007

ENERGIA & MEIO AMBIENTE: RECUPERANDO HIDRELÉTRICAS INSTALADAS - Conclusão

ENTREVISTA CÉLIO BERMANN
Alternativa econômica a novas hidrelétricas, repotenciação tem prazo
Recuperar equipamentos desgastados de usinas com mais de 20 anos pode adicionar 8 mil megawatts ao estoque de energia gerada hoje, o que atenderia grande parte dos 12,3 mil MW exigidos pelo PAC. É mais barato e menos impactante que novas hidrelétricas. Mas se o país optasse por essa alternativa, teria de implementá-la já.

Planejamento necessário: A repotenciação tem que ser planejada. Nós temos hoje, não por muito tempo, mas temos ainda, uma folga no sistema de geração elétrica, cuja capacidade é maior do que a demanda. O que temos concretamente é que várias termoelétricas a gás não estão despachando para o sistema nacional. Aqui em São Paulo, por exemplo, temos uma termoelétrica da Petrobrás de grande porte, a Piratininga, parada. Não está vendendo energia porque não está precisando. Mas tem várias outras paradas. No Rio de Janeiro são duas. Isso mostra que temos uma margem de manobra, uma folga, que pode não existir daqui a dois anos. Então, o momento para fazer a repotenciação é agora. É uma intervenção que não pode acontecer no limite da demanda.Essa retirada de usinas para o trabalho de repotenciação tem que ser planejada. Hoje temos 157 usinas hidrelétricas gerando energia. Destas, cerca de 70 tem mais de 20 anos. 87 vão continuar operando normalmente. Esse planejamento deve envolver diversos órgãos que atuam no Sistema Elétrico Nacional, como o ONS (Operador Nacional do Sistema), a Aneel e a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), levando em consideração que os trabalhos de repotenciação duram em média quatro a seis meses. Trata-se de um período de tempo que a usina ficará indisponível, e sem planejamento, o sistema pode ficar comprometido. Por que o governo não adotou a repotenciação como alternativa de geração energética? Essa pergunta deve ser feita ao governo. Mas eu tenho uma hipótese. A questão não é técnica, é política. É corriqueiro dizermos que prefeito algum gosta de investir em saneamento, porque a canalização do esgoto está escondida debaixo da terra, ninguém vê. Essa é uma cultura do país, o governante politicamente busca obras com grande visibilidade, novas obras, não melhoria daquelas que já existem. Mas diante das demandas do PAC, e do ponto de vista econômico, a repotenciação é de fato uma opção. Por exemplo: o tempo de retorno de investimento na repotenciação é de cinco anos, quando o tempo de retorno de uma usina nova é de no mínimo 20. Na repotenciação, além do custo de investimento menor, o tempo de amortização também é menor. Sob o ponto de vista da lógica econômico-financeira, a repotenciação é uma bela saída para reduzir a demanda por novas usinas de geração de energia. Ela não vai resolver, mas a gente está falando de 8 mil megawatts numa demanda de 12,3 mil MW previstos no PAC.A outra alternativa, para atingir a meta do PAC, seria reduzir a perda técnica da transmissão. A perda hoje no sistema elétrico, desde a geração até a tomada do consumidor final, é de 15%. Se a gente reduzisse isso em 5%, já chegaríamos às metas do PAC. Mas sobre as hidrelétricas, falemos do Madeira. O projeto está parado não apenas por uma questão ambiental. É uma obra cara, e Furnas, que é uma empresa pública, não tem capacidade de aportar os recursos. A empresa Norberto Odebrecht que faz parte do consórcio, não deverá aportar mais do que 10% do total do investimento necessário previsto. A experiência recente da Parceria Público-Privada no nosso país tem demonstrado que os investimentos dependem, fundamentalmente, do aporte de recursos públicos. Numa situação destas, outros investidores privados ficam receosos. Porque além do custo da usina existem as dificuldades de instalação das linhas de transmissão. O custo de trazer a energia da região amazônica para o consumidor do Centro-sul é muito superior. Os custos das linhas de transmissão precisam ser adicionados ao da geração da energia elétrica. E também os impactos ambientais da construção destas linhas. Se acrescermos ao valor da construção de uma hidrelétrica todos os custos de um adequado gerenciamento sócio-ambiental – cuidado com os reservatórios para que não ocorra assoreamento, as indenizações às populações deslocadas, etc –, se começarmos a pensar nisso, o custo da energia, que já é alto, vai ser maior ainda. Na minha opinião, está se criando uma situação de histeria em torno das hidrelétricas, dizendo que é a única forma de geração de energia, senão teremos que apelar para a nuclear ou o carvão, o que já coloca a opinião publica numa situação de desconforto muito grande, sem que seja resolvida a questão ambiental. Não só o governo, mas a sociedade como um todo, terá que enfrentar o fato de que a hidroeletricidade da forma que nós a vivenciamos até agora, não existe mais. Não existe mais a energia elétrica a partir da água que seja barata e limpa. O custo da hidroeletricidade poderá ser comparada em breve ao da energia elétrica obtida a partir da queima de combustível fóssil ou termoelétrica, em função da obrigatoriedade de um correto manejo sócio-ambiental.A questão da energia barata é cada vez mais inviável. Por isso temos que pensar de forma mais efetiva em melhoria de eficiência e readequar o padrão de consumo. O governo precisa parar com essa histeria e voltar sua atenção para a necessidade de colocar para a sociedade este debate. A sociedade, quanto melhor informada estiver dos problemas e dos procedimentos necessários para reduzí-los, poderá participar de forma mais ativa na superação destes problemas. Verena Glass - Carta Maior

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