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terça-feira, outubro 29, 2013

ARGENTINA: NÃO CHORES, CRISTINA

29/10/2013
Kirchnerismo obtém apenas 32% dos votos e vê oposição crescer para 2015


Revés. Apesar de favorecido por circunstâncias eleitorais - maioria das vagas no Congresso,que estava em disputa no domingo já era de opositores movimento liderado pela presidente argentina, Cristina Kirchner, viu rivais conquistarem 68% das preferências.


Ariel Palacios

Correspondente / Buenos Aires



O governo da presidente argentina, Cristina Kirchner, obteve no domingo apenas 32% dos votos na eleição que renovou metade da Câmara de Deputados e um terço do Senado. A oposição somou 68% dos votos nacionais, saltando na frente do kirchnerismo para a corrida presidencial de 2015.

As urnas mostraram uma nova cartografia eleitoral, de rejeição ao kirchnerismo em lugares que até agora eram seus leais redutos. Foi o caso dos municípios de classe baixa e média da Grande Buenos Aires, onde a Frente Renovadora, sublegenda peronista anti-Kirchner comandada por Sergio Massa, venceu em 20 cidades onde o governo triunfou nas eleições presidenciais de 2001.



A Casa Rosada, representada por outra sublegenda do peronismo, a Frente Pela Vitória (FPV), conquistou desta vez apenas quatro municípios na Grande Buenos Aires. A manutenção da bancada nas duas Casas - ainda que com a ajuda de partidos aliados - permitiu que o governo minimizasse seu decepcionante desempenho nas urnas. A oposição, porém, festejou o resultado.


"O autoritarismo de Cristina Kirchner terminou. A etapa de prepotência acabou e começamos uma nova fase na Argentina", afirmou ontem Elisa Carrió, líder da coalizão de centro-esquerda Unen, reeleita deputada.


A bancada governista no Congresso, de acordo com a maior parte dos analistas, é instável. Embora some as mesmas 132 cadeiras da atual legislatura na Câmara, muitos deputados da base aliada podem abandonar o governo. De forma gradual, a administração de Cristina vem sofrendo desde o começo do ano com o êxodo de políticos aliados. Os peronistas costumam se referir ao fenômeno com um eufemismo: "reacomodação".

Corrida. Há um mês, quando o governo precisou aprovar o orçamento nacional, somente conseguiu obter 127 votos e teve de recorrer a membros da oposição para obter a votação necessária. Os líderes de diversos partidos da oposição indicavam ontem que a corrida presidencial de 2015 havia começado.

Sem perder tempo, durante a madrugada, o prefeito de Buenos Aires, Maurício Macri, líder do partido Proposta Republicana (PRO), de centro-direita, anunciou sua candidatura presidencial para 2015.

Nova estrela da oposição, Sergio Massa fez discurso com tom de candidato e afirmou que pretende ir além dos limites de Buenos Aires nos próximos meses. No entanto, afirmou que "falar em 2015 agora é falta de respeito".


O kirchnerismo está em crise, já que Cristina não poderá ser reeleita presidente em 2015 e não tem um sucessor claro, embora o governador Daniel Scioli desponte como eventual candidato do governo.


Apesar de a política ser assunto cotidiano no país, 29,6% dos argentinos não votaram, anularam ou votaram em branco. O voto na Argentina é obrigatório. A média de eleitores ausentes, nos anos 80 e 90, foi de 16%. No entanto, a abstenção cresceu após a crise de 2001 e 2002.

Do total de 30,6 milhões de eleitores habilitados, o kirchnerismo recebeu os votos de 7,5 milhões de pessoas. Os eleitores ausentes foram 8 milhões.

A Província de Santa Cruz, terra do ex-presidente Néstor Kirchner, foi o cenário de uma derrota inédita para o governo. O kirchnerismo obteve 24,7% dos votos, sendo superado pela União Cívica Radical, que obteve 42,1%. Santa Cruz é o feudo político do casal Kirchner desde 1991, quando Néstor foi eleito governador.

Nos últimos 22 anos, o kirchnerismo controla a Justiça e os meios de comunicação locais. Uma sobrinha de Cristina, Natalia Mercado, é a procuradora federal local. Ela tem engavetado os processos sobre as acusações de corrupção contra a família.


Para entender
Distorção eleitoral
Quase todas as vagas parlamentares (metade da Câmara e um terço do Senado) em disputa no domingo já eram da oposição. O governo deve manter, com a ajuda de aliados, a majoria por margem apertada nas duas Casas. A oposição venceu em distritos mais populosos, como a Grande Buenos Aires, o que reforça a distorção entre a votação global e a distribuição das cadeiras. 


adicionada no sistema em: 29/10/2013 02:40



29/10/2013
O fecho da era Kirchner



Exatos três anos depois da morte do ex-presidente argentino Néstor Kirchner, dissiparam-se no domingo as últimas dúvidas sobre o esgotamento do ciclo político que se abriu com a sua ascensão à Casa Rosada, em 2003, prosseguiu com a eleição de sua mulher Cristina e chegou ao auge em 2011, quando ela conquistou o segundo mandato. Praticamente 7 em cada 10 dos 30,5 milhões de eleitores que foram às urnas para a renovação de metade da Câmara dos Deputados e de um terço do Senado votaram em listas partidárias da oposição, numa repetição dos resultados da disputa parlamentar de 2009.


Cristina tem ainda dois anos para ficar no governo, mas -longe da maioria absoluta no Legislativo, mesmo contando com os seus aliados - o partido kirchnerista Frente para a Vitória (FpV) viu se esfumar o plano de impor uma emenda constitucional, inspirada na Venezuela de Hugo Chávez, que autorizaria a rereeleição da presidente. "Cristina eterna" se chamava, sem subterfúgios, o seu projeto de perpetuação no poder. 


A coligação liderada pela sigla oficial acrescentou 3 cadeiras às 127 de que dispunha na Câmara de 257 lugares, ficando, portanto, com exígua maioria. No Senado de 72 assentos, embora tenha perdido 3, a bancada kirchnerista segue majoritária.

Desde a internação de Cristina, no começo do mês, para a remoção de um coágulo na cabeça, os seus aliados previam que muitos argentinos votariam no governo movidos pela compaixão. Isso pode ter ocorrido: se a presidente estivesse levando vida normal, a sua derrota teria sido, quem sabe, ainda maior. O resultado que acaba de vez com a tentativa do kirchnerismo de salvar a face, invocando a posição da FpV no Legislativo, foi o desfecho da principal disputa no país.

Na Província de Buenos Aires, onde se concentram mais de 37% do eleitorado nacional, a lista encabeçada pelo ex-chefe de gabinete de Cristina e atual prefeito de Tigre, Sergio Massa, da Frente Renovadora, venceu com 12 pontos de vantagem a da FpV, conduzida por Martin Insaurralde. Nas primárias de agosto, a diferença não chegou a seis pontos. Massa emerge como o presidenciável a quem Cristina não tem um nome forte a contrapor. O governador da Província de Buenos Aires, Daniel Scioli, que seria o candidato natural do oficialismo, não é considerado suficientemente leal no círculo íntimo da presidenta nem tem o carisma de Massa.

Como se esperava, a FpV fez feio também nos três outros maiores distritos - Córdoba, Santa Fé e Mendoza. Só neste último conseguiu terminar em segundo lugar, mas bem atrás de Julio Cobos, da União Cívica Radical. Ele e o presidenciável assumido, o prefeito de Buenos Aires, Maurício Macri, do PRO, são os únicos não peronistas entre os mais conhecidos políticos do país. Tanto a FpV como a Frente Renovadora, por exemplo, descendem do movimento criado por Perón nos anos 1940. Os peronistas podem se digladiar à morte - como mais de uma vez já fizeram -, mas, somados os votos de suas diferentes facções, ainda conservam a hegemonia política na Argentina.

Isso significa que, em mais de um aspecto, o inexorável fim do ciclo kirchnerista não deverá representar o início de um ciclo antiperonista. O "modelo", como os kirchneristas denominam, com típica arrogância, o seu projeto, acabou rejeitado porque desandou, com a inflação (mascarada) na casa de 25%, crescimento abaixo do projetado, dólar paralelo nas alturas (indicando perda de confiança no governo) e, principalmente, com o populismo autoritário de Cristina, cuja propensão para fazer inimigos e perseguí-los implacavelmente é a marca de nascença do kirchnerismo - ela, afinal, teve um marido a imitar.

Entre a posse do novo Congresso, em dezembro, e a sucessão de 2015, a Argentina conhecerá tempos turbulentos. E de temer o que a presidente fará com os superpoderes que o Legislativo lhe concedeu em matéria de política econômica. "O kirchnerismo duro nunca foi generoso na vitória", observa Ricardo Kirschbaum, editor do Clarín de Buenos Aires. "Menos ainda o será na retirada."

adicionada no sistema em: 29/10/2013 02:36

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